PROGRAMA - Unidade Local de Saúde de Matosinhos
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PROGRAMA - Unidade Local de Saúde de Matosinhos
SECÇÃO PARA O ESTUDO DA ORTOPEDIA INFANTIL PROGRAMA LIVRO DE RESUMOS XVI JORNADAS NACIONAIS DE ORTOPEDIA INFANTIL (SEOI) III JORNADAS DE ORTOPEDIA INFANTIL DO HOSPITAL PEDRO HISPANO MATOSINHOS – HOTEL TRYP PORTO EXPO 17, 18 DE NOVEMBRO DE 2011 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano ÍNDICE ORGANIZAÇÃO 3 PALESTRANTES NACIONAIS 5 PALESTRANTES INTERNACIONAIS 5 QUEM SÃO OS NOSSOS PALESTRANTES 6 PROGRAMA 15 INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES 21 INSTITUIÇÕES QUE APRESENTAM COMUNICAÇÕES LIVRES E POSTERS 21 COMUNICAÇÕES LIVRES 22 POSTERS 26 EXPOSIÇÃO TÉCNICA 29 INFORMAÇÃO PARA OS PALESTRANTES 30 HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO DO SLIDE DESK 31 SESSÕES CIENTIFICAS 32 INFORMAÇÕES GERAIS 33 PASSEIO PARA ACOMPANHANTES 35 AGRADECIMENTOS 36 RESUMOS DOS PALESTRANTES 38 RESUMO DAS COMUNICAÇÕES LIVRES 100 RESUMO DOS POSTERS 134 2 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano SECÇÃO PARA O ESTUDO DA ORTOPEDIA INFANTIL Coordenador Fernando Carneiro Vogais Virgílio Paz Ferreira Inês Balacó Mafalda Santos Delfin Tavares Carolina Escalda COMISSÃO ORGANIZADORA Fernando Carneiro Virgílio Paz Ferreira Inês Balacó Mafalda Santos Delfin Tavares Carolina Escalda COMISSÃO EXECUTIVA LOCAL Leite da Cunha Jorge Quelhas Nuno Neves Pereira Joana Cardoso 3 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano SECRETARIADO CIENTIFICO Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia Rua dos Aventureiros, Lote 3.10.10 – Loja B Parque das Nações 1990-024 Lisboa Tel: + 351 218958666 Fax: + 351 218958667 E-mail: [email protected] ou [email protected] www.spot.pt SECRETARIADO GERAL Sílvia Maciel Liliana Viana Hospital Pedro Hispano Serviço de Ortopedia Rua Dr. Eduardo Torres 4460-513 Matosinhos Tel: + 351 229391309 Fax: +351 229391309 E-mail: [email protected] LOCAL DO CONGRESSO Hotel Tryp Porto Expo Rotunda da Exponor Leça da Palmeira 4450-801 Matosinhos Tel: +351 229990000 Fax: +351 229990099 E-mail: [email protected] www.trypportoexpo.solmelia.com 4 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano PALESTRANTES NACIONAIS Ângelo Encarnação Armando Campos Carlos Abel Ribeiro Cassiano Neves Catarina Gouveia Craveiro Lopes Delfin Tavares Espregueira Mendes Fernando Carneiro Gabriel Matos João Campagnolo Jorge Quelhas Jorge Seabra José Lima José Mesquita Montes Luís Almeida Manuel Ribeiro Silva Nuno Brito Nuno Moura Paulo Rego Pedro Costa Ricardo Telles Freitas Vitor Vidinha PALESTRANTES INTERNACIONAIS Júlio de Pablos Pedro Gonzalez Herranz P. Roza Miguel Sandro Giannini 5 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano QUEM SÃO OS NOSSOS PALESTRANTES DR. JOSÉ DE MESQUITA MONTES Diretor do Serviço de Ortopedia do Hospital Distrital de Lamego – 1968/1977 Diretor do Serviço de Ortopedia II do Hospital de Vila Nova de Gaia – 1969/1972 Diretor do Serviço de Ortopedia do Hospital Valentino Ribeiro – Esposende – 1971/1974 Diretor do Serviço de Ortopedia do Hospital de D. Luís I – Peso da Régua – 1972/1984 Médico do Quadro do Hospital Pedro Hispano como Chefe de Serviço, sendo Coordenador e Fundador da Unidade Funcional de Ortopedia Infantil – 1997/2006 Diretor do Serviço de Ortopedia do Hospital Pedro Hispano 2002/2006 Consultor de Ortopedia no Centro Regional do Norte de Paralisia Cerebral desde 1976 Diretor Clínico do Hospital Maria Pia - Porto 1984/1987 Diretor Clínico do Hospital Santa Maria - Porto desde 2002 Presidente do Colégio de Ortopedia da Ordem dos Médicos 1989/1991, 1994/1997, 1997/2000 e 2000/2003 Presidente da Comissão de Ética do Hospital Pedro Hispano/Matosinhos – 1998/2006 Fundador com J. Sharrard (Sheffield), J. Bauman (Basileia) e Henri Bensahel (Paris) da European Paediatric Orthopaedic Society (EPOS) – Paris – Janeiro 1981 Fundador da Secção Para o Estudo da Ortopedia Infantil da SPOT em 1983 Fundador da International Federation of Paediatric Orthopaedic Societies – IFPOS – Porto 1994 Jubilado da Carreira Hospitalar a partir de 19 de Novembro de 2006 como Diretor de Serviço de Ortopedia do Hospital Pedro Hispano. DR. MANUEL RIBEIRO SILVA Interno Complementar de Ortopedia do Hospital S. João DR. DELFIN TAVARES Assistente Hospitalar Hospital Pediátrico D. Estefânia Vogal SEOI 6 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano DR. PEDRO COSTA Especialista em Ortopedia e Traumatologia desde 