Livro de resumos - Universidade de Coimbra
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Livro de resumos - Universidade de Coimbra
IV Congresso de História e Desporto 2015 28 e 29 de maio Livro de Universidade Nova de Lisboa resumos Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Book of abstracts Mais informações http://congressodehistoriaedesporto.blogspot.com http://www.uc.pt/iii/ceis20 http://ihc.fcsh.unl.pt/ IV CONGRESSO de HISTÓRIA e Desporto Desporto & SEXUALIDADE Este congresso tem como tema central a Sexualidade na sua interceção com o Desporto e a História, abrindo espaço à reflexão sobre questões de Género, Identidade de Género eOrientação Sexual. É organizado pelo Grupo História e Desporto, do Instituto de História Contemporânea (IHC) da Universidade Nova de Lisboa e do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra - CEIS20, que reúne investigadores de diversas instituições com o objetivo de promover a cooperação, investigação, divulgação e realização de iniciativas sobre História e Desporto. ORGANIZAÇÃO E COMISSÃO CIENTÍFICA Francisco Pinheiro CEIS20 - Universidade de Coimbra Alcino Pedrosa GHD-IHC/CEIS20 Ana Cristina Santos CES - Universidade de Coimbra Carlos Nolasco CES - Universidade de Coimbra César Rodrigues CEIS20 - Universidade de Coimbra João Nuno Coelho GHD-IHC/CEIS20 João Tiago Lima NICPRI - Universidade de Évora Maria Fernanda Rollo IHC/FCSH - Universidade Nova de Lisboa Nuno Miguel Lima IHC/FCSH - Universidade Nova de Lisboa Rita Nunes IHC/FCSH - Universidade Nova de Lisboa Informações http://www.uc.pt/iii/ceis20 http://ihc.fcsh.unl.pt/ http://www.facebook.com/ihc.fcsh.unl http://congressodehistoriaedesporto.blogspot.com [email protected] 28 de MAIO, QUINTA-FEIRA 9H15 . Sessão de Abertura / Open Session Maria Fernanda Rollo, coordenadora científica do Instituto de História Contemporânea (IHC) da Universidade Nova de Lisboa Francisco Pinheiro, organização e direção do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra - CEIS20 29 de MAIO, SEXTA-FEIRA 9h30 . Painel 4 / Session 4 – Outros géneros Moderação: Nuno Miguel Lima (IHC/FCSH da Universidade Nova de Lisboa) LGBT participation in sport: Spaces of inclusion and exclusion Scott Lawley (Nottingham Trent University, United Kingdom) 9H30 . Painel 1 / Session 1 - Metrosexualidade Moderação: António Fernando Cascais (FCSH da Universidade Nova A Homofobia no Desporto: o caso de estudo (exemplar?) da NBA Francisco Soares de Oliveira (Universidade de Coimbra) Corpos que pesam - porque você quer e nós lhe dizemos como obter! Notas sobre os discursos de Men’s Health Brasil acerca de masculinidades hegemônicas e de corpos espetaculares Felipe Viero Kolinski Machado (Universidade Vale do Rio dos Sinos, Brasil) As arquiteturas corporais construídas pelas atletas de fisiculturismo no Brasil Angelita Alice Jaeger (Universidade Federal de Santa Maria, Brasil) de Lisboa) Desconstruindo Beckham: metrossexualidade e esporte Diego Santos Vieira de Jesus (Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro) A pornografização do corpo desportivo Carlos Nolasco (CES da Universidade de Coimbra) 11h00 . Pausa para café / Coffee break 11h30 . CONFERÊNCIA I / CONFERENCE I Moderação: Francisco Pinheiro (GHD-IHC/CEIS20) Alfredina Silva, jogadora da seleção nacional de futebol de 1981 Daniel Seabra, antropólogo Jorge Silvério, psicólogo 13h00 . Almoço / Lunch 14h30 . Painel 2 / Session 2 – Emergência da mulher Moderação: Isabel Cruz (Associação Portuguesa Mulheres e Desporto) O desporto escolar e as mulheres Jacqueline Nunes da Cunha (CEIS20 da Universidade de Coimbra) Mujeres en los estudios de ciencias del deporte de la Universitat de València Miguel Villamón, J. Pere Molina e Alejandro Martínez-Baena 11h00 . Pausa para café / Coffee break 11h30 . CONFERÊNCIA II / CONFERENCE II João Tiago Lima, filósofo (Universidade de Évora) à conversa com... Filipa Jales, árbitra e treinadora de rugby 13h00 . Almoço / Lunch 14h30 . Painel 5 / Session 5 – Género I Moderação: Ana Semblano (Museu Nacional do Desporto) Estudios de género en las revistas españolas de ciencias del deporte (2005-2014) Laura Buchón, Pere Molina e Víctor Agulló (Universitat de València, Espanha) O futebolista e a ideia de mulher – olhares a partir de biografias desportivas Francisco Pinheiro (GHD-IHC/CEIS20) Prejuicios de género en danza: propuesta de intervención pedagógica para las clases de educación física Blai Pascual, Pere Molina, Alicia Herrero e Cristina Puchades (Universitat de València, Conservatorio Superior de Danza de Alicante e La Nova en Dansa, Espanha) (Universitat de València, Espanha) 16h00 . Pausa para café / Coffee break La incorporación de la mujer valenciana al deporte 1880-1936 Recaredo Agulló Albuixech e Víctor Agulló Calatayud 16h30 . Painel 6 / Session 6 – Género II Moderação: João Manuel de Oliveira (ISCTE - Instituto Universitário (Universitat de València, Espanha) A actividade física e as imagens de feminilidade em Portugal (1940-1950) Alcino Pedrosa (GHD-IHC/CEIS20) 16h30 . Pausa para café / Coffee break 17h00 . Painel 3 / Session 3 – Comunicação e género Moderação: César Rodrigues (GHD/IHC-CEIS20) El deporte como herramienta estratégica en la construcción de la marca Canal + España Luis Miguel Pedrero e Santiago Escalada (Universidad Pontificia de Salamanca) Futebol é coisa para homem: o ethos e a práxis das masculinidades na imprensa desportiva brasileira José Carlos Marques (UNESP - Universidade Estadual Paulista, Brasil) Jogos Tradicionais Femininos do Alentejo José Calado (GHD-IHC/CEIS20) de Lisboa) O rugby como conteúdo de lazer, feminismo e competitividade no If Sertão-Pe Bartolomeu Barros Junior, José Alpuim, Filipe Dimon e Cara Snyder (Instituto Federal do Sertão Pernambucano, Instituto Federal de Brasília, University of Maryland) Estereotipos de género en el deporte: la percepción del alumnado Javier Monforte Alarcón, Joan Úbeda Colomer, Fernando Gómez Gonzalvo e Pablo Villagrasa Sanz (Universitat de València, Espanha) Mulheres guerreiras ou sexo frágil? As representações de gênero e identidade na publicidade das “rugbiers” no Brasil Marta Regina Garcia Cafeo e José Carlos Marques (UNESP – Universidade Estadual Paulista, Brasil) 18h00 . Encerramento / Closing session Porto de Honra Índice 8. Corpos que pesam - porque você quer e nós lhe dizemos como obter! Notas sobre os discursos de Men’s Health Brasil acerca de masculinidades hegemônicas e de corpos espetaculares Felipe Viero Kolinski Machado (Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Brasil) 9. Desconstruindo Beckham: metrossexualidade e esporte Diego Santos Vieira de Jesus (Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro) 10. A pornografização do corpo desportivo Carlos Nolasco (CES da Universidade de Coimbra) 11. A Masculinidade nas Claques Portuenses - O seu alcance e as suas limitações enquanto dimensão explicativa para a performance destes grupos Daniel Seabra (Universidade Fernando Pessoa) 12. O desporto escolar e as mulheres Jacqueline Nunes da Cunha (CEIS20 da Universidade de Coimbra) 13. Mujeres en los estudios de ciencias del deporte de la Universitat de València Miguel Villamón, J. Pere Molina e Alejandro Martínez-Baena (Universitat de València, Espanha) 15. La incorporación de la mujer valenciana al deporte 1880-1936 Recaredo Agulló Albuixech e Víctor Agulló Calatayud (Universitat de València, Espanha) 5 16. A actividade física e as imagens de feminilidade em Portugal (1940-1950) Alcino Pedrosa (GHD-IHC/CEIS20) 17. El deporte como herramienta estratégica en la construcción de la marca Canal+ España Luis Miguel Pedrero e Santiago Escalada (Universidad Pontificia de Salamanca) 18. Futebol é coisa para homem”: o ethos e a práxis das masculinidades na imprensa desportiva brasileira José Carlos Marques (UNESP – Universidade Estadual Paulista, Brasil) 19. Jogos Tradicionais Femininos do Alentejo José Calado (GHD-IHC/CEIS20) 20. LGBT participation in sport: Spaces of inclusion and exclusion Scott Lawley (Nottingham Trent University, United Kingdom) 21. A Homofobia no Desporto: o caso de estudo (exemplar?) da NBA Francisco Soares de Oliveira (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) 22. As arquiteturas corporais construídas pelas atletas de fisiculturismo no Brasil Angelita Alice Jaeger (Universidade Federal de Santa Maria, Brasil) 23. Estudios de género en las revistas españolas de ciencias del deporte (2005-2014) Laura Buchón, Pere Molina e Víctor Agulló (Universitat de València, Espanha) 24. O futebolista e a ideia de mulher – olhares a partir de biografias desportivas Francisco Pinheiro (GHD-IHC/CEIS20) Índice 25. Prejuicios de género en danza: propuesta de intervención pedagógica para las clases de educación física Blai Pascual, Pere Molina, Alicia Herrero e Cristina Puchades (Universitat de València, Conservatorio Superior de Danza de Alicante e La Nova en Dansa, Espanha) 26. O rugby como conteúdo de lazer, feminismo e competitividade no If Sertão-Pe Bartolomeu Barros Junior, José Alpuim, Filipe Dimon e Cara Snyder (Instituto Federal do Sertão Pernambucano, Instituto Federal de Brasília, University of Maryland) 27. Estereotipos de género en el deporte: la percepción del alumnado Javier Monforte Alarcón, Joan Úbeda Colomer, Fernando Gómez Gonzalvo e Pablo Villagrasa Sanz (Universitat de València, Espanha) 28. Mulheres guerreiras ou sexo frágil? As representações de gênero e identidade na publicidade das “rugbiers” no Brasil Marta Regina Garcia Cafeo e José Carlos Marques (UNESP – Universidade Estadual Paulista, Brasil) 7 IV CONGRESSO de HISTÓRIA e Desporto DESPORTO & SEXUALIDADE Corpos que pesam - porque você quer e nós lhe dizemos como obter! Notas sobre os discursos de Men’s Health Brasil acerca de masculinidades hegemônicas e de corpos espetaculares Felipe Viero Kolinski Machado Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Brasil O texto aqui apresentado inscreve-se, contextualmente, em nossa tese de doutoramento em Ciências da Comunicação, a qual se encontra em fase intermediária. Na tese, a partir do acompanhamento das práticas e dos discursos de três revistas, voltadas a homens e a mulheres, hetero e homossexuais (Men´s Health, Junior e TPM), objetiva-se perceber o sentidos que se movimentam sobre gêneros e sexualidades e os modos como, a partir daí, se delimitam vidas que importam mais ou que importam menos. Aqui, mais especificamente, a partir da análise de algumas edições da revista Men´s Heatlh Brasil, as quais compõe nosso corpus de análise, e de uma entrevista com seu editor, Miguel Icassatti, as quais funcionaram como uma primeira ida a campo e como um contato inicial com os profissionais das redações, propõe-se uma reflexão sobre como, através dos discursos que aciona e dos sentidos que mobiliza, a publicação diz sobre o que é (e como deve ser) um homem e sobre o papel que o corpo desempenha nesse processo. Ainda que de modo parcial, a partir daquilo que coletou-se/observou-se, constata-se um discurso sancionador de um dado tipo de masculinidade, o qual é hegemônico (CONNELL; MESSERSCHMIDT, 2013; VALE DE ALMEIDA, 2005), que delimita as vivências heterossexuais como legítimas (e as que daí escapariam como ininteligíveis), circunscrevendo-se a uma esfera heteronormativa (WARNER, 1991), que aponta a mulher como possuindo um papel complementar /subalterno em relação a esse homem-leitor e que toma o corpo (masculino) como maleável e pleno de possibilidades de reconstrução. A revista, então, converte-se em manual e em conselheira, dizendo sobre como as vidas devem ser geridas, vividas e encaradas, visando a transformar o sujeito em mercadoria passível de compra (BAUMAN, 2008). O corpo espetacular (COSTA, 2005), portanto, principal produto ofertado, seria aquele corpo que, efetivamente, pesaria (BUTLER, 2000), sendo um índice da força e da virilidade (e então do poder) que o sujeito que Men´s Health Brasil interpela pode, precisa e deve possuir. Para tê-lo, enfim, bastaria seguir os treinos, as dietas e as práticas sugeridas em encartes, em reportagens e em planos que se renovam e que se multiplicam a cada trinta dias, na banca de revistas. Palavras-chave: Men’s Health Brasil, Corpos, Masculinidades Felipe Viero Kolinski Machado é jornalista graduado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Brasil; É Mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), com período de estágio junto à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ambas brasileiras; É estudante de doutoramento em Ciências da Comunicação junto à Universidade do Vale do Rio dos Sinos e, atualmente (abril/2015; março/2016), realiza estágio junto ao Centro em Rede de Investigação Antropológica (CRIA) e ao Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), em Lisboa, Portugal, com bolsa CAPES-PDSE. Tem experiência, como jornalista, em rádio e televisão e, em suas pesquisas, interessa-se pelas questões de gerações, gêneros e sexualidades, tendo em vista os discursos e as práticas midiáticas e jornalísticas. Contactos email: [email protected] 8 Desconstruindo Beckham: metrossexualidade e esporte Diego Santos Vieira de Jesus Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro A metrossexualidade ressocializa o homem heterossexual como consumidor num contexto de consolidação do capitalismo globalizado, sem alterar outras características fundamentais da masculinidade hegemônica. Tem-se, assim, a abertura de um novo setor de mercado: o homem heterossexual consumidor de bens e serviços específicos antes vendidos apenas às mulheres e aos homens homossexuais. A metrossexualidade emerge num momento histórico particular, em que o consumismo aparece ligado à ampliação do marketing e do culto à celebridade e representa uma adaptação às expectativas mercadológicas num contexto de ampliação da globalização. A difusão do conceito torna-se possível em face de sua relação simbiótica com o consumismo num cenário capitalista. O objetivo da comunicação é examinar como a disseminação da globalização e a comoditização do esporte contribuíram para a difusão da metrossexualidade e o reforço de padrões heteronormativos. Baseando-se na reflexão em torno de peças publicitárias que contaram com a participação de David Beckham, sustenta-se o argumento central de que a disseminação da globalização – em particular no que diz respeito ao alcance global da mídia e da publicidade – viabilizou a propagação de novos padrões de consumo e a sedução de novos consumidores, nesse caso os homens heterossexuais. Tal capacidade de sedução foi definida a partir da apropriação e da ressignificação de elementos típicos de masculinidades homossexuais com o objetivo de se flexibilizarem padrões hegemônicos de masculinidade e se ampliar o consumo, mas concomitantemente se consolidar e reafirmar a ordem heteronormativa que sustenta a idéia de metrossexualidade. O resultado foi a marginalização de outras formas de masculinidade que escapem a tal ordem. A comoditização do esporte simultaneamente limita o potencial transformador dessa prática social e viabiliza a objetificação do atleta numa lógica mercadológica global. O heroísmo e a capacidade de superar obstáculos são ressignificados pela mídia na busca do sucesso na competição esportiva – por extensão, no exercício da profissão por homens que não atuam nessa esfera – e da adoção do estilo de vida consumista associado a atletas como Beckham fora das suas competições, sem que sua masculinidade heterossexual seja problematizada por conta disso. Na verdade, a reafirmação constante dessa masculinidade – que apela ao próprio esporte como meio de satisfação e prazer – é elemento fundamental no estímulo ao maior consumo pelo homem heterossexual. Palavras-chave: Metrossexualidade, Heteronormatividade, Globalização Doutor em Relações Internacionais pelo Instituto de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (IRI / PUC-Rio). Atualmente, é professor dos cursos de Graduação em Administração de Empresas, em Comunicação Social - Jornalismo e em Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro (ESPM-Rio). É pesquisador colaborador do Sport - Laboratório de História do Esporte e do Lazer, ligado ao Programa de Pós-Graduação em História Comparada do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É vinculado à Rede de Estudos de Geografia, Gênero e Sexualidade Ibero Latino-Americana (REGGSILA). Tem experiência em estudos sobre homens e masculinidades e Relações Internacionais. Contactos email: [email protected] 9 IV CONGRESSO de HISTÓRIA e Desporto DESPORTO & SEXUALIDADE A pornografização do corpo desportivo Carlos Nolasco Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra Entre as muitas metamorfoses do desporto contemporâneo, uma das mais significativas têm a ver com a apologia do corpo dos atletas. A expressão exuberante da estética fisiológica não constitui novidade, pois desde a antiguidade clássica que os corpos dos atletas serviram de modelo ideal para a reprodução de outros corpos. Tal como não é novidade a intervenção manipuladora da ciência moderna sobre o desempenho dos corpos desportivos no sentido da rentabilização do seu desempenho atlético. E também não é novidade a apropriação política desses corpos enquanto formas de representação de regimes e ideologias. O que constitui novidade é a exibição pública do corpo desportivo numa estética que indo para além dos cânones do erotismo adquire uma expressão pornográfica inusitada. Os exemplos são múltiplos e mediáticos. Atletas profissionais, desde o futebol ao rugby, passando pelo atletismo ou ténis, disponibilizam-se para exibirem o corpo para as câmaras, em poses de insinuação sexual, umas mais latentes, outras mais manifestas. Tudo terá começado com o futebolista David Beckham, o protótipo metrossexual, continuou com Cristiano Ronaldo num estilo mais sporno, e exacerbou-se com a pose homoerótica de jogadores italianos nus num balneário. Tomando em consideração os exemplos mais mediáticos, pretende-se com esta comunicação refletir e concetualizar o processo de pornografização do corpo desportivo, considerando-o no contexto do desporto e das sociedades contemporâneas. Palavras-chave: Corpo, Desporto, Sporno, Pornografização Carlos Nolasco é investigador de pós-doutoramento no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, integrando o Núcleo de Estudos sobre Humanidades, Migrações e Estudos para a Paz (NHUMEP). É membro do Grupo de História e Desporto. É doutorado em Sociologia pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Foi docente em diversas instituições de ensino superior, lecionado disciplinas no campo das Ciências Sociais, tendo ocupado cargos de direção e também em órgãos científicos e pedagógicos. Participou em diversos projetos de investigação no CES. Tem como áreas de interesse as Migrações, o Desporto e a Sociologia Visual. Contactos email: [email protected] 10 A MASCULINIDADE NAS CLAQUES PORTUENSES - O seu alcance e as suas limitações enquanto dimensão explicativa para a performance destes grupos Daniel Seabra Universidade Fernando Pessoa As claques que apoiam os clubes de futebol em Portugal marcam presença regular nos estádios desde os anos 80 de século passado. Para além das coreografias e demais manifestações de incentivo aos clubes, as claques são também conhecidas pelos actos de violência e vandalismo que alguns dos seus membros perpetram. A socialização para uma masculinidade hegemónica e agressiva que ocorria em contextos sociais e urbanos identificados foi destacada pelo grupo de sociólogos da Universidade de Leicester que investigou o hooliganismo como uma importante dimensão explicativa deste fenómeno. É sobre esta dimensão que se centrará a comunicação proposta. A partir de uma investigação sobre as claques portuenses Alma Salgueirista, Colectivo Ultras 95, Panteras Negras e Super Dragões desenvolvida através do recurso a uma longa observação participante, à realização de entrevistas semi-directivas e narrativas auto-biográfcas, bem como à administração de inquéritos por questionário; a comunicação a apresentar visa, num primeiro nível de análise, caracterizar o contexto social e urbano em que se inserem alguns dos membros das claques estudadas e a responsabilidade do mesmo na emergência de uma masculinidade hegemónica e agressiva. Procurar-se-á posteriormente, noutro nível de análise, evidenciar a forma como tal masculinidade é reproduzida e exaltada no contexto futebolístico através de coreografias, cânticos e violência, bem como pelos discursos que a legitimam e pelos significados atribuídos a esta enquanto consequência da masculinidade. A comunicação a apresentar não deixará também de apontar as limitações e induficiências da masculinidade enquanto dimensão explicativa para as acções de violência e vandalismos em que alguns membros das claques se envolvem. Uma abordagem ao papel que alguns elementos do sexo feminino assumem nas claques será também contemplada. Palavras-chave: Masculinidade, Claques, Violência Licenciado em Antropologia pela Universidade Fernando Pessoa. Mestre em Antropologia pela Universidade do Minho com dissertação intitulada «Mágico Porto, vence por nós.» Um estudo antropológico de uma claque de futebol. Doutorado em Ciências Sociais pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa com dissertação intitulada Claques Portuenses. Um estudo de grupos organizados de adeptos de futebol em contexto urbano. Desenvolve investigação sobre claques de futebol, bem como sobre a dimensão antropológica do futebol e do desporto em geral. Docente da Universidade Fernando Pessoa. Membro da International Society for the Social Sciences of Sports. Contactos email: [email protected] 11 IV CONGRESSO de HISTÓRIA e Desporto DESPORTO & SEXUALIDADE O desporto escolar e as mulheres Jacqueline Nunes da Cunha CEIS20 da Universidade de Coimbra Esta comunicação tem por propósito lançar um olhar sobre a educação física e sua qualificação como proeminente recurso para um estabelecimento de uma “boa saúde”, mas também, como uma evasiva de indução para inculcar na sociedade uma ideologia política, por meio de uma formação nacionalista com o propósito de criar uma “nova mulher”. É portanto, nesse quadro que envolve educação, desporto, saúde, sociedade, que observarei como se processou essa relação educação física e as mulheres dentro desse contexto político, religioso e cultural. Contudo, antes de ingressar no cerne da questão, é necessário fazer uma consideração quanto a importância de se estudar e revisitar contextos, que envolvam o âmbito feminino, pois no que se refere a sociedade atual, tem sido palco de grandes mudanças sociais, apesar de ainda haver um processo lento, quer seja no campo público nomeadamente nos quadros profissionais de liderança, institucional ou política, como também, no espaço privado quanto a própria questão da violência contra a mulher, que se apresenta atrelada a sujeição por parte de algumas mulheres, sendo tal atitude um efeito ligado ainda a educação. É diante desse âmbito atual que reitero a importância de investigar na história não apenas para observarmos o quanto conquistamos, mas especificamente para percebermos o quanto ainda temos por alcançar. Dito isto passo ao meu objeto de estudo, que centrar-se-á no feminino no que diz respeito a educação física em Portugal, no final da década de quarenta, tendo como fontes os Boletins da Direcção Geral da Educação Física, Desportos e Saúde Escolar. Este estudo tem como objetivo compreender a dinâmica do desporto no espaço escolar português, descrever a presença feminina nos referidos boletins, como também apontar os elementos de disciplina e controle dentro desse contexto e entender de que forma a influência externa contribuiu na implementação das atividades físicas para as mulheres em Portugal. Palavras-chave: Mulheres, Desporto, Política Doutoranda em Estudos Contemporâneos do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX – CEIS20 da Universidade de Coimbra 2012 - Mestre em Estudos Feministas pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra com uma dissertação subordinada ao tema “A subjetividade das mulheres na conciliação trabalho, família e bem-estar: um estudo de caso em Coimbra”, sob orientação da Professora Doutora Isabel Caldeira e co-orientação da Doutora Sílvia Maeso. 