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ISSN 1516-781X Outubro, 2008 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Soja Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Documentos 296 Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 Editores Técnicos: Odilon Ferreira Saraiva Regina Maria Villas Bôas de Campos Leite Embrapa Soja Londrina, PR 2008 Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na: Embrapa Soja Rodovia Carlos João Strass - Acesso Orlando Amaral Caixa Postal 231 - 86001-970 - Londrina, PR Fone: (43) 3371-6000 - Fax: 3371-6100 Home page: www.cnpso.embrapa.br e-mail (sac): [email protected] Comitê de Publicações da Embrapa Soja Presidente: José Renato Bouças Farias Secretária executiva: Regina Maria Villas Bôas de Campos Leite Membros: Antonio Ricardo Panizzi, Claudine Dinali Santos Seixas, Francismar Corrêa Marcelino, Ivan Carlos Corso, Maria Cristina Neves de Oliveira, Norman Neumaier, Rafael Moreira Soares, Sérgio Luiz Gonçalves Supervisor Editorial: Odilon Ferreira Saraiva Normalização bibliográfica: Ademir Benedito Alves de Lima Editoração eletrônica: Eliane de Oliveira Capa: Danilo Estevão 1a edição 1a impressão (2008): tiragem 300 exemplares Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei no 9.610). Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Embrapa Soja Resultados de pesquisa da Embrapa Soja 2005 / organizado por Odilon Ferreira Saraiva, Regina Maria Villas Bôas de Campos Leite. – Londrina: Embrapa Soja, 2008. 130p. – (Documentos / Embrapa Soja, ISSN 1516-781X; n.296) 1.Soja-Pesquisa-Brasil 2.Trigo-Pesquisa-Brasil. I.Título. II.Série 633.340981 © Embrapa 2008 Autores Embrapa Soja Ademir Assis Henning Eng° Agr°, Dr. em Produção e Beneficiamento de Sementes, pesquisador Rod. Carlos João Strass, s/n (acesso Orlando Amaral) 86001-970 - Londrina, PR - Brasil - Caixa-Postal: 231 Fone: (43) 3371-6000 [email protected] Antonio Carlos Roessing Eng° Agr°, Dr., pesquisador aposentado da Embrapa Soja, Londrina, PR Antônio Pavão Técnico Agrícola [email protected] Arnold Barbosa de Oliveira Eng° Agr°, agente de transferência de tecnologia [email protected] 4 Embrapa Soja. Documentos, 296 Cesar de Castro Eng° Agr°, Dr. em Solos e Nutrição de Plantas [email protected] Cezar de Mello Mesquita Eng° Agr°, Ph.D. em Máquinas e Implementos Agrícolas, aposentado da Embrapa Soja, Londrina, PR Cláudia Vieira Godoy Eng° Agr°, Dr. em Fitopatologia, pesquisadora [email protected] Claudinei Andreoli Eng° Agr°, Dr. em Agronomia, pesquisador [email protected] Clóvis Manuel Borkert Eng° Agr°, Ph.D., pesquisador aposentado da Embrapa Soja, Londrina, PR Dionísio Brunetta Eng° Agr° M.Sc. em Melhoramento de Plantas, pesquisador aposentado da Embrapa Soja, Londrina, PR Eleno Torres Eng° Agr°, M.Sc. em Fitotecnia, pesquisador aposentado da Embrapa Soja, Londrina, PR Fábio Alvares de Oliveira Eng° Agr°, Dr. em Solos e Nutrição de Plantas [email protected] Fernando Antônio Fonseca Portugal Técnico em Agropecuária [email protected] Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 5 Fernando Storniolo Adegas Eng° Agr°, Dr. em Agronomia, pesquisador [email protected] Francisco Carlos Krzyzanowski Eng° Agr°, Ph.D. em Produção e Beneficiamento de Sementes, pesquisador [email protected] Gedi Jorge Sfredo Eng° Agr°, Dr. em Solos e Nutrição de Plantas, pesquisador [email protected] Ivan Carlos Corso Eng° Agr°, M.Sc. em Fitotecnia, pesquisador [email protected] João Flávio Veloso Silva Eng° Agr°, Dr. em Fitopatologia, pesquisador [email protected] Joelsio José Lazzarotto Médico veterinário, Dr. em Economia Aplicada, pesquisador [email protected] José de Barros França Neto Eng° Agr°, Ph.D em Biologia Molecular, pesquisador [email protected] José Graças Maia de Andrade Eng° Agr°, pesquisador aposentado da Embrapa Soja, Londrina, PR 6 Embrapa Soja. Documentos, 296 José Marcos Gontijo Mandarino Farmacêutico-bioquímico, M.Sc. em Ciência e Tecnologia de Alimentos, pesquisador [email protected] José Tadashi Yorinori Eng° Agr°, Dr. em Fitopatologia, pesquisador aposentado da Embrapa Soja, Londrina, PR José Zucca de Moraes Assistente de pesquisa [email protected] Julio Cezar Franchini Eng° Agr°, Ph.D. Química orgânica, pesquisador [email protected] Lebna Landgraf do Nascimento Jornalista [email protected] Lineu Alberto Domit Eng° Agr°, M.Sc. em Fitotecnia, pesquisador [email protected] Luís César Vieira Tavares Eng° Agr°, M.Sc. em Genética e Melhoramento de Plantas, pesquisador [email protected] Luiz Gustavo Garbelini Técnico Agrícola [email protected] Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 7 Manoel Carlos Bassoi Eng° Agr°, Dr. em Cereal Sciences, pesquisador [email protected] Mariangela Hungria Eng° Agr°, Dr. em Ciência do Solo [email protected] Nilton Pereira da Costa Eng° Agr°, Dr em Fitotecnia, pesquisador (in memoriam) Regina Maria Villas Bôas de Campos Leite Eng° Agr°, Dr. em Fitopatologia, pesquisadora [email protected] Rubens José Campo Eng° Agr°, Dr. em Microbiologia do Solo, pesquisador [email protected] Rubson N. R. Sibaldelli Técnico Agrícola [email protected] Sandra Maria Santos Campanini Administradora, analista [email protected] Sérgio Roberto Dotto Eng° Agr°, Dr. em Fitotecnia, pesquisador aposentado da Embrapa Soja, Londrina, PR Vera de Toledo Benassi Eng° de Alimentos, M.Sc. em Engenharia de Alimentos, pesquisadora [email protected] 8 Embrapa Soja. Documentos, 296 Sérgio Henrique da Silva Laboratorista Embrapa Cerrado Fábio Bueno dos Reis Júnior Eng° Agr°, Dr em Ciências do Solo, pesquisador Rodovia BR-020, km 18 Planaltina 73301-970 - BRASILIA, DF - Brasil - Caixa-Postal: 08223 Fone: (61) 33889914 [email protected] Iêda de Carvalho Mendes Eng° Agr° Dr. em Microbiologia do Solo, pesquisadora [email protected] Embrapa Florestas George G. Brown Eng° Agr°, Dr em Ecologia, pesquisador Estrada da Ribeira, km 111 Caixa Postal 319 83411-000 – Colombo – PR Fone: (41) 3675-5600 [email protected] Embrapa Gado de Leite Alexandre Magno Brighenti Eng° Agr°, Dr. em Fitotecnia, pesquisador Rua Eugênio do Nascimento, 610 Dom Bosco 36038-330 - Juiz de Fora, MG - Brasil Fone: (32) 3249-4727 [email protected] Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 9 Embrapa Instrumentação Agropecuária Ladislau Marcelino Rabello Eng° Elétrico, Dr. em Engenharia Elétrica, pesquisador Rua XV de Novembro, 1452 Centro 13560970 - São Carlos, SP - Brasil - Caixa-Postal: 741 Fone: (16) 2742477 Ramal: 115 [email protected] Embrapa SNT Londrina Luiz Carlos Miranda Eng° Agr°, Dr. em Agronomia, pesquisador Rod. Carlos João Strass, s/n (acesso Orlando Amaral) 86001-970 - Londrina, PR - Brasil - Caixa-Postal: 231 Fone: (43) 3371-6300 [email protected] Embrapa Trigo Pedro Luiz Scheeren Eng° Agr°, Dr. em Genética e Biologia Molecular, pesquisador BR 285, KM 294 Subúrbios 99001-970 - Passo Fundo, RS - Brasil - Caixa-Postal: 451 Fone: (54) 3316-5800 [email protected] Centro Universitário Filadélfia Antônio A. dos Santos Estudante de Graduação Av. JK, 1626 Centro 86.020-000 - Londrina-PR Fone: (43) 3375-7400 10 Embrapa Soja. Documentos, 296 The University of Kansas - Natural History Museum&Biodiversity Research Center Samuel W. James Dyche Hall 1345 Jayhawk Blvd. Lawrence, KS 660457561 U.S.A. Fone: 785.864.4540 [email protected] Universidade Estadual de Londrina Amarildo Pasini Eng° Agr°, Ph.D. em Entomologia Rodovia Celso Garcia Cid Pr 445 Km 380 Campus Universitário 86055-900 Londrina - PR - Cx. Postal: 6001 Fone: (43) 33714555 Klaus Dieter Sautter Eng° Agr°, Dr. em Engenharia Florestal Carla Cripa Crispino Estudante de Pós-Graduação Cássio Matsumura Estudante de Graduação Daiane Heloisa Nunes Estudante de Pós-Graduação Norton P. Benito Estudante de Pós-Graduação Priscila T. Martins Estudante de Graduação Vanesca Korasaki Estudante de Pós-Graduação Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 Universidade Norte do Paraná Éder Ferrari dos Santos Estudante de Graduação Av. Paris, 675 Jardim Piza 86041-120 - Londrina - Paraná - Brasi Fone: (43)3371-7700 11 Apresentação Os Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja foram idealizados para apresentar os principais trabalhos de pesquisa executados nesta Unidade. Têm por objetivo informar aos pesquisadores, aos professores, aos técnicos ligados à extensão rural e à assistência técnica e aos demais interessados, os resultados das mais recentes pesquisas em soja, em girassol e em trigo, desenvolvidas pela Embrapa Soja. Atualmente os projetos de pesquisa da Embrapa são idealizados para dois ou quatro anos de duração. Assim, a partir de 2004 houve a inovação de relatar os resultados de pesquisa dos projetos como um todo e, por isso, aqui são apresentados os resultados dos projetos de pesquisa encerrados durante o ano de 2005. É importante observar que, na maioria dos casos, trata-se de resultados preliminares e não devem ser usados de forma conclusiva, já que os veículos de divulgação dos mesmos são outros que não este. José Renato Bouças Farias Ch Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento Embrapa Soja Sumário Avaliação de populações de minhocas (Annelida: Oligochaeta) em sistemas agrícolas e naturais, e seu potencial como bioindicadores ambientais..........................................................17 Avaliação das populações de minhocas como bioindicadores ambientais no Norte e no Leste do Estado do Paraná.................20 Sistema do melhor método de amostragem para a avaliação de populações de minhocas como bioindicadoras........................30 Aperfeiçoamento, aferição e regionalização das normas estabelecidas pelo Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS) para a soja no estado do Paraná......39 Reinoculação e adubação nitrogenada na cultura de soja..49 Transferência de tecnologia para a Região Meridional do Brasil .......................................................................................59 Transferência de tecnologia para uso da soja na alimentação h u m a n a ...........................................................................61 Transferência de tecnologias em fitossanidade para culturas de verão: soja, girassol, milho, sorgo, milheto, arroz e feijão.........64 Transferência de tecnologias nas culturas de inverno envolvendo cultivares de trigo, aveia, triticale, cevada e milho safrinha.................69 Transferência de tecnologias em fitossanidade para culturas de verão: soja, girassol, milho, milheto, sorgo, arroz e feijão.........74 Transferência de tecnologias em prevenção de perdas na colheita na cultura de soja........................................................................82 Transferência de tecnologias para gestão do agronegócio da soja...87 Transferência de tecnologias em manejo, fertilidade e biologia de solo para cultivo da soja, do girassol e de culturas associadas......91 Transferência de tecnologias em qualidade física, fisiológica e sanitária de sementes de soja.........................................................97 Transferência de tecnologias: comunicação e marketing para negócios ......................................................................101 Melhoramento genético de trigo para competitividade do agronegócio brasileiro...................................................................109 Desenvolvimento de linhagens e de cultivares de trigo de ciclo precoce e médio, das classes Pão e Melhorador, adaptadas à Região Centro-Sul Subtropical (Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul).........................111 Avaliação (VCU), caracterização (DHE) e produção de sementes de linhagens e de cultivares de trigo..................................................121 Avaliação de populações de minhocas (Annelida: Oligochaeta) em sistemas agrícolas e naturais, e seu potencial como bioindicares ambientais George Gardner Brown Número do Projeto: 03.02.514.00 Número de planos de ação que compõem o projeto: 07 Unidades/Instituições participantes: Embrapa Soja, Embrapa Clima Temperado, Embrapa Instrumentação Agropecuária, Universidade Estadual de Londrina - UEL, Universidade do Centro Positivo, IRD/ Universidade Paris VI (França), ECT Oekotoxicologie (Alemanha), Natural History Museum University of Kansas (USA), Instituto de Ecologia, A.C. (México) Resumo As minhocas são invertebrados essencialmente edáficos e podem ser encontradas em quase qualquer ambiente, concentrando-se onde há maior umidade e matéria orgânica. Podem ser usadas como 18 Embrapa Soja. Documentos, 296 biondicadores da qualidade do solo e têm comprovados efeitos positivos sobre a estrutura física do solo, a disponibilidade de nutrientes para as raízes, o crescimento das plantas e a produtividade agrícola. Porém, as inerentes dificuldades taxonômicas e técnicas de trabalho com minhocas têm gerado pouco interesse de cientistas quando comparado a outros invertebrados. Como consequência, existem poucos trabalhos sobre biologia, ecologia e distribuição das espécies brasileiras e/ou exóticas. Além disso, o conhecimento das suas relações ecológicas e da importância nos ecossistemas brasileiros é muito reduzido. Portanto, o potencial das minhocas como recurso natural continua sendo pouco aproveitado no Brasil. De mais de 800 espécies estimadas no País, apenas 306 são conhecidas. Grandes áreas continuam sem número representativo, existindo estados com nenhum ou poucos registros de espécies de minhocas. Há, também, várias espécies nativas que estão ou podem estar sujeitas ao risco de extinção devido à perda de habitat natural e coleta predatória. Várias espécies exóticas (mais de 30) têm invadido principalmente áreas agrícolas no país, mas existe pouca informação dos efeitos dessas espécies sobre o solo e as populações de espécies nativas. No momento, não há taxônomo atuante no Brasil e existem poucas pessoas no mundo capazes de identificar as minhocas brasileiras. É, portanto, imprescindível que se capacitem brasileiros para a identificação de minhocas, que possam gerar mais informações sobre as suas populações (ecologia, taxonomia, biogeografia, distribuição) nos diferentes ecossistemas do país e sobre o uso potencial desses animais como bioindicadores ambientais. Neste projeto foram avaliadas, em mais de 100 locais (qualitativamente e quantitativamente), as comunidades de minhocas (exóticas e nativas) em diversos ecossistemas e usos do solo nos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul (incluindo ecossistemas nativos e muitos agroecossistemas em propriedades rurais), para conhecer a biodiversidade presente e sua correlação com o ambiente (tipo de manejo, vegetação, solo e suas características). O estudo também visava a avaliar o potencial agronômico e de bioindicação das minhocas, bem como encontrar as técnicas de manejo Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 ou uso do solo que promovessem aumentos em suas populações e efeitos benéficos ao solo. Finalmente, planejava-se criar um “kit” para a amostragem rápida de minhocas, a ser utilizado amplamente pela Embrapa e outros usuários. Também foram definidos os métodos mais eficientes (adequada relação custo-benefício) para coletar minhocas no campo e aplicá-los em estudos de bioindicadores. Um grande número de alunos e pesquisadores foi capacitado para a amostragem de minhocas e seu uso como bioindicadores, e na identificação taxonômica de minhocas brasileiras em minicursos ministrados por especialistas. Todas as informações desses cursos e oriundas do projeto serão disponibilizadas em CD-ROM. 19 Avaliação das populações de minhocas como bioindicadores ambientais no Norte e no Leste do Estado do Paraná George G. Brown Samuel W. James Klaus D. Sautter Amarildo Pasini Norton P. Benito Daiane H. Nunes Vanesca Korasaki Éder Ferrari dos Santos Cássio Matsumura Priscila T. Martins Antônio Pavão Sérgio H. da Silva Luiz Gustavo Garbelini Eleno Torres Número dos Planos de Ação: 03.02.5.14.00.02 e 03.02.5.14.00.03 Introdução As minhocas estão entre os primeiros animais a surgir e colonizar os ambientes terrestres. Fazem parte da macrofauna invertebrada do solo e, geralmente, dominam a biomassa dos animais edáficos devido à sua grande biomassa individual, apesar de muitas vezes serem encontradas em menor número que os demais invertebrados terrestres. São organismos úteis como bioindicadores ambientais por serem facilmente visíveis e fáceis de contar, serem de interesse aos agricultores, Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 21 indicarem as condições fisico-químicas do solo e o estado da vegetação do local e produzirem estruturas físicas (galerias, coprólitos) que afetam o funcionamento do solo e o crescimento vegetal. Biodiversidade de minhocas no Paraná Neste projeto, buscou-se caracterizar a diversidade e as populações de minhocas em vários ecossistemas brasileiros, visando a avaliar sua utilidade como bioindicadores ambientais. Coletaram-se minhocas de forma qualitativa e quantitativa em 50 municípios do Estado do Paraná (PR), sendo 33 destes dentro da área de estudo do projeto (Fig. 1). Até 2004, conheciam-se 45 espécies de minhocas no PR (Brown et al., 2004). Coletas realizadas nos anos de 2005 e 2006 revelaram outras dez espécies, alcançando uma diversidade de 55 espécies (Tabela 1), das quais quase 30 são novas. Do total, 35 são espécies nativas e 20 são exóticas. De forma geral, as espécies nativas foram encontradas em ambientes mais preservados, enquanto as exóticas foram encontradas, principalmente, em ambientes antropizados (em especial os agroecossistemas). A maior parte das espécies nativas foi encontrada em apenas um ou poucos locais. Algumas foram encontradas tanto em ecossistemas naturais como em agroecossistemas, e pertenciam às famílias Glossoscolecidae (Andiorrhinus, Fimoscolex, Glossoscolex) e Ocnerodrilidae (Belladrilus, Eukerria). Contudo, normalmente elas estavam presentes em baixa densidade, indicando sensibilidade à perturbação intensa em agroecossistemas. Algumas espécies se destacaram como indicadores de perturbação: Pontoscolex corethrurus (minhoca mansa), Dichogaster e Amynthas spp. foram as espécies mais comumente encontradas nesses ambientes. Todavia, o pequeno número de amostras (aproximadamente 60) realizadas até o momento, não permite generalizações sobre o potencial de todas as espécies nativas e exóticas como bioindicadores de sistemas de uso do solo. Tendo em vista capacitar alunos e pesquisadores na identificação de minhocas e no trabalho de ecologia com oligoquetas, realizou-se, 22 Embrapa Soja. Documentos, 296 durante o mês de fevereiro de 2006, uma consultoria com o Dr. Samuel James, do Museu de História Natural da Universidade de Kansas. Sob sua liderança, realizaram-se dois cursos de curta duração: um sobre ecologia e taxonomia de oligoquetas, na UEL, em Londrina - PR, e outro sobre coevolução e biologia molecular de oligoquetas e microorganismos simbiontes, na Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte - MG. Durante a consultoria também foram coletadas minhocas em diversos locais dos estados do Paraná (PR), São Paulo (SP) e Minas Gerais (MG). Em Ouro Preto (MG), encontrou-se uma espécie de minhoca (Fimoscolex sporadochaetus Michaelsen, 1918) que havia sido considerada extinta (Machado et al., 2005). Fig. 1. Mapa do estado do Paraná destacando a área de estudo do projeto com diferentes bacias hidrográficas e os 50 municípios (em cinza) onde as minhocas foram coletadas. Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 23 Tabela 1. Espécies de minhocas nativas e exóticas encontradas em diferentes locais do Estado do Paraná, até maio de 2006 (atualizado de Sautter et al., 2006a,b). Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 1718 19 20 21 Família a Gênero/espécie Megascolecidae Amynthas aeruginosus Amynthas corticis Amynthas gracilis Amynthas morrisi Amynthas sp. (não identif.) Nativa ou Exótica Local Exótica Exótica Exótica Exótica Exóticas Metaphire californica Metaphire schmardae Pheretima darnleiensis Ocnerodrilidae Belladrilus n.sp.1 Belladrilus sp. (não identif.) Eukerria eiseniana Eukerria emete Eukerria saltensis Haplodrilus michaelseni Haplodrilus n.sp.1 b Kerriona n.sp.1 Kerriona n.sp.2 Kerriona sp. (não identif.) Ocnerodrilus occidentalis Ocnerodrilidae sp. Exótica Exótica Exótica Prudentópolis 15 municípios 15 municípios Curitiba, Castro São Mateus do Sul, Centenário do Sul, Londrina, Primeiro de Maio, Tibagi, Guarapuava, Bandeirantes Castro, Curitiba Curitiba Curitiba Ocnerodrilidae sp. (não identif.)c Lumbricidae Eisenia andrei Nativa Nativa Exótica Nativa? Exótica Nativa Nativa Nativa Nativa Nativa Exótica Nativas? ? Exótica Exótica 22 23 24 Lumbricidae sp. (não identif.) Acanthodrilidae Dichogaster affinis Dichogaster annae Dichogaster bolaui 25 26 Dichogaster saliens Dichogaster gracilis Exótica Exótica Exótica Exótica Exótica Jaguapitã Londrina Jaguapitã, Cafeara Londrina Jaguapitã Londrina Londrina Matinhos Antonina Morretes Jaguapitã Ponta Grossa Centenário do Sul, Guaraniaçu, Campo Mourão, Ortigueira, São Jerônimo da Serra, Jaguapitã Londrina, São Jerônimo da Serra Castro Jaguapitã, Arapoti Ibiaci Castro, Jaguapitã, Arapoti, Londrina Jaguapitã, Cafeara Londrina, Cafeara 24 Embrapa Soja. Documentos, 296 Nº Família a Gênero/espécie Continuação Megascolecidae 27 Amynthas Dichogasteraeruginosus sp. (modigliani)? 1 Dichogaster sp. (não identif.) 2 Amynthas corticis 3 Amynthas gracilis 4 Amynthas morrisi Amynthas Eudrilidae sp. (não identif.) 