27/02/2004 Assistente Hospitalar do Serviço de Ortopedia do Hospital Pedro Hispano desde Fevereiro/2004. Coordenador da Unidade do Ombro do Serviço de Ortopedia do Hospital Pedro Hispano desde 2004. DR. NUNO MOURA Assistente Hospitalar Hospital Cuf Descobertas DR. PAULO REGO Assistente Hospitalar no Hospital de Santa Maria, Lisboa (desde 2005) Faculty Internacional AO Fellow do European Board of Orthopedics and Traumatology (2004) Fellow da Synos Fondation (2004) Vogal da Secção da Anca da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (desde 2005) Coordenador nacional da patologia da anca da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (desde 2011) Áreas de interesse: cirurgia conservadora e reconstrutiva da anca, displasia da anca no adulto (cirurgia de reorientação acetabular – osteotomia periacetabular), conflito fémuro-acetabular – cirurgia aberta e artroscópica da anca, cirurgia artroplástica primária, cirurgia artroplástica de revisão da anca, traumatologia pélvica e acetabular, traumatologia geral. DR. VÍTOR VIDINHA Interno Complementar de Ortopedia do Hospital S. João 7 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano PROF. ESPREGUEIRA MENDES Vice-Presidente da European Society of Sports Traumatology, Knee Surgery and Arthroscopy (ESSKA) Presidente do Education Committee of the International Society of Arthroscopy, Knee Surgery and Orthopaedic Sports Medicine (Isakos) Past President da Sociedade Portuguesa de Artroscopia e Traumatologia Desportiva (SPAT) Professor da Universidade do Minho responsável pela Cátedra do Sistema Locomotor Director Clínico do Grupo Saúde Atlântica – Estádio do Dragão - F.C.Porto European Board of Orthopaedics Professor da Universidade do Porto 3B's Senior Researcher – Universidade do Minho DR. FERNANDO CARNEIRO Fernando José Dias Carneiro, licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Lisboa em 1984, Especialista em Ortopedia desde 1993, Chefe de Serviço de Ortopedia desde Março de 2007. Elaborou o “Projeto de Constituição da Ortopedia Infantil do Hospital de Ponta Delgada” e é desde Março de 2000 responsável pela Unidade de Ortopedia Infantil do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) em Ponta Delgada. Foi membro da Comissão Diretiva da SEOI nos biénios 2003-2004 e 2007-2008 e exerce atualmente o cargo de Coordenador para o biénio 2011-2012. É desde Fevereiro de 2011 Diretor do Serviço de Ortopedia do HDES. DR. RICARDO TELLES DE FREITAS Especialista em Ortopedia e Traumatologia Centro de Ortopedia do Hospital CUF Descobertas Unidade de cirurgia do Joelho, Tornozelo e Traumatologia Desportiva Consultor do Centro Nacional de Medicina Desportiva (2004.2010) Consultor da Companhia Nacional de Bailado (2008.até ao presente) Especial interesse na artroscopia do joelho e endoscopia do retropé 8 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano DR. NUNO BRITO Assistente Hospitalar do Serviço de Ortopedia do Hospital Pedro Hispano desde Fevereiro de 2010. Coordenador da Unidade do Pé e Tornozelo do Serviço de Ortopedia do Hospital Pedro Hispano. Sócio da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia. PROF. SANDRO GIANNINI Director of Clinica Ortopedica e Traumatologica II, , Istituto Ortopedico Rizzoli Director of the Movement Analysis Laboratory, Istituto Ortopedico Rizzoli Director of the postgraduate School of Orthopaedics and Traumatology, Università di Bologna Director of the postgraduate School of Physical Medicine and Rehabilitation, Università di Bologna Director of the Graduate Course in Podoiatry Director of the Dept. of Human Anatomy and Musculoskeletal Pathophysiology, Università di Bologna Full professor of Musculoskeletal Diseases at Università di Bologna since 1989. He is inventor of the following Patents "A prosthetic device for human articulations, in particular for the ankle articulation" (Italia,PCT, USA, EPO) e “An improved orthopaedic device” (Italia, PCT) and “flat-foot reabsorbable endorthesis” (Italia). He is member of the International Society of Foot & Ankle Surgery: AOFAS (America Orthopaedic Foot & Ankle Society), EFAS(European Foot & Ankle Society) , IFFAS (International Federation of Foot & Ankle Societies) as well as orthopeadic surgery and research: AAOS (American Academy of Orthopaedic Surgeons), EFORT (European Federation of Orthopaedic Research Societies, ICRS (International Cartilage Repair Society). Honorary member of the American College of Foot and Ankle Surgeons e Brasilian Society