2006 – Licenciatura em Ciências Sociais pela Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE 2001 – Graduação em Ciências Sociais com ênfase em Sociologia Rural pela Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE com a monografia subordinada ao tema “Abordagem a Respeito do Afrodescendente na Imprensa Escrita Atual: uma análise do discurso”. Trabalho de Conclusão de Curso, sob orientação da Professora Doutora Maria do Rosário Leitão. 1992 – Educação Teológica pelo Seminário Teológico Congregacional do Nordeste. Contactos email: [email protected] 12 Mujeres en los estudios de ciencias del deporte de la Universitat de València Miguel Villamón J. Pere Molina Alejandro Martínez-Baena Universitat de València Desde sus comienzos en el s. XIX el deporte se organizó, desarrolló y difundió como una práctica exclusivamente masculina. En este sentido, cabe recordar que Coubertin era reticente a que las mujeres tomaran parte en los Juegos Olímpicos, y en su obra aparecen abundantes evidencias de su ideología machista (1). Aunque desde mediados del siglo XX la participación femenina está en franca progresión, sigue estando marcada por ciertas particularidades, que recuerdan que el deporte es esencialmente una institución conservadora que aprueba y mantiene actitudes y prácticas heredadas del pasado (2). En España, sólo una de cada tres personas practicantes de deportes es mujer. Situación que se debe, según los expertos, a que en amplios segmentos de la sociedad española todavía existe un sesgo machista de entender y vivir los deportes (3). Por su parte, la docencia, especialmente en los primeros niveles educativos, ha sido considerada en España una profesión femenina. Sin embargo, la educación física constituye una excepción porque es una materia impartida fundamentalmente por hombres. Entre las causas históricas se puede mencionar la entrada como docentes de entrenadores y monitores deportivos –en su mayoría hombres-, provenientes del ámbito del deporte de rendimiento, por la escasez de especialistas en educación física durante los años 70 y 80 del pasado siglo. En la Universitat de València las mujeres acceden a los estudios en mayor medida que los hombres, y en el siglo XXI su matrícula siempre ha sido superior al 60%. Pero mientras el área de Educación cuenta con un mayor número de mujeres (las licenciaturas/grados de Pedagogía y Psicopedagogía tienen porcentajes de matrícula femenina en torno al 85%), la licenciatura/grado de Ciencias de la Actividad Física y el Deporte presenta un fuerte predominio del alumnado varón (4). En cuanto a la formación, la hegemonía de una masculinidad basada en la competitividad, la agresividad y el individualismo, pervive en gran medida en la cultura profesional y en la formación del profesorado de educación física. Esto podría considerarse un signo de que poco ha cambiado, y que la educación física sigue siendo el “coto masculino” de la formación del profesorado (5). La Universitat de València, a través de programas de acción positiva, enmarcados en el Plan de fomento de la igualdad entre mujeres y hombres, realiza esfuerzos por cambiar esta situación, que no han obtenido los resultados esperados en los estudios de Ciencias de la Actividad Física y del Deporte, más bien lo contrario, como se puede observar en la Tabla 1. Tabla 1. Número de estudiantes que han accedido a los estudios en Ciencias de la Actividad Física y del Deporte en la Universitat de València Curso Hombres %Mujeres %Total 2005-06 101 82,1 22 17,9 123 2006-07 96 79,3 25 20,7 121 2007-08 98 81,7 22 18,3 120 2008-09 98 81,7 22 18,3 120 2009-10 121 80,1 30 19,9 151 2010-11 131 84,5 24 15,5 155 2011-12 126 84,0 24 16,0 150 2012-13 130 86,7 20 13,3 150 2013-14 133 88,7 17 11,3 150 2014-15 173 85,2 30 14,8 203 (1) CIO (2012). La femme dans le mouvement olympique. Feuille d’Information, mise à jour, juin 2012. Lausanne: Centre d’Études Olympiques. http://www.olympic.org/Documents/Reference_documents_Factsheets/La_femme_dans_le_Mouvement_Olympique.pdf (2) Kew, F. (1997). Sport & Gender. In: F. Kew, Sport: Social Problems and Issues (pp. 124-142). Oxford; Boston: Butterworth-Heinemann. García, M. y Llopis, R. (2011). Ideal democrático y bienestar personal. Encuesta sobre los hábitos deportivos en España 2010. Madrid: Consejo Superior de Deportes y CIS. (3) 13 IV CONGRESSO de HISTÓRIA e Desporto DESPORTO & SEXUALIDADE (4) Fernández-Coronado, R. y González, M.E. (2009). Mujeres y hombres en la Universitat de València. Valencia: Universitat de València. http:// www.uv.es/igualtat/estudidiagnostic.pdf (5) . Pérez-Samaniego, V. y Santamaría-García, C (2008). Education, curriculum and masculinity in Spain. In: O. Holz (Ed.) Pedagogic approaches to Learning and Teaching with Boys- A European Perspective (pp. 87-96). Münster: Waxman. Palavras-chave: Género, Deporte, Universidad Miguel Villamón - Doctor en documentación científica por la Universitat de València y licenciado en Educación Física por la Universidad Politécnica de Madrid. Durante diez años fue deportista internacional y más tarde entrenador, seleccionador olímpico y director técnico de la Federación Española de Judo. Actualmente es profesor titular de universidad e imparte diferentes materias en Grado y Máster (‘Teoría e Historia del Deporte’, ‘Judo’, ‘La investigación y la certificación del conocimiento científico’). Forma parte del equipo editorial de Recorde: Revista de História do Esporte (http://revistas. ufrj.br/index.php/Recorde/index). Puede verse el CV abreviado, con algunas de sus publicaciones, en: http://www. directorioexit.info/ficha2784 J. Pere Molina - Licenciado en Educación Física y Diploma en Estudios Avanzados en Educación Física y Deportes por la Universitat de València (U.V.). Actualmente es profesor titular de escuela universitaria e imparte varias asignaturas, entre ellas ‘Teoría e Historia del Deporte’, en el Grado en Ciencias de la Actividad Física y el Deporte (CCAFD), en el Máster de Investigación en CCAFD y en el Máster en Profesorado de Educación Secundaria (Especialidad Educación Física) de la U.V. También ejerce el cargo de Vicedecano de Ordenación Académica de la Facultad de Ciencias de la Actividad Física y del Deporte de la U.V. Alejandro Martínez-Baena - Doctor en Educación Física con Mención Internacional, Licenciado en Ciencias de la Actividad Física y el Deporte, Licenciado en Pedagogía, Diplomado en Educación Física, Máster en Entrenamiento Personal y Experto en Promoción de Salud en contextos sanitarios, educativos y sociales, por la Universidad de Granada. En la actualidad, profesor ayudante doctor en la Facultad de Ciencias de la Actividad Física y el Deporte en la Universitat de València. Mi principal línea de trabajo y mis investigaciones publicadas corresponden al ámbito pedagógico y de la didáctica de la Educación Física, así como al ámbito de la salud. Contactos emails: [email protected] [email protected] [email protected] 14 La incorporación de la mujer valenciana al deporte 1880-1936 Recaredo Agulló Albuixech Associació d’Amics de la Federación Universitaria Escolar (F.U.E) Víctor Agulló Calatayud Departament de Sociologia i Antropologia Social. Facultat de Ciències Socials. Universitat de València En esta comunicación tratamos de mostrar el difícil camino que tuvo que recorrer la mujer valenciana que deseaba acceder a la práctica deportiva. Valencia, ciudad portuaria y comercial, desde finales del siglo XIX vio como una serie de deportes, llegados la mayoría del Reino Unido o Francia, se fueron incorporando de un modo lento y discontinuo a los tiempos de ocio de una incipiente clase media y de una burguesía adinerada. Las mujeres que tuvieron conciencia de la importancia de la práctica del deporte debieron superar la mentalidad retrograda de una sociedad mayoritariamente machista, paternalista y en la que la función principal de la mujer era la procreación y la atención al marido. Igualmente la carencia de instalaciones apropiadas para las mujeres, la opinión contraria de pedagogos, hombres de iglesia y políticos fueron otros de los hándicaps a los que tuvieron que hacer frente. Sin embargo, a lo largo del periodo analizado veremos en acción a las primeras profesionales del deporte (pelota vasca), a muchas niñas gimnastas, unas pocas tenistas, y algunos equipos de fútbol, así como la presencia de valencianas en los estadios de atletismo, las piscinas, y las canchas de baloncesto. La metodología utilizada se ha basado en la consulta de la prensa valenciana de la época y los libros y tratados sobre tema deportivo. Afortunadamente contamos también con entrevistas de algunas de aquellas mujeres que ya han superado los 100 años de edad. El número de mujeres que practicaron deporte siempre fue muy reducido, si bien creció a partir de los años de la proclamación de la II República, momento en que las mujeres pudieron ejercer el derecho a votar. La labor de los partidos políticos, sindicatos y de la Universitat de Valencia a través de la FUE (Federación Universitaria Escolar) fue decisiva. La prensa valenciana reprodujo un gran número de artículos en los que el deporte femenino en Europa y en los Estados Unidos era el tema central. La incorporación de la mujer a los Juegos Olímpicos a partir de 1928 en Ámsterdam, las proezas de la tenista española Lilí Álvarez en Wimbledon, las fotos de las artistas de cine de Hollywood practicando deporte, así como las corrientes higienistas y naturalistas que llegaban de Europa en las que el cuidado del cuerpo y la belleza del mismo se asociaban con la práctica de los ejercicios físicos y el deporte, suscitaron el entusiasmo de aquellas jóvenes que querían gozar de las mismas sensaciones que sus compañeras. La moda sport fue otro de los factores a tener en cuenta. Una moda que buscaba mostrar toda la belleza que proyectaba la esquiadora en la sierra, la nadadora en la playa, la ciclista en su bici, la mujer que conducía el