28 29 30 5 6 31 7 32 33 8 34 35 9 10 36 11 37 12 38 13 39 14 40 15 41 42 43 16 44 1745 18 46 19 47 48 49 50 20 51 52 21 Eudrilus eugeniae Almidae Drilocrius (?) n.sp.1 Drilocrius (?) sp. Metaphire californica Glossoscolecidae Metaphire schmardae Andiorrhinus n.sp.2 Pheretima darnleiensis Andiorrhinus n.sp.3 c Ocnerodrilidae Andiorrhinus sp. (não identif.) Belladrilus n.sp.1 Belladrilus (não identif.) Fimoscolex sp. n.sp.2 Fimoscolex n.sp.3 Eukerria eiseniana Fimoscolex sp. (não identif.) Eukerria emete Glossoscolex bergi Eukerria saltensis Glossoscolexmichaelseni matogrossensis Haplodrilus Glossoscolex n.sp.3 Haplodrilus n.sp.1 Glossoscolex n.sp.4 b Kerriona n.sp.1 Glossoscolex n.sp.5 Kerriona n.sp.2 Glossoscolex n.sp.6 Kerriona sp. (não Glossoscolex n.sp.7identif.) Glossoscolex n.sp.8 Ocnerodrilus occidentalis Glossoscolex n.sp.10 Ocnerodrilidae sp. Glossoscolex n.sp.12 Glossoscolex n.sp.14 Ocnerodrilidae sp. (não Glossoscolex n.sp.16 c identif.) Glossoscolex n.sp.17 Glossoscolex n.sp.18 Lumbricidae Glossoscolex n.sp.21 Eisenia andrei Glossoscolex n.sp.22 Glossoscolex sp. n.sp.23 Lumbricidae (não identif.) Glossoscolex sp. (não identif.) Acanthodrilidae d Pontoscolex corethrurus Dichogaster affinis Rhinodrilus duseni Dichogaster annae Urobenus brasiliensis Nativa ou Exótica Local Exótica Exótica Exóticas Exótica Exótica Exótica Exóticas Arapoti Prudentópolis Curitiba, São Jerônimo da Serra, 15 municípios Jataizinho, Londrina, Bela Vista do 15 municípios Paraíso, Campo Mourão, Carambeí, Curitiba, Castro Cornélio Procópio São Mateus do Sul, Centenário do Sul, Londrina, Primeiro de Primeiro de Maio, Londrina Maio, Tibagi, Guarapuava, Jaguapitã Bandeirantes Bandeirantes Castro, Curitiba Curitiba Londrina, São Jerônimo da Serra Curitiba Exótica Nativa Nativa Exótica Exótica Nativa Exótica Nativa Nativa Nativa Nativa Nativa Nativa Exótica Nativa Nativa? Nativa Exótica Nativa Nativa Nativa Nativa Nativa Nativa Nativa Nativa Nativa Nativa Nativa Nativa Exótica Nativa Nativas? Nativa Nativa ? Nativa Nativa Nativa Nativa Exótica Nativa Nativa Exótica Nativa 53 22 54 23 55 24 Dichogaster bolaui Nativa Exótica Nativa Exótica Nativa Exótica 25 26 Dichogaster Urobenus sp. saliens (não identif.) Dichogaster gracilis Exótica Nativa Exótica Ponta Grossa Curitiba, Faxinal, Ortigueira, Mauá, Jaguapitã Irati, Campina Grande do Sul Londrina Jaguapitã Ponta Grossa Jaguapitã, Cafeara Londrina, Ponta Grossa, Cafeara Londrina Foz do Iguaçu Jaguapitã Foz do Iguaçu Londrina Lupionópolis Londrina Morretes Matinhos São Jerônimo da Serra Antonina Antonina Morretes São Jerônimo da Serra Bandeirantes Jaguapitã Jaguapitã Ponta Grossa Sertanópolis, Londrina Mauá, Ortigueira Centenário do Sul, Guaraniaçu, Ortigueira Campo Mourão, Ortigueira, São Ponta Grossa Jerônimo da Serra, Jaguapitã Campina Grande do Sul, Curitiba Lupionópolis, Londrina, Centenário Londrina, São Jerônimo da do Sul Itaguajé Serra Primeiro de Maio Castro Jaguapitã, Cafeara, Foz do Iguaçu 20 municípios Jaguapitã, Arapoti Curitiba, Quatro Barras Ibiaci Sertanópolis, Londrina, Faxinal, Castro, Jaguapitã, Mauá, Antonina, FozArapoti, do Iguaçu, Londrina Campina Grande do Sul Jaguapitã, Cafeara Sertanópolis, Londrina, São Jerônimo da Serra Londrina, Cafeara Notas: a. O número das espécies novas corresponde ao número dado em James & Brown (2006). b. Encontrado em bromélias crescendo em cima de árvores e no chão da floresta. c. Pelo menos uma dessas é diferente das outras na lista. d. Minhoca nativa do Brasil, porém não originária do PR. Deve ser considerada como espécie peregrina Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 25 Populações de minhocas em diferentes ecossistemas (dados quantitativos) Durante os anos de 2004 a 2006, realizaram-se coletas quantitativas de minhocas na região de Londrina (Parque Estadual Mata dos Godoy, Parque Municipal Arthur Thomas, Campo Experimental da Embrapa Soja e Fazenda Escola da UEL), numa propriedade particular com pastagem e soja no município de Cafeara (PR), e em diversas propriedades particulares no oeste do PR, integrantes de um projeto (Embrapa-CNPq) de Produção Integrada de Soja. Todas as amostragens foram realizadas usando o método do Tropical Soil Biology and Fertility (TSBF) Program (Anderson e Ingram, 1993), consistindo na retirada e triagem manual de 4 a 25 blocos de solo, de 25 cm2 x 25 cm2, até a profundidade de 30 cm, em cada local (Brown et al., 2002). Em geral, considerando os dados da Tabela 2, as lavouras sob sistemas de semeadura direta (PD) e cultivo mínimo (CM), na região de Londrina, apresentaram populações maiores de minhocas, tanto em número quanto em biomassa (8-84 indivíduos e 0,07-0,68 gr. peso fresco m-2), quando comparadas aos sistemas de plantio convencional (PC; 0-24 indiv. e 0-0,3 gr. p.fr. m-2). Nas matas nativas, as populações de minhocas foram apenas ligeiramente superiores em números(18-24 indiv. m-2), porém muito mais pesadas (0,79-2,62 gr. p.fr. m-2), que aquelas encontradas sob PC, devido à presença de espécies nativas (Glossoscolex e Urobenus spp.) de maior tamanho. De todos os sistemas estudados, as pastagens e as florestas secundárias apresentaram as maiores populações e biomassa (101-1240 indivíduos, 6,01 a 41,4 gr. p.fr. m-2) de minhocas. Nesses sistemas, a presença, principalmente, de espécies invasoras (P. corethrurus, Amynthas spp.) em grande número, contribuiu para a alta biomassa observada. Nesses ecossistemas, assim como nos sistemas de PD e CM, a ausência de perturbação física do solo e o constante aporte de material orgânico, tanto na superfície quanto dentro do solo, propiciam condições adequadas para o crescimento populacional, a manutenção de altas populações e a atividade de minhocas. 26 Embrapa Soja. Documentos, 296 Tabela 2. Abundância (nº indivíduos.m-2 +/- erro-padrão, SE) e biomassa (gr.m-2 +/- erro-padrão, SE) de minhocas, de acordo com o tipo de vegetação e o sistema de uso do solo, em diversas localidades do Estado do Paraná. PC = Sistema de plantio convencional (arado de discos); PD = Semeadura direta; CM = Sistema de cultivo mínimo; Rot = Rotação (tremoço/milho-aveia/soja-trigo/ soja); Suc = Sucessão soja-trigo. Local/município 1. Embrapa Soja arredores, Londrina e Sertanópolis 2. P.E. Londrina Mata e Godoy, 3. Parque Artur Thomas, Londrina 4. Fazenda Escola da UEL, Londrina 5. Arapongas 6. Palotina 7. Cafelândia 8. Nova Aurora 9. Faz. Sta. Helena, Cafeara Data (mês/ano) Vegetação e sistema de uso Abundância -2 Nº.m r SE Biomassa -2 gr.m r SE 05/05 Soja (PC Rot) 0 0 05/05 05/05 05/05 05/05 05/05 05/05 05/05 05/05 05/05 05/05 06/05 Soja (PC Suc) Soja (CM Rot) Soja (CM Suc) Soja (PD Rot) Soja (PD Suc) Soja (PD novo Rot) Soja (PD novo Suc) Soja (PC Suc) Soja (CM Suc) Soja (PD Suc) Floresta primária 12 r 8 52 r15 8r8 44 r 8 84 r 74 12 r 4 16 r 7 24 r 24 4r4 51 r 26 18 r 6 0,12 r 0,10 0,38 r 0,12 0,07 r 0,07 0,37 r 0,14 0,68 r 0,61 0,16 r 0,09 0,07 r 0,04 0,31 r 0,31 0,01 r 0,01 0,39 r 0,18 2,62 r 1,29 08/05 Floresta primária 24 r 3 0,79 r 0,23 12/05 08/05 12/05 08/05 12/05 02/06 02/06 02/06 03/06 03/06 03/06 03/06 03/06 03/06 09/04 09/04 09/04 10/04 10/04 10/04 12/04 12/04 12/04 01/05 01/05 01/05 Floresta primária Floresta secundária Floresta secundária Floresta secundária Floresta secundária Floresta secundária Plantação de Citrus Pastagem (ovelhas) Soja integrada Soja integrada Soja integrada Soja integrada Soja integrada Soja integrada Soja 1º ano (PD) Soja 4º ano (PD) Pastagem 19 anos Soja 1º ano (PD) Soja 4º ano (PD) Pastagem 19 anos Soja 1º ano (PD) Soja 4º ano (PD) Pastagem 19 anos Soja 1º ano (PD) Soja 4º ano (PD) Pastagem 19 anos 34 r 5 478 r 40 1240 r 109 330 r 37 145 r 23 101 r 45 47 r 21 332 r 148 25 r 8 21 r 7 153 r 50 510 r 78 363 r 130 62 r 19 6r6 29 r 22 3r3 35 r 8 19 r 9 141 r 54 42 r 3 32 r 23 64 r 16 42 r 16 32 r 10 64 r 18 2,98 r 0,86 6,01 r 0,81 21,55 r 2,35 15,90 r 2,90 23,13 r 5,35 41,4 r 18,5 0,52 r 0,23 9,20 r 4,12 0,16 r 0,06 0,11 r 0,05 0,67 r 0,16 3,97 r 0,99 1,02 r 0,41 0,33 r 0,05 0,03 r 0,03 0,62 r 0,48 0,43 r 0,43 1,78 r 1,32 0,20 r 0,09 12,93 r 4,84 2,99 r 0,18 0,28 r 0,12 3,69 r 1,53 0,97 r 0,88 0,11 r 0,04 2,56 r 1,13 Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 27 Usando os dados das populações de minhocas e da macrofauna invertebrada do solo coletada em diversos tratamentos de manejo do solo da Fazenda Experimental da Embrapa Soja, em fevereiro/março de 2001 (safra da soja) e setembro de 2001 e 2002 (safra do trigo), realizou-se uma avaliação do potencial das minhocas e de diferentes grupos da macrofauna do solo como bioindicadores dos sistemas de manejo e suas propriedades edáficas. A análise de redundância (RDA) foi realizada usando o programa CANOCO® (Ter Braak & Smilauer, 1998). Fig. 2. Representação gráfica dos dois primeiros eixos da análise de redundância (realizada com o programa CANOCO®), mostrando os grupos de invertebrados edáficos e seu posicionamento segundo os tipos principais de manejo de solo e da cultura em ensaio de longa duração (desde 1988) na Fazenda Experimental da Embrapa Soja. Safra de verão, 2001 (soja). PD = Sistema de semeadura direta; PM = sistema de preparo (cultivo) mínimo; PC = sistema de preparo convencional (arado de discos); Rot = rotação de culturas; Suc = sucessão de culturas. Nomes dos invertebrados: Diplopod = Diplopoda (milipéias, piolho de cobra); Pseudoes = Pseudoscorpionida; Lepidopt = Lepidoptera (larvas de mariposas); Lacraia = Chilopoda (centopéias); Coleopt. = Coleoptera (besouros adultos e larvas, corós); Enchytr = Enchytraeidae (pequenas Oligochaeta); Hemipter = Hemiptera (percevejos). 28 Embrapa Soja. Documentos, 296 Na safra da soja, a análise separou os três principais tipos de manejo do solo (PC, PD e PM), polarizando os sistemas conservacionistas em relação ao sistema convencional no eixo 1 (x) (Fig. 2). Os “engenheiros do ecossistema” (minhocas, cupins e formigas) apareceram como os principais bioindicadores do sistema de PD, e os outros organismos saprófitas e predadores também estiveram bem correlacionados ao manejo conservacionista. Já os percevejos e besouros (alguns organismos praga) e os enquitreídeos apareceram como indicadores de PC. Observou-se uma pequena separação da rotação de culturas da sequência (monocultura) soja/trigo, apenas no PD. O segundo eixo (y) esteve correlacionado ao manejo do solo (PD vs. PM) e a uma maior importância de organismos saprófitas e pragas, associados ao PM. Na safra do trigo, observou-se o mesmo fenômeno, porém com uma maior diversidade de organismos indicadores de PD e dois predadores indicadores de PC (centopéias e diplura) (Fig. 3). O eixo 1 (x) esteve correlacionado à perturbação do solo (PC e PM vs. PD) e a uma polarização de quase toda a fauna do solo (menos lacraias e diplura, pequenos predadores no solo). O eixo 2 (y) esteve relacionado aos anos de amostragem, contrastando 2001 com 2002, ano no qual se encontrou maior número de organismos saprófitas e minhocas. O inverno do segundo ano foi mais chuvoso e permitiu maior atividade desses organismos. Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 29 Fig. 3. Representação gráfica dos dois primeiros eixos da análise de redundância (realizada com o programa CANOCO®), mostrando os grupos de invertebrados edáficos e seu posicionamento segundo os tipos principais de manejo de solo (em sucessão soja-trigo, desde 1981), em ensaio de longa duração na Fazenda Experimental da Embrapa Soja. Safra de inverno, 2001 e 202 (trigo). PD = Sistema de semeadura direta; PM = Sistema de preparo (cultivo) mínimo; PC = Sistema de preparo convencional (arado de discos); Nomes dos invertebrados: Diplopod = Diplopoda (milipéias, piolho de cobra); Pseudoes = Pseudoscorpionida; Díptera = larvas de moscas; Lacraia = Chilopoda (centopéias); Colad. = Coleoptera adultos (besouros adultos); Enchytra = Enchytraeidae (pequenas Oligochaeta); Diplura = pequenos predadores. O preparo do solo com arado teve, na maior parte dos casos, um efeito negativo na fauna do solo, excetuando-se alguns grupos, que aparentemente se adaptam bem às condições de perturbação do solo. Já os dados disponíveis sobre a abundância da macrofauna em diferentes manejos da cultura, indicam o efeito de rotação de culturas como muito menor que o efeito de preparo do solo, como pode ser observado na safra de verão (soja). Nessa data, houve apenas uma pequena diferença entre a rotação e a sucessão de culturas no sistema PD. Seleção do melhor método de amostragem para a avaliação de populações de minhocas como bioindicadores George G. Brown Priscila T. Martins Samuel W. James Ladislau Marcelino Rabello Amarildo Pasini Daiane H. Nunes Vanesca Korasaki Antônio A. dos Santos Número do Plano de Ação: 03.02.514.00.04 Confecção de um Kit prático de coleta Devido à distribuição heterogênea de minhocas no solo, na serapilheira e em ambientes epífitos para a coleta no campo, frequentemente, é necessário cobrir grandes superfícies para capturar as espécies presentes e conhecer sua diversidade no habitat. Muitas vezes, também é inevitável caminhar longas distâncias, o que não permite levar cargas pesadas ou volumosas. Com a ajuda do Dr. Samuel James, montou-se um kit prático, simples e barato para ser levado ao campo, composto por materiais disponíveis no país e a maioria facilmente adquirível em supermercados e lojas de artigos plásticos. O kit dispensa frascos de vidro, que são frágeis e volumosos. O kit para coletas qualitativas inclui: um recipiente de plástico fechável de 5 L (tipo Tuperware®), para evitar a perda de álcool e formol por Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 31 volatilização; dois potes de sorvete de 2 L, um para colocar as minhocas vivas enquanto se está realizando a coleta e outro para anestesiar as minhocas no momento da preservação; sacos de plástico, tipo Ziplock®, para colocar as minhocas e o líquido preservador; álcool 96 %, para preservar as minhocas para análise futura de DNA, e diluído a 30 %, para anestesiar e matar as minhocas; formol 4 %, para fixar as minhocas; pinças para as minhocas; sacos de plástico, de 1 L ou 2 L, para a coleta de solo; marcador indelével para anotar dados de coleta do solo e minhocas; marcador especial (que não borra com o álcool) para as etiquetas; papel grosso (120 g) para as etiquetas colocadas dentro dos Zip-lock®; uma folha para anotar dados/informação do local de amostragem; uma pá curva (com manopla) para coletar as minhocas no campo. Comparação de diferentes métodos de amostragem de minhocas sob diversas situações ambientais Este trabalho, realizado por Martins (2005), incluiu amostragem de minhocas em quatro ecossistemas, usando dois métodos etológicos (elétrico e formol) e o método manual de coleta. As amostragens foram realizadas em 2 locais (Fazenda Escola da UEL e brejo), com variação no tipo de solo, cobertura vegetal e espécies de minhocas presentes. Na UEL, amostrou-se um pequeno fragmento de mata secundária, uma área de culturas anuais após a colheita de sorgo e uma pastagem de Cynodon sp. (grama-estrela). Perto da Embrapa Soja, amostrou-se um brejo com capim-navalha e taboa. O aparelho elétrico (desenvolvido por Thielemann, 1986) força as minhocas a sairem do solo por meio de voltagem que varia de 100 V a 400 V, em uma área de aproximadamente 60 cm de diâmetro. O formol, regado numa superfície de 1 m2, irrita a pele das minhocas e as força a se deslocarem à superfície. A extração com formol e o método elétrico funcionam melhor quando o solo está úmido e descompactado, permitindo que as minhocas subam à superfície do solo, onde são coletadas. Esses métodos tendem a trazer à tona as espécies mais 32 Embrapa Soja. Documentos, 296 ativas (epígeas), mas são menos eficientes para as espécies endógeas e geófagas, que vivem dentro do solo e visitam menos frequentemente a superfície. Para testar a eficiência do método elétrico, logo abaixo da área onde se retiraram as minhocas com eletricidade, retiraram-se blocos de solo de 40 cm2 x 40 cm2 até 30 cm de profundidade, dividido em camadas de 10 cm. Esses blocos foram triados manualmente, retirando-se todas as minhocas encontradas. Nas áreas de lavoura e pastagem realizaramse cinco amostras de formol e elétrica/manual, enquanto na floresta secundária e no brejo realizaram-se oito amostras. Tabela 3. Densidade populacional (D, em ind/m²) e biomassa (B, em g/m²) média de minhocas coletadas em ecossistemas distintos, em função do método de amostragem. Londrina (PR), 2005. Floresta Método Químico Manual Elétrico D 208 264 38 B 128,1 5,1 23,5 Brejo D 91 14 4 B 9,5 7,5 4,9 Pastagem D 1 46 0 B 0,4 0,5 0 Lavoura D 2 315 9 B 0,07 2,89 0,11 Os métodos de coleta usados variaram na sua eficiência de extração de minhocas, conforme o ecossistema avaliado (Tabela 3) e a espécie de minhoca em questão (Tabelas 4 e 5). O maior número de minhocas foi coletado na lavoura anual, usando o método de extração manual (Tabela 3). Na pastagem, também se coletaram mais minhocas usando o método manual. Nesses dois sistemas, observou-se a presença, principalmente, de abundantes populações de pequenas minhocas do gênero Dichogaster (Tabela 5), que não respondem bem à aplicação de formol ou à extração elétrica. Na floresta, onde havia grande número de minhocas “puladeiras” da família asiática Megascolecidae (A. gracilis), o método do formol foi mais eficiente na captura dessa espécie (Tabela 5), resultando na maior Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 33 biomassa coletada de todos os ecossistemas e métodos (Tabela 3). Apesar de o método manual coletar mais indivíduos na floresta, estes foram principalmente de espécies menores, que se encontravam dentro do solo. O método de extração elétrico nesse sistema também resultou numa coleta significativa das espécies de Amynthas e U. brasiliensis (Tabela 5), ambas espécies de comportamento epígeo. No brejo, predominaram as minhocas da espécie P. corethrurus, que responderam muito bem ao método químico (Tabela 5). Assim como na floresta, o aparelho elétrico coletou a espécie A. gracilis, porém, onde foi aplicada a solução de formol, a densidade média obtida foi 7,6 vezes maior para A. gracilis e 5,2 vezes maior para P. corethrurus, em relação ao método elétrico. A floresta apresentou a maior diversidade de espécies (n=8), seguida da lavoura (n = 6 spp.) (Tabela 4). Contudo, uma avaliação correta da diversidade de espécies somente é possível utilizando o método manual, pois em todos os locais apenas algumas espécies foram coletadas com êxito usando os métodos etológicos (formol e eletricidade; Tabela 4). Diversas espécies de Ocnerodrilidae, Dichogaster spp. e indivíduos da família Glossoscolecidae foram coletados principalmente (ou somente) pelo método manual. Tabela 4. Ocorrência das diferentes espécies de minhocas nos ecossistemas avaliados em função dos métodos de coleta utilizados. Londrina (PR), 2005 Espécies Amynthas gracilis Pontoscolex corethrurus Dichogaster affinis Dichogaster bolaui Dichogaster saliens Urobenus brasiliensis Ocnerodrilidae sp. Fimoscolex sp. Belladrilus sp. Glossoscolecidae sp. Total (Nº spp.) Elétrico Mata, Brejo Mata, Brejo Mata 3 Manual Mata, Brejo Mata, Brejo, Lavoura Mata, Pasto, Lavoura Mata, Lavoura Mata, Lavoura Mata Mata, Lavoura Mata Pasto, Lavoura Brejo 9 Formol Mata, Brejo, Pasto Brejo, Pasto Pasto Mata 4 34 Embrapa Soja. Documentos, 296 Portanto, os resultados mostram que o aparelho elétrico e o formol são, de forma geral, menos eficientes que a triagem manual do solo na extração de minhocas. Contudo, os dois métodos etológicos mostraram eficiência diferente, dependendo do local amostrado e das espécies de minhocas ali encontradas. As espécies exóticas dos gêneros Amynthas e Urobenus parecem ser especialmente sensíveis aos métodos elétricos e de formol, saindo rapidamente com os primeiros choques elétricos, e com maior delonga com aplicação de formol. Fatores como tipo de solo e vegetação, densidade aparente e umidade do solo, posição na paisagem e hora do dia para amostragem, são importantes e devem ser levados em consideração quando se está avaliando a população de minhocas em diferentes locais. Sugere-se que futuras avaliações de populações de minhocas, para fins quantitativos e qualitativos, utilizem uma combinação de métodos, especialmente a triagem manual do solo e a aplicação de formol, para garantir uma coleta eficiente das espécies epígeas (ativas na superfície), que não são adequadamente coletadas pelo método manual, e das espécies endógeas (do solo), que não são coletadas adequadamente com os métodos etológicos (formol e eletrecidade). <1 0 3 0 0 P. corethrurus Dichogaster spp. U. brasiliensis Ocnerodrilidae sp. Glossoscolecidae sp. 2 4 4 51 11 5 MAN Floresta (No/m2) 0 0 18 0 0 190 FOR 0 0 47 0 3 88 ELE 0 0 245 0 0 482 FOR Eficiência (%)* 0 0 0 0 <1 3 ELE <1 0 0 0 11 <1 MAN Brejo (No/m2) 0 0 0 0 59 32 FOR 0 - - - 3 81 ELE 0 - - - 527 762 FOR Eficiência (%)* 0 0 0 0 0 0 ELE 0 1 0 8 0 0 MAN 0 0 0 1 1 2 FOR Pastagem (No/m2) - 0 - 0 - - ELE - 0 - 13 - 100 FOR Eficiência (%)* 0 0 0 3 0 0 ELE 0 10 0 71 3 0 MAN Lavoura (No/m2) 0 2 0 0 0 0 FOR - 0 - 4 0 - ELE - 20 - 0 0 - FOR Eficiência (%)* triagem manual do solo (MAN) abaixo da área de onde se extraíram as minhocas com eletricidade. contradas usando cada um desses dois métodos em comparação com a abundância obtida usando o método elétrico e posterior *A eficiência do método de aplicação de formol (FOR) e de eletricidade (ELE) foi calculada usando a abundância de minhocas en- 35 ELE A. gracilis Espécies Tabela 5. Abundância (Nº indivíduos.m-2) de minhocas em variados ecossistemas, usando diferentes métodos de coleta*. Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 35 Desenvolvimento de um aparelho de extração de minhocas usando eletricidade A parceria da Embrapa Soja com a Embrapa Instrumentação Agropecuária resultou na montagem de um amostrador elétrico de minhocas (para mais detalhes ver Rabello e Brown, 2005). O pedido de patente nacional foi enviado no início de 2006. Um aparelho similar foi testado no trabalho de Martins (2005) e mostrou baixa eficiência na captura de minhocas em geral, porém maior facilidade na captura de algumas espécies. Esse aparelho deve ser testado em mais lugares, em diferentes tipos de solo e vegetação, comunidades de minhocas e minhocários, para facilitar a extração de minhocas e reduzir o esforço necessário para cavar ou separar as minhocas do solo e de substratos orgânicos. Agradecimentos Os autores agradecem ao Bruce Motte e às equipes de entomologia e manejo do solo pela ajuda nos trabalhos de campo, ao CNPq pelo apoio financeiro e ao Museu de História Natural de Karlsrue, Jörg Römbke e Hübert Höfer, pelo empréstimo do aparelho de extração elétrica. Referências ANDERSON, J.M.; INGRAM, J.S.I. Tropical soil biology and fertility: A handbook of methods, 2.ed. Wallingford: CAB International, 1993. BROWN, G.G. ; PASINI, A.; BENITO, N.P.; AQUINO, A.M.; CORREIA, M.E.F. Diversity and functional role of soil macrofauna communities in Brazilian no-tillage agroecosystems. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON MANAGING BIODIVERSITY IN AGRICULTURAL ECOSYSTEMS, Montreal. Proceedings… Montreal: UNU/CBD, 2002. 20p. 1 CD-ROM. BROWN, G.G.; JAMES; S.W.; SAUTTER, K.D.; PASINI, A.; BENITO, N.P.; NUNES, D.H.; KORASAKI, V.; SANTOS, E.F.; MATSUMURA, C.Y.; MARTINS, P.T.; PAVÃO, A.L.; SILVA, S.H.; GARBELINI, G.; TORRES, E. Avaliação de populações de minhocas (Annelida: Oligochaeta) em sistemas agrícolas e naturais, e seu potencial como bioindicadores ambientais. In: SARAIVA, O.F. (Org.). Resultados de pesquisa da Embrapa Soja, 2003: manejo de solos, plantas daninhas e agricultura de precisão. Londrina: Embrapa Soja, 2004. p.31-52. (Embrapa Soja. Documentos, 253). JAMES, S.W.; BROWN, G.G. Earthworm ecology and diversity in Brazil. In: MOREIRA, F.M.S.; SIQUEIRA, J.O.; BRUSSAARD, L. (Org.). Soil biodiversity in Amazonian and other Brazilian ecosystems. Wallingford: CABI, 2006, p.56-116. MACHADO, A.B.M.:MARTINS, C.S.: DRUMMOND, G.M. Lista da fauna brasileira ameaçada de extinção, incluindo as listas das espécies quase ameaçadas e deficientes em dados. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas, 2005. MARTINS, P.T. Métodos para amostragem de minhocas em diversos ecossistemas. Londrina: Universidade Estadual de Londrina, 2005. Trabalho de conclusão de curso. 38 Embrapa Soja. Documentos, 296 RABELLO, L.M.; BROWN, G.G. Sistema eletrônico para extração de minhocas através de corrente elétrica. São Carlos: Embrapa Instrumentação Agropecuária, 2005. 5 p. ( Embrapa Intrumentação Agropecuária. Circular Técnica , 31). SAUTTER, K.D.; BROWN, G.G.; JAMES, S.W.; PASINI, A.; NUNES, D.H.; BENITO, N.P. Present knowledge on earthworm biodiversity in the State os Paraná, Brazil. European Journal of Soil Biology, v.42, p.S296S300, nov. 2006. Supplment 1. SAUTTER, K.D.; BROWN, G.G.; PASINI, A.; BENITO, N.P.; NUNES, D.H.; JAMES, S.W. Ecologia e biodiversidade das minhocas no Estado do Paraná, Brasil. In: BROWN, G. G.; FRAGOSO, C. (Ed.) Minhocas na América Latina: biodiversidade e ecologia. Londrina: Embrapa Soja, 2007. p.383-396. TER BRAAK, C.J.F.; SMILAUER, P. Canoco for Windows version 4.0. – Wageningen: Wageningen University, Centre for Biometry, 1998. THIELEMANN, U. Elektrischer regenwurmfang mit der oktett-methode. Pedobiologia, v.29, 296-302, 1986. Aperfeiçoamento, aferição e regionalização das normas estabelecidas pelo Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS) para a soja no estado do Paraná Cesar de Castro Fábio Álvares de Oliveira Clóvis Manuel Borkert Gedi Jorge Sfredo Número do Projeto: 03.02.515.00 Líder: César de Castro UD de origem do projeto: Embrapa Soja Número de Planos de Ação que compõem o projeto: 4 Unidade/Instituições participantes: Fundação Meridional de Apoio a Pesquisa Agropecuária, Cooperativa Agropecuária Morãoense, Cooperativa Agrária Mista Entre Rios Ltda (FAPA) Resumo Quando se planeja a adubação para alta produtividade em soja, a utilização da análise de solo é uma das principais metodologias para tomada de decisão de recomendar adubação para a cultura. 