of Foot & Ankle Surgery. Editor –in-Chief of: · “Foot Diseases” · “Foot and Ankle Surgery” · “Musculoskeletal Surgery” 9 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano DR. ARMANDO CAMPOS Especialista em Ortopedia e Traumatologia. Assistente Hospitalar Graduado no Centro Hospitalar do Porto, integrando desde 2000 a Unidade de Ortopedia Infantil e deformidades da coluna vertebral. Membro da SPOT e SEOI. DRA. CATARINA GOUVEIA Licenciada em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa em 1997. Inscrita na Ordem dos Médicos da Secção Regional da Zona Sul. Desde 2006 Assistente em Pediatria do Hospital Dona Estefânia, CHLC, Unidade de Infecciologia. Desde 2010 Mestre em Microbiologia Clínica pela Faculdade de Medicina da universidade de Lisboa. Entre 1992 e 1996, Monitora da Cadeira de Anatomia I da Faculdade de Medicina de Lisboa e desde 2006 Assistente Convidada de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas. Participação em atividades de formação. Apresentação de trabalhos científicos em congressos internacionais e nacionais. Publicação de artigos científicos. Participação em projetos de investigação nacionais e membro de sociedades científicas. DR. JOSÉ LIMA Hospital Ortopédico Sant’Iago do Outão – Centro Hospitalar de Setúbal E.P.E. Especialista em Ortopedia com diferenciação em Ortopedia Infantil. Assistente Graduado Sénior. Coordenador da Unidade de Ortopedia Infantil do Hospital Ortopédico Sant’Iago do Outão. DR. ÂNGELO ENCARNAÇÃO Assistente Hospitalar Graduado do Serviço de Ortopedia do Hospital de S. António – CHP Integra a Unidade de Ortopedia Infantil e Escolioses desde 1998. Membro da SEOI 10 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano DR. GABRIEL MATOS Sócio Titular da SPOT nº 666. Ortopedista do Hospital Pediátrico desde o ano de 1989. Responsável pelo sector de patologia tumoral do aparelho locomotor desde 1990. Vogal da SEOI nos biénios 1999-2000 e 2001-2002. Coordenador da SEOI biénio 2003-2004. Coordenador da secção de tumores do aparelho locomotor (STAL) biénios 2009-2010 e 2011-2012. Docente do Ciclo de Estudos Especiais de Ortopedia Infantil do Hospital Pediátrico de Coimbra ( 1º a ser realizado a nível nacional). DR. LUÍS ALMEIDA Assistente Hospitalar Hospital Garcia de Orta DR. JOÃO CAMPAGNOLO Especialista em Ortopedia em 2000 (Hospital Egas Moniz - Lisboa) Assistente de Ortopedia a exercer funções no Hospital Dª Estefânia - Lisboa, desde 2007 Pós Graduações de: Hidroterapia e Climatologia (Lisboa), Traumatologia Desportiva (Paris) e Posturologia e Anomalias da Percepção (Dijon) Competência em Medicina Desportiva (Paris) Especialista em Ortopedia pelo "European Board of Orthopaedics and Traumatology" Áreas de atuação preferencial na Ortopedia Infantil: Neuro-Ortopedia e Coluna PROF. PEDRO GONZALEZ HERRANZ Especialista en Cª Ortopédica y Traumatología desde Enero de 1989. Profesor de Traumatología y Ortopedia de la escuela de Fisioterapia de la Organización Nacional de Ciegos de España (ONCE) (Univ. Autónoma de Madrid ) 1989-1993 Profesor Asociado de la Facultad de Medicina por la Universidad de Alcalá de Henares durante el periodo 1993-2002. 11 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Presidente de GETOI-SECOT 2005-2007 Jefe de Unidad de COT Infantil desde Octubre de 2002 del Complejo Hospitalario Universitario de La Coruña. Centro de Referencia Nacional para Ortopedia Infantil desde 2009 Presidente del 5º Congreso Nacional de la SEOP celebrado en La Coruña Junio-2011 PROF. JÚLIO DE PABLOS Médico Adjunto Hospital de Navarra, Pamplona, España. 1994-actual Práctica Privada Hospital San Juan de Dios, Pamplona, España. Profesor Clínico Asociado de Cirugía Ort. y Traum. Universidad de Navarra, Pamplona. 1996Profesor Asociado de Cirugía Ortopédica Universidad de Navarra, Pamplona. 1987-1991 Colaborador de Investigación en Ortopedia Universidad de Navarra, Pamplona. 1989-1991 LÍNEAS de INVESTIGACIÓN EN QUE HA TRABAJADO O TRABAJA • Elongación ósea mediante distracción fisaria. Cartílago de crecimiento. Elongación ósea Universidad de Navarra • Puentes óseos fisarios Cartílago de crecimiento, fracturas diafisarias. Universidad de Navarra • Transporte óseo Elongaciones óseas. Defectos óseos. Universidad Jefferson (USA) y Universidad de Navarra • Aloinjertos óseos Defectos óseos, Aloinjertos Instituto Karolinska (Suecia) y Universidad de Navarra • Elongación ósea intramedular. Clavos intramedulares, elongación ósea. Universidad de Bristol (Inglaterra) y Hospital de Navarra • Ortesis de implantación directa en el tratamiento de miembros amputados. Hospital de Navarra. 