último modelo deportivo o la atleta en las pistas. En estos intentos de equipararse con las naciones avanzadas estábamos cuando se produjo el golpe militar del julio de 1936. Palavras-chave: Historia del deporte, Estudios de género, Análisis de la prensa escrita Recaredo Agullo Albuixech, doctor (sobresaliente cum laude por unanimidad) en Filología por la Universitat de València. Sus líneas de investigación se centran en el estudio del léxico y en la historia del deporte valenciano. Entre sus publicaciones destacan La Historia del atletismo valenciano (1985), Las carreras populares en Valencia 1810- 1989 (1989), Las carreras populares la gran fiesta deportiva de los pueblos valencianos (1999), Antonio Pérez Perales, atleta de la Font de la Figuera (2000), El Diccionario Espasa de términos deportivos (2003), Un siglo de atletismo valenciano 19072008 (2008). Coordinador del área deportiva de la Gran Enciclopedia de la Comunidad Valenciana, editada por el diario Levante-El Mercantil Valenciano a lo largo de los años 2005 y 2006. Licenciado en Historia y Geografía. Colaborador en diversos medios de comunicación: Hoja del Lunes de Valencia, Marca, Diario de Valencia, El País, Las Provincias, Levante-El Mercantil Valenciano, las revistas l’Esport i temps lliure, Saò y diversas publicaciones de carácter científico. Víctor Agulló. Diplomado en Trabajo Social y Licenciado en Sociología por la Universitat de València. Diploma de especialista en Investigación Social Aplicada y Análisis de Datos por el Centro de Investigaciones Sociológicas (CIS). Profesor ayudante del Departamento de Sociología y Antropología Social de la Universitat de València donde imparte materias como Sociología del Deporte y Métodos y Técnicas de Investigación Social. En 2007 completó su formación en metodología cualitativa en el National Development Research Institute de Nueva York. Es autor de numerosos libros y artículos científicos sobre drogodependencias, deporte, análisis de redes sociales, divulgación científica, inmigración y sociolingüística, áreas sobre las que también participa en diversos proyectos de investigación. En 2010 obtuvo el Premio al Mérito Deportivo del Ayuntamiento de Valencia a la mejor obra de divulgación deportiva. Ha sido profesor invitado en universidades de Uruguay, Brasil, Islandia y Bélgica. Contactos email: [email protected] 15 IV CONGRESSO de HISTÓRIA e Desporto DESPORTO & SEXUALIDADE A actIvidade física e as imagens de feminilidade em Portugal (1940-1950) Alcino Pedrosa GHD-IHC/CEIS20 A minha comunicação tem como objectivo principal estabelecer relações entre a cultura desportiva e as imagens de feminilidade, em Portugal, nas décadas de 1940-1950. Utilizei como fonte para esta pesquisa os dados das federações e associações desportivas e as várias publicações femininas existentes neste período. A escolha de publicações como fonte para esse trabalho permitiu uma abordagem mais ampla, relacionando a cultura desportiva com o imaginário colectivo, os costumes e modos de vida da população portuguesa nesta época. As práticas corporais e desportivas eram vistas como conquistas para as mulheres, mas ao mesmo tempo constituíam uma ameaça à ordem vigente, ao sistema de valores que a suportava e à própria representação de feminilidade dominante. Nesse quadro, se devem perceber as várias retóricas desportivas produzidas, sustentando a limitação de algumas práticas pelas mulheres. Os principais argumentos apresentados focalizavam-se no factor biológico, sublinhando as diferenças anatómicas e fisiológicas, bem como o perigo de masculinização da mulher. A título de conclusão, a comunicação sublinha que, apesar das enormes limitações impostas às mulheres dentro das práticas corporais e desportivas, o seu ingresso neste universo representou uma conquista, ao permitir a sua saída do espaço privado do lar e a entrada na esfera pública. Palavras-chave: Cultura desportiva, Mulher, Emancipação, Práticas corporais Alcino Pedrosa - Mestre em História Cultural e Política (séculos XIX e XX); Investigador do Instituto de História Contemporânea (FCSH-UNL) e do Grupo de História e Desporto (IHC-FSSH-UNL) /CEIS 20); Membro da Associação Ibérica de História do Pensamento Económico e da Associação de História Económica e Social. Contactos email: [email protected] 16 El Deporte como herramienta estratégica en la construcción de la marca Canal + España Luis Miguel Pedrero Santiago Escalada Universidad Pontificia de Salamanca Esta investigación se plantea a partir de la hipótesis de trabajo según la cual el contenido deportivo ha constituido una herramienta decisiva en la construcción estratégica de la marca Canal + España. El objetivo de este análisis es identificar los diferentes estratos que funcionan como indicadores del proceso coherente en la construcción estratégica de una marca (Davis, 2010): para ello se desarrolla un proceso de estudio escalable que parte de lo más concreto (ejecucional) hasta lo más general (estratégico) pasando por un estadio intermedio (táctico). El estudio también pretende reflejar el carácter eminentemente “targetizador” del canal privado español lo que permite comprobar cómo evoluciona su relación con los usuarios. Especialmente interesante es la evolución que experimenta el uso de la publicidad del canal en cuanto al contenido deportivo y los roles de género (la figura masculina clásica inicial pasa a compartir protagonismo con una femenina cada vez más presente, formando finalmente una fusión en el campo de la experiencia de marca). Del análisis llevado a cabo a partir de la documentación e información recogida para esta investigación se pueden extraer las siguientes conclusiones: - Canal + España nace como un canal de pago cuyos principales valores son la calidad y la exclusividad de sus contenidos, especialmente en los géneros de la ficción y el deporte. Los valores del canal se asocian directamente a un perfil, no a un género concreto. - Existe una apuesta clara por el trabajo profesional de branding dentro de Canal + España, lo que con el tiempo se ha materializado en una percepción muy clara de la marca por parte de todos sus usuarios (desarrollo de perfil “way of life” en detrimento de targetizar por gustos tradicionalmente asociados al género masculino o femenino). - Canal + España construye marca a través de su contenido deportivo. “Los deportes han sido una seña de identidad de nuestra marca desde sus inicios; tenemos un estilo propio y diferencial que se resume en una regla no escrita que circula internamente: “en Canal + sólo se gritan los goles”. La marca asocia valores estratégicos a un contenido temático premium, lo que permite targetizar; así crea diálogos y conexiones más potentes y duraderas en el tiempo con sus usuarios sin diferenciar entre si son hombres o mujeres. Canal + España targetiza en torno a un perfil de usuario cualitativo: exigente, apasionado y que sabe apreciar los contenidos de calidad. En ningún caso diferencia entre sexos, y siempre aparece reflejado el perfil estratégico de la marca tanto en hombres como en mujeres. - Existe una clara evolución en la promoción publicitaria del contenido deportivo asociado a la marca Canal + en cuanto a sexos. Mientras que en su comienzo el deporte reflejaba un perfil masculino, a medida que el canal evoluciona y busca la experiencia de marca a través de un “way of life” de usuario la mujer va ganando peso en la publicidad hasta llegar a una relación de igualdad que se refleja tanto en el contenido deportivo, como en la promoción del resto de contenidos del canal. Palavras-chave: Deporte, Canal + España, experiencia de marca Luis Miguel Pedrero es Catedrático de Estructura de la Comunicación en la Facultad de Comunicación de la Universidad Pontificia de Salamanca, donde dirige el Máster Oficial en “Comunicación e Información Deportiva” y coordina el Equipo de Investigación e Innovación “Media and Audiovisual Culture”. Ha publicado La radio musical en España, La industria audiovisual y publicitaria en Castilla y León (con A. Badillo y M. Fuertes) y La televisión y los niños (con JJ. Muñoz). Es miembro honorífico de AERO (Asociación Española de Radio Online). Edita los periódicos digitales Pantallas, Ondas, Frames y Bits y Pictures & Sounds, Screens & Bits. Santiago Mayorga Escalada es investigador y doctorando en la Facultad de Comunicación de la Universidad Pontificia de Salamanca. Su línea de investigación es la situación del branding como proceso de planificación y gestión estratégica de marca en la universidad española y el sector profesional. Miembro de la Asociación Española de Investigadores en Comunicación. Experto en Creatividad y Planificación Estratégica (UCM). Máster en Comunicación en Información Deportiva (UPSA). Ha publicado en torno a branding y clubes de fútbol profesionales en España. Moderador de la mesa ‘Investigación, Comunicación y Deporte’ en el Congreso Internacional Latina de Comunicación Social. Contactos emails: [email protected] [email protected] 17 IV CONGRESSO de HISTÓRIA e Desporto DESPORTO & SEXUALIDADE Futebol é coisa para homem”: o ethos e a práxis das masculinidades na imprensa desportiva brasileira José Carlos Marques UNESP – Universidade Estadual Paulista, Brasil O campo do jornalismo configurou-se historicamente como uma atividade profissional ocupada eminentemente por homens. Esta peculiaridade também caracterizou e ainda vem caracterizando inúmeras áreas e círculos sociais, no Brasil e em todo o mundo, e com o jornalismo desportivo não tem sido diferente. Entretanto, nas últimas quatro décadas, a mulher acabou por assumir postos e funções a que não tinha acesso anteriormente. No trabalho da comunicação social, esta tendência mantém-se, mas à mulher ainda está impedido o trabalho de comentador desportivo e de locutor de jogos e partidas. Basicamente, mulheres atuam no jornalismo desportivo como repórteres e apresentadoras de programas de TV. Por outro lado, nos cursos de comunicação social das universidades brasileiras, há cada vez mais mulheres compondo as turmas, numa proporção que varia entre 60% e 70% do alunado. Naturalmente, estes números têm provocado o aparecimento de mais mulheres no campo profissional do jornalismo. Entretanto, os homens ainda tendem a se interessar mais pelo desporto – daí o fato de as mulheres ainda apresentarem-se em menor número nas redações das empresas de comunicação. Este cenário atesta como o mundo do esporte, especialmente o do futebol, ainda é dominado por uma mentalidade de valorização das masculinidades. Isso explica, em parte, por que a mulher demorou a se inserir no jornalismo desportivo e por que assumiu apenas algumas atividades nessa área. Como consequência, o discurso da imprensa desportiva brasileira, em pleno Século XXI, ainda reproduz práticas que buscam estigmatizar tanto o ethos das masculinidades como o das feminilidades. Em programas de televisão, imperam formatos em que a mulher comparece quase que invariavelmente na função de apresentadora, num paradigma proposital de valorização da beleza e da sensualidade, e a ela é quase vedado o espaço do comentário e da opinião. Na mesma medida, mulheres não operam a função de narrador em transmissões esportivas, e sua presença no rádio esportivo dá-se pela total ausência de vozes femininas – a não ser no trabalho de reportagem de campo. No meio impresso, jornais esportivos e diários populares continuam a