Abril - Apren
Transcripción
Abril - Apren
BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS Abril 2016 ELETRICIDADE DE ORIGEM RENOVÁVEL EM PORTUGAL CONTINENTAL Em abril de 2016 as fontes de energias Segundo o Instituto Português do Mar e da renováveis (FER) mantiveram-se como a Atmosfera, o valor médio de pluviosidade principal origem de abastecimento de foi de 136,5 mm, o que terá contribuído energia elétrica em Portugal Continental. para um índice mensal de produtibilidade A produção FER foi de 3.933 GWh, hidroelétrica de 2,24. representando 95,5 % do consumo elétrico1 Por do Continente, 4.117 GWh, voltando a verificada durante o mês findo originou um atingir valores históricos. O peso da índice mensal de produtibilidade eólica de produção FER de abril, relativamente ao 1,17. consumo de eletricidade do Continente, é o 2º maior do século, ultrapassando o recorde do passado mês de fevereiro. seu turno, a elevada eolicidade Na figura 1, ilustra-se o valor acumulado, desde o início de 2016, da repartição das fontes de produção de eletricidade no As condições meteorológicas favoráveis à Continente que foram responsáveis pelo produção renovável foram as grandes abastecimento do consumo nacional e que, contribuidoras para este desfecho mensal adicionalmente, permitiram alcançar um positivo da eletricidade renovável. saldo exportador de 3.030 GWh. Térmica Fóssil Cogeração Fóssil Hídrica Eólica Solar Biomassa Figura 1: Repartição das fontes na produção de eletricidade em Portugal Continental . (Valores acumulados em 2016 até ao final de abril) Fonte: REN, 2016; Análise APREN 1 Consumo referido à emissão das centrais para consumo, incluindo ainda as perdas nas redes e os consumos em bombagem hidroelétrica. APREN – www.apren.pt 2 Analisando o global da produção elétrica de fotovoltaica atingiu o 1 % do total da Portugal Continental, até ao final de abril produção nacional. de 2016, renováveis verifica-se que contribuíram as com fontes 74,7 %, cabendo o restante, 25,3%, à produção de origem fóssil. A água foi a maior fonte renovável de produção de energia elétrica no Continente (44,1 %), seguida do vento (25,6 %). Já a biomassa atingiu os 4 % e a tecnologia solar A produção térmica fóssil convencional, que inclui as centrais a carvão e as de ciclo combinado de gás natural, atingiu os 17,5 % e a cogeração fóssil 7,8 %. O balanço elétrico global acumulado repartido pela produção e pelas trocas energéticas internacionais é analisado na figura 2. Figura 2: Balanço da produção de eletricidade e de trocas internacionais de Portugal Continental. (Valores acumulados em 2016 até ao final de abril) Fonte: REN; Análise APREN A figura anterior põe em evidência o peso renováveis. No período em análise as crescente das exportações elétricas no exportações atingiram 3.446 GWh, perto de setor elétrico nacional, sempre que há uma 20 % do total da energia elétrica consumida produtibilidade maior de fontes de energia APREN – www.apren.pt 3 em Portugal Continental até ao fim de abril por fonte, nos últimos três anos, bem como (17.557 GWh). os valores de importação e de exportação Já as importações de energia elétrica corresponderam a 416 GWh. Verifica-se uma enorme semelhança entre a No balanço elétrico global acumulado observa-se que a hidroeletricidade é superior a toda a produção elétrica de origem fóssil, demonstrando uma utilização eficiente dos recursos registados. endógenos portugueses. produção renovável nos primeiros 4 meses de 2016 e os de 2014, 15.113 GWh e 15.386 GWh, respetivamente. O maior contribuidor para esta parecença foi a elevada produção hidroelétrica, constatada em ambos os períodos, potenciada por um índice de hidraulicidade notável. Na Figura 3 compara-se a produção de eletricidade acumulada até ao fim de abril 10.000 7.750 [GWh] 5.500 3.250 1.000 2014 2015 2016 -1.250 -3.500 Figura 3: Evolução da produção de eletricidade por fonte. (Valores acumulados em 2016 até ao final de abril) Fonte: REN; Análise: APREN Já a produção renovável no período Estas condições implicaram, no primeiro homólogo de 2015 contrasta com os anos quadrimestre de 2015, um aumento da supramencionados, pela não existência de produção elétrica proveniente das fontes condições climatológicas tão favoráveis fósseis e um saldo importador positivo. para as tecnologias renováveis dominantes. APREN – www.apren.pt 4 Pelo gráfico da figura 3 comprova-se variação anual, motivada por uma contudo que a energia proveniente da disponibilidade de recurso mais uniforme. eletricidade eólica tem uma pequena 4.250 3.400 [GWh] 2.550 1.700 850 0 -850 abr-14 abr-15 abr-16 Figura 4: Evolução da produção renovável e térmica e de trocas em Portugal Continental em abril. Fonte: REN; Análise: APREN O último gráfico deste boletim, figura 4, Uma das conclusões mais marcantes que se ilustra a produção de eletricidade de pode recolher da análise da produção Portugal Continental, exclusiva ao mês de elétrica, do período em causa, é a especial abril de 2016, fazendo uma comparação importância dos centros eletroprodutores com os períodos homólogos dos últimos 2 (CEP’s) hídricos em Portugal. anos. Em virtude dos elevados hidroeletricidade, valor de produção renovável dos últimos pluviosidade registada, os CEP’s hídricos três anos, 5.575 GWh, assim como de têm-se revelado indispensáveis para reduzir exportação elétrica que também atingiu o a dependência energética nacional, algo maior valor do triénio, 813 GWh. que gráfico resumo é o aumento do consumo nacional, comparativamente com o período é incontestavelmente à de O mês que agora terminou atingiu o maior Um facto interessante que se retira deste devido níveis elevada corroborado aquando da consulta do relatório da DGEG, Fatura Energética 2015, publicado a 29 de abril de 2016. homólogo do ano anterior, segundo os Para além deste papel fundamental na dados da REN, as necessidades elétricas economia portuguesa dos CEP’s hídricos é nacionais aumentaram acima dos 7 %. oportuno evidenciar que eles, barragens e APREN – www.apren.pt 5 reservatórios de água, são também Pelo seu valor é imperioso continuar a incontornáveis para o abastecimento de apostar nos CEP’s hídricos como parte da água às populações, para a agricultura e estratégia para o combate aos incêndios, bem como competitividade da economia portuguesa. de descarbonização e de para a regulação de caudais em períodos de cheia ou de seca, minimizando o impacte das alterações climáticas. SÍNTESE O mês de abril de 2016 foi um mês histórico em que a produção renovável abasteceu 95,5 % das necessidades elétricas de Portugal Continental. Paralelamente foi alcançado um saldo exportador de 3.033 GWh, no total dos primeiros 4 meses do ano. A nível do consumo verificou-se um aumento mensal, em comparação com o mesmo período de 2015, de mais de 7 %. A elevada representatividade renovável na produção elétrica interferiu positivamente na redução dos preços do MIBEL, cujo valor médio do mercado spot diário se situou nos 23,5 €/MWh o que contrasta com preços comparativos médios na ordem dos 50 €/MWh, quando a eletricidade renovável tem menor participação. Assim, as poupanças, só neste mês, atingiram valores na ordem dos 145 milhões Euros. Informação disponível em: APREN | Departamento Técnico e Comunicação Av. Sidónio Pais, nº 18 R/C Esq. 1050-215 Lisboa, Portugal Tel. (+351) 213 151 621 | www.apren.pt APREN – www.apren.pt 6