12 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano DR. P. ROZA MIGUEL En 2005 se incorpora a la empresa MBA en calidad de Especialista de Producto Junior, donde toma contacto con el mundo de la traumatología y la ortopedia, formándose principalmente en el campo de la fijación externa e interna. Entre 2005 y 2007 asiste a más de veinte cursos de formación específicos realizados en Verona, en los que históricos representantes de esa escuela de fijación monolateral (Lavini, Agostini, Manca…) y otros expertos (Pennig, Saleh, Klein, Gotfried, Gausepohl…) le adiestran en el uso de la fijación externa e interna en las más distintas aplicaciones ortopédicas y traumatológicas. Esta formación se compagina con la participación en múltiples cursos y seminarios nacionales e internacionales y con la asistencia regular a cirugías en hospitales para colaborar con cirujanos a la hora de indicar y manejar las distintas opciones para el tratamiento de fracturas y tratamientos ortopédicos. En 2008 promociona a Especialista de Producto Senior, siendo responsable de la formación en fijación tanto de la red comercial como de los usuarios. La asistencia a cursos para su formación continua sigue siendo regular y, además, imparte seminarios de formación para personal sanitario de todos los niveles interesado en incrementar sus conocimientos sobre el uso de los distintos dispositivos de fijación. También es responsable de la coordinación de la asistencia técnica a los cirujanos que requieran de ayuda a la hora de decidir un tratamiento o valorar las distintas opciones existentes. DR. JORGE QUELHAS Assistente Hospitalar Graduado Hospital Pedro Hispano Coordenador da Unidade de Ortopedia Infantil.do Hospital Pedro Hispano DR. CARLOS ABEL RIBEIRO Licenciado em Medicina em 1988 pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Concluiu o Internato Complementar de Radiologia em 1995 no Hospital Geral de Santo António. Fez um estágio de Ressonância Magnética e Imagiologia Músculo-Esquelética no Hospital da Universidade de Yale, nos EUA, em 1993. Atualmente exerce funções como Assistente Hospitalar Graduado no Departamento de Imagiologia do Hospital Pedro Hispano, e atividade privada no Hospital de Arrábida e no grupo SMIC. 13 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano DR. JORGE SEABRA Chefe de Serviço de Ortopedia e Diretor do Serviço de Ortopedia do Hospital Pediátrico de Coimbra. Autor do livro "Conceitos Básicos de Ortopedia Infantil". DR. CRAVEIRO LOPES Chefe de Serviço de Ortopedia e Traumatologia desde 1992. Diretor do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Garcia de Orta, Almada, Portugal desde 1991. Pós-graduação em Ortopedia Infantil no Hospital Universitário de Saint Justine, Monreal, Canadá, 1987. Cursos de treino em técnicas de Ilizarov em Kurgan, 1993 e 1996. Investigação experimental e clínica sobre a doença de Legg-Calvé-Perthes. Investigação experimental e clínica sobre infeção óssea Investigação experimental e clínica sobre metodologia de Ilizarov. 340 Trabalhos apresentados em congressos nacionais e internacionais. 67 Trabalhos publicados em revistas da especialidade nacionais e internacionais. DR. CASSIANO NEVES Responsável da Unidade de Ortopedia da Criança e do Adolescente do Hospital CUF Descobertas Diretor de Serviço Ortopedia do HDE (Aposentado) Vice Presidente eleito da EFORT 2012-2013 Membro do Editorial Board do Journal Children's Orthopaedics, Journal Pediatric Orthopaedics (B) e Ortopedia Traumatologia Rehabilitação Membro honorário da SPOT e SECOT 14 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano DIA 17 DE NOVEMBRO DE 2011 TRAUMATOLOGIA DESPORTIVA NA CRIANÇA E NO ADOLESCENTE 8.00h ABERTURA DO SECRETARIADO 1ª SESSÃO - MEMBRO SUPERIOR MODERADORES - Dr. Fernando Carneiro - Dr. Leite da Cunha 8.30h-8.45h EPIDEMIOLOGIA Dr. José de Mesquita Montes (Hospital Santa Maria – Porto) 8.45h-9.00h PAPEL DO ORTOPEDISTA NA PREVENÇÃO DO TRAUMA DESPORTIVO Dr. Manuel Ribeiro Silva (Hospital S. João) 9.00h-9.15h LESÕES DE SOBRECARGA Dr. Delfin Tavares (Hospital D. Estefânia) 9.15h-9.30h O OMBRO DO JOVEM DESPORTISTA Dr. Pedro Costa (Hospital Pedro Hispano) 9.30h-9.45h O COTOVELO DO JOVEM DESPORTISTA Dr. Nuno Moura (Hospital Cuf Descobertas) 9.45h-9.55h Discussão 9.55h-10.10h Intervalo para Café 2ª Sessão – Membro Inferior Moderadores - Prof. António Oliveira - Dr. Helder