explorar o corpo feminino como elemento de atração das audiências, além de reproduzir estigmas que apontam para práticas sexistas, quando não homofóbicas. Atletas que assumem relações homoafetivas continuam sendo discriminados e estigmatizados, não só por adeptos, mas também no tratamento que recebem dos media, que por vezes propagam, por meio de suas coberturas, velhos ditados e máximas assertivas, como “futebol é coisa para homem”, “futebol é coisa pra macho” ou “o sujeito pode mudar de mulher, pode até mudar de sexo, mas jamais muda de clube”. Nesta comunicação, buscamos construir uma narrativa histórica de como a presença da mulher vem sendo incorporada pelos media brasileiros na área do desporto e como o discurso da imprensa desportivo ainda é refém da afirmação de masculinidades, tanto em sua práxis como na manutenção de um ethos pouco permeável a olhares que superem o preconceito de gênero. Para tal, nossas considerações serão postas em marcha por meio de conceitos advindos da Análise do Discurso de linha francesa. Palavras-chave: Futebol, Jornalismo desportivo, Masculinidades José Carlos Marques é docente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e do Departamento de Ciências Humanas da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Universidade Estadual Paulista (UNESP – Brasil). Doutor em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP) e Mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Licenciou-se em Letras pela Universidade de São Paulo. É autor do livro O futebol em Nelson Rodrigues (2ªed., São Paulo: EDUC, 2012) e de diversos artigos em que discute as relações entre comunicação, história e desporto. É Líder do GECEF (Grupo de Estudos em Comunicação Esportiva e Futebol, do Departamento de Ciências Humanas da UNESP) e integrante do LUDENS (Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Futebol e Modalidades Lúdicas, do Departamento de História da USP). Durante dois mandatos (2008-2011 e 2011-2014), foi Diretor Administrativo da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Atuou ainda como árbitro profissional de futebol de 1992 a 2000. Contactos email: [email protected] 18 Jogos Tradicionais Femininos do Alentejo José Calado GHD-IHC/CEIS20 Ao raiar do sol os maridos, filhos e filhas solteiras partiam para os campos onde enfrentavam árduas e intermináveis horas de trabalho na infindável planície alentejana, regressando apenas após o pôr-do-sol. Durante todo esse tempo as laboriosas e dedicadas mulheres alentejanas permaneciam em casa num reboliço de atividades domésticas que não pareciam ter fim. A rotina diária era dura, havia que cuidar dos filhos menores (que ainda não podiam trabalhar), cozinhar para toda a família, lavar e secar a roupa e toda uma panóplia de outras atividades inerentes à lida da casa. A partir do pôr-do-sol e depois de muito labutar, começam a chegar os seus entes queridos, que vêm cansados, extasiados e famintos. Nesta ocasião e com um sorriso nos lábios lá está ela, a devota esposa e mãe de família, pronta para os receber, com comida na mesa e uma cama lavada para lhes conceder o merecido descanso. Depois de retemperarem forças ao jantar, os nobres trabalhadores rurais confraternizam um pouco ao serão, mas rapidamente sentem necessidade de se deitar e de dormir o seu sono reparador. Se o dia para os seus heróis terminou, para ela ainda não, há que fazer as últimas tarefas do dia, tais como preparar a merenda para o dia seguinte ou coser o último remendo nas suas já muito consertadas roupas. Era a última a deitar-se, mas também a primeira a levantar-se no dia seguinte, de forma a garantir que nada lhes faltava. Com tanto para fazer, o seu tempo livre era ínfimo e as atividades de lazer ainda mais esporádicas. Mas, por vezes, nos serões mais desafogados, aos Domingos, Dias Santos ou nas raras ocasiões em que tinham esse privilégio, aproveitavam o seu tempo para se distrair, para praticar e transmitir às suas descendentes pequenos jogos ancestrais aprendidos com as suas mães e avós. Estas atividades de lazer de regras muito simples e singelas, eram habitualmente praticadas com materiais do quotidiano e poderiam ter algumas ladainhas associadas. Nesta comunicação iremos divulgar alguns desses jogos tradicionais femininos, quase todos caídos em desuso e cuja memória se arrisca a perder-se no tempo. Trata-se de uma pequena amostra retirada de um estudo de caso mais amplo, realizado em Redondo no início do Século XX, que daria origem a uma publicação em 2007. Palavras-chave: Lazer, Tradição, Mulher José Calado, é licenciado em História pela Universidade de Évora e mestrando no curso de Políticas de Saúde e Bem Estar, ministrado pela mesma Universidade. Tem-se dedicado fundamentalmente à História Local e Regional do Alentejo, contando atualmente com sete publicações editadas nesse área. No âmbito da História do Desporto tem estudado essencialmente o advento do fenómeno desportivo no Alentejo, em especial no Concelho de Redondo. Institucionalmente faz parte de dois centros de investigações nacionais, CIDHEUS (Universidade de Évora) e CITCEM (Universidade do Porto) e membro colaborador no Grupo de História e Desporto. Contactos email: [email protected] 19 IV CONGRESSO de HISTÓRIA e Desporto DESPORTO & SEXUALIDADE LGBT participation in sport: Spaces of inclusion and exclusion Scott Lawley Nottingham Trent University, UK Nottingham, the home city of the author, holds a significant position in the history of sports and sexuality. Justin Fashanu, to date the only English football player to come out as gay and continue a professional football career, was made an outcast at Nottingham Forest FC when rumours of his sexuality first emerged in the early 1980s. This paper examines the positive changes that have taken place in sport since Fashanu, whilst noting that there remains a significant lack of visibility of LGBT participants at both elite and grassroots levels in sports, alongside pressures which still serve to exclude LGBT participants from sport. The paper examines the history of initiatives to tackle homophobia and promote LGBT inclusion in sport. Whilst these have had considerable success, it is suggested that they have also been limited by the use of broad, imprecise definitions of ‘sport’ and ‘homophobia’ which obscure their local, contingent and spatial nature. Drawing on the analysis of Lefebvre (1991) as space being socially produced and Butler’s (1990, 1993) phenomenological analysis of gender performativity, the paper suggests that individual sports organisations and spaces are the level of analysis at which both an understanding of problem and an implementation of the solution are at their most effective. The implications for this are analysed using the history of two particular sets of initiatives: First, drawing on the author’s own disciplinary background, there have been organisational initiatives aimed at promoting attitude, cultural and social change. These have generally combined regulatory measures with educational and awareness initiatives. The paper acknowledges the importance of broad initiatives within sport, but suggests that they only achieve success when implemented in the context of individual sports spaces. Second, the particular role of LGBT sports groups in this history is examined. Foucault’s (1986) concept of heterotopia is used to analyse these groups as real, localised spaces which are at once a part of sport but in some ways invert and challenge its norms. Such groups are fragmented in both organisational aims (Hekma, 1998) and in the motivations of their participants (Elling et al 2003). Whilst such groups have played a part in changing attitudes within sport, their heterogeneous nature means that they cannot be viewed simplistically as a form of unified resistance against a hegemonic concept of homophobia. In both cases, it is suggested that lessons from history offer no simple answers, with the effectiveness of initiatives being witnessed in multiple, heterogeneous spaces rather than in broad, simplistic and utopic declarations against ‘homophobia in sport.’ Nevertheless, it is within such spaces that a more incremental and ‘critically performative’ (Spicer et al, 2009) change in the landscape of sports and sexuality has been witnessed since the days of Fashanu. References: Butler, J. (1990). Gender trouble: feminism and the subversion of identity. Routledge: London. Butler, J. (1993). Bodies that Matter: On the Discursive Limits of” sex”. Psychology Press: New York Elling, A., De Knop, P., & Knoppers, A. (2003). Gay/Lesbian Sport Clubs and Events Places of Homo-Social Bonding and Cultural Resistance?. International Review for the Sociology of Sport, 38(4), 441-456. Foucault, M., & Miskowiec, J. (1986). Of other spaces. Diacritics, 16(1), 22-27 Hekma, G. (1998). “As Long as They Don’t Make an Issue of It…” Gay Men and Lesbians in Organized Sports in the Netherlands. Journal of Homosexuality, 35(1), 1-23 Lefebvre, H. (1991). The production of space (Vol. 142). Blackwell: Oxford. Spicer, A., Alvesson, M., & Kärreman, D. (2009). Critical performativity: The unfinished business of critical management studies. Human Relations, 62(4), 537-560. Palavras-chave: LGBT, Spatiality, Change Dr. Scott Lawley is a Senior Lecturer in Organization Studies at Nottingham Business School, Nottingham Trent University, UK. His research and teaching interests include poststructural approaches to organization theory; gender, sexuality and diversity in organizations; and organizational change. Along with Dr. Daniel King, he is the author of the textbook Organizational Behaviour (Oxford University Press, 2013). More recently, these interests have been combined with perspectives from the sociology of sport to examine LGBT issues in sport, in particular the role of LGBT sports groups in sports development and inclusion and causes of exclusion from sport on the grounds of LGBT identity. In doing this, he draws on practitioner and activist experience which has included being a founder and Chair of and LGBT community football club in Nottingham, UK; and working as a part of the core team of the international Football v Homophobia campaign. In this latter capacity, he has advised professional football clubs; university sports providers; sports journalists; and political and government bodies in the UK on issues around LGBT inclusion in sport. Contactos email: [email protected] 20 A Homofobia no Desporto: o caso de estudo (exemplar?) da NBA Francisco Soares de Oliveira Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Com esta comunicação, pretende mostrar-se, através do exemplo da NBA (a liga profissional de basquetebol dos EUA), uma das ligas desportivas mais inovadoras ao nível das regras do jogo (dentro e fora do campo), que a homofobia no desporto está tão presente quanto camuflada mas cuja desmitificação é já bem real e que começa a homossexualidade a ser, em particular publicamente, progressivamente muito mais aceite pelos seus intervenientes. Em Abril de 2013, o basquetebolista da NBA Jason Collins declarou publicamente a sua homossexualidade. Atleta com doze anos de experiência na liga, muito respeitado pela qualidade do seu jogo, sobretudo a nível defensivo, e pela sua personalidade, sobretudo dentro do balneário, encontrava-se, na altura do seu anúncio, desempregado. Após a sua declaração, os New Jersey Nets (a sua primeira