40 Embrapa Soja. Documentos, 296 Porém, outros métodos de diagnose, como a análise foliar para diagnóstico do estado nutricional da planta e a análise de solo interpretada por meio de níveis críticos, apesar de mostrar resultados satisfatórios, apresentam certas limitações, pois não consideram as interações entre eles e não utilizam o balanço nutricional da planta na interpretação da análise. Com isso, quando mais de dois nutrientes encontram-se abaixo dos níveis críticos, os métodos interpretativos não permitem avaliar qual nutriente limita mais a produção. O DRIS (Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação), desenvolvido por Beaufils (1971), é um método que utiliza a relação entre os nutrientes para interpretar os resultados da análise foliar e indicar qual o nutriente limitou a produção. Os diagnósticos do método DRIS para problemas nutricionais podem ser testados utilizando amostras cujos problemas nutricionais são conhecidos (Bataglia & Santos, 1990) ou amostras de experimentos com diferentes doses dos nutrientes (Beverly et al., 1986). Para formar as normas DRIS foram utilizadas as amostras de tecido e as respectivas produtividades dos ensaios finais do melhoramento genético de soja e dos ensaios de fertilidade do solo do Paraná, localizados em Londrina, Campo Mourão, Cascavel, Guarapuava, Ponta Grossa, Mamborê, Mauá da Serra, Brasilândia e Mandaguaçu. A obtenção de normas DRIS para a cultura da soja permite identificar os nutrientes em desequilíbrio (excesso ou deficiência), e assim, melhorar a técnica de indicar adubação, racionalizando o uso de fertilizantes, reduzindo o custo produtivo e de agressão ao meio ambiente. A continuidade do desenvolvimento do programa DRIS vai possibilitar a regionalização do sistema, tornando mais eficientes o seu uso e a interpretação dos resultados. Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 41 Introdução A adubação representa em torno de 25 % a 45 % do custo dos insumos na lavoura de soja, sendo, portanto, um investimento caro, em que o seu uso criterioso pode, por si só, resultar em aumento do lucro na propriedade rural e reduzir os riscos de impacto ambiental. Assim, o aumento da eficiência da avaliação do estado nutricional das plantas e a recomendação de nutrientes assumem fundamental importância, não só para atender às necessidades nutricionais para garantir a máxima produtividade, como também para reduzir a aplicação de fertilizantes e, consequentemente, os custos de produção e os riscos de contaminar o solo. A diagnose visual, a análise química de solo, a análise foliar e os métodos biológicos são os principais métodos de diagnóstico do estado nutricional (Malavolta, 1980; Fageria et al., 1991; Lopes & Carvalho, 1991). Desses métodos, a análise química de solo e a análise foliar são os mais utilizados em áreas comercias. Entretanto, com o aumento da produtividade nas principais regiões agrícolas, são necessários métodos de avaliação do equilíbrio nutricional das plantas e de predição da necessidade de fertilizantes mais precisos. A utilização de resultados de análise do solo e das folhas e a sua interpretação por meio de valores de referência indicados como níveis críticos, apesar de mostrar resultados satisfatórios, apresenta certas limitações, pois não considera as interações entre eles e não utiliza o balanço nutricional da planta na interpretação. A análise químicoquantitativa de uma planta ou parte dela fornece um valor integrado de todos os fatores que influenciaram a sua composição, até o momento da amostragem (Fageria, 1984). Com isso, quando mais de dois nutrientes encontram-se abaixo dos níveis críticos, os métodos interpretativos da análise de tecidos não permitem avaliar qual nutriente limita mais a produção. 42 Embrapa Soja. Documentos, 296 Assim, o DRIS (Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação), desenvolvido por Beaufils (1971), é um método que utiliza a relação entre os nutrientes para interpretar os resultados da análise foliar e indicar a ordem de nutrientes limitantes à produção. Os diagnósticos do método DRIS para problemas nutricionais podem ser testados utilizando amostras com indicadores nutricionais conhecidos (Bataglia & Santos, 1990) ou amostras de experimentos com diferentes doses dos nutrientes (Beverly et al., 1986). A base do DRIS é a composição de uma norma de referência representativa das condições de cultivo que se pretende avaliar. Objetivos • Aumentar a representatividade da base de dados para a elaboração das normas DRIS. • Oferecer mais uma ferramenta aos agricultores e à assistência técnica, para melhor interpretar a análise de tecido e a recomendação do uso de adubos. • Racionalizar o uso de fertilizantes na agricultura e reduzir os custos com a adubação. Resultados e discussão Para a obtenção do banco de dados foram coletadas, no estádio de desenvolvimento R1, folhas de soja e as respectivas produtividades de amostras de vários experimentos nas safras 2003/2004 a 2004/2005, no Estado do Paraná (Londrina, Campo Mourão, Guarapuava, Cascavel, Mandaguaçu, Brasilância, Primeiro de Maio, Sertanópolis, Mamborê e Ponta Grossa), desenvolvidas com macro e micronutrientes (N, P, K, Ca, Mg, S, Zn, Fe, Mn, Cu e B), calagem e também nos ensaios finais do programa de melhoramento genético de soja da Embrapa Soja. Foram coletadas, ainda, folhas e respectivas produtividades nos Estados do Mato Grosso do Sul (Naviraí) e de São Paulo (Taciba). Essas amostras, apesar de coletadas em outras localidades, estão localizadas em áreas sob o mesmo domínio geológico e climático da região noroeste do Paraná, o arenito Caiuá, que abrange as áreas de produção de soja sob solos arenosos. Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 43 Do total das amostras coletadas nos ensaios de avaliação final do programa de melhoramento genético, foram pré-selecionadas para as análises de tecido vegetal somente as amostras com produtividades variando de 3.000 kg/ha até 5.891 kg/ha. Esse princípio, além de reduzir os custos com análises químicas, teve o objetivo de compor o banco de dados para a geração das Normas DRIS com amostras representativas de cultivos de alta produtividade. Além disso, para aumentar a estabilidade da base de dados quanto aos fatores agroclimáticos, foram incluídas amostras de tecido vegetal provenientes de parcelas experimentais de alta produtividade, cultivadas nas safras anteriores ao início desta pesquisa, nas mesmas regiões geográficas abrangidas pelo projeto, no Estado do Paraná. As amostras coletadas e selecionadas por produtividade foram analisadas quimicamente para a determinação dos teores de macro e micronutrientes. Para o desenvolvimento das Normas DRIS, a base de dados foi organizada no formato Microsoft Excel, estabelecendo a população de referência, com base nos valores com altas produtividades de soja e desvios no diagnóstico nutricional, fundamentando-se nos valores de suficiência para os nutrientes analisados (Correção..., 2006). A partir das populações de referência, foram geradas as normas DRIS, utilizando as relações reduzidas calculadas pelo procedimento de Jones (1981), conforme recomendado por Alvarez V. & Leite (1999). Por esse procedimento, os índices DRIS foram calculados utilizando a média das razões reduzidas diretas (com o nutriente no numerador) e inversas (com o nutriente no denominador) dos nutrientes, conforme a fórmula: 44 Embrapa Soja. Documentos, 296 Índice A = [Z(A/B) + Z(A/C) + ... + Z(A/N) – Z(B/A) – Z(C/A) - ... – Z(N/A)] 2(N-1) Onde: Z(A/B) até Z(A/N) são as relações reduzidas normais e Z(B/A) até Z(N/A) são as relações reduzidas inversas dos teores de todos os nutrientes em relação ao nutriente A e; n, o número de nutrientes envolvidos. As relações reduzidas foram calculadas pela fórmula: Z(A/B) = [(A/B) – (a/b)] 10 sa / b Se a/b > A/B ou A/B > a/b. Onde: sa/b é o desvio padrão da razão dos nutrientes A e B da população de referência. Dessa forma, tem-se os índices DRIS para cada nutriente, IN, IP, IK, ICa, IMg, IS, IB, ICu, IFe, IMn, IZn, permitindo a interpretação individual para cada nutriente da amostra. Conhecidos esses valores, também foi calculado o Índice de Balanço Nutricional médio (IBNm), para a interpretação do diagnóstico do equilíbrio nutricional, que é a soma das normas de cada nutriente gerados pelo programa DRIS e divididos pelo número de nutrientes analisados, conforme equação que segue: IBNm = Ȉ (| ǿ N |,| IP |,| IK |,| ICa |,| IMg |,| IS |,| IB |,| ICu |,| IFe |,| IMn |,| IZn | 11 Onde: |IN| até |IZn| representam os valores das normas DRIS de cada nutriente em módulo, ou seja, não se considerando o sinal positivo ou negativo. A interpretação dos índices DRIS utiliza como referência o valor “zero” para o somatório das razões entre os nutrientes. Assim, valores negativos indicam deficiência do nutriente, valores positivos indicam excesso, enquanto valores próximos a zero correspondem a nutrição equilibrada. Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 45 Além da geração das normas a partir de uma população de referência conhecida e de produtividade elevada, foram necessários testes de simulação para aferir e validar o diagnóstico nutricional pelas normas DRIS, correlacionando-se o IBN e a produtividade. A aferição foi determinada pela análise estatística dos dados, utilizandose o teste correlação linear e quadrática (Pimentel Gomes, 1990) para comparar a produtividade média de cada amostra com o respectivo IBNm. Para tanto, foram utilizados experimentos de calibração de nutrientes que permitem identificar corretamente a situação nutricional das amostras avaliadas, desde as deficientes até as excessivas. Os resultados das análises foliares dessas unidades experimentais foram avaliados pelo DRIS, para permitir aferir a eficiência do diagnóstico emitido pelo programa e indicar a confiabilidade da base de dados utilizada. A validação foi realizada em áreas experimentais de produtividade elevada, pela confirmação do diagnóstico correto indicado por valores de IBNm baixos e também em áreas com problemas nutricionais identificados e avaliação de desbalanço nutricional pelo DRIS. Atualmente, o banco de dados selecionado para alta produtividade da soja no Paraná apresenta 3.800 amostras de tecido e respectiva produtividade. No entanto, como a montagem do banco de dados é um processo dinâmico, em todas as safras novas amostras representativas da região são incluídas, aumentando cada vez mais sua representatividade. Como grande parte das amostras do banco de dados é proveniente dos ensaios finais do melhoramento genético de soja da Embrapa Soja, este trabalho de aperfeiçoamento da avaliação do estado nutricional tem-se atualizado simultaneamente à evolução genética da soja. Além disso, com a continuidade dessa metodologia para a geração das normas de referência DRIS, será possível gerar informações específicas para cada cultivar lançada pela Embrapa Soja ou, pelo menos, a separação por ciclo de desenvolvimento, o que aumentará ainda mais a representatividade do DRIS e será mais um fator decisivo para o agricultor na hora de escolha da cultivar. 46 Embrapa Soja. Documentos, 296 Atualmente, está disponível uma versão on line do programa na home page da Embrapa Soja (http://www.cnpso.embrapa.br/dris), possibilitando a interpretação do estado nutricional da soja pelo DRIS, utilizando normas de referência estaduais, o que tem permitido o acesso de profissionais relacionados à cadeia produtiva da soja no Estado do Paraná. Desse modo, o sojicultor tem condições de interpretar de forma mais precisa o manejo da fertilidade do solo na sua propriedade. Conclusões O DRIS Embrapa Soja, disponível on line, possibilita o aumento da eficiência na interpretação do estado nutricional da soja, utilizando normas de referência estaduais. A possibilidade de identificar a ordem de limitação nutricional das plantas e corrigir os desvios da adubação reduz o consumo de fertilizantes, o que aumenta a eficiência de sua utilização na cultura da soja. Além disso, a redução no consumo desnecessário de fertilizantes também diminui os consequentes impactos negativos ao meio ambiente. Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 47 Referências ALVAREZ V. V. H.; LEITE, R.A. Fundamentos estatísticos das fórmulas usadas para cálculos dos índices dos nutrientes no Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação – DRIS. Boletim Informativo Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, v.24, n.1, p 20 a 24, 1999. BATAGLIA, O.C; SANTOS, W.R. dos. Efeito do procedimento de cálculo e da população de referência dos índices do Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS). Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.14, p.339-344, 1990. BEAUFILS, E.R. Physiological diagnosis: a guide for improving maize production based on principles developed for ruber trees. Fertilizer Society of South Africa Journal, v.1, p. 1-30, 1971. BEVERLY, R.B.; SUMNER, M.E.; LETZSCH, W.S.; Plank, C.O. Foliar diagnosis of soybean by DRIS. Communications in Soil Science and Plant Analysis, v.17, p. 237-256, 1986. CORREÇÃO e manutenção da fertilidade do solo. In: TECNOLOGIAS de produção de soja - região central do Brasil 2007. Londrina: Embrapa Soja: Embrapa Cerrados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2006. p.41-63 (Embrapa Soja. Documentos, 185). FAGERIA, N. K. Adubação e nutrição mineral da cultura do arroz. Rio de Janeiro: Campus: EMBRAPA – CNPAF, 1984. 341p. FAGERIA, N. K.; BALIGAR, V.C.; JONES, C.A. Growth and mineral nutrition of field crops. Marcel Dekker, Inc. New Iork, 1991. (Books ins soils, plants an environment, v.18). 48 Embrapa Soja. Documentos, 296 JONES, C.A. Proposed modifications of the diagnosis and recomendation integrated system (DRIS) for interpreting plant analysis. Communication in Soil Science and Plant Analysis. v.12, p.785-974, 1981. LOPES, A.S; CARVALHO, J.G. de. Técnicas de levantamento e diagnose da fertilidade do solo. In: OLIVERIA, A.J. de; GARRIDO, W.E.; ARAUJO, J.D. de; LOURENÇO, S.(Coord.). Métodos de pesquisa em fertilidade do solo. Brasília: EMBRAPA – SEA, 1991, 392p (EMBRAPA–SEA. Documentos, 3). MALAVOLTA, E. Elementos de nutrição mineral de plantas. São Paulo: Agronômica Ceres,1980. 251p. PIMENTEL GOMES, F. Curso de estatística experimental. 13 ed. Piracicaba: Nobel, 1990. 468p. Reinoculação e adubação nitrogenada na cultura da soja Mariangela Hungria Julio Cezar Franchini Rubens José Campo Carla Cripa Crispino José Zucca Moraes Rubson N. R. Sibaldelli Iêda Carvalho Mendes Fábio Bueno dos Reis Junior Líder: Iêda de Carvalho Mendes Número do projeto: 03.03.102.00 Macroprograma 03: Adaptação, finalização e ajustes de sistemas, processos e tecnologias. UD de origem do projeto: Embrapa Cerrados Resumo As pesquisas desenvolvidas com a soja no Brasil permitiram um grande acréscimo no rendimento da cultura, com a média nacional passando de 1.144 kg/ha em 1968/69 para 2.782 kg/ha em 2002/03. Para fornecer nitrogênio a cultivares de alta produtividade, os rizobiologistas têm trabalhado na seleção de estirpes com maior capacidade de fixação de N2 e melhorias na técnica de inoculação. Assim, patamares superiores a 4.000 kg/ha são obtidos exclusivamente pela inoculação, não sendo necessária nenhuma suplementação com fertilizantes nitrogenados. No 50 Embrapa Soja. Documentos, 296 entanto, de maneira crescente, nos últimos anos têm surgido dúvidas sobre a necessidade de adubar a soja com fertilizante nitrogenado para garantir maiores produtividades. A idéia atualmente divulgada é que a reinoculação não é necessária e a aplicação de doses moderadas de N (50kg/ha) no pré-florescimento ou no início do enchimento de grãos, resultará em incrementos na produtividade da soja. Este projeto teve por objetivo finalizar os estudos iniciados em 2001 referentes aos efeitos da reinoculação e da suplementação com fertilizante nitrogenado sobre as taxas de fixação biológica do N2 e rendimento da soja. Reinoculação é o termo utilizado para descrever a inoculação em uma área que foi cultivada com soja inoculada anteriormente e, por isso, já possui no solo uma população estabelecida de bradirrizóbios. Foram conduzidos oito experimentos em áreas de produção de soja, onde a reinoculação foi feita adequadamente, seguida ou não, pela suplementação com fertilizante nitrogenado, em estágios específicos do crescimento (pré-florescimento e início do enchimento de grãos). Nesses experimentos, foram avaliados a nodulação, o N total acumulado pelas plantas, a fixação biológica do N2 (pelo teor de N-ureídos) e o rendimento da cultura. Os resultados obtidos contribuirão para que manejos mais adequados sejam utilizados pelos produtores, evitando prejuízos tanto para a fixação biológica do N2, como pelo possível uso desnecessário de fertilizante nitrogenado com significativos aumentos no custo de produção da soja. Introdução A soja é uma leguminosa capaz de estabelecer uma relação simbiótica com bactérias que fixam o nitrogênio atmosférico (N2), transformando-o em formas nitrogenadas que são utilizadas para a nutrição da planta hospedeira. O custo elevado de fertilizantes nitrogenados no Brasil fez a fixação biológica de N2 ocupar uma posição de destaque na pesquisa e no manejo desde o período de expansão da cultura no País. Como consequência, as cultivares atualmente disponíveis no mercado conseguem suprir todas as necessidades de N pelo processo biológico, realizado por bactérias das espécies Bradyrhizobium japonicum e B. elkanii (Hungria & Vargas, 2000; Hungria et al., 2001, 2005, 2006a). Outro Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 51 diferencial da pesquisa brasileira foi demonstrar, em ensaios conduzidos em todo o território nacional, que mesmo em solos com populações de rizóbios estabelecidas por inoculações anteriores, a reinoculação da soja garante incrementos médios no rendimento de grãos, da ordem de 4,5 % a 8 % (Hungria et al., 2001, 2006a), o que, em geral, não ocorre em outros países, como nos Estados Unidos da América e na Austrália. O incremento pela reinoculação tem sido atribuído, principalmente, às condições ambientais estressantes a que os solos brasileiros são, com frequência, submetidos, bem como às boas estirpes e às tecnologias adequadas de inoculação identificadas pela pesquisa brasileira, mas o controle rígido de qualidade dos inoculantes também é um fator fundamental para o sucesso da reinoculação a campo (Hungria & Vargas, 2000; Hungria et al., 2006a). Contudo, às vezes surgem questionamentos sobre a capacidade do processo biológico de atender às demandas de novas cultivares com potencial elevado de rendimento (Vitti & Trevisan, 2000; Yamada, 2000; Lamond & Wesley, 2001; Cooper, 2003). Nesse contexto, este estudo teve por objetivo verificar os efeitos da reinoculação e da complementação com fertilizantes nitrogenados nos parâmetros de fixação biológica do N2 e de rendimento da cultura da soja. Objetivo Verificar os efeitos da reinoculação e da complementação com fertilizantes nitrogenados nos parâmetros de fixação biológica do N2 e de rendimento da cultura da soja em solos tradicionalmente cultivados com essa leguminosa no estado do Paraná. Material e Métodos Foram conduzidos 20 experimentos em um latossolo roxo distrófico, na Estação Experimental da Embrapa Soja, em Londrina, PR, e outros 20 em um latossolo vermelho-escuro, na Estação Experimental da Embrapa – Escritório de Negócios de Ponta Grossa, PR. Todas as áreas já haviam sido cultivadas com soja há mais de dez anos e apresentavam populações elevadas de Bradyrhizobium japonicum e B. elkanii, 52 Embrapa Soja. Documentos, 296 estimadas, na camada de 0 cm-10 cm, em 105 e 103 células/g de solo, em Londrina e Ponta Grossa, respectivamente. Os experimentos foram conduzidos nos sistemas de semeadura conhecidos como plantio convencional (PC) e plantio direto (PD), por três safras, de 2000/2001 a 2002/2003. No verão, foi semeada soja das cultivares EMBRAPA 48 (grupo de maturação precoce, até 115 dias) e BRS 134 (grupo de maturação médio, 126 a 137 dias). As parcelas experimentais mediram 5 m x 3,2 m, com 0,4 m entre linhas (Londrina), ou 5 m x 4 m, com 0,5 m entre linhas (Ponta Grossa) e foram separadas por 0,8 m e pequenos terraços de 1,6 m. No inverno, foi semeado trigo nas mesmas parcelas, recebendo a adubação recomendada para a cultura, exceto N. Em Londrina, foi utilizada a cultivar de trigo BRS 193 e, em Ponta Grossa, a cultivar BRS 49, em 2001 e a BRS 208, em 2002. Na semeadura de verão, as sementes de soja forma inoculadas, anualmente, com as estirpes de B. elkanii SEMIA 587 e B. japonicum SEMIA 5080 (=CPAC 7), em inoculante turfoso contendo 108 células/g de inoculante na primeira safra e 109 células/g de inoculante a partir da segunda safra, sempre na dose de 500 g de inoculante/50 kg de sementes e, como adesivo, foi utilizada solução açucarada a 10 %, na dosagem de 300 ml de solução/500 g de inoculante. Cada experimento com soja constou de seis tratamentos: 1) controle não-inoculado; 2) controle não-inoculado + 200 kg de N/ha (100 kg de N no plantio e 100 kg no florescimento); 3) inoculação-padrão (IP) com as estirpes SEMIA 587 + SEMIA 5080; 4) IP + 30 kg de N/ha, na semeadura; 5) IP + 50 kg de N/ha, no pré-florescimento (R2); 6) IP + 50 kg de N/ha, no início do enchimento dos grãos (R4). O N sempre foi fornecido como uréia e a lanço. Nas três safras, o delineamento experimental foi em blocos ao acaso com seis repetições e os tratamentos foram colocados nas mesmas parcelas. Aos 50 dias após a semeadura, foram coletadas dez plantas por repetição, avaliando-se o número e a massa de nódulos secos, a massa da parte aérea seca, o conteúdo de N total e de N sob a forma de ureídos na parte aérea, conforme descrito por Hungria et al., 2006b. Na colheita, foi avaliado o rendimento (corrigido para 13 % de umidade) e o teor de N total nos grãos. Para a cultura de inverno, foi Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 53 avaliado o rendimento de grãos do trigo. As médias dos dados foram comparadas pelo teste de Duncan, ao nível de 5 % de probabilidade, procedendo-se, também, à análise conjunta de todas as safras. Resultados e Discussão Neste estudo, foram conduzidos quatro ensaios com soja no verão, durante três anos e quatro com trigo no inverno, por dois anos, em Londrina e Ponta Grossa, PR, totalizando 40 ensaios. Uma estação seca no inverno do segundo ano, em Londrina, e um longo período de seca após o estádio R2 da soja, em Ponta Grossa, resultaram em perdas no rendimento. Os dados referentes a esses ensaios não foram considerados na análise estatística conjunta. Consequentemente, para o rendimento de grãos foram considerados 20 ensaios com soja e 12 com trigo. Quando comparada à população estabelecida de Bradyrhizobium, a reinoculação aumentou significativamente a contribuição da fixação biológica do N2, avaliada pelo método de N-ureidos, de 79 % para 84 %. Houve, também, um incremento médio no rendimento de grãos de 127 kg/ha, correspondente a 4,7 % (Fig. 4), bem como no teor de N total nos grãos, em média, de 6,6 %. A aplicação de uma dose elevada de fertilizante (200 kg de N/ha) reduziu, drasticamente, a nodulação e a contribuição da fixação biológica do N2 para 44 %, sem resultar em incremento na produtividade de grãos (Figs. 4 e 5). A aplicação de uma “dose de arranque”, de 30 kg de N/ha, na semeadura inibiu, levemente, a nodulação inicial (dados não mostrados) e a contribuição do processo biológico, para 81 %, sem resultar em qualquer ganho no rendimento de grãos (Figs. 4 e 5). Já a aplicação de fertilizantes nitrogenados em R2 e R4 diminuiu a nodulação e a contribuição da fixação biológica do N2 para 77 % e, também, o rendimento de grãos (Figs. 4 e 5). Embrapa Soja. Documentos, 296 2850 A A AB AB 2800 2750 AB B 2700 2650 IP + 50 kg N R4 IP + 50 kg N R2 IP + 30 kg N sem. NI + 200 kg N 2550 IP 2600 NI Rendimento médio da soja (kg/ha) 54 Fig. 4. Rendimento de soja (kg/ha) não-inoculada (NI), sem e com fertilizante nitrogenado (200 kg de N/ha, metade na semeadura e metade em R2), ou inoculada (inoculaçãopadrão, IP), sem ou com suplementação com fertilizante nitrogenado (30 kg de N/ha na semeadura, ou 50 kg de N/ha em R2, ou 50 kg de N/ha em R4). Médias de 20 ensaios conduzidos em Londrina e Ponta Grossa (sob plantio direto e plantio convencional, com as cultivares de soja Embrapa 48 e BRS 134, em ensaios com seis repetições). Valores seguidos por letras distintas diferem estatisticamente (Duncan, 5 %). O rendimento de trigo semeado como cultura de inverno, sem adição de fertilizante nitrogenado, somente com os resíduos da cultura da soja, também foi avaliado. Não foi constatado efeito residual do fertilizante nitrogenado na cultura do trigo. Contudo, considerando-se os incrementos na produtividade obtidos com as culturas de soja e trigo, evidenciaram-se os benefícios da reinoculação (Fig. 5). Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 55 Fig. 5. Rendimento médio de soja e trigo e incremento médio no rendimento dessas culturas (kg/ha), considerando os seguintes tratamentos das parcelas com soja: nãoinoculada (NI), sem e com fertilizante nitrogenado (200 kg de N/ha, metade na semeadura e metade em R2), ou inoculada (inoculação-padrão, IP), sem ou com suplementação com fertilizante nitrogenado (30 kg de N/ha na semeadura, ou 50 kg de N/ha em R2, ou 50 kg de N/ha em R4). Médias de 32 ensaios conduzidos em Londrina e Ponta Grossa (sob plantio direto e plantio convencional, com as cultivares de soja Embrapa 48 e BRS 134, em ensaios com seis repetições). Valores de incremento ou rendimento seguidos por letras distintas diferem estatisticamente (Duncan, 5 %). Os resultados obtidos destacam os benefícios econômicos e ambientais que resultam da substituição dos fertilizantes nitrogenados pela inoculação e pela fixação biológica do N2 e, também, os benefícios resultantes da prática da reinoculação, mesmo em solos com populações estabelecidas elevadas de Bradyrhizobium. A importância do processo biológico fica enfatizada quando se considera que a recomendação de apenas 30 kg de N/ha nos 22 milhões de ha atualmente cultivados com soja no Brasil, resultaria em custo adicional de 264 milhões de dólares por safra para o País. Finalmente, os resultados indicam que não existe qualquer incremento na produtividade de soja ou trigo, que sucede a cultura da soja, pela suplementação com fertilizantes nitrogenados. 56 Embrapa Soja. Documentos, 296 Conclusões Os resultados obtidos reforçaram os benefícios econômicos e ambientais que resultam da substituição dos fertilizantes nitrogenados pela inoculação. Mesmo em solos com população estabelecida de Bradyrhizobium, a reinoculação com estirpes selecionadas pela pesquisa brasileira resultou em incrementos médios, na produtividade de grãos, de 4,7 %. Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 57 Referências COOPER, R.L. Pesquisa sobre produtividade máxima da soja nos EUA. Informações Agronômicas, v.101, p.1-6, 2003. HUNGRIA, M.; VARGAS, M.A.T. Environmental factors affecting N2 fixation in grain legumes in the tropics, with an emphasis on Brazil. Field Crops Research, v.65, p.151-164, 2000. HUNGRIA, M.; CAMPO, R.J.; MENDES, I.C. Fixação biológica do nitrogênio na cultura da soja. Londrina: Embrapa Soja, 2001. 48p. (Embrapa Soja. Circular Técnica 35. Embrapa Cerrados. Circular Técnica 13). HUNGRIA, M.; CAMPO, R.J.; MENDES, I.C.; GRAHAM, P.H. Contribution of biological nitrogen fixation to the N nutrition of grain crops in the tropics: the success of soybean (Glycine max L. Merr.) in South America. 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Novas tecnologias trazem oportunidade de reduzir os custos de produção e os impactos prejudiciais ao meio ambiente, propiciando aumentos de produtividade, estabilidade e qualidade. O objetivo principal deste projeto é transferir conhecimentos e tecnologias para técnicos e produtores envolvidos 60 Embrapa Soja. Documentos 296 no agronegócio da região Meridional do Brasil, tendo como foco de atuação os estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Utilizando instrumentos de validação e demonstração, sua implementação foi feita por meio de equipe interativa, junto aos clientes intermediários e finais dos produtos e serviços disponibilizados pela Embrapa e seus parceiros à sociedade. Foi observado também o desempenho desses produtos e serviços em condições específicas, buscando obter novas informações que possibilitem pequenos ajustes durante o processo de transferência ao mercado. No presente projeto, foram utilizados como instrumentos de transferência de tecnologias os dias-de-campo realizados em unidades de observação (pólos de difusão), unidades de demonstração, unidades de validação, vitrines de tecnologias e vitrines de produtos. As qualidades específicas de cultivares geradas pela Embrapa, para os cultivos de verão e inverno, foram tratadas nos planos de ação 2 e 3, enquanto os planos de ação 4, 5, 6, 7, 8 e 9 utilizaram-se dos instrumentos acima para ministrar cursos e palestras sobre temas específicos demandados pelos clientes. O plano de ação 10 tratou de atividades e atribuições ligadas à comunicação e ao marketing voltadas para os negócios da empresa. Foi prevista a realização de pelo menos 74 eventos de transferência de conhecimentos e tecnologias e o atendimento direto a, aproximadamente, trinta e cinco mil clientes, entre produtores e técnicos ligados ao agronegócio da região. Transferência de tecnologia para uso da soja na alimentação humana Vera de Toledo Benassi José Marcos Gontijo Mandarino Número do Plano de Ação: 04.02.616.08.08 Introdução A soja é consumida há milênios no Extremo Oriente e, nos últimos anos, um aumento considerável no consumo de soja vem sendo observado também nos países ocidentais. Apesar de o Brasil ser o segundo produtor mundial de soja, ela não faz parte da dieta do brasileiro, devido à falta de hábito alimentar, ao desconhecimento de técnicas adequadas de preparo do grão e de seus derivados e às restrições do consumidor em relação ao sabor. No entanto, em pequenas quantidades na forma de ingredientes, a soja está presente todos os dias na mesa de milhões de brasileiros em diversos alimentos industrializados (bebidas à base de soja, embutidos, alimentos congelados, chocolates, margarinas, maioneses, óleo, patês, recheio de biscoitos, bombons, etc). O valor nutricional e a capacidade de reduzir riscos de diversas doenças crônicas caracterizam a soja como um alimento funcional. A soja é fonte de energia, proteína, minerais (principalmente ferro) e vitaminas do complexo B. Sua potencialidade como agente preventivo e/ou terapêutico de doenças como aterosclerose, diabetes e câncer tem sido bastante estudada nos últimos anos, com muitas evidências positivas. A divulgação dos benefícios da soja na alimentação e na saúde humana é imprescindível para que haja um aumento efetivo de seu consumo no 62 Embrapa Soja. Documentos 296 País. A Embrapa Soja vem desenvolvendo, desde 1985, um trabalho de divulgação do uso da soja na alimentação, mostrando que a soja pode ser um alimento de grande aceitação, pois o preparo adequado desta leguminosa resulta em alimentos saborosos, além de muito saudáveis. Objetivos 1) Realizar palestras de divulgação da soja na alimentação, evidenciando seus benefícios para a saúde humana. 2) Realizar treinamentos para ensino das técnicas adequadas de preparo da soja e de utilização dos seus derivados industrializados. 3) Desenvolver e testar receitas à base de soja adaptadas à culinária brasileira. 4) Prestar assessoria técnica para instituições que processam soja a fim de que bons produtos sejam obtidos, bem como auxiliar estudos clínicos no uso de soja para melhoria da saúde humana. Resultados e Discussão Os resultados das atividades de transferência de tecnologia voltadas para o uso da soja na alimentação, realizadas no escopo do citado projeto, estão sumarizados na Tabela 6. Tabela 6. Atividades de transferência de tecnologia para uso da soja na alimentação humana, realizadas no período de 2003 a 2005. Atividades realizadas Palestras Cursos de culinária / Público treinado Receitas desenvolvidas Unidades de degustação Matéria jornalística (mídia impressa, rádio e TV) 2003 33 50 / 858 41 42 Ano 2004 17 35 / 478 10 42 47 29 2005 19 31 / 501 10 49 49 Total 69 116 / 1837 61 133 125 Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 63 As 61 receitas desenvolvidas na Cozinha Experimental da Embrapa Soja, no período de 2003 a 2005, foram organizadas e publicadas como Série Documentos, as quais estão relacionadas a seguir: BENASSI, V.T.; MANDARINO, J. M .G. Receitas práticas com soja. Londrina: Embrapa Soja, 2004. (Embrapa Soja. Documentos, 248) MANDARINO, J.M.G.; BENASSI, V.T. Receitas com massa básica de soja e kinako. Londrina: Embrapa Soja, 2003. 32p. (Embrapa Soja. Documentos, 225). MANDARINO, J.M.G; BENASSI, V.T. Receitas saborosas com soja. Londrina: Embrapa Soja, 2005. 36 p. (Embrapa Soja. Documentos, 258). MANDARINO, J.M.G.; BENASSI, V.T; CARRÃO-PANIZZI, M.C. Manual de Receitas com Soja. Londrina: Embrapa Soja, 2003. 60p. (Embrapa Soja. Documentos, 206). Conclusões O simples levantamento quantitativo não permite avaliar o impacto dessas ações de transferência de tecnologia, uma vez que este processo não inclui um monitoramento posterior dos grupos sensibilizados e treinados, visando a conhecer a taxa de adoção dessas tecnologias. Porém, o grupo de pesquisa que atua nesta área recebe constantes demandas por informação, seja por telefone, e-mail ou cartas. Os clientes representam os mais diferentes segmentos da sociedade: consumidores em geral, pesquisadores, pequenos empreendedores, ONGs, instituições públicas e privadas, cooperativas, escolas, universidades, prefeituras, fabricantes de alimentos à base de soja, entre outros. Essa demanda sinaliza que a sociedade brasileira coloca a Embrapa Soja como um referencial quando se trata do uso da soja na alimentação humana e, portanto, as atividades de transferência de tecnologia devem ter caráter permanente, ampliando continuamente o público atendido. Transferência de tecnologias nas culturas de verão: soja, girassol, milho, sorgo, milheto, arroz e feijão Lineu Alberto Domit Luiz Carlos Miranda Arnold Barbosa de Oliveira Número do Plano de Ação: 04.02.616.02.02 Introdução As atividades foram desenvolvidas nos estados do Paraná, de Santa Catarina, de São Paulo e do Mato Grosso do Sul, em parceria com a Fundação Meridional, produtores de semente e outras organizações com interesses complementares aos da Embrapa e seus clientes. Elas colaboraram para que resultados de pesquisa, principalmente os relacionados às novas cultivares de soja, chegassem aos diversos segmentos das cadeias produtivas, onde promoveram ganhos, ao acrescentar eficiência aos processos de produção. Esses ganhos resultaram na oferta e na popularização de cultivares apropriadas a sistemas orgânicos, cultivares convencionais e geneticamente modificadas. Essas novas cultivares possibilitaram aumentos na produtividade, bem como melhor adaptação às variadas condições climáticas, melhoria na qualidade do produto final e tolerância ou resistência a doenças, pragas e/ou estresses de outras naturezas. Com este trabalho, a Embrapa contribuiu para a diversidade de cultivares de soja e a transferência das tecnologias indicadas para o seu manejo e para culturas associadas, tais como girassol, milho, sorgo, milheto, arroz e feijão. Essas tecnologias, devidamente transferidas para técnicos Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 65 e produtores, têm participação importante na sustentabilidade dos sistemas de produção de grãos. Objetivos 1. Transferir para técnicos e produtores os conhecimentos e as tecnologias sobre as cultivares de soja desenvolvidas pela Embrapa, em parceria com a Fundação Meridional, e as indicações técnicas para o seu manejo nos estados do Paraná, de São Paulo, de Santa Catarina e do Mato Grosso do Sul. 2. Mostrar para técnicos e produtores os principais conhecimentos e tecnologias indicados para as culturas de soja, girassol, milho, sorgo, milheto, arroz e feijão no estado do Paraná. 3. Propiciar contato direto entre técnicos, produtores e pesquisadores. 4. Validar, regionalmente, as indicações técnicas da pesquisa para a cultura da soja. Resultados e Discussão A Tabela 7 mostra a variação da quantidade de Unidades Demonstrativas (Uds) e Vitrines de Tecnologias (VTs) efetivadas ao longo das safras. As primeiras focaram as cultivares de soja da Embrapa e as segundas focaram as cultivares de culturas de verão, em geral. Entre as culturas de verão trabalhadas nos dias de campo, destaque foi dado às culturas de milho, milheto, sorgo, arroz, feijão e girassol que estiveram presentes nas VTs e em algumas outras Uds. 66 Embrapa Soja. Documentos, 296 Tabela 7. Unidades Demonstrativas (Uds) de Cultivares de Soja e Vitrines de Tecnologias (VTs) de Culturas de Verão, nas safras 2002/2003, 2003/2004, 2004/2005 e 2005/2006. SAFRA 2002/2003 2003/2004 2004/2005 2005/2006 UDs 46 47 42 57 VTs 4 5 5 3 PRESENÇAS EVENTOS A Figura 6 mostra a variação do número de dias de campo e de participações do público que aconteceram ao longo das safras. Considerando o período de 2002/2003 a 2005/2006, foram realizados, em média, mais de 54 eventos/ano e o número de participantes aumentou de 39.592, em 2002/2003, para 60.253, na safra 2005/2006. Fig. 6. Representação da variação dos números de eventos realizados e da participação de pessoas, nas safras 2002/2003 a 2005/2006. Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 67 Por esse processo, ampliou-se o fluxo de comunicação entre a Embrapa e os agentes do agronegócio envolvidos na cadeia produtiva da cultura da soja, intensificando as ações de marketing das cultivares e as tecnologias disponibilizadas. Os parceiros acrescentaram ao processo a agilidade própria da iniciativa privada, em função de seu interesse na rápida e ampla disseminação de novas cultivares, que proporcionam retornos financeiros com a venda de sementes. PARTICIPAÇÃO NO MERCADO (%) Como no processo de transferência de tecnologias de culturas de verão foram apresentadas as cultivares de soja da Embrapa, a participação dessas cultivares no mercado de semente é outro dado relacionado. Assim, a Figura 7 mostra que essa participação se manteve acima de 37,2 % (marca de 2004/2005), tendo sido aumentada para 40,7 em 2005/2006. SAFRAS Fig. 7. Participação das cultivares de soja da Embrapa no mercado de semente dos estados do Paraná, de Santa Catarina e de São Paulo. 68 Embrapa Soja. Documentos, 296 Além dos resultados quantitativos, na safra 2005/2006, foi implementado o uso direcionado das UDs e VTs. Essa forma de atendimento, chamada dia de campo especial, complementou os eventos que já ocorriam anteriormente. Para isso, os parceiros foram agrupados por regiões com climas e solos homogêneos. Para cada região foi escolhida uma UD ou VT, onde foram reunidos técnicos ligados aos colaboradores da Fundação Meridional. Esses técnicos, por sua vez, reuniram-se com melhoristas, coordenadores técnicos e agentes de transferência de tecnologia da Fundação Meridional e da Embrapa e discutiram, de modo mais aprofundado, as características das cultivares de soja da Embrapa e as tecnologias recomendadas para o seu manejo. Dos 68 eventos relatados na safra 2005/2006, nove foram dessa natureza, realizados em Ponta Grossa, Cascavel, Londrina, Palmas, Pitanga, Mangueirinha, Pato Branco e Luiziana, no estado do Paraná e em São Domingos no estado de Santa Catarina. Conclusões As Unidades Demonstrativas e as Vitrines de Tecnologias montadas foram, em quantidade e qualidade, adequadas às discussões técnicas necessárias à transferência das tecnologias das culturas de verão, na região Meridional do Brasil. A cultura mais demandada e atendida foi a soja. O volume de trabalho realizado demonstrou tendência de crescimento, com a ampliação das parcerias, do interesse pelas culturas e do amadurecimento do processo. A demanda por cultivares da Embrapa se manteve num patamar elevado, provavelmente em resposta ao trabalho desenvolvido, entre outras variáveis. Procurou-se perceber a resposta do público-alvo às atividades do projeto. Nessa sentido, procurou-se promover alterações metodológicas, como a inclusão dos dias de campo especiais, em que se deu um atendimento diferenciado a um público mais homogêneo e estratégico, que são os técnicos vinculados aos colaboradores da Fundação Meridional. Transferência de tecnologias nas culturas de inverno envolvendo cultivares de trigo, aveia, triticale, cevada e milho safrinha Luís César Vieira Tavares Luiz Carlos Miranda Dionísio Brunetta Manoel Bassoi Lineu Alberto Domit Arnold Barbosa de Oliveira Número do Plano de Ação: 04.02.616.02.03 Introdução A Embrapa Soja e o Instituto Agronômico do Paraná-IAPAR vêm desenvolvendo cultivares de trigo adaptadas às condições de cultivo do Paraná e região Centro-Oeste do País. Além da adaptabilidade, essas cultivares apresentam resistência às principais doenças e têm um bom potencial de produção. Atualmente, a Fundação Meridional (FM) conta com a participação de 48 Empresas/Cooperativas produtoras de semente dos estados de São Paulo, do Paraná, do Mato Grosso do Sul e de Santa Catarina, tendo como um dos objetivos dar apoio à Embrapa Soja e ao IAPAR, em seus Programas de Desenvolvimento de Cultivares de trigo. Além disso, a FM deverá desenvolver, em conjunto com a Embrapa Soja, o IAPAR e a Embrapa Transferência de Tecnologia, um trabalho de validação e de difusão das cultivares originadas dessa parceria. Para que ocorresse a adoção mais rápida dessas novas cultivares produtivas, resistentes a doenças e com ampla adaptação e boa qualidade industrial, além de 70 Embrapa Soja. Documentos, 296 outras tecnologias recomendadas para a cultura do trigo, foi necesssário estabelecer uma estratégia de difusão capaz de motivar a assistência técnica, a extensão rural e os produtores. Com essa finalidade, Embrapa Soja, Embrapa Transferência de Tecnologia, IAPAR e Fundação Meridional coordenaram o planejamento, a instalação e a condução de vitrines de tecnologias de trigo e unidades demonstrativas, bem como a organização de dias de campo. Com esse trabalho, a Embrapa contribui para o aumento da participação no mercado de cultivares de trigo e da transferência das tecnologias indicadas para o seu manejo e sustentabilidade, para as culturas associadas ao sistema de produção como aveia, triticale, cevada e milho safrinha. Objetivos 1. Transferir, para técnicos e produtores, os conhecimentos e as tecnologias sobre as cultivares de trigo desenvolvidas pela Embrapa em parceria com a Fundação Meridional, bem como as indicações técnicas para o seu manejo nos estados do Paraná, de São Paulo, de Santa Catarina e do Mato Grosso do Sul. 2. Mostrar, para técnicos e produtores, os principais conhecimentos e tecnologias indicados para as culturas de trigo, aveia, triticale, cevada e milho safrinha no estado do Paraná. 3. Propiciar contato direto entre técnicos, produtores e pesquisadores. 4. Validar, regionalmente, as indicações técnicas da pesquisa para a cultura de trigo. Resultados e Discussão A Tabela 8 mostra a evolução do número de unidades demonstrativasUDs e vitrines de tecnologias-VTs, ao longo das safras. As primeiras focaram as cultivares de trigo da Embrapa e as segundas as cultivares de culturas de inverno, em geral. Entre as culturas de inverno Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 71 trabalhadas nos dias de campo, destacam-se as culturas de aveia, triticale, cevada e milho safrinha que estiveram presentes nas vitrines de tecnologias e em algumas outras unidades demonstrativas. Tabela 8. Resumo geral dos dias de campo realizados pelos colaboradores da Embrapa, Fundação Meridional e IAPAR, no período de 2003 a 2005. Nº DE EVENTOS PERÍODO Nº DE PARTICIPANTES 2003 2004 2005 Sub total 01 02 01 29/07 05 e 06/08 02/08 130 270 30 04 - 430 2003 28 2004 25 2005 29 ESTADO ANOS MATO GROSSO DO SUL PARANÁ SANTA CATARINA SÃO PAULO TOTAL Sub total 2003 2004 2005 Sub total 2003 2004 2005 Sub total 23/07 a 23/10 14/07 a 27/10 14/07 a 21/10 6534 7016 8375 82 - 22007 01 04 03 30/10 26 a 28/10 19 a 26/10 16 235 170 08 851 02 02 01 12 e 13/8 12 e 24/8 05/08 148 330 70 05 - 548 99 23935 A Tabela 8 mostra a evolução do número de dias de campo e de participações do público ao longo das safras. Considerando o período de 2003 a 2005, foram realizados, em média, 33 eventos/ano e o número de 72 Embrapa Soja. Documentos, 296 participantes aumentou de 6828, em 2003, para 8645, na safra 2005. Participação no mercado (%) Por meio desse processo, tem-se ampliado o fluxo de comunicação entre a Embrapa e as empresas de semente, as cooperativas e os produtores envolvidos na cadeia produtiva do trigo, intensificando-se as ações de marketing das cultivares e tecnologias indicadas. Na transferência de tecnologia de culturas de inverno são apresentadas as cultivares de trigo da Embrapa e a participação dessas cultivares no mercado de semente é outro dado relacionado a esse processo. Assim, a Figura 8 mostra que essa participação, na safra 2003, foi de 18,2 %; no ano de 2004, houve melhor participação (29 %) e, finalmente, em, 2005, um aumento para 32,7 % do mercado de semente de trigo da Embrapa nos estados envolvidos no projeto. Safras Fig. 8. Participação das cultivares de trigo da Embrapa no mercado de semente nos estados do Paraná, de Santa Catarina e de São Paulo Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 73 Conclusões Ao longo da vigência do projeto, a transferência de tecnologia nas culturas de inverno mostrou-se importante aliada, no sentido de acompanhar as cultivares de trigo da Embrapa e levar essas informações em resposta às demandas da classe produtora. As ações e os interesses entre os parceiros do programa atendem às políticas de pesquisa da Embrapa, que estão centradas na sustentabilidade da produção agrícola e fundamentadas no atendimento das necessidades da sociedade, na segurança e na qualidade alimentar, na preservação da qualidade do meio ambiente e dos recursos naturais. As atividades de Transferência de Tecnologia atendem às demandas de mercado e dos produtores, além de fortalecer a imagem institucional da Embrapa. As unidades demonstrativas e as vitrines de tecnologias montadas têm sido em quantidade e qualidade adequadas às discussões técnicas necessárias à transferência das tecnologias das culturas de inverno, na região Centro-Sul do Brasil, onde o trigo tem papel de destaque. O aumento de unidades demonstrativas e vitrines de tecnologias tem demonstrado tendência de crescimento, com a ampliação das parcerias e do interesse pela demanda das cultivares da Embrapa, que tem se mantido num patamar elevado, provavelmente em resposta ao trabalho desenvolvido. Transferência de tecnologias em fitossanidade para culturas de verão: soja, girassol, milho, milheto, sorgo, arroz e feijão Luiz Carlos Miranda Ivan Carlos Corso Cláudia Vieira Godoy Alexandre Magno Brighenti José Tadashi Yorinori João Flávio Veloso Silva Fernando Storniolo Adegas Número do Plano de Ação: 04.02.616.02.04 Introdução Nos últimos anos, novas pragas e doenças têm surgido nas culturas de verão, tais como soja, girassol, milho, milheto, sorgo, arroz e feijão, além de problemas com plantas daninhas resistentes a herbicidas utilizados para o seu controle. Essa situação demanda o aprimoramento constante de agricultores e técnicos que atuam na cadeia produtiva dessas culturas. Este plano de ação fundamentou-se no desenvolvimento de atividades em áreas de atuação de parceiros da Embrapa Soja, localizadas nos estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. •Atividade 1: palestras. •Atividade 2: viagens de acompanhamento técnico em fitossanidade a vitrines de tecnologias (VT’s) e unidades demonstrativas (UD’s). Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 75 Objetivo Contribuir para o aperfeiçoamento tecnológico de técnicos e produtores na área de fitossanidade em culturas de verão, propiciando contato direto e troca de informações entre produtores, técnicos e pesquisadores. Resultados De acordo com a relação de palestras e viagens de acompanhamento realizadas durante o plano de ação, pode-se afirmar que os seus objetivos, de certa maneira, foram atingidos. O número de viagens de acompanhamento a VT’s e UD’s ficou abaixo do número programado (20/ano), sendo realizado um total de 32 viagens ao final dos três anos de execução. Porém, pela quantidade de palestras proferidas, superando em muito o número programado (10/ano), com certeza, o treinamento de produtores, técnicos e pesquisadores, nos temas abordados, foi realizado com êxito. Foram realizadas cerca de 100 palestras, principalmente relacionadas à cultura da soja, enfocando o tema “Epidemiologia e Controle da Ferrugem da Soja”, doença causada pelo fungo Phakopsora pachyirhizi, de ocorrência recente nessa leguminosa, com grande potencial de danos e que esteve em evidência durante a vigência do plano de ação. Algumas palestras foram relacionadas a outros temas, como o manejo de pragas e de plantas daninhas. Também foram realizadas algumas palestras relacionadas especificamente à cultura do girassol. 76 Embrapa Soja. Documentos, 296 Palestras em 2003: Data Parceiro/Local Tema/Palestrante 29,30 e 31 Jan/2003 06, 07 e 14 Fev 14 Fev I. Riedi/Toledo Coamo/C. Mourão P. Daninhas (Problemas) – Fernando Adegas DFC (Ferrugem) – Claudia Godoy Emater/Sabaudia MIPDaninhas – Fernando Adegas - 15 Fev Agropec Ipê/C. Mourão 300 17 a 21 Fev 25 Fev Show Rural Copavel MIDoenças(Ferrugem) – Jorge Gheller MIPDaninhas – Fernando Adegas - Solotécnica/Cambé Doenças de Solo – João Flávio - 28 Fev Fiorese/Roncador - 28 Fev - 06 Março CoopLar/Sta, Tere-zinha de Itaipu EMATER- Alvorada do Sul Sementes Mauá MIDoenças(Ferrugem) – Jorge Gueller Tecnologia de Aplicação – Fernando Adegas Doenças de Soja - João Flávio Pragas de Solo - Corso 80 07 Março Embrapa Soja/Londrina - 08 Março 18 Março Sementes Froes/ Tamarana Copercampos/ Campos Novos, SC Copervale/Brasilân-dia do Sul Coamo/Mangueirinha MIDoenças – Claudia Godoy, Álvaro Almeida e José Tadashi MIPDaninhas – F.Adegas e Alexandre Brighenti Tecnologia Aplicação Defensivos – Fernando Adegas Ferrugem da Soja – Claudia Godoy 19 Março I. Bocchi/Realeza 20 Março Peron Ferrari/Sto. Antônio do Sudoeste 21 Março Coprossel/Laranjeiras do Sul MIDoenças (Ferrugem) – Jorge Gueller Resistência P. Daninhas – F. Adegas Ácaros e Lag. Soja – Lauro Morales MIDoenças(Ferrugem) – Jorge Gheller Ácaros e Lag. Soja – Lauro Morales MIDoenças(Ferrugem) – Jorge Gheller Ácaros e Lag. Soja – Lauro Morales MIDoenças(Ferrugem) – Gheller Ácaros e Lag. Soja – Lauro Morales 21 Março Copervale/Abelardo Luz, SC MIPDoenças (Ferrugem) – Claudia Godoy - 25 Março Agro Olímpia / Wenceslau Braz, SP MIPragas – Flávio Moscardi P.Daninhas (Problemas) – A.Brighenti 80 28 Fev 12 e 13 Março 14 Março Nº. total de participantes 750 500 60 340 220 92 185 Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 77 Palestras em 2004: N°. 23 11 03 01 05 Assunto Cultura Epidemiologia, distribuição e controle da ferrugem asiática da soja* Manejo integrado de plantas daninhas Manejo integrado de pragas Controle de pragas iniciais Manejo de plantas daninhas soja soja soja soja girassol Palestras em 2005: Neste ano, fez-se o levantamento do número de participantes nas palestras. Os dados são apresentados a seguir e relacionados aos pesquisadores da área de Fitopatologia da Embrapa Soja. Palestrante 1-Amélio Dal’Agnoll Total: 2-Ademir Henning Total: Data 10/1/2005 Local Londrina, PR 27/1/2005 31/1/2005 1/2/2005 2/2/2005 3/2/2005 4/2/2005 5/2/2005 15/2/2005 23/2/2005 25/2/2005 13/4/2005 Londrina, PR Canoinhas, SC Campos Novos, SC Xanxerê, SC Chapecó, SC Campo Erê, SC S.Miguel do Oeste, SC Cândido Mota, SP Guará, SP Palma Sola, SC Londrina, PR 8/3/2005 Londrina, PR 16/2/2005 17/2/2005 18/2/2005 18/3/2005 Uberaba, MG Uberaba, MG Uberaba, MG Ponta Grossa, PR técnicos produtores 25 28 misto TOTAL 25 51 44 25 78 27 10 20 28 51 44 25 78 27 30 15 40 290 450 380 130 350 1.383 450 380 145 390 1.673 11 1.000 1.100 1.200 160 3.471 Continua... 78 Embrapa Soja. Documentos, 296 Palestrante 1-Amélio Dal’Agnoll Continuação 3- Cláudia Godoy Total: 2-Ademir Total: Henning 4- Rafael Soares Data 10/1/2005 Local Londrina, PR 27/1/2005 PR PR 31/1/2005Londrina, Londrina, 31/1/2005 Canoinhas, SC 1/2/2005 Novos, 18/2/2005Campos Cambé, PR SC 2/2/2005 SC PR 2/3/2005 Xanxerê, Londrina, 3/2/2005 9/3/2005 Chapecó, Mauá, SC PR 4/2/2005 Campo Erê, SC 13/4/2005 Londrina, PR 5/2/2005 S.Miguel do Oeste, 9/7/2005 SCFoz do Iguaçu, PR Mota, SP 15/2/2005 Cândido 30/8/2005 Embrapa 23/2/2005 Guará, SP Soja – Londrina,PR 25/2/2005 Palma Sola, SC 1/9/2005 Londrina, Alvorada 13/4/2005 PR do Sul, PR 14/9/2005 AEA – Londrina, PR 8/3/2005 Londrina, PR 16/2/2005 Uberaba, MG 6/1/2005 Uberaba, Faxinal, PR 17/2/2005 MG 18/2/2005 Uberaba, MG 10/1/2005Ponta Londrina, 18/3/2005 Grossa,PR PR 24/1/2005 2627/1/05 14/2/2005 18/3/2005 Total: Total: técnicos 3 51 44 2529 78 27 10 15 40 290 32 produtores 25 misto 28 240 100 472 150 20 450 380 130 350 1.383 340 40 200 150 1.012 Londrina, PR Maringá, PR Londrina/PR Laranjeiras do Sul, PR 38 49 11 600 TOTAL 25 28 3 51 44 240 25 29 78 100 27 472 30 150 450 40 380 145 200 390 1.673 150 11 1.384 1.000 38 1.100 1.200 49 160 11 3.471 600 6 240 6 240 944 944 Além de: N°. Assunto Cultura 05 01 03 02 Tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas Manejo integrado de plantas daninhas Pespectivas da cultura do girassol e demandas de pesquisa Manejo integrado de plantas daninhas soja soja girassol girassol Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 79 Viagens de Acompanhamento Técnico Com relação às viagens de acompanhamento técnico (Atividade 02), algumas delas foram realizadas em áreas semeadas para a realização de dias-de-campo, aproveitando-se as variações regionais de local para local, para a verificação de problemas fitossanitários, principalmente envolvendo a cultura da soja. Viagens em 2003 Data Parceiro/Local Plantio da soja Pesquisador Visitante Apoio 29, 30 e 31 Jan 06, 07 e 14 Fev 14 Fev I. Riedi/Toledo 17/10 e 01/11 Fernando Adegas Coamo/Campo Mourão Emater/Sabáudia 20/10 e 08/11 Claudia Godoy Fundação Meridional (FM) Embrapa Soja 09/11 Fernando Adegas Emater Agropec.Ipê/Campo Mourão Show Rural Copavel 06/10, 23/10 e 11/11 15/10 30/10 Jorge Gheller FM Fernando Adegas Embrapa Soja e FM 25 Fev Solotécnica/Cambé 31/10 João Flávio Embrapa Soja 28 Fev Fiorese/Roncador 21/10 e 14/11 Jorge Gueller FM 28 Fev CoopLar/Sta Terezinha de Itaipu Embrapa Soja/Londrina 01/11 Fernando Adegas FM 13/10, 06/11e 07/12 Claudia Godoy, Álvaro Almeida e José Tadashi F. Adegas e A. Brighenti Jorge Gueller Embrapa Soja 15 Fev 17 a 21 Fev 07 Março 14 Março 19 Março 20 Março 21 Março 28 Março Copervale/ Brasilândia do Sul I. Bocchi/Realeza Peron Ferrari/Sto A. Sudoeste Coprossel/ Laranjeiras do Sul Embrapa/ Ponta Grossa 08/11 09/11 09/11 e 11/12 O6/11 26/10 06/12 Jorge Gheller, Lauro Morales Jorge Gheller, Lauro Morales Jorge Gheller Lauro Morales Claudia Godoy Embrapa Soja FM FM FM Embrapa Soja 80 Embrapa Soja. Documentos, 296 Viagens em 2004 N°. Assunto Cultura 03 Ocorrência de plantas daninhas, em áreas de dias-de-campo soja 01 Ocorrência da ferrugem asiática em municípios da região oeste do Paraná, com extensão ao Paraguai, para verificar esta ocorrência também em plantas nativas de “kudzu”, hospedeiro natural do fungo causador da doença* soja * Viagem também realizada para verificar o aparecimento da ferrugem-asiática em plantas de kudzu, no Japão, pelo pesquisador José Tadashi Yorinori, com o patrocínio do convênio JIRCAS/Embrapa Soja Viagens em 2005 N°. 08 01 02 Assunto Ocorrência de doenças, em áreas de dias-de-campo Ocorrência de pragas, doenças e plantas daninhas em lavouras com girassolsafrinha, da região de Jaguapitã, PR Ocorrência de pragas, doenças e plantas daninhas em lavouras com girassolsafrinha, de vários municípios produtores do Estado do Paraná Cultura soja girassol girassol Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 81 Referências GODOY, C. V. (Org.).Ensaios em rede para controle de doenças na cultura da soja; safra2004/2005, Londrina: Embrapa Soja, 2005. 183p. (Embrapa Soja. Documentos, 266) HENNING, A.A.; ALMEIDA, A.M.R.; GODOY, C.V.; SEIXAS, C.D.S.; YORINORI, J.T.; COSTAMILAN, L.M., FERREIRA, L.P.; MEYER, M.C., SOARES, R.M., DIAS, W.P. Manual de identificação de doenças de soja. Londrina: Embrapa Soja, 2005. 72p. (Embrapa Soja. Documentos, 256) TADASHI, J.T.; NUNES JUNIOR, J.; LAZZAROTTO, J.J. Situação da ferrugem “asiática” da soja no Brasil e na América do Sul. Londrina: Embrapa Soja, 2004. 27p. (Embrapa Soja. Documentos, 236) TADASHI, J.T.; LAZZAROTTO, J.J. Ferrugem “asiática” da soja no Brasil: evolução, importância econômica e controle. Londrina: Embrapa Soja, 2004. 36p. (Embrapa Soja. Documentos, 247) Transferência de tecnologias em prevenção de perdas na colheita da cultura de soja Nilton Pereira da Costa César de Mello Mesquita Fernando F. Portugal Número do Plano de Ação: 04.02.616.02.05 Introdução Ao longo dos anos, a redução das perdas na colheita da soja não chegou a níveis aceitáveis devido às características da cultura e, principalmente, aos aspectos funcionais das colhedoras. Atualmente, sabe-se que a redução das perdas se deve mais a cuidados operacionais e a pequenas regulagens do que às inovações tecnológicas incorporadas ao longo dos anos. Sabe-se, também, que o desperdício na colheita da soja é uma realidade para a maioria dos produtores brasileiros e que a má-regulagem e a velocidade de deslocamento incorreta são as principais causas das perdas de grãos. Objetivos 1) Efetuar a capacitação de mão-de-obra para a operação de colheita, treinando profissionais de assistência técnica, extensão rural e revendas de colhedoras, que difundirão aos agricultores e operadores as técnicas de avaliação, prevenção e redução de perdas na colheita. 2) Avaliar os índices de perdas na colheita de soja que ocorrem Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 83 atualmente em Santa Catarina, no Paraná e em São Paulo, difundindo o uso do copo medidor de perdas, demonstrando a sua simplicidade de uso e eficiência. 3) Verificar os principais componentes das máquinas colhedoras responsáveis pelas elevadas perdas de soja. Resultados e Discussão As perdas que se verificam na cadeia produtiva da soja já são conhecidas e preocupantes por suas repercussões econômicas. As fases de produção, colheita, transporte, pré-processamento, armazenamento, processamento, comercialização e consumo apresentam diferentes níveis de perdas, cujo volume pode alcançar, em uma única safra, 23 % da produção total estimada. Tabela 9. Estimativas de perdas na colheita - safra 2003/04 Perdas no Brasil s/ a tecnologia* Preço da soja R$(t) Preço da soja R$(sc) Área cultivada (ha) Produção prevista(t) Perda na colheita (sc/ha) Total de sacas Total de toneladas Valor (R$) Valor (US$) 814,33 48,85 21.069.400 57.666.700 2,0 42.138.800 2.528.328 2.058.892.076,08 697.929.517,31 Perdas no Paraná s/ a tecnologia* 814,33 48,85 3.928.600 11.392.900 1,1 4.321.460 259.288 211.145.541,66 71.574.759,89 Perdas no Brasil c/a tecnologia* 814,33 48,85 21.069.400 57.666.700 0,75 15.802.050 948.123 772.084.528,53 261.723.568,99 Ganhos no Brasil c/ a tecnologia* 26.336.750 1.580.205 1.286.807.548 436.205.948 84 Embrapa Soja. Documentos, 296 Tabela 10. Estimativas de perdas na colheita - safra 2004/05 Preço da soja (R$/sc) Preço da soja (R$/t) Perdas no Brasil s/ a tecnologia* 30,00 Perdas no Paraná s/ a tecnologia* 30,00 Perdas no Brasil c/a tecnologia* 30,00 Ganhos no Brasil c/ a tecnologia* - 500,10 500,10 500,10 - Área cultivada (ha) 22.200.000 4.050.000 22.200.000 - Produção prevista (t) 60.000.000 12.150.000 60.000.000 - 2,0 1,1 0,75 - 44.400.000 4.455.000 16.650.000 27.750.000 Perda na colheita(sc/ha) Total de sacas Total de toneladas Valor (R$) Valor (US$) 2.664.000 267.300 999.000 1.665.000 1.332.266.400,00 133.676.730,00 499.599.900,00 832.666.500 475.809.428,57 47.741.689,29 178.428.535,71 297.380.893 Por sua vez, as perdas relacionadas especificamente à colheita da soja, objeto do presente plano de ação, segundo dados estimados, ficaram situadas ao redor de duas sacas/ha/ano, levando a uma redução de 6 % da produção, referente às safras 2003/2004 e 2004/2005, ocasionando prejuízos superiores a R$ 1,3 bilhões (Tabelas 9 e 10). De acordo com informações obtidas junto às Ematers, as perdas na colheita da soja continuam elevadas na maioria das regiões, conforme indica a Tabela 11. Deve-se destacar que houve um trabalho agressivo de difusão de tecnologia durante a execução deste plano de ação, principalmente pela mídia, conforme a Tabela 12. Tabela 11. Dados médios estimados, e comparando-se as perdas entre o Paraná e o Brasil, safra 2004/2005. Regiões Perda (sc/ha) Mato Grosso 2,3 sacos/ha Mato Grosso do Sul 2,3 sacos/ha Minas Gerais 1,5 sacos/ha Rio Grande do Sul 2,1 sacos/ha Santa Catarina 2,4 sacos/ha Goiás 2,4 sacos/ha Paraná 1,1 sacos/ha *Tecnologia da Embrapa: copo medidor de perdas na colheita de soja Média de perdas na colheita da soja no Brasil= 2,0 sc/ha Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 85 Difusão de tecnologia realizada ao longo da execução do plano de ação Tabela 12. Entrevistas sobre perdas na colheita, safra 2004. Entrevistado Veículo Nilton Pereira da Costa Nilton Pereira da Costa Nilton Pereira da Costa Coamo Centro-Norte Jornal de Londrina Data 12/6 Nilton Pereira da Costa O Estado de S. Paulo 12/5 Nilton Pereira da Costa Agência Brasil Radiobrás 29/3 Nilton Pereira da Costa Nilton Pereira da Costa Nilton Pereira da Costa Nilton Pereira da Costa Nilton Pereira da Costa Nilton Pereira da Costa Nilton Pereira da Costa 9/4 5/4 5/4 5/4 1/4 24/7 31/3 Nilton Pereira da Costa O Popular Correio do Povo Página Rural Clube do Fazendeiro Folha do Estado Folha de Londrina Agência Brasil Radiobrás Agrolink Nilton Pereira da Costa TV Tropical/CNT 11/4 Nilton Pereira da Costa Página Rural 29/3 Nilton Pereira da Costa Clube do Fazendeiro 30/3 Nilton Pereira da Costa Nilton Pereira da Costa A Granja Jornal de Londrina 27/3 Nilton Pereira da Costa Folha de Londrina 27/3 Nilton Pereira da Costa Página Rural 26/3 Nilton Pereira da Costa 26/3 Nilton Pereira da Costa Sociedade Rural Brasileira Campo e Negócios Nilton Pereira da Costa Rural Business 18/3 Nilton Pereira da Costa Nilton Pereira da Costa Gazeta do Povo Mercosul 27/5 3 à 9/3 Nilton Pereira da Costa Nilton Pereira da Costa Jornal do Nordeste Clube do Fazendeiro 30/3 29/3 30/3 Assunto Laboratoristas têm reciclagem Colheita sem desperdício Cambé tem menor índice de perda na safra de soja Produtor deixou no campo R$2 bilhões em soja Colheita inadequada deve causar perda de 42 milhões de sacas de soja, informa Embrapa Desperdício gera perdas de R$2 bilhões Mal uso de maquinário gera perdas Mau uso de maquinário gera perdas Mau uso de maquinário gera perdas Perdas de soja na colheita Monitorar mais para perder menos Cosecha inadequada puede causar pérdida de 42 millones de sacas de soja Perda na colheita deve atingir R$ 2 bilhões com uso inadequado de colheitadeiras Cambé tem menor índice de desperdício na colheita de soja Brasil deve desperdiçar 4% da safra na colheita Brasil deve perder 42 milhões de sacas de soja Perdas na colheita? Imperdoável Brasil perde 4,2% da safra de soja na colheita Desperdício na colheita gera prejuízo de R$2 bi Brasil deve desperdiçar 4% da safra na colheita Brasil desperdiça 4% da safra de soja na colheita Perdas na colheita de soja geram prejuízo de R$500 milhões Evento em Goiás aborda tendências de mercado e qualidade de sementes PR tem a menor perda na colheita da soja Brasil deve desperdiçar 4% da safra de soja na colheita Acinte Brasil deve desperdiçar 4% da safra de soja na colheita 86 Embrapa Soja. Documentos, 296 Conclusões Durante o período de 20 anos, o Brasil economizou a expressiva quantia de R$ 4,5 bilhões de reais com o programa de Prevenção e Redução de Perdas na Colheita de Soja. Mesmo assim, o País ainda perdeu quantia similar à economizada com as perdas, que geralmente ocorrem acima do limite tolerável (uma saca por hectare), segundo os dados da Embrapa Soja e EMATER/PR. Essas perdas poderiam ser evitadas se os cursos de capacitação de mão-de-obra tivessem chegado a todos os produtores de soja do País. Apesar de sermos o segundo produtor mundial de soja e dispormos de tecnologia avançada de avaliação das perdas, por meio do copo volumétrico e manual do produtor, ainda há muitos produtores que desconhecem a referida metodologia e, por conseguinte, não avaliam as perdas na hora da colheita. Isso geralmente resulta em números acima do nível americano, que se situa na faixa de uma saca por hectare. Ainda que nas safras 2003/2004 e 2004/2005, as perdas ocorridas durante a cadeia produtiva da soja, para a maioria das regiões produtoras, tenham ficado situadas na faixa de duas sacas por hectare, resultando em prejuízos superiores a um bilhão e quinhentos milhões de reais, o estado do Paraná teve contribuição expressiva na redução de desperdícios, no quadro geral de estimativa dessa média (1,1 sacas/ha). O trabalho desenvolvido pela EMATER/PR e Embrapa Soja, de 1998 a 2005, tem contribuído de maneira significativa para a redução de perdas de grãos de soja no Paraná e no Brasil. Transferência de tecnologias para gestão do agronegócio da soja Joelsio José Lazzarotto Antonio Carlos Roessing Número do Plano de Ação: 04.02.616.02.06 Introdução Mediante esse plano de ação foram difundidas informações econômicas e administrativas para melhorar a gestão do agronegócio da soja na região Meridional do Brasil, sobretudo por meio de palestras e de treinamentos sobre planejamento e gerenciamento agrícola, o mercado e a comercialização da soja. Objetivos O objetivo geral deste plano de ação é capacitar os mais diversos agentes envolvidos com o agronegócio da soja na região Meridional do Brasil, visando a melhorar o processo de tomada de decisão organizacional. Resultados e Discussão No período de 2003 a 2005, foram realizados os seguintes eventos de transferência de tecnologias em planejamento e gerenciamento agrícola, o mercado e a comercialização da soja: 88 Embrapa Soja. Documentos, 296 Palestra: “Potencialidade da produção e utilização da soja no Brasil e no mundo”. Local: Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR – Campo Mourão, PR Data: 10/04/03. Público: Estudantes do curso de Engenharia de Produção Número de horas: 04 Palestra: “Competitividade da cultura da soja no Brasil e no mundo”. Local: III Congresso Brasileiro de Soja - Foz do Iguaçu, PR. Data: 02/03/04. Público: Congressistas. Número de horas: 01 Palestra: “Custo de produção de soja”. Local: COPALMA - Palmeira das Missões, RS. Data: 25/05/04. Público: Produtores rurais e técnicos. Número de horas: 02 Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 Palestra: “Perspectivas para o mercado de soja”. Local: COPALMA - Palmeira das Missões, RS. Data: 25/05/04. Público: Produtores rurais e técnicos. Número de horas: 01 Palestra: “Custo de produção de soja”. Local: AGROPAN - Tupanciretã, RS. Data: 26/05/04. Público: Produtores rurais e técnicos. Número de horas: 02 Palestra: “Perspectivas para o mercado de soja”. Local: AGROPAN - Tupanciretã, RS. Data: 26/05/04. Público: Produtores rurais e técnicos. Número de horas: 01 89 90 Embrapa Soja. Documentos, 296 Palestra: “Custo de produção de soja”. Local: COOPAVEL - Cascavel, PR. Data: 28/05/04. Público: Produtores rurais e técnicos. Número de horas: 02 Palestra: “Perspectivas para o mercado de soja”. Local: COOPAVEL - Cascavel, PR. Data: 28/05/04. Público: Produtores rurais e técnicos. Número de horas: 01 Palestra: “Custo de produção de soja”. Local: CATI/EDR - Assis, SP. Data: 28/09/04. Público: Produtores rurais e técnicos. Número de horas: 02 Conclusões As ações de transferência realizadas permitiram transmitir a técnicos da assistência rural, produtores, estudantes e demais segmentos da cadeia produtiva da soja informações que auxiliam na tomada de decisão para melhorar o gerenciamento do agronegócio da soja. Transferência de tecnologias em manejo, fertilidade e biologia de solo para cultivo da soja, do girassol e de culturas associadas Cesar de Castro Fábio Álvares de Oliveira Regina Maria Villas Bôas de Campos Leite Número do Plano de Ação: 04.02.616.02.07 Introdução As ações para transferência de conhecimentos e tecnologias relacionadas ao manejo do solo, adubação, calagem, reciclagem de nutrientes, nutrição e práticas microbiológicas do solo para o cultivo da soja, girassol e culturas associadas, foram desenvolvidas por meio de um conjunto de processos que contemplou palestras ministradas em dias de campo, demonstrações em vitrines tecnológicas instaladas na Embrapa Soja e em áreas de parceiros, e ainda, visitas técnicas, cursos e treinamentos específicos. Essas ações foram direcionadas aos técnicos da assistência rural, produtores, agrônomos da indústria de insumos, alunos de agronomia e parceiros dos sistemas cooperativos. Objetivos Transferir tecnologias sobre manejo e conservação do solo, adubação para sistemas produtivos com soja e culturas associadas e tecnologias para inoculação da soja. 92 Embrapa Soja. Documentos, 296 Resultados e Discussão No período de 2003 a 2005, foram realizados os seguintes eventos de transferência de tecnologias em manejo e fertilidade de solo: Santa Terezinha do Araguaia, MT Santa Cruz do Xingu, MT Marechal Cândido Rondon, PR Campo Novo dos Parecis, MT Parapuã, SP Maringá, PR Maringá, PR Rio Verde, GO Assaí, PR Tibagi, PR Ourinhos, SP Maringá, PR Londrina, PR Marialva, PR Maringá, PR Ubiratã, PR Maringá, PR Brasília, DF Cerejeiras, RO 20/03/03 16 e 17/05/03 11e 12/07/03 25 e 26/07/03 01/08/03 06/08/03 20/08/03 26/08/03 12 e 13/09/03 18/09/03 25/09/03 06/11/03 07/11/03 08/11/03 05/12/03 16/02/04 24/06/03 13/06/03 22/03/03 17 a 21/02/03 07/03/03 10 a14/02/03 Campo Mourão, PR Campo Mourão, PR Cascavel, PR Londrina, PR Local 06 e 07/02/03 Data 4h 3h 1h 0,5h 1h 8h 1h 1h15min 8h 2h 6h 1,5h 8h 8h DRIS – Soja Paraná DRIS – Soja Paraná Adubação e nutrição da Soja Fertilidade do solo e adubação da soja DRIS – Soja Paraná DRIS – Soja Paraná 1o Seminário Norte Paranaense da Soja Micronutrientes nas grandes culturas, com ênfase em soja Tecnologia de produção de Girassol Micronutrientes na Cultura da Soja e Dris Soja Paraná Manejo e Adubação de girassol DRIS – Soja Paraná DRIS – Soja Paraná DRIS – Soja Paraná Fitotecnia (técnicas e cuidados para produzir girassol) Manejo do Solo / Fertilidade / DRIS 1h 1h Manejo do Solo / Fertilidade / DRIS Correção da fertilidade do solo Correção da fertilidade do solo Lançamento do DRIS Soja Paraná Manejo do Solo / Fertilidade / DRIS Manejo do Solo / Fertilidade / DRIS Manejo do Solo / Fertilidade / DRIS Tema 3h 0,5h 0,5h 40h 8h 40h 16h Carga Horária Dia de Campo na TV Dia de campo Embrapa Rondônia/Embrapa Soja/Fundação Centro Oeste Bunge Assoc.Maringaense de Eng.Agrônomos – AMEA Assoc dos Eng.Agrônomos de Londrina Cocari XXI Ciclo de Debates Agronômicos de Maringá EMATER Associação de produtores Palestra na COOPERATIVA CASUL Assoc.Maringaense de Eng.Agronomos – AMEA Assoc.Maringaense de Eng.Agronomos – AMEA Caramuru Palestra para BUNGE XV Encontro de Cooperados na Fazendo COAMO XV Encontro de Cooperados na Fazendo COAMO Show Rural da Coopavel Dia de campo na Embrapa Soja Dia de campo na Fazenda CODEARA Dia de campo Empaer MT/Embrapa UEP-MT Palestra Evento Continua... 