Trigo 10.10h- 10.25h A ANCA DO JOVEM DESPORTISTA Dr. Paulo Rego (Hospital Santa Maria – Lisboa) 10.25h-10.40h FRACTURAS DO JOELHO Dr. Vítor Vidinha (Hospital S. João) 10.40h-10.55h LESÕES LIGAMENTARES E MENISCAIS DO JOELHO Prof. Espregueira Mendes (Saúde Atlântica / Clínica do Dragão) 15 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano 10.55h-11.05h Discussão 11.05h-11.20h FRACTURAS DO TORNOZELO Dr. Fernando Carneiro (Hospital Divino Espírito Santo) 11.20h-11.35h LESÕES DO ASTRAGALO E FRACTURAS DO PÉ Dr. Ricardo Telles de Freitas (Hospital Cuf Descobertas) 11.35h-11.50h ENTORSES DO TORNOZELO E PÉ Dr. Nuno Brito (Hospital Pedro Hispano) 11.50h-12.00h DISCUSSÃO 12.00h-13.00h COMUNICAÇÕES LIVRES - I MODERADORES - Dra. Mafalda Santos - Dr. Jorge Quelhas 13.00h-13.30h CONFERÊNCIA CONVIDADO “Surgical Treatment of Flat Foot” Prof. Sandro Giannini 13.30h-14.30h ALMOÇO DE TRABALHO 3ª SESSÃO - INFECÇÕES OSTEOARTICULARES MODERADORES - Prof. Gilberto Costa - Dr. Virgílio Paz Ferreira 14.30h-14.45h EPIDEMIOLOGIA Dr. Armando Campos (Hospital Santo António) 14.45h-15.00h A VISÃO DO INFECIOLOGISTA Dra. Catarina Gouveia (Hospital D. Estefânia) 15.00h-15.15h A ARTRITE SÉPTICA Dr. José Lima (Hospital do Outão) 15.15h-15.30h OSTEOMIELITE AGUDA HEMATÓGENEA Dr. Ângelo Encarnação (Hospital Santo António) 15.30h-15.45h OSTEOMIELITE SUB AGUDA Dr. Gabriel Matos (Hospital Pediátrico Coimbra) 16 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano 15.45h-16.00h OSTEOMIELITE CRÓNICA Dr. Luís Almeida (Hospital Garcia de Orta) 16.00h-16.15h OSTEOMIELITE RECORRENTE MULTIFOCAL Dr. João Campagnolo (Hospital D. Estefânia) 16.15h-16.25h DISCUSSÃO 16.25h-17.15h INTERVALO PARA CAFÉ / POSTERS / WORKSHOP SYNTHES 17.15h-18.30h COMUNICAÇÕES LIVRES – II MODERADORES - Dr. Delfin Tavares - Dr. Nuno Alegrete 18.30h, ASSEMBLEIA-GERAL DA SEOI 17 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano DIA 18 DE NOVEMBRO DE 2011 DEFORMIDADES DOS MEMBROS INFERIORES 8.00h ABERTURA DO SECRETARIADO 4ª SESSÃO – DEFORMIDADES MEMBROS INFERIORES MODERADORES - Dr. Jorge Seabra - Dra. Carolina Escalda 9.00h-9.15h HISTÓRIA DA FIXAÇÃO EXTERNA Dr. José de Mesquita Montes (Hospital Santa Maria – Porto) 9.15h-9.45h HISTÓRIA NATURAL DAS DEFORMIDADES ANGULARES Prof. Pedro Gonzalez Herranz (Hospital Teresa Herrera - Corunha) 9.45h-10.15h ANÁLISE MECÂNICA DAS DEFORMIDADES Prof. Júlio de Pablos (Hospital San Juan de Dios - Pamplona) 10.15h-10.45h FIXAÇÃO EXTERNA MONO LATERAL, PRINCÍPIOS Dr. P. Roza Miguel (MBA) 10.45h-11.05h INTERVALO PARA CAFÉ 11.05h-11.20h CERIMÓNIA INAUGURAL 5ª SESSÃO – CIRURGIA DAS DEFORMIDADES MODERADORES - Dr. Craveiro Lopes - Dr. Cassiano Neves 11.20h-11.50h PLANIFICAÇÃO MECÂNICA, ERROS COMUNS Prof. Júlio de Pablos (Hospital San Juan de Dios - Pamplona) 11.50h-12.20h PRINCÍPIOS GERAIS NA CIRURGIA DAS DEFORMIDADES Prof. Pedro Gonzalez Herranz (Hospital Teresa Herrera - Corunha) 12.20h-12.50h OSTEOTOMIAS AGUDAS Prof. Júlio de Pablos (Hospital San Juan de Dios - Pamplona) 12.50h-13.20h FIXAÇÃO EXTERNA MONO LATERAL, APLICAÇÃO CLÍNICA Prof. Pedro Gonzalez Herranz (Hospital Teresa Herrera - Corunha) 18 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano 13.20h-13.30h Discussão 13.30h-14.30h Almoço de Trabalho 6ª Sessão – D. Legg-Perthes - 1 Moderadores - Dr. José de Mesquita Montes - Dr. Costa Neves 14.30h-14.45h HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA Dr. Jorge Quelhas (Hospital Pedro Hispano) 14.45h-15.00h A RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NA DOENÇA DE LEGG-PERTHES Dr. Carlos Abel Ribeiro (Hospital Pedro Hispano) 15.00h-15.20h OSTEOTOMIAS DA BACIA Dr. Jorge Seabra (Hospital Pediátrico Coimbra) 15.20h-15.40h ARTRODIASTASIS DA ANCA Dr. Craveiro Lopes (Hospital Garcia de Orta) 15.40h-16.00h OSTEOTOMIAS DE VARIZAÇÃO DO FÉMUR Dr. Cassiano Neves (Hospital Cuf Descobertas) 16.00h-16.20h INTERVALO PARA CAFÉ 7ª Sessão – D. Legg-Perthes – 2 Moderadores - Dr. Gabriel Matos - Dr. Eduardo Almeida 16.20h-16.40h EPIFISIODESE DO GRANDE TROCANTER Dr. Jorge Seabra (Hospital Pediátrico Coimbra) 16.40h-17.00h OSTEOTOMIAS DE VALGIZAÇÃO DO FÉMUR Dr. Cassiano Neves (Hospital Cuf Descobertas) 17.00h-17.20h DIAGNÓSTICO PRECOCE E PREVENÇÃO DA DOENÇA DE LEGG-PERTHES Dr. Craveiro Lopes (Hospital Garcia de Orta) 17.20h-17.30h DISCUSSÃO 17.30h-18.30h COMUNICAÇÕES LIVRES – III MODERADORES - Dra. Inês Balacó - Dr. Jorge Coutinho 19 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano 18.30h RASTREIO NACIONAL DA DDA Dr. Cassiano