equipa enquanto profissional e, à data, treinada pelo seu ex-colega Jason Kidd) acabariam por contratá-lo, em Fevereiro de 2014, até ao final da época. As reacções nos EUA àquela declaração e, sobretudo, a esta contratação foram globais e, sobretudo, transversais; de jogadores a ex-jogadores (o mais famoso e habitualmente contundente dos quais, Charles Barkley, declarou que já se sabia há anos que inúmeros jogadores da NBA eram homossexuais e que os colegas das respectivas equipas nenhum problema tinham com isso), de árbitros a treinadores (Mark Jackson, dos Golden State Warriors, foi o único treinador que, publicamente, se declarou desconfortável com a situação – e, curiosamente, não viu o seu contrato prolongado no final dessa época), de comentadores televisivos a praticantes e ex-praticantes de outras modalidades, de presidentes dos clubes ao próprio comissário da NBA. Afinal de contas, tratava-se do primeiro jogador no activo das quatro maiores ligas desportivas profissionais dos EUA a assumir-se como homossexual. Já antes de Collins, em Fevereiro de 2007, John Amaechi, ex-jogador da NBA, tinha assumido a sua homossexualidade publicamente mas, neste caso, já depois de terminada a carreira. No caso de Jason Collins, embora tenha sido aquela a sua última época (afinal de contas, a sua idade assim o justificava), o facto de assumir a sua homossexualidade publicamente ainda no activo causou uma onda de solidariedade quase consensual, tornando-o um genuíno percursor numa matéria envolta desde sempre numa grande mistificação, embora com alguns avanços históricos pontuais na sua desconstrução, aliás em mais desportos que não somente o basquetebol (Martina Navratilova no ténis – no caso das senhoras, e Greg Louganis nos saltos para a água – no caso dos homens, são, porventura, dois dos exemplos maiores). Pretende, então, esta comunicação mostrar como a homofobia no desporto, no caso concreto da NBA, continua a sofrer de uma mistificação muito forte mas que, na verdade, ao nível da mentalidade dos seus intervenientes e do público em geral, ela vai sendo, publicamente, desconstruída e a homossexualidade naquele meio genuinamente aceite. Palavras-chave: Homossexualidade, Publicamente, (Des)mistificação Francisco Soares de Oliveira é natural de Coimbra onde reside há 36 anos. Tendo começado a estudar francês desde muito cedo, acabou por ingressar em Direito para rapidamente perceber que a sua área de interesse era outra, a das Humanidades. Depois de uma breve incursão em Relações Internacionais, está, agora, em Turismo, Lazer e Património onde se sente, finalmente, em casa. Para isso, muito contribuiu, certamente, o facto de trabalhar na Faculdade de Letras, organizando, desde há 16 anos, cursos de português para estrangeiros com uma forte componente cultural. Realizou várias traduções, retroversões e serviço de intérprete para fins vários, é autor de duas críticas de cinema publicadas, de uma comunicação sobre “comunicar num contexto turístico de aprendizagem” e de um capítulo sobre “actividades culturais num curso de língua e cultura”. Algumas das suas áreas de interesse actuais são o cinema americano de autor, a world cuisine, a programação cultural e o turismo criativo. Contactos email: [email protected] 21 IV CONGRESSO de HISTÓRIA e Desporto DESPORTO & SEXUALIDADE As arquiteturas corporais construídas pelas atletas de fisiculturismo no Brasil Angelita Alice Jaeger Universidade Federal de Santa Maria, Brasil Esta investigação analisa discursos produzidos e que produzem o fisiculturismo brasileiro, especificamente, aqueles enunciados que ensinam as mulheres a construírem os corpos que essa modalidade esportiva exige. Ancorada nos Estudos Culturais e de Gênero e na História do Corpo, busca responder as seguintes questões: Que arquiteturas corporais são construídas pelas mulheres no fisiculturismo? Como as atletas constroem os seus corpos? Que enunciados gerenciam o seu cotidiano? Como se posicionam as atletas em razão dessas proposições? O material empírico foi colhido em revistas, sites e em entrevista com uma atleta. Posteriormente, foi organizado em categorias de análise as quais apontam que no fisiculturismo brasileiro circulam discursos advindos de diferentes fontes, cujos ensinamentos orientam e indicam os procedimentos a serem seguidos pelas atletas em seu cotidiano, os quais resultam em arquiteturas corporais ajustadas às diferentes modalidades que constituem o esporte no país. Para tanto, é preciso capturar as singularidades de cada corpo construído, perscrutando a intimidade das configurações corporais, esmiuçando os seus detalhes em busca de semelhanças, diferenças e peculiaridades na produção de cada desenho corporal. No Brasil há duas entidades que estruturam e organizam as competições de fisiculturismo, uma com perspectiva amadora denominada National Amateurs Bodybuilding Association (NABBA-Brasil) e outra chamada Confederação Brasileira de Musculação, Fisiculturismo e Fitness (CBMFF) ligada à International Federation of Body Building (IFBB). As análises do material empírico indicam que a modalidade praticada por mulheres passou e vem passando por constantes modificações nos últimos anos, as quais incidem, sobretudo, na contenção dos volumosos contornos musculares, cuja justificativa central pretende assegurar uma pretensa representação de feminilidade normalizada. Atualmente, as mulheres tem a possibilidade de competir em cinco distintas categorias, considerando as normas da CBMFF, a saber: bikini fitness, welness fitnesss, fitness coreográfico, bodyfitness e women physique. O que separa uma categoria da outra é mais ou menos definição e, sobretudo, volume muscular, o que resulta na produção de diferentes arquiteturas corporais. Para construir, delinear e ressaltar cada feixe de fibra muscular é prescrito: treinamentos com pesos, dietas rigorosas, suplementação alimentar, medicamentos e recursos ergogênicos. Esse conjunto de recomendações é associado aos discursos do impacto da boa genética e da disciplina diária na incorporação das prescrições. A combinação dessas unidades de saberes indicam modos peculiares de intervir nos corpos femininos com o propósito de cultivar, aumentar, definir e aprimorar os contornos musculares, a fim de adequá-los e ajustá-los ao que preconiza esse esporte e, em particular, a cada modalidade esportiva. É da mensuração das formas que advém o olhar que esquadrinha milimetricamente os detalhes das arquiteturas corporais, os quais são engendrados na própria carne. Afinal, o que conta no fisiculturismo brasileiro é exibir um bom shape, ou seja, mostrar um corpo trincado, com efeito rasgado e a pele com uma textura próxima à do papel, parecendo estar colada sobre os músculos. Esses discursos são produtivos e incitam as atletas a buscarem a definição, o volume e a simetria muscular dos seus corpos, a qualquer preço, visto ser esse um esporte em que, aparentemente, vale tudo. Palavras-chave: Corpo, Mulheres, Esporte, Fisiculturismo Faz pós-doutoramento na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. É professora adjunta do Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal de Santa Maria/Brasil, onde lidera o grupo de estudos e pesquisas sobre Diversidade, Corpo e Gênero (GEDCG). A partir das ciências socais e humanas investiga os seguintes temas: cultura, representações de corpo, relações de gênero e sexualidades na interface com as práticas corporais e esportivas e, também, em relação ao processo de envelhecimento. Contactos email: [email protected] 22 Estudios de género en las revistas españolas de ciencias del deporte (2005-2014) Laura Buchón Pere Molina Víctor Agulló Universitat de València El género es una construcción social que hace referencia al conjunto de características diferenciadas que cada sociedad asigna a hombres y mujeres. Los estudios de género son aquellos que ponen su foco de atención sobre temas donde se utiliza el género como principal categoría de análisis. Dentro de este grupo se incluyen los estudios feministas, los estudios sobre masculinidad y los estudios LGBT (lesbianas, gais, bisexuales y transexuales). Los estudios de género reflejan la lucha socio-política por la igualdad de género en todos los ámbitos de la vida, incluido el de las actividades físico-deportivas. El objetivo de este trabajo fue identificar, categorizar y analizar los artículos relacionados con los estudios de género, publicados en la última década (de 2005 a 2014, incluidos) en las 12 revistas españolas del ámbito de Ciencias de la Actividad Física y el Deporte (CCAFD) de mayor prestigio científico-académico. Para la selección de estas revistas se utilizaron como criterios: el estar indizadas en la base de datos Scopus o el poseer el Sello de Calidad de la Fundación Española para la Ciencia y la Tecnología (FECYT). El análisis tuvo tres fases: 1) localización de artículos relacionados con los estudios de género en las 12 revistas seleccionadas; 2) categorización de sus características (área de conocimiento y contenido disciplinar, técnicas de recogida de datos y autoría, colaboración e instituciones productoras); 3) análisis cuantitativo descriptivo a través de frecuencias y porcentajes. De los 2885 artículos publicados en la década analizada, 38 son estudios de género; lo que corresponde a un 1,32% del cómputo total de los artículos publicados en las revistas seleccionadas. Una cifra muy baja, a juzgar por la relevancia social de la temática. En este sentido, se sugiere que los equipos editores de las revistas desarrollen algún tipo de estrategia o promuevan algún incentivo que estimule la productividad y conlleve la publicación de un mayor número de trabajos relacionados con los estudios de género en ciencias de la actividad física y del deporte, como, por ejemplo, dedicar algún monográfico al respecto. Palavras-chave: Feminismo, Masculinidad, LGBT Laura Buchón. Estudiante de 4º curso en el Grado de Ciencias de la Actividad Física y el Deporte en la Universitat de València (UV). Estancia de 10 meses en el programa Erasmus en la Facultad de Kinesiología de la Universidad de Zagreb (Croacia). Cuenta con experiencia profesional en el ámbito del arbitraje en balonmano. En la actualidad, se encuentra finalizando su Trabajo de Fin de Grado, sobre el análisis de los estudios de género en las publicaciones científicas españolas de ciencias de la actividad física y el deporte. Pere Molina. Licenciado en Educación Física y Diploma en Estudios Avanzados en Educación Física y Deportes por la Universitat de València (UV). Actualmente es profesor titular de escuela universitaria, impartiendo docencia en el Grado en Ciencias de la Actividad Física y el Deporte (CCAFD), en el Máster de Investigación en CCAFD y en el Máster en Profesorado de Educación Secundaria (Especialidad Educación Física) de la UV. También ejerce el cargo de Vicedecano de Ordenación Académica de la Facultad de Ciencias de la Actividad Física y del Deporte de la UV. Su principal ámbito de investigación es la enseñanza de la educación física y el deporte, donde ha publicado numerosos trabajos. Víctor Agulló. Diplomado en Trabajo Social y Licenciado en Sociología por la Universitat de València. Diploma de especialista en Investigación Social Aplicada y Análisis de Datos por el Centro de Investigaciones Sociológicas (CIS). Profesor ayudante del Departamento de Sociología y Antropología Social de la