100 20 36 43 76 184 60 34 57 18 42 112 45 77 103 35 100 100 350 3.158 1.300 Público Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 93 RioMaringá, Verde, GO PR Assaí, PR Mourão, PR Campo Tibagi, PR Maringá, PR Londrina, PR 06/08/03 10 e 11/02/05 20/08/03 12 e 13/09/03 18/09/03 Londrina, PR Ubiratã, PR Londrina, PR Maringá, PR Brasília, DF Cerejeiras, RO 07/11/03 04/03/05 08/11/03 05/12/03 16/02/04 03/03/05 Marialva, PR do Leste, Primavera Maringá, PR MT Cássia, MG Campo Mourão, PR Campo Mourão, PR Ourinhos, Campo SP Verde, MT 25/09/03 25/02/05 06/11/03 24/02/05 14/02/05 15/02/05 26/08/03 22/02/05 Londrina, PR 01/08/03 06/12/04 23/11/04 Maringá, PR Londrina, PR Maringá, PR PR Pato Branco, Londrina, PR Xingu, MT Ubiratã, PR Marechal Cândido Rondon, PR PR Londrina, Campo Novo dos São Pedro, Parecis, MT SP Parapuã, SP Wenceslau Bráz, Santa PR Terezinha do Araguaia, MT Londrina, PR Itumbiara, GO Santa Cruz do Campo Mourão, PR Vilhena, RO Campo Mourão, PR Sapezal,PR MT Cascavel, Londrina, PR Local 25 e 26/07/03 05/10/04 11e 15/10/04 12/07/03 18/11/04 24/06/03 24/09/04 13/06/03 16/09/04 16 e15/09/04 17/05/03 11/05/04 04/08/04 22/03/03 20/03/03 25/03/04 17 a19/02/04 21/02/03 07/03/03 10 a14/02/03 17/02/04 06 e 07/02/03 Continuação Data 4h 4h 3h 4h 1h 0,5h 1h0,5h 8h 1h 3h 8h 2,5h 2,5h 1h15min 3h 2h16h 6h 1,5h1h 1h 8h 1h 8h1h 1h 1h 1h 1h 1h 3 h1h 1h 0,5h1h 0,5h 1h 0,5h 40h 8h 40h 0,5h 16h Carga Horária Compatibilidade de boro e dessecante na cultura da soja DRIS – Soja Paraná Compatibilidade de boro e dessecante na DRIS – Soja Paraná cultura da soja Adubação e nutrição da Soja Fertilidade do solo e adubação da soja DRIS – Sojado Paraná Fertilidade Solo e Nutrição Mineral da DRIS Soja– Soja Paraná 1o Seminário Norte Paranaense da Soja Tecnologia de produção do girassol Micronutrientes grandes culturas, Nutrição mineralnas do girassol com ênfase em soja Tecnologia de produção Girassol na Compatibilidade de boro ede dessecante cultura da soja na Cultura da Soja e Dris Micronutrientes Dessecação Soja Paraná com Boro Dessecação com Boro Manejo e Adubação de do girassol Tecnologia de produção girassol DRIS – Soja Paraná Manejo e fertilidade do solo em girassol DRIS – Soja Paraná Bioestimulantes e cama de aviário DRIS – Soja Paraná da soja Nutrição e adubação Tecnologia de produção de girassol Manejo do Solo / Fertilidade / DRIS Manejo da Fertilidade do Solo e nutrição Fitotecnia da soja (técnicas e cuidados para DRIS – girassol) Soja Paraná produzir Fertilidade do Solo: Resposta da Soja à Manejo do Solo / Fertilidade / DRIS adubação Manejo da Fertilidade do Solo e nutrição Correção da soja da fertilidade do solo Nutrição e Manejo da cultura do girassol Tecnologia Cultura do Correção dada fertilidade dogirassol solo Fertilidade do e adubação da soja Lançamento dosolo DRIS Soja Paraná Manejo do Solo / Fertilidade / DRIS Manejo do Solo / Fertilidade / DRIS Fertilidade do solo e adubação da soja Manejo do Solo / Fertilidade / DRIS Tema Dia de Campo na TV Dia de campo Embrapa Rondônia/Embrapa Soja/Fundação Centro Oeste 350 Dia de campo na Embrapa Soja 100 Continua... 20 36 43 76 184 45 34 350 18 600 600 60 45 57 1.300 42 56 112 150 45 77 103 215 35 50 36 100 100 350 56 100 3.158 100 1.300 Público Dia de Campo da Coamo Dia de Campo da Coamo Bunge Curso para técnicos e Assoc.Maringaense de Agricultores em assentamentos Curso para responsáveis pela Eng.Agrônomos – AMEA assistência técnica do programa Assoc dos Eng.Agrônomos de desenvolvimento do programa de Londrina de biodiesel Cocari Dia de campo Fundação Centro XXI Ciclo de Debates Oeste Dia de campo nade Embrapa Soja Agronômicos Maringá Associação de produtores Palestra no Simpósio sobre Potássio na na Agricultura Brasileira Palestra COOPERATIVA (POTAFOS) CASUL Palestra no T&V no IAPAR Assoc.Maringaense de Palestra no T&V Eng.Agronomos – AMEA Palestra para parceiros da Bunge Assoc.Maringaense de Palestra para Técnicos da Eng.Agronomos – AMEA EMATER e IAPAR Caramuru Palestra para Técnicos da COCAMAR EMATER Dia de Campo da Coamo Palestra para BUNGE XV Encontro de Cooperados na Fazendo COAMO Dia de campo Embrapa XV Encontro de Cooperados Rondônia/Embrapa na Fazendo Centro COAMO Soja/Fundação Oeste Dia de campo Show RuralEmbrapa da Coopavel Rondônia/Embrapa Dia de campo na Embrapa Soja/Fundação Centro Oeste Soja Palestra no IV Dia de Campo da Dia de campo na Fazenda Soja CODEARA Palestra para alunos da UFPR Palestra Dia deEmpaer Tecnologias Dia deno campo daMT/Embrapa Caramuru UEP-MT V Encontro Regional de plantio Palestra direto Palestra no T&V Evento 94 Embrapa Soja. Documentos, 296 4h 3h 3h 1h 0,5h 1h 8h2,5h 1h Ubiratã, PR Maringá, PR GO Cristalina, Brasília, DF Cerejeiras, RO Marialva, PR Jataí, GO Maringá, PR Rio Verde, GO 07/11/03 08/11/03 16/12/05 05/12/03 16/02/04 15/12/05 25/09/03 14/12/05 06/11/03 2h 1,5h 1h Mineiros, GO 1h15min 8h 2h3,0 h 6h 4h 2,0 h 1,5h 2,5 h 8h 1,5h 1h 8h Chapadão do Céu, 18/09/03 Londrina, PR GO 8h 1h 2,5h 1h 1h 3 h1h 0,5h 3h 0,5h 13/12/05 Ourinhos, SP Maringá, PR Presidente RioPrudente, Verde, GO SP Ribeirão Preto/SP Uberaba, Assaí, PR MG SaltoPR do Lontra, PR Tibagi, Maringá, PR Visita a várias lavouras com problemas Manejo da adubação do girassol com Fertilidade do solo e adubação da soja Manejo da adubação do girassol com macro e micronutrientes DRIS – Soja Paraná Manejo da adubação DRIS – Soja Paraná do girassol com macro e micronutrientes Manejo da adubação do girassol com DRIS – Soja Paraná macro e micronutrientes DRIS – Soja Paraná do girassol com Manejo da adubação Adubação nutrição da Soja macro e e micronutrientes 1o macro Seminário Norte Paranaense da Soja e micronutrientes Micronutrientes nas grandes culturas, com ênfase em soja Adubação: fator de desenvolvimento Adubação:defator de desenvolvimento Tecnologia produção de Girassol Fertilidade do solo Micronutrientes na Cultura da Soja e Dris Soja Paraná Manejo e Adubação de girassol DRIS – Soja Paraná Adubação: fator de desenvolvimento DRIS – Soja Paraná Fertilidade e Nutrição da soja Dessecação com Boro na soja DRIS – Soja Paraná da soja Fertilidade do Solo e Nutrição Mineral da Fitotecnia (técnicas e cuidados para Soja produzir Manejogirassol) da Fertilidade e Nutrição da Soja e Girassol Manejo do Solo / Fertilidade / DRIS Micronutrientes na soja Controle de plantas daninhas na cultura Manejo do Solo / Fertilidade / DRIS Correção da fertilidade do solo de fitopatologia e de manejo da cultura do Correção girassolda fertilidade do solo Adubação na cultura do girassol de solos, entomologia e manejo da Lançamento do DRIS Soja Paraná cultura do girassol Manejo Solo lavouras / Fertilidade DRIS Visita do a várias com/problemas Manejo do Solo / Fertilidade / DRIS 8h 40h 8h 8h 40h Tecnologia de produção de girassol Manejo do Solo / Fertilidade / DRIS Tema 2,5h 16h Carga Horária 12/12/05 26/08/03 12 e 13/09/03 21/11/05 06/08/03 31/11/05 20/08/03 17/11/05 01/08/03 14/11/05 25 e 26/07/03 24/10/05 03/11/05 11e 12/07/03 22/10/05 24/06/03 23/09/05 13/06/03 30/08/05 16 07/06/05 e 17/05/03 22/03/03 24/05/05 Cornélio Procópio, PR Maringá, PR Campo Mourão, PR Londrina, PR Santa Terezinha PRMT do Maringá, Araguaia, Santa Cruz do Xingu, MT Wenceslau Braz, Marechal Cândido PR Rondon, PRPR Londrina, Campo Novo dos Parecis, MTPR Maringá, Parapuã, SP 20/03/03 17 a 21/02/03 07/03/03 25/04/05 08/04/05 10 a14/02/03 16/03/05 Campo Mourão, PRSão Luiz Gonzaga, RS Mourão, Campo PRJaguapitã, PR Cascavel, PR Londrina, Maringá,PR PR Local 06 e 07/02/03 Continuação Data Dia de campo Embrapa Rondônia/Embrapa Soja/Fundação Centro Oeste Encontro técnico da cultura do girassol CARAMURU Encontro técnico da cultura do Dia de Campo na TV girassol CARAMURU Bunge Lontra, APITEC, UEL , Assoc.Maringaense de Embrapa, SEAB e TECPAR Eng.Agrônomos – AMEA Encontro técnico da cultura do Assoc Eng.Agrônomos girassoldos CARAMURU Encontro técnico da cultura do de Londrina girassol CARAMURU Cocari Encontro da cultura do XXI Ciclo técnico de Debates girassol CARAMURU Agronômicos de Maringá Departamento de Agricultura e Meio Ambiente de Salto do Dia de campo da Integração EMATER Dia de campo PR, Associação deEMATER produtores Dia de campo da Integração Palestra na COOPERATIVA Palestra na Agropastoril CASUL Assoc.Maringaense de Palestra na COAMO Eng.Agronomos – AMEA Vitrine de Tecnologia da Assoc.Maringaense de Embrapa Soja Eng.Agronomos AMEA Dia de campo da – Integração Caramuru Palestra na UEM Palestra para BUNGE Cereais de Wenceslau Braz 17ª. Reunião do T & V XV Encontro de Cooperados Curso no Clube Amigos da na Fazendo COAMO Terra XV Encontro de Cooperados Visita técnicaCOAMO na COROL na Fazendo Show Rural da Coopavel Dia detécnica camponanaCOCAMAR Embrapa Visita Soja Dia de campo na Fazenda Dia-de-campo de girassol CODEARA COCAMAR Cooperativa Dia de campo Empaer Agroindustrial UEP-MT MT/Embrapa Associação dos Produtores de Palestra Evento 80 102 30 100 60 20 3628 43 7674 18 184 60 34 5796 230 18 44 55 42 112 120 45 77 103 104 35 100 100 3502 5 3.158 1.300 Público Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 95 96 Embrapa Soja. Documentos, 296 Conclusões As ações de transferência realizadas permitiram informar tecnologias que visam a melhorar a preservação do solo e do ambiente, aumentar a eficiência das práticas de manejo do solo com ênfase no plantio direto, reduzir os riscos de doenças, racionalizar e diminuir os custos com adubação e aumentar a produtividade da soja, girassol e culturas associadas. Nos três anos de execução do projeto foram atendidos mais de 11.000 técnicos da assistência rural, produtores, agrônomos da indústria de insumos, alunos de agronomia e parceiros dos sistemas cooperativos, em cerca de 270 horas de eventos de transferência de tecnologias, nos seguintes estados: Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Goiás, Rondônia, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, . Para a cultura da soja, as principais demandas foram relacionadas ao manejo da fertilidade com ênfase no equilíbrio de nutrientes, interpretação de resultados de análise de solo e de tecido, recomendação de adubação e tecnologia de aplicação de micronutrientes. Para o girassol, a ênfase foi dada no manejo da cultura e de doenças, correção do solo, adubação com macro e micronutrientes, em especial aplicação de boro. Transferência de tecnologias em qualidade física, fisiológica e sanitária de sementes de soja Francisco Carlos Krzyzanowski José de Barros França Neto Ademir Assis Henning Número do Plano de Ação: 04.02.616.02.09 Introdução A produção de semente de soja de elevada qualidade depende da adoção de técnicas especiais. A não utilização dessas técnicas pode resultar na produção de semente com qualidade inferior, principalmente quando são produzidas em regiões tropicais e subtropicais. A adoção pelos produtores de técnicas especiais de controle de qualidade visa superar algumas limitações impostas pelos diversos fatores que podem afetar a qualidade da semente. A qualidade da semente de soja é influenciada por diversos fatores que podem ocorrer no campo, antes e durante a colheita e durante todas as demais etapas da produção, como secagem, beneficiamento, armazenamento, transporte e semeadura. Tais fatores abrangem extremos de temperatura durante a maturação, flutuações das condições de umidade ambiente, incluindo seca, deficiências na nutrição, ocorrência de insetos e doenças, além da adoção de técnicas inadequadas de colheita, secagem e armazenamento. 98 Embrapa Soja. Documentos, 296 Objetivos Capacitar os produtores de soja quanto às características físicas, fisiológicas e sanitárias que interferem na qualidade da semente e, por conseguinte, na implantação da lavoura. Resultados e Discussão Palestras proferidas: 1) Perspectivas futuras da cultura da soja no Brasil: produção, produtividade, expansão de área. Palestra apresentada no III CBSoja em 01/03/04. 2) Desafios tecnológicos para produção de semente de soja na região tropical brasileira. Palestra apresentada no III CBSoja em 04/04/2004. 3) Controle de Qualidade de Sementes de Soja, como parte da Reunião Técnica sobre Atualização da Produção de Sementes de Soja e Trigo: Região Londrina. Palestra apresentada no Programa Treino e Visita em Sementes em 29/04/04. 4) Controle de Qualidade de Sementes de Soja, como parte da Reunião Técnica sobre Atualização da Produção de Sementes de Soja e Trigo: Região Ponta Grossa. Palestra apresentada no Programa Treino e Visita em Sementes em 03/06/04 5) Metodologia do teste de tetrazólio em sementes de soja; Determinação dos Níveis de Vigor pelo Teste de Tetrazólio; Metodologia alternativa para o teste de tetrazólio; Tecnologia da Produção da Semente de Soja; Noções gerais de patologia de sementes e patologia de sementes de soja; Qualidade e tratamento de sementes de soja e Manejo integrado das doenças de soja, palestras proferidas no período de 10-11/março-2005, em Londrina, PR, no XXXVI Curso de tetrazólio e patologia de sementes, no período de 10-11/março-2005, em Londrina, PR. Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 99 6) Metodologia do teste de tetrazólio em sementes de soja; Determinação dos Níveis de Vigor pelo Teste de Tetrazólio; Metodologia alternativa para o teste de tetrazólio; Tecnologia da Produção da Semente de Soja; Noções gerais de patologia de sementes e patologia de sementes de soja; Qualidade e tratamento de sementes de soja e Manejo integrado das doenças de soja, palestras proferidas no período de 13-17/junho-2005, em Londrina, PR, no XXXVII Curso de tetrazólio e patologia de sementes, no período de 13-17/junho-2005. 7) Metodologia do teste de tetrazólio em sementes de soja; Determinação dos Níveis de Vigor pelo Teste de Tetrazólio; Metodologia alternativa para o teste de tetrazólio; Tecnologia da Produção da Semente de Soja; Noções gerais de patologia de sementes e patologia de sementes de soja; Qualidade e tratamento de sementes de soja e Manejo integrado das doenças de soja, palestras proferidas no período de 12-16/setembro-2005, em Londrina, PR, no XXXVIII Curso de tetrazólio e patologia de sementes, no período de 12-16/setembro-2005. 8) Metodologia do teste de tetrazólio em sementes de soja; Determinação dos Níveis de Vigor pelo Teste de Tetrazólio; Metodologia alternativa para o teste de tetrazólio; Tecnologia da Produção da Semente de Soja; Noções gerais de patologia de sementes e patologia de sementes de soja; Qualidade e tratamento de sementes de soja e Manejo integrado das doenças de soja, palestras proferidas no período de 28 Nov-2 de Dezembro-2005, em Londrina, PR, no XXXIX Curso de tetrazólio e patologia de sementes, no período de 28 Novembro-2 de Dezembro -2005 9) As tecnologias desenvolvidas pela Unidade – Estação dos 30 Anos. Dia de campo da Embrapa Soja. 10) A semente como tecnologia e base genética para altas produtividades. Palestra proferida no dia de Campo da CAROL realizado no dia 21/02/05 em Guará, SP. 100 Embrapa Soja. Documentos, 296 11) Sementes verdes e a implicação na qualidade do lote de sementes de soja. Palestra proferida no XXIV Ciclo de Reuniões Conjuntas CESM – Foz do Iguaçu, PR em 07/06/05. 12) Semente esverdeada de soja e sua qualidade fisiológica. Palestra proferida na XXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil, Cornélio Procópio, PR, em 18/08/05. 13) Tecnologia da Produção de Sementes de Soja de Alta Qualidade. Mini-curso proferido no Centro Acadêmico de Agronomia José Lutzemberger, da Universidade Estadual de Maringá, Maringá, PR, em 23/09/05. Conclusões As palestras proferidas cumpriram os objetivos de transferir os avanços tecnológicos obtidos na pesquisa com Tecnologia e Produção de Semente de Soja. Transferência de tecnologias – comunicação e marketing para negócios Sandra Maria Santos Campanini Lebna Landgraf do Nascimento José Graças Maia de Andrade Número do Plano de Ação: 04.02.616.02.10 Introdução As atividades deste plano de ação apóiam a transferência para o mercado de conhecimentos e tecnologias de culturas de verão e inverno, com ênfase em soja, trigo e girassol - nas áreas de fitossanidade, fertilidade, manejo e biologia de solo, economia e administração rural, perdas na colheita, qualidade de semente e qualidade nutricional do grão. Esse apoio é dado na captação de recursos para realização das atividades de transferência, na sua promoção, confeccionando o material de logística de eventos e na divulgação, com informação à sociedade por intermédio da mídia. Objetivos 1) Apoiar a área de transferência de tecnologias, com material promocional, de logística e divulgação, na realização de seus eventos, em especial dias de campo e palestras. 2) Captar recursos para a realização de eventos nacionais e internacionais, como congressos, feiras, seminários, com fins de divulgação técnico-científica e institucional. 102 Embrapa Soja. Documentos, 296 3) Obter reconhecimento nacional e internacional da imagem da empresa, bem como das tecnologias por ela geradas. Resultados e Discussão Considerando o período de 2003 a 2005, foram realizados mais de cinquenta eventos de transferência de tecnologias por ano. O número de participantes ultrapassou 60.000, na safra 05/06 para soja, e 9.000, na safra 2005, para trigo. Para atendimento desse público, foram confeccionados materiais impressos de divulgação de cultivares (folders, livretos, sistemas de produção, entre outros), banners, álbuns seriados e placas de identificação para apoio aos palestrantes. No que tange à captação de recursos para realização de eventos vale ressaltar a importância dos projetos de comercialização de patrocínios nesses três anos. Uma grande soma de recursos financeiros foi investida pelos parceiros para terem sua marca associada aos eventos técnico-científicos promovidos pela Embrapa - em especial congressos, seminários e reuniões técnicas - o que demonstra a confiabilidade e o prestígio da instituição e de suas tecnologias. Além disso, outra atividade deste plano de ação foi divulgar o trabalho da Unidade na mídia. A Embrapa Soja produziu releases – textos jornalísticos – para divulgar suas tecnologias, produtos e processos, junto aos veículos de comunicação brasileiros. Em média, são feitos aproximadamente 60 por ano. Na sequência os releases feitos no período de 2003 a 2005. Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 20/12/2005 - Confirmado primeiro foco de ferrugem em Rondônia 06/12/2005 - Doze novos focos são registrados no MT 23/11/2005 - Embrapa tem nova soja de sabor suave 04/11/2005 - Mato Grosso registra mais um foco de ferrugem da soja 01/11/2005 - São Paulo tem primeiro foco de ferrugem 28/10/2005 - Custo ferrugem compromete safra em Primavera do Leste 26/10/2005 - Primavera tem primeiro foco de ferrugem da safra 14/10/2005 - Sojicultura perde com uso de sementes não certificadas 05/10/2005 - Evento traça panorama do girassol no Brasil 05/10/2005 - Embrapa visita escolas de distritos londrinenses 05/10/2005 - Pessuti participa hoje de Simpósio Nacional de Girassol 04/10/2005 - Biodiesel é destaque em evento nacional de girassol 04/10/2005 - Lançada a mais completa publicação de girassol no Brasil 03/10/2005 - Parâmetros para zoneamento agroclimático serão destacados em Reunião Nacional de Girassol 30/09/2005 – Rastreabilidade animal caminha para preocupação com o bem-estar no processo produtivo 29/09/2005 - Brasil precisa investir mais em inovação tecnológica para o campo 29/09/2005 - Inclusão digital no campo é debatida em Congresso 28/09/2005 - Biodiesel abre debate em evento nacional sobre girassol 22/09/2005 - Embrapa Soja comemora 30 anos com evento no Maranhão 21/09/2005 - Produtores de Primavera do Leste reduzem pressão da ferrugem para safra verão 19/09/2005 - Eventos pretendem debater lugar do girassol no agronegócio 15/09/2005 - Germinação na espiga pode comprometer qualidade do trigo paranaense 01/09/2005 - Evento discute benefícios da integração lavoura-pecuária para o Paraná 30/08/2005 - PR: Chuvas devem ficar abaixo da média nos próximos três meses 23/08/2005 - Tamanho da semente pode influenciar a produtividade da soja 22/08/2005 - Tabela de fungicidas para ferrugem já está disponível 22/08/2005 - Reunião de Soja traça cenário econômico para grão 18/08/2005 - Reunião de Soja faz indicação de manejo de plantas daninhas em soja RR 18/08/2005 - Arenito do Paraná recebe indicação de manejo 18/08/2005 - Comissão de Fitopatologia aprova agrupamento de fungicidas para ferrugem e oídio 18/08/2005 - Reunião de Pesquisa de Soja discute interferência da seca na produtividade da soja 17/08/2005 - Controle da ferrugem pode estar afetando organismos benéficos para a soja 17/08/2005 - Embrapa Soja apresenta 14 novas cultivares de soja RR e convencionais na Reunião de Soja 17/08/2005 - Evento traça panorama da safra de soja no Brasil 17/08/2005 - Tecnologias de produção para 2006 começam a ser debatidas em Reunião de Soja 10/08/2005 - Produtores têm oportunidade de atualização em dias de campo de trigo 103 104 Embrapa Soja. Documentos, 296 10/08/2005 - Produção regionalizada já traz benefícios para produtores de trigo no PR 05/08/2005 - Reunião de pesquisa de soja já conta com 450 inscritos 01/08/2005 - Oeste da Bahia segue sem ferrugem no inverno 28/07/2005 - Embrapa mostra experiência com ferrugem para americanos 26/07/2005 - Embrapa alerta para prejuízos com sementes de soja verdes 25/07/2005 - Desafios para a cultura da soja serão debatidos em reunião técnica 21/07/2005 - Mapa avalia ferrugem da soja em Primavera do Leste 20/07/2005 - Técnicos da Embrapa mostram onde economizar ao planejar a safra de soja 20/07/2005 - Dia de Campo na TV destaca manejo da Soja RR 06/07/2005 - Girassol será matéria-prima para biodiesel no Paraná 05/07/2005 - Paraná quer estimular cultivo de girassol 09/06/2005 - MAPA discute implantação da produção integrada de soja no Paraná 06/06/2005 - Reunião de pesquisa de soja já está com inscrições abertas 24/05/2005 – Especialistas temem "ponte-verde" com soja safrinha 23/05/2005 - Consórcio Antiferrugem faz balanço das atividades durante safra de soja 16/05/2005 - Embrapa apresenta futuro da pesquisa de soja em estande no Catuaí 09/05/2005 - Novas cultivares vão atender todos os sistemas de produção 20/04/2005 - Embrapa Soja lança 22 cultivares em solenidade de aniversário de 30 anos 14/04/2005 - Embrapa Soja promove audiência para apresentar resultados 23/03/2005 - Embrapa Soja leva o futuro da pesquisa para Expo Londrina 10/03/2005 - Embrapa promove painel sobre inovação tecnológica 08/03/2005 - Reunião de Pesquisa de Trigo será em Londrina 01/03/2005 - Embrapa promove dias de campo para agrônomos, famílias de produtores, autoridades e jornalistas 14/02/2005 - Nova temporada do Dia de Campo na TV aborda a ferrugem asiática da soja 01/02/2005 - Embrapa promove palestras técnicas no Show Rural 01/02/2005 - Práticas conservacionistas marcam 30 anos da Embrapa Soja 31/01/2005 - Embrapa e Emater-PR promovem palestras sobre ferrugem asiática da soja no Show Rural Coopavel 31/01/2005 - Soja tolerante a nematóides é demonstrada no Show Rural 31/01/2005 - Embrapa Soja apresenta cultivares de soja para alimentação humana no Show Rural 28/01/2005 - Embrapa Soja começa comemoração de 30 anos no Show Rural 26/01/2005 - Ferrugem asiática é confirmada na Bahia 20/01/2005 - Embrapa Soja leva tecnologias para produção sustentável de soja no Show Rural 13/01/2005 - Ferrugem acaba de ser confirmada em Tocantins e Rondônia 07/01/2005 - Ferrugem é identificada em 163 municípios do Brasil 05/01/2005 - Ferrugem já atinge em mais de 100 municípios do Brasil 03/01/2005 – Enrugamento de soja no Paraná é causado por baixas temperaturas 22/12/2004 - População de percevejo castanho na soja está maior a cada safra Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 07/12/2004 - Embrapa promoverá palestras gratuitas sobre a ferrugem asiática 30/11/2004 - Ferrugem asiática não atinge apenas a soja 22/11/2004 – Treinamento sobre girassol pretende estimular produção no Paraná 19/11/2004 - Consórcio Antiferrugem identifica doença da soja em área comercial 17/11/2004 - Soja recém-germinada morre prematuramente no Paraná 11/11/2004 - Fungo da ferrugem é identificado em GO, RS, PR e MT 28/10/2004 – Racionalização de insumos determinará retorno econômico com soja 21/10/2004 - Combate à ferrugem da soja no Brasil será padronizado 15/10/2004 - Consórcio Antiferrugem terá primeira reunião em Londrina 21/09/2004 - Embrapa Soja promove treinamento sobre pragas, doenças e plantas daninhas 16/09/2004 - Embrapa disponibiliza novas tabelas de funcigidas para controle de doenças da soja 27/08/2004 - MAPA discute na Embrapa Soja implantação da produção integrada de soja 19/08/2004 - Embrapa debate produção de grãos na Amazônia 18/08/2004 - Eficiência de fungicidas para controle da ferrugem é destaque em Reunião de Pesquisa 18/08/2004 - Reunião de Pesquisa da Soja tem público recorde 16/08/2004 - Embrapa lança CD-ROM para auxiliar na Adubação e Nutrição de Soja 13/08/2004 - Reunião de Pesquisa de Soja conta com 400 inscritos 09/08/2004 - Embrapa promove curso de culinária com soja na Amazontech 29/07/2004 - Trigo será destaque em mais de 30 dias de campo 13/07/2004 - Embrapa indica regiões e épocas ideais para cultivo da soja 01/07/2004 - Embrapa aponta perdas de U$2 bilhões com ferrugem da soja na safra 2003/2004 01/06/2004 - Embrapa discute conduta ética e administração responsável 18/05/2004 - Embrapa leva tecnologias para Agrobalsas 17/05/2004 - Embrapa Soja apresenta controle biológico de pragas no “Ciência para a Vida” 17/05/2004 - Curso ensina a inserir a soja no dia-a-dia 17/05/2004 - Internet ajuda sojicultor a acompanhar o desempenho da safra 13/05/2004 - Embrapa promove evento sobre soja no Mato Grosso 23/04/2004 - Embrapa promove treinamento sobre doenças da soja para agrônomos do MAPA 12/04/2004 - Método da Embrapa faz balanço nutricional da soja virtualmente 12/04/2004 - Ferrugem asiática será debatida no II Encontro Regional da Soja 12/04/2004 - Embrapa Soja apresenta universo científico na Expo Londrina 2004 12/04/2004 - Embrapa e Emater-PR proporcionam viagem histórica pela cultura da soja no Brasil 05/04/2004 - Painel vai abordar os diferentes usos dados à soja 26/03/2004 - Brasil deve desperdiçar 4% da safra de soja na colheita 23/03/2004 - Embrapa Soja vai integrar comitê de C&T no Paraná 11/03/2004 - Dia de campo da Embrapa Soja deve reunir 400 agrônomos 05/03/2004 - Evento internacional aponta inovações científicas para soja 04/03/2004 - Plantio Direto contribui com o seqüestro de carbono 04/03/2004 - Congresso debate a emissão de CO2 na cultura da soja 105 106 Embrapa Soja. 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O Brasil consome anualmente 10 milhões de toneladas de trigo, das quais apenas 25 % são produzidas no país. A importação dos 75 % restantes representa, aproximadamente, um bilhão de dólares em dispêndios de divisas. Entre os principais fatores que têm afetado a competitividade do trigo nacional estão o custo de produção elevado e a adequação da qualidade de cultivares ao uso final. Além disso, o mercado, hoje, exige variedades com aptidões de uso diferenciadas, possibilitando a produção de uma gama maior de produtos. Este projeto se propõe a contribuir para o aumento da competitividade do trigo nacional, mediante o desenvolvimento de cultivares que possibilitem a redução do custo 110 Embrapa Soja. Documentos, 296 de produção, por meio de aumento no potencial produtivo e resistência aos principais estresses bióticos e abióticos, associado ao desempenho tecnológico que atenda às demandas do mercado consumidor. A operacionalização do projeto foi estruturada em quatro planos de ação: o plano de ação 1 contempla a gestão do projeto; os planos de ação 2 e 3 contemplam o desenvolvimento de germoplasma básico e novas cultivares; e o plano de ação 4 contempla avaliação, descrição, determinação do valor de cultivo e uso (VCU) e produção de semente genética dos genótipos com potencial para se tornarem cultivares. A criação de germoplasma específico e linhagens para cada região foi feita por cruzamentos e seleção, incluindo a produção de linhagens duplohaplóides, via gimnogênese. Os métodos de seleção utilizados foram os de retrocruzamento, genealógico e massal, conforme a característica em seleção. Marcadores moleculares para resistência à ferrugem da folha, ao alumínio e à germinação na espiga foram desenvolvidos para auxiliar na seleção. A transformação genética com genes para antisecalinas em trigo foi utilizada para melhoria de qualidade em trigos portadores de translocação de centeio. Os testes de campo, para avaliação preliminar de linhagens, foram realizados na Embrapa Trigo, Embrapa Soja, Embrapa Cerrados, Embrapa Arroz e Feijão, Embrapa Clima Temperado, Embrapa Agropecuária Oeste e Embrapa Transferência de Tecnologia, enquanto os testes de VCU foram realizados pela Embrapa e por instituições parceiras. Os testes de resistência às doenças, sob condições controladas, foram executados na Embrapa Trigo. A avaliação da aptidão tecnológica da farinha, principalmente para panificação, massas, bolos e biscoitos, foi feita na Embrapa Trigo e na Embrapa Agroindústria de Alimentos, enquanto os testes preliminares de qualidade – sedimentação, número de queda, mixografia, alveografia, eletroforese de gluteninas de alto peso molecular e outros – foram realizados na Embrapa Trigo. As linhagens que demonstraram desempenho produtivo superior e qualidade tecnológica de uso, que atendem às demandas do mercado, foram multiplicadas, registradas, protegidas e indicadas para cultivo. Ações de validação de tecnologia e de difusão dos resultados foram desenvolvidas paralelamente à oferta da nova cultivar. Desenvolvimento de linhagens e de cultivares de trigo de ciclo precoce e médio, das classes Pão e Melhorador, adaptadas à Região Centro-Sul Subtropical (Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul) Dionísio Brunetta Manoel Carlos Bassoi Pedro Luiz Scheeren Luís César V. Tavares Claudinei Andreoli Sérgio Roberto Dotto Número do Plano de Ação: 02.02.210.00.03 Introdução O abastecimento de trigo no Brasil, cuja demanda se aproxima dos 11 milhões de toneladas, continua a depender fortemente da importação, principalmente da Argentina. A partir de 2001, verifica-se tendência de aumento de área e estabilidade de produção, calcada, principalmente, no aprimoramento das informações sobre as melhores práticas de manejo para a cultura. A ausência de estímulos à produção, principalmente a garantia de preços estáveis e liquidez na comercialização, constituem-se nos fatores mais importantes a dificultar a expansão da área cultivada e um aumento significativo na produção. Pelos dados da CONAB, a média da produção brasileira de trigo, no período de 2003 a 2005, foi de 5.532.000 t e representou um acréscimo de 136 %, em comparação à média obtida no período de 1993 a 2002, que foi de 2.343.823 t. 112 Embrapa Soja. Documentos, 296 Nos estados do Paraná, de São Paulo e do Mato Grosso do Sul, existe uma infraestrutura voltada para a produção de grãos, onde o trigo se destaca pela perspectiva de renda durante o período de outono-inverno. O maior produtor de trigo é o estado do Paraná que, há duas décadas, é responsável por mais de 50 % da produção nacional. Vários estudos têm demonstrado que o cultivo do trigo proporciona redução de custos (em torno de 20 %) para a implantação das lavouras de verão, principalmente no sistema trigo-soja. Permite melhor distribuição dos custos fixos da propriedade e possibilita renda em período considerado de entressafra. A oferta de cultivares melhoradas, de alta qualidade tecnológica, deve se constituir em fator de estímulo aos agricultores, para ampliação da área cultivada com trigo. O aumento da produção desse cereal proporciona benefícios sociais e econômicos aos setores envolvidos e contribui para reduzir a pressão sobre a balança comercial brasileira. O objetivo principal desta atividade é desenvolver novas linhagens e cultivares de trigo das classes Pão e Melhorador, de alto potencial de rendimento de grãos, resistentes às principais doenças e adaptadas às diversas condições ambientais dos estados do Paraná, de São Paulo e do Mato Grosso do Sul. É conduzida em parceria com a Embrapa Trigo, tendo por base a Embrapa Soja, em Londrina (PR) e atuação em diferentes locais desses estados. São realizadas seleções em germoplasma de trigo introduzido, fixo e segregante. Linhagens e cultivares, com características de interesse, são incorporadas no Bloco de Cruzamentos, onde são realizadas hibridações artificiais. A partir de 2003, a Geração F2, de cruzamentos realizados em Londrina, vem sendo conduzida em forma de ensaios, visando a selecionar a semente das plantas mais produtivas e que apresentarem maior variância para posterior seleção massal, durante diversas gerações, até a homozigose. Parte do programa, principalmente de cruzamentos realizados na Embrapa Trigo, é conduzida utilizando o método genealógico. Com o objetivo de acelerar o processo de desenvolvimento de novas linhagens, nas primeiras gerações segregantes é realizada seleção Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 113 de espigas para avanço de geração no verão, sob telado, na Embrapa Trigo. Posteriormente, a semente retorna a Londrina para semeadura no campo, durante o outono-inverno. Essa estratégia permite a realização de duas gerações por ano, reduzindo o tempo e os recursos necessários para criação de cultivares. As novas linhagens são avaliadas em coleções especiais, instaladas no Paraná e no Rio Grande do Sul e em ensaios preliminares conduzidos em Londrina, Cascavel e Ponta Grossa (PR). Em Londrina, também é realizada a produção de semente genética de todas as linhagens que estão sendo avaliadas em ensaios preliminares. Para avaliar a qualidade tecnológica e outras características agronômicas das novas linhagens, são realizados testes de eletroforese e para tolerância ao alumínio nos laboratórios da Embrapa Trigo. A meta prevista é, a cada ano, desenvolver e promover oito linhagens da classe Trigo Pão aos ensaios para avaliar o Valor de Cultivo e Uso (VCU) e cinco linhagens da classe Trigo Melhorador, conforme a Instrução Normativa Nº 1 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, de 27/01/99. No período de 36 meses de duração do projeto foi estabelecida a meta de lançar três cultivares da classe Trigo Pão e duas da classe Trigo Melhorador para a região Centro-Sul do Brasil. Resultados Bloco de cruzamentos O bloco de cruzamentos é composto por linhagens e cultivares elite desenvolvidas pela Embrapa ou introduzidas de outras instituições que, após criteriosa avaliação, são selecionadas para servir de progenitores. Aproximadamente 100 cultivares compõem, anualmente, o bloco de cruzamentos e são semeadas em quatro épocas, com intervalo de dez dias, para facilitar os trabalhos de hibridações. Nesses três anos, foram realizados 978 cruzamentos, envolvendo os genótipos do Bloco de Cruzamentos e da Geração F1. 114 Embrapa Soja. Documentos, 296 Populações Segregantes Basicamente, o desenvolvimento de linhagens é realizado por meio da semeadura de populações segregantes no campo, por um período aproximado de sete gerações, até os genótipos atingirem homozigose aceitável para formar novas linhagens. As populações segregantes conduzidas em Londrina provêm de cruzamentos realizados, em anos anteriores, na Embrapa Soja e na Embrapa Trigo. A semente da geração F1 dos cruzamentos realizados em Londrina é semeada, junto a cultivares testemunhas, em três repetições espaçadas, para possibilitar a colheita de 18 plantas por parcela. Essas plantas são trilhadas e pesadas individualmente. Após a análise estatística, são selecionadas as plantas dos cruzamentos que apresentam bons rendimentos e maior variância. A partir da geração F3, essas populações são conduzidas em forma massal, até atingir a homozigose (F7 ou F8). Posteriormente, é efetuada a seleção individual das plantas que dão origem às novas linhagens. As demais populações são conduzidas pelo método genealógico, com algumas adaptações. Utilizou-se o processo de semeadura direta, com parcelas de três linhas de 2,5 m a 6,0 m de comprimento, dependendo da disponibilidade de semente. A avaliação de cada genótipo foi realizada pela seleção no campo, trilha das plantas e observação das características da semente. São mantidas as sementes sadias, bem formadas, de cor vermelha e com textura dura. A textura do grão interfere no processo de moagem e está associada à qualidade reológica da farinha. Um resumo das principais atividades conduzidas em Londrina está na Tabela 13. No ano de 2003, foram semeadas 9.102 parcelas no campo, em Londrina, provenientes de seleções realizadas nos anos anteriores, em Londrina e em Passo Fundo. Em 2004, computando as 2.558 Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 115 parcelas da geração F3 individual, provenientes dos ensaios F2, e que não constavam em anos anteriores, foram semeadas, no total, 13.534 parcelas. Em 2005, foram conduzidas 12.680 parcelas. Considerando a geração F1 e as populações segregantes, na soma dos três anos foram semeadas, em Londrina, 35.316 parcelas onde foram selecionadas plantas pelo método genealógico de melhoramento ou colheita massal. A reunião de novas linhagens é realizada nas gerações avançadas F7 e F8, quando as plantas atingem uma homozigose próxima a 100 %. No período de 2003 a 2005, foram selecionadas 735 novas linhagens para avaliação posterior, em coleções especiais ou em ensaios de rendimento. Tabela 13. Populações segregantes de trigo semeadas na Embrapa Soja, em Londrina, PR, no triênio 2003 a 2005. Embrapa Soja, Londrina (2006) Descrição F1 2006 CW F2 Genealógico CW F2 Ensaios CW F3 Geral Genealógico F3 Individual F4 Geral Genealógico F4 Massa1 F5 Geral Genealógico F6 Geral Genealógico F7 a F10 Geral Genealógico Geração F2 Embrapa Trigo Avanço de geração Origem Embrapa Trigo Total 1 Semeadas em Londrina e Ponta Grossa 1 Semeadas em Londrina e Ponta Grossa 218 419 1.264 363 Parcelas semeadas 2004 2005 2003/2005 392 296 978 18 57 454 1.275 1.125 3.450 548 327 2.192 2.558 2.312 4.870 1.432 601 2.793 910 910 694 1.982 2.894 2.199 1.628 4.246 1.475 1.879 4.618 391 838 1.592 3.042 2.552 725 6.319 9.102 13.534 12.680 35.316 2003 290 379 1.050 1.317 760 116 Embrapa Soja. Documentos, 296 Coleções especiais de observações Inicialmente, as novas linhagens são reunidas em coleções especiais, formadas por parcelas de diferentes tamanhos, em função da quantidade de semente. A cada 100 parcelas, cultivares testemunhas, as mesmas utilizadas nos ensaios de VCU, são incluídas nessas coleções como parâmetro comparativo. São realizadas observações fenológicas, fenométricas e de reação às doenças em condições de campo. Após a colheita e pesagem, é realizada a seleção pelo aspecto visual da semente; aquelas que reúnem atributos superiores são promovidas aos ensaios preliminares de rendimento. Algumas coleções foram organizadas com novas linhagens selecionadas em Londrina; outras, têm como base linhagens selecionadas na Embrapa Trigo, em Passo Fundo. O Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo – CIMMYT também distribui germoplasma em forma de coleções (uma repetição) ou em ensaios de rendimento (duas repetições). Essas coleções são organizadas com linhagens promissoras para determinados megaambientes considerados pelo CIMMYT. A Embrapa Soja tem solicitado algumas coleções de trigo específicas para ambientes com presença de alumínio no solo, de alta pluviosidade e quentes, que são problemas ocorrentes na região de abrangência do projeto. Grande parte do germoplasma do CIMMYT apresenta grão branco, tido como suscetível à germinação pré-colheita (PHS), e se constitui numa das principais razões do baixo índice de aproveitamento obtido na sua seleção. Algumas coleções são implantadas com objetivos específicos de coleta de amostras ou apenas acompanhamento das cultivares para determinada doença. É o caso das coleções para coleta de ferrugem-da-folha (Puccinia triticina) e para avaliação de brusone (Magnaporthe grisea). No período de 2003 a 2005, em diversas coleções (Tabela 14), foram semeadas 6.836 parcelas, das quais foram selecionadas 755 linhagens para testes em ensaios de rendimento. A coleção para avaliar brusone é organizada com as cultivares e linhagens em ensaios para determinação do valor de cultivo e uso (VCU). É semeada em março, em Londrina, quando é maior a probabilidade de ocorrência de brusone. Os dados Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 117 obtidos nessa coleção forneceram informações mais seguras sobre reação das cultivares e linhagens para a brusone. A cultivar BRS 229 destacou-se pela resistência e apresentou produtividade superior às demais em ambiente com alta pressão da doença. Amostras com ferrugem-da-folha foram coletadas nas coleções específicas instaladas em Londrina e Cascavel e enviadas à Embrapa Trigo para identificação das raças do patógeno ocorrentes no Paraná. Tabela 14. Relação das coleções de trigo conduzidas pela Embrapa Soja no Paraná, no período de 2003 a 2005. Embrapa Soja, Londrina (2006) Número de parcelas semeadas 2003 2004 2005 total Coleção/ano 1 Coleção Embrapa Soja 346 449 Coleção P. O. DHM, origem Embrapa Trigo 475 767 Novas linhagens, origem Embrapa Trigo 683 261 2 10º SAWYT, origem CIMMYT (2 rep) 100 10º a 12º HRWYT, origem CIMMYT (2 rep) 100 228 299 15º e 16º ASWSN, origem CIMMYT 58 102 256 Coleção 35º IBWSN, origem CIMMYT 543 188 60 1º ISWSN, origem CIMMYT 150 Total 39 40 45 161 103 103 2.800 2.255 1.781 Instaladas em Londrina, Cascavel e Ponta Grossa. Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo (México). Semeada em dois locais: Londrina e Cascavel. Sel. 317 113 116 9 32 53 13 26 49 10 3 14 39 nstaladas em Londrina, Cascavel e Ponta Grossa 3 444 97 Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo (México) 1 2 160 150 39 Coleção para coleta de Ferrugem da folha 527 60 97 3 300 543 11º HTWYT, origem CIMMYT Coleção para avaliação de brusone 1.659 100 14º e 15º HRWSN, origem CIMMYT Coleção PHS 2005 2 715 100 Coleção 20º e 22º SAWSN, origem CIMMYT 1.024 1.242 100 Coleção CIMMYT - CNPT 2003 1 229 Linhagens 124 367 6.836 755 118 Embrapa Soja. Documentos, 296 Ensaios Preliminares As novas linhagens selecionadas nas coleções ou provenientes das gerações avançadas, são submetidas aos primeiros testes estatísticos de rendimento de grãos nos ensaios preliminares internos. Nesses ensaios, instalados em Londrina, Cascavel e Ponta Grossa, as linhagens são comparadas às testemunhas escolhidas entre as cultivares de elevado potencial produtivo e com significativa área de cultivo no estado. Esses três locais apresentam clima e solo diferenciado, permitindo obter informações mais seguras a respeito do potencial de cada linhagem. No período, foram instalados 23 experimentos do ensaio preliminar de primeiro ano e avaliadas 506 linhagens. No total dos três anos, 156 linhagens se destacaram em rendimento e outros atributos agronômicos, sendo selecionadas para ensaios preliminares de segundo ano. As primeiras informações sobre qualidade industrial dessas linhagens foram obtidas de amostras coletadas em dois locais e analisadas no laboratório de qualidade tecnológica da Embrapa Trigo. Os ensaios preliminares de segundo ano são instalados nas mesmas condições dos de primeiro ano. Além daquelas promovidas nos preliminares de primeiro ano, são avaliadas nesses ensaios também linhagens previamente testadas em ensaios especiais (CIMMYT) ou que apresentaram especial destaque em coleções. No período considerado, foram instalados 11 experimentos e avaliadas 231 linhagens. Na Tabela 15 estão listadas as 49 linhagens que se destacaram nos ensaios preliminares de segundo ano, nos três anos e foram promovidas aos ensaios intermediários de VCU. São apresentados os respectivos rendimentos nos três locais, com os percentuais relativos à testemunha mais produtiva no ensaio e, também, informações sobre o ciclo e a força geral de glúten (W), que na análise de alveografia, é o parâmetro mais importante para a determinação da aptidão industrial do trigo. Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 119 Produção de Semente Genética Esta atividade é realizada com o objetivo de proporcionar semente para os ensaios de rendimento e para iniciar a produção de semente genética das linhagens em ensaios preliminares. Além dos tratos culturais indicados para o trigo, é realizado acompanhamento durante os diferentes estádios de desenvolvimento, com registro das principais características agronômicas das linhagens e são eliminadas as plantas consideradas atípicas, visando a produzir semente com qualidade e pureza de acordo com os padrões estabelecidos. Nos últimos três anos, foi produzida semente do melhorista de 518 linhagens em parcelas pequenas (PP), com 10 m2 e 235 linhagens em parcelas médias (PM), com aproximadamente 150 m2. Essa semente está sendo utilizada para a montagem dos ensaios de VCU e para a produção dos primeiros lotes de semente básica. 