Neves (Hospital Cuf Descobertas) 19.00h FIM DAS JORNADAS 20 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano INSTITUIÇÕES QUE PARTICIPAM NAS SESSÕES Centro Hospitalar do Porto Hospital Cuf Descobertas Hospital Divino Espírito Santo Hospital D. Estefânia Hospital Garcia de Orta Hospital Ortopédico Sant’Iago do Outão Hospital Pediátrico Coimbra Hospital Pedro Hispano Hospital San Juan de Dios - Pamplona Hospital Santa Maria – Lisboa Hospital Santa Maria – Porto Hospital S. João Hospital Teresa Herrera - Corunha Saúde Atlântica / Clínica do Dragão INSTITUIÇÕES QUE APRESENTAM COMUNICAÇÕES LIVRES E POSTERS Centro Hospitalar Alto Ave - Guimarães Centro Hospitalar Barlavento Algarvio Centro Hospitalar Cova da Beira – Covilhã Centro Hospitalar Lisboa Norte Centro Hospitalar do Porto Centro Hospitalar de Setúbal Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia / Espinho Hospital Divino Espírito Santo Hospital D. Estefânia Hospital da Luz Hospital Ortopédico Sant’Iago do Outão Hospital Pediátrico de Coimbra Hospital Pedro Hispano Hospital Santa Maria – Lisboa Hospitais da Universidade de Coimbra Unidade Local de Saúde do Alto Minho – Viana do Castelo 21 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano COMUNICAÇÕES LIVRES COMUNICAÇÕES LIVRES I MODERADORES: Dra. Mafalda Santos Dr. Jorge Quelhas - INSTABILIDADES ANTERIORES DO JOELHO – ROTURA E AVULSÃO LCA, AVALIAÇÃO PRELIMINAR Virgolino M., Silva C., Alves da Silva T., Lima J. Centro Hospitalar de Setúbal, Hospital Ortopédico Sant`Iago do Outão - LIGAMENTOPLASTIA DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR NA IMATURIDADE ESQUELÉTICA. REVISÃO DA LITERATURA E EXPERIÊNCIA RECENTE Pedro Costa Rocha; Luís Correia Hospital da Luz - GENU VALGUM APÓS FRACTURA EPIFISÁRIA SUPRACONDILIANA DO JOELHO – CASO CLÍNICO Pedro Marques, Cristina Sousa, Antonio Felix, Maria Elisa Rodrigues, Bruno Alpoim, Pedro Sá, Francisco Lima Rodrigues Unidade Local de Saúde do Alto Minho - FRACTURAS DO FEMÚR EM CRIANÇAS – CASUÍSTICA DO SERVIÇO DE ORTOPEDIA DO CHBA Raquel Carvalho, Rita Jerónimo, Maria Carvalho, Pedro Martins, Miguel Vicente, Álvaro Botelho Centro Hospitalar Barlavento Algarvio - CALCANEO VALGO APÓS FRACTURA EPIFISIOLISE DISTAL DA TÍBIA Filipe Oliveira; Augusto Martins; Pedro Rocha; André Sprenger; Filipa Silva; Graça Lopes; Prof. Jacinto Monteiro Hospital Santa Maria 22 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano - FRACTURA – AVULSÃO DA ESPINHA DA TÍBIA EM CRIANÇAS – TRATAMENTO ARTROSCÓPICO Tiago Barbosa, J Fraga Ferreira, Sofia Viçoso, João Lourenço J, Tiago Basto, Paulo Vasconcelos Centro Hospitalar do Alto Ave, Guimarães, EPE COMUNICAÇÕES LIVRES II MODERADORES: Dr. Delfin Tavares Dr. Nuno Alegrete - TRATAMENTO COM OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA EM CRIANÇAS COM OSTEOMIELITE GRAVE Spranger, A., Martins, A., Oliveira, F., Correia de Jesus, M., Lopes, G., Monteiro, J Hospital de Santa Maria – Lisboa - INFECÇÕES OSTEOARTICULARES: UMA CASUÍSTICA DE 18 ANOS 1 1 1 1 1 1 Luciana Barbosa ; Diana Moreira ; Lara Isidoro ; Conceição Costa ; Andreia Teles ; Lúcia Rodrigues ; 2 Mafalda Santos 1- Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE 2- Serviço de Ortopedia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE - FASCEÍTE NECROTIZANTE POR STREPTOCOCCUS DO GRUPO A: “A LIFE THREATENING SOFT-TISSUE INFECTION” 1 1 1 1 1 2 Thiago Aguiar ; Ana Carvalho ; Pedro Amaral ; Luís Tavares ; João Raposo ; André Sprenger ; Pedro 2 2 1 Rocha ; Graça Lopes ; Luís Soares ; Fernando Carneiro 1 1-Hospital Divino Espírito Santo; 2-Centro Hospitalar de Lisboa Norte - TRATAMENTO DA INSTABILIDADE CERVICAL EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN Miguel Varzielas; Pedro Cardoso; Tah Pu Ling; Mário Conceição; Jorge Seabra Hospital Pediátrico de Coimbra 23 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano - FIXAÇÃO SEGMENTAR COM PARAFUSOS PEDICULARES, MONTAGENS HÍBRIDAS, E A UTILIZAÇÃO COMPLEMENTAR DOS DIVERSOS MÉTODOS DE FIXAÇÃO E REDUÇÃO DE DEFORMIDADES DA COLUNA VERTEBRAL – EXPERIÊNCIA DO HOSPITAL PEDIÁTRICO DE COIMBRA Jorge F Seabra, Mário Conceição, Tah Pu Ling, Pedro Sá Cardoso Hospital Pediátrico de Coimbra - AVALIAÇÃO A LONGO PRAZO DE ARTRORRISIS SUBASTRAGALINA NO TRATAMENTO DE PÉ PLANO Joana Cardoso; Paulo Araújo; Daniel Pires; Nuno N Pereira; Edgar Meira; Jorge Quelhas Hospital Pedro Hispano - SISTEMA DAYTONA NO TRATAMENTO DA ESCOLIOSE – RESULTADOS PRELIMINARES Thiago Aguiar; Miguel Varzielas; Francisco Mercier; Pedro