Universitat de València donde imparte materias como Sociología del Deporte y Métodos y Técnicas de Investigación Social. En 2007 completó su formación en metodología cualitativa en el National Development Research Institute de Nueva York. Es autor de numerosos libros y artículos científicos sobre drogodependencias, deporte, análisis de redes sociales, divulgación científica, inmigración y sociolingüística, áreas sobre las que también participa en diversos proyectos de investigación. En 2010 obtuvo el Premio al Mérito Deportivo del Ayuntamiento de Valencia a la mejor obra de divulgación deportiva. Ha sido profesor invitado en universidades de Uruguay, Brasil, Islandia y Bélgica. Contactos emails: [email protected] [email protected] [email protected] 23 IV CONGRESSO de HISTÓRIA e Desporto DESPORTO & SEXUALIDADE O futebolista e a ideia de mulher – olhares a partir de biografias desportivas Francisco Pinheiro GHD-Grupo História e Desporto – IHC-UNL/CEIS20-UC No final da década de 1970, o investigador canadiense J. Stott (1979) publicou um artigo em que examinava as relações entre os contos de fadas infantis, o sonho americano, o papel social do desporto norte-americano e a escrita das biografias de desportistas. Segundo o autor, este género de biografias eram estruturadas à volta da ideia do Sonho Americano, que em si mesmo apresentava derivações dos contos de fadas. O autor questionava o valor pedagógico, histórico e social deste género de biografias, especialmente tendo em conta o que era publicado e o que era omitido nas mesmas. Para Stott a generalidade destas biografias tinha um cariz moralista, abundando exemplos de abnegação, esforço e determinação face à adversidade, omitindo a vida pessoal e familiar dos desportistas, em especial os episódios negativos das suas vidas. Era criada e reforçada a ideia de herói desportivo (de modelo social), tal como sucedia nos contos de fadas. Esta tendência (positivista) da escrita de biografias desportivas inverteu-se a partir da década de 1990 com a publicação de biografias que exploravam, além do lado talentoso das celebridades desportivas, também os aspetos pessoais (sobretudo o lado mais conturbado das suas vidas), como a relação com o alcóol, drogas, crimes, divórcios, infidelidades conjugais, prostituição, entre outros (e.g. OJ Simpson, 2008; Garrincha, 2005; George Best, 2011; Paul Gascoigne, 2006). As biografias desportivas, em si mesmas, representam objetos de estudo (Phillips, 2006) para o historiador do desporto, encontrando-se nelas um conjunto de informações e dados que permitem contextualizar e entender, além das relações desportivas, as interações sociais, humanas, laborais, familiares dos desportistas. Assim, esta comunicação tem como objetivo fazer a análise de conteúdo de (auto)biografias de celebridades futebolísticas internacionais, procurando especificamente imagens sobre a mulher, como é representada (ou não) a feminilidade nessas (auto)biografias, tradicionalmente repletas de imaginários masculinos. Referências bibliográficas Best, G. (2011). Scoring at half-time: adventures on and off the pitch. London: Ebury Digital. Castro, R. (2005). Garrincha: the triumph & tragedy of Brazil’s forgotten footballing hero. England: Yellow Jersey Press. Gascoigne, P. & Davies, H. (2006). Gazza, my story. London: Headline. Phillips, M. (2006). Desconstructing sport history. Albany: State University of NY Press. Simpson, OJ (2008). If I did it: confessions of the killer. USA: Beaufort Books. Stott, J.C. (1979). Biographies of sports heroes and the American Dream, Children’s Literature in Education, 10 (4), pp. 174-185. Palavras-chave: (auto)Biografias, Futebol, Mulher, Feminilidade, Masculinidade Francisco Pinheiro is an Integrate Researcher in CEIS20-University of Coimbra and IHC-Contemporary History Institute-New University of Lisbon, with a post-doctoral fellowship of FCT - Foundation for Science and Technology Portugal). Coordinator of Group for History and Sport (IHC/CEIS20) and Editorial Collection History and Sport, at Editions Afrontamento (Portugal). FCT evaluator and member of the Director board of CEIS20 (2012-2017). PhD in History in 2010, published 9 books, 17 chapters in books and dictionaries, 10 articles in scientific journals, 32 articles in books of abstracts and gave 76 communications in congresses in Portugal, Austria, Brazil, Catar, Denmark, England, Finland, France, Germany, Italy, Scotland, Spain, Sweden, Taiwan and USA. He has 71 items in scientific production and 109 in technical production. Main areas of research: contemporary history, sport and media studies. Contactos email: [email protected] 24 Prejuicios de género en danza: propuesta de intervención pedagógica para las clases de educación física Blai Pascual Pere Molina Alicia Herrero Conservatorio Superior de Danza de Alicante / La Nova en Dansa Universitat de València Cristina Puchades La Nova en Dansa Dentro del contexto educativo se han desarrollado numerosas experiencias hacia el tratamiento de las creencias y actitudes relacionadas con el género. Las actividades físico-deportivas son un ámbito donde se llegan a manifestar de una manera muy patente. La danza académica, por ejemplo, suele asociarse a determinados estereotipos de género. El objetivo de este trabajo es presentar una propuesta de intervención pedagógica en danza relacionada con la percepción del género para ser desarrollada en las clases de Educación Física. La intervención pretende producir un cambio de creencias y actitudes relacionadas con algunos prejuicios y estereotipos de género que el alumnado pueda tener asociados a la danza. La propuesta ha sido elaborada colaborativamente entre la Unidad de Teoría y Pedagogía de la Actividad Física y del Deporte, de la Universitat de València, y La Nova en Dansa de Xàtiva. A través de diferentes reuniones, se fueron discutiendo y configurando las características prácticas de la propuesta. Así se decidió utilizar la película Billy Elliot como recurso didáctico. Y también se decidió que fuese un profesor de Educación Física quien impartiese las clases, en lugar de una profesora especialista en danza. La propuesta se orienta a estudiantes de Educación Secundaria, concretamente de 3º y 4º curso de la ESO y 1º de bachillerato. Consta de las siguientes fases: 1) administración inicial al alumnado de un cuestionario sobre género y actividades físico-deportivas (pre-test); 2) visionado de la película Billy Elliot; 3) debate de la película en pequeños grupos conformados a partir de las respuestas al cuestionario; 4) desarrollo de una unidad didáctica de danza educocreativatm de 4 sesiones prácticas, cuyas actividades se inspiran en diversas escenas de la película con la intención de focalizar cada sesión sobre un estereotipo de género en concreto; 5) muestra final del desarrollo de las actividades al alumnado de otros cursos; 6) administración final al alumnado del cuestionario sobre género y actividades físico-deportivas (post-test). Además del cuestionario, también se utilizará como instrumento de recogida de datos, un diario de clase donde cada estudiante exprese sus impresiones sobre las actividades desarrolladas en las distintas sesiones. Palavras-chave: Actitudes, Estereotipos sexuales, Billy Elliot Blai Pascual. Graduado en Ciencias de la Actividad Física y el Deporte por la Universitat de València (UV). Actualmente cursando el Máster en Profesorado de Educación Secundaria (Especialidad Educación Física) y el Máster en Optimización del Entrenamiento en el Adulto Mayor, desde la terapéutica hasta el atleta máster por la UV. Preparador físico. Ha escrito diversos artículos de carácter divulgativo sobre actividad física y deporte. Ha participado en diversos congresos relacionados con la actividad física, el deporte y la danza. Pere Molina. Licenciado en Educación Física y Diploma en Estudios Avanzados en Educación Física y Deportes por la Universitat de València (UV). Actualmente es profesor titular de escuela universitaria, impartiendo docencia en el Grado en Ciencias de la Actividad Física y el Deporte (CCAFD), en el Máster de Investigación en CCAFD y en el Máster en Profesorado de Educación Secundaria (Especialidad Educación Física) de la UV. También ejerce el cargo de Vicedecano de Ordenación Académica de la Facultad de Ciencias de la Actividad Física y del Deporte de la UV. Su principal ámbito de investigación es la enseñanza de la educación física y el deporte, donde ha publicado numerosos artículos. Alicia Herrero. Licenciada en Coreografía e Interpretación por el Conservatorio de Danza de Valencia y Diplomada en teatro y danza por London Studio Centre-Universidad de Middlessex, Reino Unido. Formada en diversas técnicas terapéutico-corporales. Actualmente estudia el Grado de Pedagogía de la Danza. Catedrática interina del Conservatorio Superior de Danza de Alicante, directora del Itinerario Danza educativa, comunitaria y del bienestar. Dirige y colabora en proyectos de investigación educativa y artística en torno a la danza. Su trayectoria internacional como intérprete y coreógrafa ha sido premiada en España y Reino Unido. Gestora y productora de espectáculos, eventos artísticos, videodanzas y proyectos educativos. Actualmente compagina su labor artístico-creativa entre Italia y España y dirige el estudio de danza y artes del movimiento La Nova en Dansa (Xàtiva). Ejerce la docencia en el campo de la danza, coreografía y técnicas corporales para centros educativos y compañías profesionales internacionales. Crsitina Puchades. Titulada en Danza Clásica, Licenciada en Pedagogía de la Danza por el Conservatorio Superior de danza de Valencia y Curso de Adaptación Pedagógica en la especialidad de Música (UV). Formada en diversas técnicas corporales y musicales. Ha pertenecido como bailarina a la compañía Turia, perteneciente al Conservatorio Profesional de Ribarroja del Turia, y ha realizado diversos proyectos pedagógicos y talleres para instituciones públicas como la Diputación de Valencia, Excmo Ayuntamiento de Alzira y Universitat de València, entre otros. Actualmente ejerce la docencia en el estudio de danza y artes del movimiento La Nova en Dansa (Xàtiva). Contactos emails: [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] 25 IV CONGRESSO de HISTÓRIA e Desporto DESPORTO & SEXUALIDADE O rugby como conteúdo de lazer, feminismo e competitividade no If Sertão-Pe Bartolomeu Barros Junior Instituto Federal do Sertão Pernambucano/Campus Petrolina José Pestana Alpuim Instituto Federal de Brasília/Campus Gama, ULHT/Doutorando em EF, Bolsista CAPES Filipe Dimon Instituto Federal do Sertão Pernambucano/Campus Zona Rural Cara Snyder University of Maryland Introdução: O presente estudo traz uma análise de experiências com a prática do Rugby no IF Sertão-PE. O Rugby não é um esporte do cotidiano da população brasileira, nem tão pouco do sertão nordestino. Sua prática é tímida e o conhecimento dos seus fundamentos técnicos e táticos demanda um aprendizado peculiar, visto que uma de suas caracterísitcas mais presente é o contato físico permanente. A problemática lançada aponta à prática do Rugby por estudantes do sertão pernambucano: entre as motivações para vivenciar o jogo no contexto do lazer, por perspectivas feministas e a formação de equipes competitivas. O estudo tem como objetivo identificar o potencial do Rugby enquanto conteúdo de lazer e esporte. Material e Métodos: A metodologia empregada é a de estudo de caso por observação direta. Resultados e Discussão: Como resultado se constatou que os praticantes recorrem a escolhas próprias e tomadas de atitude em relação ao conteúdo de lazer a ser praticado no tempo disponível das obrigações escolares, baseadas na metodologia de ensino-aprendizagem das experiências e orientações do método de treinamento de Alpuim (2011)... Conclusões: ...e ainda, a formação de equipes de várias categorias masculinas e femininas, a participação em competições de nível regional, visibilidade conquistada e o fortalecimento das relações institucionais entre alunos e alunas dos campi Petrolina e Zona Rural e o engajamento dos professores de educação física. BIBLIOGRAFIA ALPUIM, José Pestana. Metodologia e Pedagogia do Ensino do Rugby. (mimeo) Brasília: IFB, 2011. DELOITTE. Muito além do futebol: estudo sobre esportes no Brasil, 2011. HACKETT, Elizabeth; HASLANGER, Sally Anne. Theorizing feminisms : a reader. Monografia. New York Oxford University Press, 2006. MARCELLINO, Nelson C. Lazer e humanização. Campinas, SP: Ed. Papirus, 1995. MASCARENHAS, F. Dissertação de Mestrado. Lazer e grupos sociais: concepções e métodos. Campinas, SP, 2000. MORGAN, M. Optimizing the structure of elite competitions in professional sport - lessons from Rugby Union, 2002. SAGRILLO, Daniele Rorato; BACCIN, Ecléa Vanessa Canei; BOTH, Vilmar José. Políticas públicas de esporte e lazer: análise do programa de esporte e lazer da cidade. XV CONBRACE E II CONIC - POLÍTICA CIENTÍFICA E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO - 16 a 21 de setembro de 2007. –- Recife : CBCE, 2007. VENTURA, Magda Maria. O estudo de caso como modalidade de pesquisa. Rev SOCERJ: Set/Out. 2007; 20(5): 383-386. Palavras-chave: Rugby, Lazer, Feminismo, IF Sertão-PE BARROS JUNIOR, Bartolomeu - Professor de EF - Instituto Federal do Sertão-PE / Mestre - UFPE ALPUIM, José Pestana: Professor de Gestão Financeira - Instituto Federal de Brasília / Bolsista CAPES / PhD student - ULHT DIMON, Filipe: Professor de EF - Instituto Federal do Sertão-PE / Master student - Universidad de la Empresa (Montevideo) SNYDER, Cara: Graduate Assistent - University of Maryland / Bolsista Fullbright / PhD student - University of Maryland Contactos emails: [email protected] [email protected] 26 Estereotipos de género en el deporte: la percepción del alumnado Javier Monforte Alarcón Joan Úbeda Colomer Fernando Gómez Gonzalvo Pablo Villagrasa Sanz Universitat de València, Espanha En multitud de casos, el deporte contribuye a reproducir y legitimar discursos y prácticas acerca de la superioridad biológica del ‘hombre’, al que se define como vigoroso, activo, habilidoso, fuerte etc. frente a la ‘mujer’, a la cual se le atribuyen cualidades como la delicadeza, pasividad, dependencia y debilidad física. Evidentemente, no todos los hombres ni todas las mujeres poseen las cualidades descritas. Numerosos estudios en la literatura advierten que el deporte ejerce un importante rol en la perpetuación de estereotipos como los anteriores, los cuales resultan en relaciones de género dicotómicas y jerárquicas. Situados en un enfoque pedagógico crítico, y con la mirada puesta en las teorías feministas, el presente trabajo surge de una experiencia de uso del edublog en Educación Física (Bachillerato) cuyo propósito era abordar aspectos sociales problemáticos relacionados con el deporte, como por ejemplo el papel que éste desempeña en los procesos de construcción y mantenimiento de los roles de género. Uno de los posts planteados atendía el modo en que los imaginarios estereotipados de género operan en el ámbito de las actividades físico-deportivas, y contenía un vídeo que pretendía provocar la reflexión del alumnado. Dicho vídeo mostraba un casting en el que se pedía a los y las participantes que corriesen, luchasen y lanzasen ‘como una chica’, con el objetivo de ver cómo interpretaban esa expresión. Las reacciones mostraban, en algunos casos, la minusvaloración de las capacidades de las mujeres; en otros, especialmente en las niñas pequeñas, el carácter ficticio del enunciado ‘como una chica’. Las preguntas planteadas en el propio vídeo introdujeron al alumnado en el debate. Nuestro objetivo fue explorar las percepciones y juicios del alumnado en cuanto a los estereotipos de género que encontramos en el deporte, concretamente los referidos a la competencia motriz. Para ello, se adoptó una perspectiva metodológica cualitativa y se realizó un análisis holístico de contenido de los 126 comentarios escritos por el alumnado en el post en cuestión. Los resultados muestran que la mayoría del alumnado se posiciona en contra de la asignación de los roles tradicionales de género, ya sea en el deporte o en cualquier otro ámbito. Del mismo modo, opinan de forma mayoritaria que estos roles poseen un carácter limitante, que vienen impuestos por la sociedad e incluso que, en muchas ocasiones, los reproducimos inconscientemente. Sin embargo, también cabe destacar ciertas contradicciones que presentan algunos de los comentarios. Encontramos algunos casos en los que, dentro de un discurso que pretende posicionarse en contra de estos estereotipos, subyacen concepciones machistas que contribuyen a perpetuarlos. Se concluye remarcando la necesidad de adoptar, en las clases de Educación Física, una perspectiva de género que desafíe la manera en que se concibe la competencia motriz y rompa con las actitudes y prácticas sexistas. Palavras-chave: Estereotipos de género, Competencia motriz, Educación física crítica 1Javier Monforte Alarcón es Graduado en Ciencias de la Actividad Física y el Deporte y estudiante del Máster en Profesor/a de Educación Secundaria, especialidad en Educación Física. Joan Úbeda Colomer es Graduado en Ciencias de la Actividad Física y el Deporte y Máster en Investigación e Intervención en Ciencias de la Actividad Física y el Deporte. Estudiante de doctorado y del Máster en Profesor/a de Educación Secundaria, especialidad en Educación Física. Ha sido Becario de Colaboración del Departamento de Educación Física y Deportiva de la Universitat de València (UV) e Investigador no doctor de la Cátedra Divina Pastora de Deporte Adaptado de la UV. Fernando Gómez Gonzalvo es Licenciado en Ciencias de la Actividad Física y el Deporte y Máster en Investigación e Intervención en Ciencias de la Actividad Física y el Deporte. Estudiante de doctorado y del Máster en Profesor/a de Educación Secundaria, especialidad en Educación Física. Pablo Villagrasa Sanz es Graduado en Ciencias de la Actividad Física y el Deporte y estudiante del Máster en Profesor/a de Educación Secundaria, especialidad en Educación Física. Contactos emails: [email protected] [email protected] 27 IV CONGRESSO de HISTÓRIA e Desporto DESPORTO & SEXUALIDADE Mulheres guerreiras ou sexo frágil? As representações de gênero e identidade na publicidade das “rugbiers” no Brasil Marta Regina Garcia Cafeo José Carlos Marques UNESP – Universidade Estadual Paulista, Brasil Desde o início do Século XX, a mulher tem sido discriminada no universo das práticas desportivas através de proibições e preconceitos que atingem algumas modalidades, em especial aquelas que apresentam características “masculinas”, como o rúgbi. O objetivo desta comunicação é discutir as representações sociais das mulheres “rugbiers” nos filmes publicitários denominados “Marido Caprichoso” e “Marido Atencioso”, veiculados pela Confederação Brasileira de Rúgbi (CBRu) na divulgação da terceira etapa do Circuito Mundial de Rúgbi Feminino, realizada no Brasil em 2014. Nos últimos cinco anos, o rúgbi brasileiro vem buscando ganhar espaço, com a CBRu empreendendo esforços para promover o crescimento do número de fãs e praticantes; e apesar de o esporte ser desconhecido pela maior parte da população, a Seleção Feminina de Rúgbi Sevens é nove vezes Campeã Sul-americana e considerada a melhor equipe da América Latina, à frente de países tradicionais nesta modalidade esportiva, como Uruguai, Chile e Argentina. As representações nos filmes publicitários ensejam uma análise de significados e aspectos simbólicos relativos às configurações de gêneros, sobretudo pela modalidade ser apontada no imaginário social como um esporte de força e brutalidade, isto é “coisa de homem”, e as tarefas domésticas serem retratadas na publicidade como “coisas de mulher”. Os filmes foram escolhidos por ser a publicidade um tipo de discurso que busca a persuasão do telespectador, apresentando várias figuras de retórica e metáforas visuais, sendo um campo privilegiado de análise dos mecanismos de produção e sentido pelas imagens e textos. Como suporte metodológico para análise, utilizamos o estudo da Retórica da Imagem proposto por Roland Barthes, que apresenta três tipos de mensagens possíveis de serem extraídos da imagem: a mensagem linguística, a mensagem icônica codificada e a mensagem icônica não codificada. A publicidade é um campo em que as imagens possuem vários significados, mas de uma forma geral são criadas para transmitirem uma mensagem intencional, através da linguagem verbal (título, texto, slogan e marca) e linguagem não verbal. Os filmes publicitários aqui analisados utilizam a comicidade como a base da argumentação publicitária, propondo uma inversão de papéis entre homens e mulheres, em especial apresentando tarefas tidas como tipicamente femininas realizadas por homens. A mulher esportista não aparece, mas a mensagem conotativa é de uma mulher dominadora, dando ênfase às características reconhecidas no rúgbi como força e coragem. Por outro o lado o marido da “rugbier” é apresentado de forma caricata, como um sujeito fracote. A publicidade não valoriza os títulos nem as conquistas das mulheres ao longo dos anos; pelo contrário, corrobora-se uma visão sexista presente na sociedade brasileira, que dá ênfase à discriminação entre os sexos. As mensagens publicitárias problematizam a construção da identidade das jogadoras, criando uma representação estereotipada das mulheres “rugbiers” de domínio e superioridade, dando destaque às relações desiguais de poder impostas culturalmente entre homens e mulheres – identidade esta que deveria ser respeitada e valorizada diante das dificuldades em se praticar um esporte considerado por muitos como um jogo masculino. Palavras-chave: Rúgbi feminino, Publicidade, Gênero Marta Regina Garcia Cafeo é Mestre em Comunicação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP. Coordenadora de Cursos da Faculdade Anhanguera de Bauru (Brasil) e da Faculdade de Agudos (Brasil). Membro do GECEF (Grupo de Estudos em Comunicação Esportiva e Futebol, do Departamento de Ciências Humanas da UNESP). José Carlos Marques é docente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e do Departamento de Ciências Humanas da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Universidade Estadual Paulista (UNESP – Brasil). Doutor em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP) e Mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É Líder do GECEF (Grupo de Estudos em Comunicação Esportiva e Futebol, do Departamento de Ciências Humanas da UNESP) e integrante do LUDENS (Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Futebol e Modalidades Lúdicas, do Departamento de História da USP). Contactos emails: [email protected] [email protected] 28 29 IV CONGRESSO de HISTÓRIA e Desporto DESPORTO & SEXUALIDADE