120 Embrapa Soja. Documentos, 296 Tabela 15. Rendimento de grãos (Kg/ha), em Londrina (Ld), Cascavel (Cs) e Ponta Grossa (PG), ciclo e força de glúten das linhagens de trigo promovidas aos ensaios Intermediários, no período de 2003 a 2005. Embrapa Soja, Londrina (PR), 2006. Linhagem Linhagem Ano 2003 Ano001248 2003 PF PF 001248 PF 003295-A/B PF 003295-A/B PF 005230 PF 005230 WT 01081 WT 01081 WT 01086 WT 01086 WT 02048 WT 02048 WT 02060 WT 02060 WT 02064 WT 02064 WT 02067 WT 02067 WT 02082 WT 02082 WT 02093 WT 02093 WT 02094 WT 02094 WT 02125 WT 02125 WT 02131 WT 02131 WT 02161 WT 02161 WT 02163 WT 02163 Ano 2004 Ano 2004 WT 03007 WT 03007 WT 03063 WT 03063 WT 03069 WT 03069 WT 04004 WT 04004 WT 04005 WT 04005 WT 04006 WT 04006 WT 04007 WT 04007 WT 04008 WT 04008 WT 02122 WT 02122 PF 014268 PF 014268 WT 03016 WT 03016 WT 03034 WT 03034 WT 03048 WT 03048 WT 03050 WT 03050 WT 04016 WT 04016 PF 014367 PF 014367 PF 014384 PF 014384 PF 014389-A PF 014389-A WT 03083 WT 03083 WT 03084 WT 03084 LD LD Kg/ha Kg/ha %1 % Cs Cs Kg/ha Kg/ha % % PG PG Kg/ha Kg/ha % % Esp2 Esp W3 W 4248 4248 3460 3460 4718 4718 4739 4739 4680 4680 4679 4679 5046 5046 4702 4702 5230 5230 4858 4858 4034 4034 4335 4335 4600 4600 4762 4762 4396 4396 4288 4288 95 95 78 78 106 106 106 106 105 105 105 105 113 113 106 106 117 117 109 109 91 91 97 97 103 103 107 107 99 99 96 96 3667 3667 3059 3059 2693 2693 3454 3454 3593 3593 3027 3027 3353 3353 4113 4113 4000 4000 1700 1700 3788 3788 3799 3799 2680 2680 2547 2547 2147 2147 2287 2287 130 130 108 108 95 95 122 122 127 127 107 107 119 119 146 146 142 142 60 60 134 134 135 135 95 95 90 90 76 76 81 81 6627 6627 4361 4361 5993 5993 5750 5750 6321 6321 4791 4791 6381 6381 5270 5270 5658 5658 5365 5365 5109 5109 4721 4721 5574 5574 4992 4992 4930 4930 4780 4780 139 139 92 92 126 126 121 121 133 133 101 101 134 134 111 111 119 119 113 113 107 107 99 99 117 117 105 105 104 104 100 100 65 65 61 61 61 61 67 67 69 69 62 62 64 64 69 69 66 66 66 66 64 64 63 63 67 67 66 66 65 65 66 66 100 100 311 311 298 298 350 350 395 395 333 333 215 215 330 330 360 360 278 278 367 367 301 301 270 270 270 270 370 370 270 270 4576 4576 4191 4191 4190 4190 4400 4400 4144 4144 3831 3831 5160 5160 3609 3609 3941 3941 4106 4106 4080 4080 4287 4287 3673 3673 4200 4200 4933 4933 4150 4150 4099 4099 3725 3725 4342 4342 4856 4856 111 111 102 102 102 102 107 107 99 99 91 91 123 123 86 86 94 94 98 98 97 97 93 93 80 80 91 91 107 107 93 93 91 91 83 83 97 97 108 108 4600 4600 4827 4827 5673 5673 5273 5273 5293 5293 5607 5607 5433 5433 5740 5740 5547 5547 4893 4893 4353 4353 4296 4296 5425 5425 5207 5207 5344 5344 5470 5470 5698 5698 5541 5541 4337 4337 5215 5215 84 84 88 88 104 104 96 96 95 95 101 101 98 98 103 103 100 100 88 88 78 78 78 78 99 99 95 95 97 97 99 99 103 103 100 100 79 79 94 94 4593 4593 4091 4091 4534 4534 5527 5527 5573 5573 5688 5688 5303 5303 5540 5540 5587 5587 5638 5638 5589 5589 6095 6095 6012 6012 5491 5491 5098 5098 5623 5623 5652 5652 6094 6094 4076 4076 5677 5677 88 88 78 78 86 86 105 105 100 100 102 102 95 95 99 99 100 100 101 101 100 100 109 109 108 108 98 98 91 91 87 87 87 87 94 94 63 63 88 88 59,5 59,5 67,5 67,5 69 69 68 68 68 68 68 68 61 61 72 72 72 72 72 72 79 79 77 77 80 80 78 78 63 63 69,5 69,5 70 70 75 75 67,5 67,5 75,5 75,5 304 304 294 294 181 181 150 150 147 147 104 104 206 206 219 219 205 205 279 279 320 320 283 283 295 295 255 255 248 248 241 241 220 220 217 217 253 253 193 193 1 2 3 Percentagem de rendimento em relação à testemunha mais produtiva em cada experimento. Em Londrina BR 18, BRS 208 e IAPAR 53 (CD104, em 2005); em Cascavel, BR 18, BRs 208 e IAPAR 53 (BRS 220, em 2005). 2Número de dias da emergência ao espigamento, dados de Londrina. 3W=Força de Glúten, na alveografia (>300: classe Melhorador, >180<300: classe Pão; <180: classe Brando) 1 Avaliação (VCU), caracterização (DHE) e produção de sementes de linhagens e de cultivares de trigo Manoel Carlos Bassoi Dionisio Brunetta Pedro Luiz Scheeren Sergio Roberto Dotto Luís César V. Tavares Claudinei Andreoli Número do Plano de Ação: 02.02.210.00.04 Introdução O processo de avaliação de novas linhagens de trigo, com o objetivo de seu lançamento e/ou indicação para cultivo em escala comercial, segue as normas do Serviço Nacional de Registro de Cultivares - SNRC, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. Foi estabelecido que são necessários três anos de testes para avaliação, em dois locais de cada grupo de municípios ou região tritícola. No Paraná, firmou-se uma parceria entre a Embrapa Soja e a Fundação Meridional com o objetivo de avaliar as cultivares da Embrapa nas diversas regiões do Paraná, de São Paulo, do Mato Grosso do Sul e de Santa Catarina. Também visando a reduzir custos na avaliação, há uma parceria firmada com o Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR, com o mesmo objetivo, uma vez que o IAPAR dispõe de diversas bases físicas localizadas em locais estratégicos no estado. As regiões tritícolas para fins de VCU contempladas nesta atividade são: 6, 7 e 8, no Paraná; 9, no Mato Grosso do Sul e 11 e 12, em São Paulo. Tendo em vista que diversos 122 Embrapa Soja. Documentos, 296 instituidores da Fundação Meridional são produtores de semente no Estado de Santa Catarina, a abrangência da atividade foi estendida, também, para as regiões 4 e 5 desse estado. Inicialmente, os genótipos são testados nos Ensaios Intermediários de Ciclos Precoce e Médio (EIP e EIM) e, nos dois anos subsequentes, nos Ensaios Finais de Linhagens e Cultivares de Ciclos Precoce e Médio (EFP e EFM). Esses, são constituídos por linhagens de trigo da Embrapa e do IAPAR, cujo número de tratamentos e de locais é determinado a cada ano. O delineamento experimental é em blocos ao acaso, com três repetições e parcelas de 5 m2 de área total e útil. Quando necessário, realizou-se o controle de doenças com fungicidas indicados para o trigo. Os dados de rendimento de grãos foram submetidos à analise de variância e determinada a diferença mínima significativa em cada experimento pelo teste de Tuckey, a 5 % de probabilidade. Com o objetivo de realizar a caracterização botânica das novas linhagens em Londrina, Cascavel e Ponta Grossa, também foram instaladas parcelas especiais com 30 m2, onde foram realizadas as anotações previstas, conforme metodologia apropriada. Alguns experimentos não tiveram os dados de rendimento computados devido a prejuízos causados por fatores incontroláveis. Os genótipos que apresentaram melhores características, como produtividade, resistência às principais doenças e qualidade industrial desejável, foram indicados para registro, visando à produção e à comercialização de semente. As cultivares já indicadas para cultivo também foram incluídas nos ensaios, a fim de acompanhar o seu desempenho ao longo dos anos. Considerando os quatro estados de abrangência da atividade, no triênio 2003 a 2005, foram conduzidos 308 experimentos. Instalaram-se ensaios nas seguintes localidades: região 6, Cambará, Londrina (IAPAR), Warta, Umuarama e Mandaguaçu; na região 7, Cruzmaltina, Campo Mourão, Luiziana, Cascavel, Palotina e Tibagi; na região 8, Ponta Grossa, Guarapuava e Pato Branco; na região 9, Maracaju, Naviraí, Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 123 Ponta Porã e Indápolis; na região 11, Paranapanema e Itaberá; na região 12, Cândido Mota; Santa Catarina, regiões 4 e 5, Abelardo Luz e Campos Novos. O maior número de experimentos foi conduzido no Paraná (238 no triênio). Isso se justifica pela importância que o estado exerce na produção de trigo e em razão de sua diversidade ambiental. Pelas parcerias firmadas, coube à Embrapa Soja conduzir os experimentos programados para a Warta, município de Londrina, em três épocas, e em Ponta Grossa, uma época, em 2003, e em duas épocas, a partir de 2004. Os ensaios instalados nos demais locais foram de responsabilidade do IAPAR e da Fundação Meridional. Em diversos locais, os experimentos foram semeados em duas épocas, visando a obter informações mais seguras. A Fundação Meridional conta com a cooperação de diversas instituições, especialmente de cooperativas ligadas ao setor agrícola e que dispõem de infraestrutura nos locais de instalação dos experimentos. Em função da Lei de Proteção de Cultivares, cada entidade analisou os resultados e promoveu as linhagens de sua propriedade. Resultados Os dados médios de rendimento de grãos dos ensaios conduzidos no período de 2003 a 2005 (Tabelas 16 a 19) foram agrupados por estado e região tritícola. Na Tabela 20, constam informações sobre a reação das cultivares às principais doenças ocorrentes. A Tabela 21 contém as principais características agronômicas das cultivares indicadas para cultivo e informações sobre as respectivas regiões de adaptação. Em 2003, a maioria dos genótipos da Embrapa Soja apresentou estande baixo a muito baixo, nos diferentes experimentos e locais, devido à má germinação da semente, o que dificultou a avaliação para o rendimento 124 Embrapa Soja. Documentos, 296 de grãos. Apesar desse fato, foi possível analisar os dados e promover algumas linhagens. Entre os 17 genótipos testados nos Ensaios Intermediários, destacaram-se em rendimento, aspecto agronômico e qualidade industrial, as linhagens PF 980571, WT 00246 e WT 00249, do EIP e as linhagens PF 970177, PF 990695 e WT 00007, do EIM, que foram promovidas aos Ensaios Finais. No Ensaio Final de Ciclo Precoce - EFP destacaram-se as linhagens WT 99207 e WT 00204; no Ensaio Final de Ciclo Médio - EFM foram selecionadas para permanecerem por mais um ano na avaliação as linhagens WT 96168, WT 00124 e WT 00298. Em 2003, em função dos resultados obtidos no período de 1999 a 2002, foi indicada a cultivar BRS 220 (WT 98108) para cultivo no Paraná. Seu potencial de rendimento de grãos foi superior ao das testemunhas, pois apresenta resistência à maioria das doenças fúngicas, tem porte baixo e excelente resistência ao acamamento, é moderadamente tolerante ao alumínio e tem boa qualidade industrial, sendo classificada como trigo Pão. A cultivar BRS 220 foi, posteriormente, indicada também para Santa Catarina e São Paulo e, em 2007, deverá ter sua indicação estendida para o estado do Mato Grosso do Sul. Apresenta ciclo médio a precoce, característica favorável, visto que possibilita a colheita antes das chuvas de setembro, em regiões mais quentes. No entanto, a cultivar tem evidenciado melhor desempenho produtivo em ambientes de clima mais ameno, demonstrando excelente adaptação, principalmente, para semeadura em áreas de boa fertilidade das regiões centro-sul e sudoeste do Paraná. Os grãos são de textura dura, com excelente peso do hectolitro, boa força de glúten com W = 262 e classificada como trigo Pão. Para a safra de 2006 foi a terceira entre as de maior área de cultivo no Paraná. Também em 2003, em função do rendimento, da adaptação, da qualidade industrial e da resistência à brusone, foi solicitado o registro da linhagem WT 96168, recebendo a denominação de BRS 229 e, em 2004, foi Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 125 indicada como nova cultivar para cultivo no Paraná. Está classificada como trigo Pão. Posteriormente, sua indicação foi estendida também para Santa Catarina e São Paulo. Apresenta ciclo médio, altura intermediária, grãos duros, que produzem elevada extração de farinha da classe Pão. O valor médio de W, obtido de 53 amostras coletadas no Paraná, foi de 235 (Tabela 21). Embora ainda em caráter preliminar, a BRS 229 tem-se destacado pela resistência à brusone, causada pelo fungo Magnaporthe grisea, de difícil controle por meio de produtos químicos e que ocorre, principalmente, no norte do Paraná e em São Paulo. Após a tabulação dos dados da safra de 2004, as linhagens WT 02094 e WT 02163 foram promovidas aos ensaios de ciclo precoce de 2005. Dos ensaios de ciclo médio foram promovidas as linhagens PF 05230, PF 003295-A/B, WT 01086, WT 02125, WT 02131, WT 02133 e WT 02058. As linhagens WT 99207 e WT 00124 apresentaram bons rendimentos, excelentes características agronômicas e qualidade industrial. Desse modo, em 2004 foram solicitados os registros junto ao SNRC do MAPA, e, em 2005, com base nos resultados dos ensaios de VCU, incluindo os conduzidos em anos anteriores, foram indicadas para o Paraná, sob as denominações de BRS 248 e BRS 249, respectivamente. A partir de 2007, a BRS 248 terá sua indicação estendida para Santa Catarina e São Paulo e a BRS 249 para Santa Catarina. São genótipos muito promissores, tendo em vista o potencial de rendimento, a qualidade industrial, a sanidade e outras características agronômicas. A BRS 248 apresentou elevado nível de dormência, o que lhe confere resistência à germinação pré-colheita; essa característica é buscada no melhoramento, visto que está diretamente ligada à manutenção da qualidade industrial, quando ocorrem chuvas durante o período de colheita, que são frequentes nas condições do Paraná. A BRS 249, devido à resistência ao oídio, à ferrugem da folha e ao vírus do mosaico, adapta-se melhor em ambientes mais frios e úmidos da região Sul. 126 Embrapa Soja. Documentos, 296 Algumas linhagens, inicialmente tidas como promissoras, não confirmaram o bom desempenho quando testadas nas diferentes regiões tritícolas e, após a tabulação dos dados obtidos em 2005, foram excluídas da experimentação. Entre as que permanecem em teste, duas delas (PF 003295-A/B e WT 02094) estão em avaliação final de segundo ano, em 2006. Portanto, poderão ter seu registro solicitado, caso confirmem bom desempenho agronômico. Com base nos resultados obtidos em 2005, e em anos anteriores, foram promovidas aos ensaios finais de primeiro ano de 2006 as linhagens WT 02058, WT 03007, WT 03063, WT 03069, WT 04005, WT 04008, PF 014268, WT 03048, PF 014384, PF 014389-A, IWT 04019 e WT 02133, cujos cruzamentos e valores de W, na análise de alveografia, constam na Tabela 22. Os rendimentos médios de grãos dessas linhagens, nos quatro estados em que foram avaliadas, mostraram-se, em geral, superiores aos das testemunhas. As principais atividades de transferência de tecnologia constaram de palestras, principalmente em dias de campo, artigos em jornais, publicações técnicas específicas (folders e série documentos) e entrevistas concedidas a veículos de comunicação (rádios, TVs e jornais). Trabalhos foram publicados em revista indexada. Conclusão As novas cultivares de trigo desenvolvidas pela Embrapa e indicadas para a região Centro-Sul brasileira apresentam elevado potencial de rendimento de grãos, boa qualidade tecnológica e resistência às principais doenças. As novas linhagens de trigo, em processo de avaliação intermediária e final, apresentam rendimento superior ao das cultivares disponíveis no mercado. Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 127 Tabela 16. Média de rendimento de grãos (Kg/ha) de cultivares da Embrapa testemunhas no Paraná, nas safras de 2003, 2004 e 2005. Embrapa Soja, Tabela 1. Média rendimento de grãos (kg/ha) de cultivares da Embrapa testemunhas no Paraná, nas Londrina (PR),de2006. safras de 2003, 2004 e 2005. Embrapa Soja. Londrina (PR), 2006. Região 6 Região 7 Região 8 Cultivares 2003 2004 2005 Média 2003 2004 2005 Média 2003 2004 2005 Média BR 18 (Precoce) 4006 4182 3283 3824 3686 3761 4398 3948 4071 4781 3472 4108 BRS 120 (Precoce) 4623 4427 x 4525 4339 3857 x 4098 4629 4723 x 4676 BRS 177 x x x x 4295 3699 x 3997 5048 4029 x 4539 BRS 192 x x x x 4657 3933 x 4295 4767 4817 x 4792 BRS 193 (Precoce) 4338 4750 2794 3961 4426 3648 4140 4071 4831 4800 3380 4337 BRS 208 3773 4831 3404 4003 4037 4273 4468 4259 4249 5089 3668 4335 BRS 209 4706 4454 3147 4102 4580 3980 4177 4246 x x 3380 3380 BRS 210 4839 4800 3180 4273 4433 4086 4578 4366 x x 3364 3364 BRS 220 (Precoce) 3893 4481 3265 3880 3739 4057 4863 4220 4276 5283 4254 4604 BRS 229 4459 4475 3740 4205 3876 4016 4514 3905 4886 4959 3564 4351 BRS 248 (Precoce) 4737 4422 3553 4237 4259 3894 4757 4303 4906 5131 3660 4566 BRS 249 5142 4192 3289 4208 4642 4070 4074 4262 5374 4893 3395 4554 Média 4452 4501 3295 4122 4247 3940 4441 4164 4704 4851 3571 4300 Média 3 MT Precoce 4388 4653 3234 4092 4110 3971 4643 4241 4548 4616 4004 4389 Média 3 MT Médio 4949 4976 3632 4519 4594 4246 4490 4443 5030 5086 3660 4592 Testemunhas: as três mais produtivas em cada experimento (MT). x : não avaliada no respectivo ambiente. 2003 - Precoce: BR 18, BR 35, IAPAR 60 e IPR 85; Médio: BRS 49, BRS 208, IAPAR 53 e IAPAR 78. 2004 - Precoce: BR 18, IAPAR 60, IPR 85 e IPR 110; Médio: BRS 208, IAPAR 53, IAPAR 78 e ÔNIX. 2005 - Precoce: BRS 220, IPR 85, IPR 110 e IPR 118; Médio: BRS 208, IAPAR 53, IAPAR 78 e ÔNIX . Tabela 17. Média de rendimento de grãos (Kg/ha) de cultivares da Embrapa e testemunhas em São Paulo, nas safras de 2003, 2004 e 2005. Embrapa Soja, Londrina (PR), 2006. Cultivares BR 18 (Precoce) BRS 120 (Precoce) BRS 193 (Precoce) BRS 208 BRS 209 BRS 210 BRS 220 BRS 229 BRS 248 (Precoce) BRS 249 Média Média 3 MT (Precoce) Média 3 MT (médio) 2003 3738 3708 3632 3684 2801 3517 3647 3701 3313 2425 3417 3611 3934 Região 11 2004 20005 5398 4070 6413 x 5779 4357 6002 4304 6210 3825 6965 4609 7538 4343 5936 4286 6277 4516 6387 4092 6291 4267 5777 4689 6319 4389 Média 4402 5061 4589 4663 4279 5030 5176 4641 4702 4301 4684 4692 4881 2003 x 2128 2145 x 2283 2720 1874 2141 1888 2372 2194 2852 2468 Região 12 2004 2005 5942 1539 6112 x 6072 1180 5287 1447 5694 1111 5998 1342 5571 2005 5109 2091 5996 2097 5954 1803 5774 1624 5787 1802 5565 1746 Média 3741 4120 3132 3367 3029 3353 3150 3114 3327 3376 3371 3480 3260 Testemunhas: as três mais produtivas em cada experimento (MT). x : não avaliada no ambiente. 2003 - Precoce: BR 18, BR 35, IAPAR 60 e IPR 85; Médio: BRS 49, BRS 208, IAPAR 53 e IAPAR 78. 2004 - Precoce: BR 18, IAPAR 60, IPR 85 e IPR110; Médio: BRS 208, IAPAR 53, IAPAR 78 e ÔNIX. 2005 - Precoce: BRS 220, IPR 85, IPR 110 e IPR 118; Médio: BRS 208, IAPAR 53, IAPAR 78 e ONIX. 128 Embrapa Soja. Documentos, 296 Tabela 18. Média de rendimento de grãos (Kg/ha) de cultivares da Embrapa Soja e testemunhas em Santa Catarina, nas safras de 2003, 2004 e 2005. Embrapa Soja, Londrina (PR), 2006. Cultivares BR 18 (Precoce) BRS 120 (Precoce) BRS 193 (Precoce) BRS 208 BRS 209 BRS 210 BRS 220 (Precoce) BRS 229 BRS 248 (Precoce) BRS 249 Média Média 3 MT Precoce Média 3 MT Médio 2003 725 2511 1368 2587 x x 2768 4001 3364 2942 2533 x 3125 Região 4 2004 20005 3969 2034 4011 x 3995 2118 5561 2812 x 3584 x 2549 6107 3798 5838 2645 5691 2618 6008 2440 5148 2733 4110 2926 5305 3263 Média 2243 3261 2494 3653 3584 2549 4224 4161 3891 3797 3386 3518 3898 2003 2326 3642 3581 2398 x x 2265 3929 3150 3730 3128 x 2173 Região 5 2004 2005 4165 2375 6560 x 4851 3805 5413 3954 X 3279 x 2450 6407 5110 6497 3261 5384 4189 6890 4075 5771 3611 4308 4546 5338 3956 Média 2955 5101 4079 3922 3279 2450 4594 4562 4241 4898 4008 4427 3822 Testemunhas: as três mais produtivas em cada experimento (MT). x : não avaliada no ambiente. 2003 - Precoce: BR 18, BR 35, IAPAR 60 e IPR 85; Médio: BRS 49, BRS 208, IAPAR 53 e IAPAR 78 2004 - Precoce: BR 18, IAPAR 60, IPR 85 e IPR110; Médio: BRS 49, BRS 208, IAPAR 53 e IAPAR 78 2005 - Precoce: BRS 220, IPR 85, IPR 110 e IPR 118; Médio: BRS 208, IAPAR 53, IAPAR 78 e ONIX Tabela 19. Média de rendimento de grãos (Kg/ha) de cultivares da Embrapa e testemunhas no Mato Grosso do Sul, nas safras de 2003, 2004 e 2005. Embrapa Soja, Londrina (PR), 2006. Cultivares BR 18 (Precoce) BRS 120 (Precoce) BRS 193 (Precoce) BRS 208 BRS 209 BRS 210 BRS 220 (Precoce) BRS 229 BRS 248 (Precoce) BRS 249 Média Média 3 MT (Precoce) Média 3 MT (médio) 2003 2240 2563 2315 1856 2680 2608 2533 2503 2182 2549 2403 2596 2553 Região 9 2004 20005 3177 2750 3567 x 3463 2729 3489 3148 3350 2979 3359 2915 3700 3593 3291 3061 3379 3119 3098 3330 3387 3069 3327 2880 3616 3258 Média 2722 3065 2836 2831 3003 2961 3275 2952 2893 2992 2953 2934 3142 Testemunhas: as três mais produtivas em cada experimento (MT). x : não avaliada no ambiente. 2003 - Precoce: BR 18, IAPAR 60 e IPR 85 ; Médio: BRS 208, IAPAR 53 e IAPAR 78 2004 - Precoce: BR 18, IAPAR 60, IPR 85 e IPR 110; Médio: BRS 208, IAPAR 53, IAPAR 78 e ÔNIX 2005 - Precoce: IPR 85, IPR 110 e IPR 118; Médio: BRS 208, IAPAR 53, IAPAR 78 e ÔNIX Resultados de Pesquisa da Embrapa Soja 2005 129 Tabela 20. Reação a doenças1 das cultivares de trigo da Embrapa avaliadas na região centro-sul brasileira. Cultivar Od FF MF Gib Brs VNAC VM MR2 BR 18 MR S S MR MR S BRS 120 S S MS MR MR MR MR BRS 177 MR MR MR MS MR MR MR BRS 192 S MS MS MS MR MR S BRS 193 S MR S S S MR MS BRS 208 MR R MR MS MS MR MS BRS 209 R S MS MS S S MR BRS 210 MR MR S S S MS MS BRS 220 MS R MR MS MR S MR BRS 229 MS MS MR MS MR MR MS BRS 248 MS MS MR MS MR MS MS BRS 249 R R MS MS S S MR 1 Od: oídio (Erysiphe graminis tritici). FF: ferrugem da folha ( Puccinia recondita f. sp. tritici ) MF:manchas foliares (Bipolaris sorokiniana, Dreschlera tritici-repentis, Septoria nodorum); Gib: giberela (Gibberella zeae); Brs: brusone (Magnaporthe grisea ); VNAC: vírus do nanismo amarelo da cevada; VM: vírus do mosaico do trigo. 2 R: resistente; MR: moderadamente resistente; MS: moderadamente suscetível; S: suscetível Tabela 21. Características agrnômicas1, aptidão tecnológica e regiões de indicação de cultivares de trigo da Embrapa indicadas para a região centro-sul brasileira de trigo. Embrapa Soja, Londrina (PR), 2006. Região2 Cultivar AP Ac Ciclo Al PHS PMS W CC 3 BR 18 74 MS 64 MS S 45 270 Pão 6,7,8,9 e12 BRS 120 91 MR 74 MT MR 36 222 Brando 7e8 BRS 177 99 MS 82 MT R/MR 35 204 Brando 7e8 BRS 192 84 MR 76 MT MS 32 202 Brando 7e8 BRS 193 86 MR 61 MS MR 34 262 Pão 6,7, 9 e12 BRS 208 89 MR 67 T MS 35 290 Pão 6,7,8 e 9 BRS 209 86 MR 66 S MS 27 356 Melhorador 6e7 BRS 210 74 R 64 T MS 34 320 Melhorador 6,7,9,11 e 12 BRS 220 84 R 69 MT S 36 262 Pão 4,5,6,7,8,9, e 11 BRS 229 85 MR 75 T MR 29 235 Pão 4,5,6,7,8,11 e 12 BRS 248 90 MR 69 T R/MR 34 226 Pão 4,5,6,7,8,11 e 12 BRS 249 83 R 72 MT S 37 276 Pão 4,5,6,7, e 8 1 AP: altura da planta (cm); Ac: acamamento; Ciclo: dias da emergência ao espigamento; Al: alúminio tóxico no solo; PHS: germinação pré-colheita ( pre harvest sprouting ); -4 PMS: peso de mil sementes; W: força geral de glúten (x 10 J); CC: Classe Comercial; 3 R: resistente; MR: moderadamente resistente; MT; moderadamente tolerante; T: tolerante; S: suscetível ou sensível; MS Moderadamente sensível ou suscetível; 2 Regiões de adaptação: 4 e 5 = SC; 6, 7 e 8 = PR); 9 = MS; 11 e 12 = SP. 130 Embrapa Soja. Documentos, 296 Tabela 22. Linhagens de trigo promovidas dos ensaios de 2005 para os ensaios Finais de VCU, em 2006, com informações sobre o cruzamento, ciclo, W, PHS e tolerância ao alumínio. Embrapa Soja, Londrina (PR), 2006. 1 2 PHS3 Al4 Ciclo W Linhagem Cruzamento WT 02058 PF 83743/IWT 95008 Prec 317 MS MT BR 23*2//EMB 27/BUCK PONCHO/3/PF 940285/PF 940385 Prec 319 S MT WT 03007 WT 03063 BRS 209//PF 93232/LR 37 (=COOK*4/VPM 1) Prec 319 S MT BRS 209/4/PF 869114/BR 23/3/EMB 27*2/KLEIN H 1928 m 312//PF 869114/ BR 23 Prec 191 S MT WT 03069 BRS 209/4/PF 869114/BR 23/3/EMB 27*2/KLEIN H 1928 m 312//PF 869114/ BR 23 Prec 147 S MT WT 04005 WT 04008 IAPAR 53/IWT 95022 Médio 269 MR/MS MT PF 014268 OC 21/WT 95032//BRS 208 Médio 323 MR MT WT 03048 PF 93188/3/BR 17*3//EMB 17*3/KLEIN H 3589 i 2121 Médio 327 MS/S MT PF 014384 PF 93232/LR 37 (=COOK*4/VPM 1)//BRS 209 Médio 233 MS MT PF 014389-A PF 93232/LR 37 (=COOK*4/VPM 1)//BRS 209 Médio 226 MS MT IWT 04019 TNMU/ATTILA Médio 180 S MS WT 02133 OCEPAR 16*2/DIAMANTE INTA Médio 339 S MS WT 02094 BR 18/PF 9099 Prec 339 MS/S MT PF 003295-A/B BR 23*2/PF 940382 Médio 310 MS MT 1 Precoce: período da emergência ao espigamento, inferior a 69 dias; Médio: período igual ou superior a 69 dias; 2W: força geral de glúgen na alveografia (x10 -4 J); 3PHS: germinação précolheita (pre harvest sprouting ); 4Al: tolerância ao alumínio tóxico no solo (MT = moderadamente tolerante, MS = moderadamente sensível).