Cardoso; Tah Pu Ling; Mário Conceição; Jorge Seabra Hospital Pediátrico de Coimbra - ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO ADOLESCENTE: CORREÇÃO POR VIA POSTERIOR ÚNICA Paulo Araújo; Nuno Neves Pereira; Joana Cardoso; Edgar Meira; Nuno Camelo; Luís Torres Hospital Pedro Hispano COMUNICAÇÕES LIVRES III MODERADORES: Dra. Inês Balacó Dr. Jorge Coutinho - 20 ANOS DE EXPERIÊNCIA EM PSEUDO-TUMORES ÓSSEOS Thiago Aguiar; Paulo Andrés; Miguel Varzielas; Inês Balacó; Gabriel Matos Hospital Pediátrico de Coimbra 24 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano - OSTEOCONDROMA GIGANTE DA COLUNA CERVICAL Marta Massada, Alexandre Pereira, Ângelo Encarnação, Armando Campos, António Oliveira Hospital de Santo António – Centro Hospitalar do Porto - DEFORMIDADE NOS MEMBROS EM CRIANÇAS Augusto Martins; Pedro Rocha; André Sprenger; Graça Lopes; Prof. Jacinto Monteiro Hospital de Santa Maria – Lisboa - SINOVITE TRANSITÓRIA DA ANCA – ESTUDO PROSPECTIVO 1 1; 1 2 Sandra Rebimbas ; Diana Moreira Joana Cardoso ; Mafalda Santos ; Lúcia Rodrigues 1 1. Serviço de Pediatria – Centro Hospitalar VNG / Espinho, EPE; 2. Serviço de Ortopedia – Centro Hospitalar VNG / Espinho, EPE - ARTRITE TUBERCULOSA DO JOELHO Pedro Rocha; Augusto Martins; André Sprenger; Graça Lopes; José Gonçalo; Prof. Jacinto Monteiro Hospital de Santa Maria – Lisboa - ANCA DOLOROSA NÃO TRAUMÁTICA NUMA URGÊNCIA PEDIÁTRICA – ESTUDO PROSPECTIVO 1 1 1 1 Sandra Rebimbas ; Diana Moreira ; Joana Cardoso ; Lúcia Rodrigues ; Mafalda Santos 2 1. Serviço de Pediatria – Centro Hospitalar VNG / Espinho, EPE; 2- Serviço de Ortopedia – Centro Hospitalar VNG / Espinho, EPE 25 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano POSTERS - AVULSÃO DA TUBEROSIDADE ISQUIÁTICA - UM CASO TÍPICO DOS ADOLESCENTES Bruno Alpoim, Cristina Varino, Elisa Rodrigues, Pedro Marques, António Rodrigues Unidade Local de Saúde do Alto Minho – Viana do Castelo - FRACTURA DA TUBEROSIDADE ANTERIOR DA TÍBIA NUM ADOLESCENTE – A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO António Alves; Sandra Alves; Jorge Pon; José de Sá Centro Hospitalar Cova da Beira - Covilhã - CALCIFICAÇAO INTRA-DISCAL C6-C7 Luís Miragaia; José Marinhas; Daniel Saraiva; Andreia Ferreira; Ricardo Mendes; Mafalda Santos Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia - FRACTURA SUPRACONDILIANA DO ÚMERO,NA CRIANÇA,COM LESÃO NEUROVASCULAR Luís Miragaia; André Costa; Diogo Ferraz; Andreia Ferreira; António Almada; Mafalda Santos Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia - HIPEROSTOSE CORTICAL CONGÉNITA - DOENÇA DE CAFFEY Luís Miragaia; Ricardo Mendes; José Marinhas; Daniel Saraiva; Andreia Ferreira; Mafalda Santos; Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia - INFECÇÃO DA ARTICULAÇÃO SACROILÍACA Luís Miragaia; André Costa; Daniel Saraiva; Ricardo Mendes; Diogo Ferraz; Mafalda Santos; Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia - LUXAÇÃO CONGÉNITA DO JOELHO Luís Miragaia; Diogo Ferraz; Ricardo Mendes; Daniel Saraiva; José Marinhas; Mafalda Santos Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia - OSTEOCONDRITE DISSECANTE DO JOELHO Luís Miragaia; Diogo Ferraz; Ricardo Mendes; Andreia Ferreira; André Costa; Joaquim Fontes Lebre; Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia 26 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano - QUISTO UNICAMERAL DO CALCÂNEO Luís Miragaia; André Costa; Ricardo Mendes; José Marinhas; António Almada; Mafalda Santos Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia - A ENFERMAGEM NA CONSULTA DE ORTOPEDIA INFANTIL Enf.ª Graça Castro; Enf. Vitor Gomes Hospital Pedro Hispano - DIAGNÓSTICO DE OSTEOGENESIS IMPERFECTA APÓS FRATURA DA COLUNA LOMBAR – CASO CLÍNICO Andreia Ferreira, Ricardo Mendes, André Sarmento, Mafalda Santos Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho - OSTEOMIELITE POR STAPHYLOCOCCUS AUREUS METICILINO-RESISTENTE, LPV POSITIVO, ADQUIRIDO NA COMUNIDADE – CASO CLÍNICO Hugo Constantino; Susana Ramos; Catarina Gouveia; João L Campagnolo; Cassiano Neves; Delfin Tavares Hospital D. Estefânia - LUXAÇÃO TÍBIO-TÁRSICA ASSOCIADA A FRACTURA TIPO B DE WEBER, DURANTE PRÁTICA DESPORTIVA. CASO CLÍNICO Tarquini, Oliana; Branco, Ricardo; Mariano, Cura Hospitais da Universidade de Coimbra - FRACTURA /AVULSÃO DA TUBEROSIDADE ANTERIOR DA TÍBIA NO ADOLESCENTE Diogo Ferraz; Luís Miragaia; Norberto Silva; André Sarmento; Rui Rocha Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho - SINOVITE CRÓNICA PÓS-SEPSIS COMO CAUSA DE SINOVITE VILONODULAR? – CASO CLÍNICO Spranger, A., Martins, A., Correia de Jesus, M., Valente, P., Lopes, G., Monteiro, J Hospital de Santa Maria – Lisboa - PANDIAFISITE DO ÚMERO DIREITO COMO COMPLICAÇÃO DE INFECÇÃO DE PARTES MOLES Tavares, Luís; Aguiar, Thiago; Amaral, Pedro; Raposo, João Pedro; Paz Ferreira, Virgilio; Carneiro, Fernando Hospital Divino Espírito Santo E.P.E. – Ponta Delgada 27 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano - OSTEOMIELITE DO 2ºMETATARSO DO PÉ ESQUERDO APÓS FERIDA PERFURANTE PLANTAR Tavares, Luís; Aguiar, Thiago; Amaral, Pedro; Raposo, João Pedro; Paz Ferreira, Soares, Luís; Carneiro, Fernando Hospital Divino Espirito Santo E.P.E. – Ponta Delgada - RECIDIVA PÓS CORRECÇÃO CIRÚRGICA DE LUXAÇÃO ITERATIVA DA TACÍCULA RADIAL NA CRIANÇA, A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO Diogo Ferraz; Luís Miragaia; Norberto Silva; André Sarmento; Guido Duarte Centro Hospitalar Gaia / Espinho 28 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano EXPOSIÇÃO TÉCNICA 29 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano INFORMAÇÕES IMPORTANTES INSTRUÇÕES PARA OS PALESTRANTES SLIDE DESK Todas as apresentações ao congresso devem ser validadas no slide desk. As apresentações deverão ser entregues no mínimo com 30m. antes do inicio da apresentação em relação ao horário previsto para o seu inicio. No Slide Desk está disponível o apoio técnico presencial. Apresentações em MS POWERPOINT O auditório está equipado para a projecção de apresentações no formato MS PowerPoint 97-2007. A projecção de slides, retroprojecções e a utilização de computadores portáteis pessoais não é admitida no auditório. No púlpito do auditório, a apresentação pode ser controlada no computador lá colocado pela organização ou com o rato apontador sem fios. 1 – Os ficheiros de vídeos e de imagem devem ser armazenados na mesma pasta onde guardar a apresentação. 2 – Recomendamos que os ficheiros de vídeo tenham os seguintes formatos para a correcta visualização do seu conteúdo: .wmv, .avi; .mpeg. 3 – Os formatos recomendados de imagem são o JPG, GIF e BMP (outros formatos/extensões podem ser utilizadas e compatíveis com o MS Powerpoint) 4 – A apresentação deve utilizar as fontes de texto incluídas na instalção básica do sistema operativo Microsoft Windows. 5 – Recomendamos a gravação do ficheiros de MS Powerpoint com a extensão “ppt, pps ou pptx, (de acordo com a versão do software que utilize). 30 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano 6 – Não será permitida a utilização de Mac nas sessões: A apresentação em Keynote deve ser exportada para o formato Powerpoint da Microsoft. A exportação para este formato pode obrigar a pequenas edições e formatações de fonte de texto, imagens, gráficos, etc. Para os vídeos embebidos na apresentação utilize a funcionalidade do “Quicktime” para gravar o ficheiro de filme em “*.mpeg 1(2)” ou “*.avi”. 7 – Os dispositivos de armazenagem aceites no Slide Desk para a entrega dos ficheiros de apresentação são: CD, DVD, Disco externo e pen drive USB. As apresentações que não obedeçam aos critérios acima indicados, devem ser verificadas com a equipa técnica do Slide Desk com a maior antecedência possível. HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO DO SLIDE DESK Quinta, dia 17 de Novembro das 07.30 às 18.30 Sexta, dia 18 de Novembro das 08.00 às 18.00 31 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano SESSÕES CIENTIFICAS COMUNICAÇÕES LIVRES Os prelectores dispõem de 7 minutos para cada apresentação, seguindo-se um período de discussão de 3 minutos. POSTERS Os Posters deverão ser fixados no local próprio. As dimensões máximas permitidas são: 80 cm de largura por 120 cm de altura. 32 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano INFORMAÇÕES GERAIS ACESSO ÀS SESSÕES CIENTIFICAS Só é permitido aos participantes devidamente inscritos nas Jornadas e portadores do respectivo crachá identificativo, que dará acesso às sessões científicas, pelo que o seu uso é obrigatório. Os participantes no XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI), III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano terão direito, para além da frequencia das sessões cientificas do dia 17 e 18 de Novembro, a 2 almoços de trabalho, 4 coffee-break, livro de resumos (acessível em PDF) e certificados de presença. CERTIFICADOS PRESENÇA São distribuídos juntamente com toda a documentação a entregar no início do Congresso. PARTICIPAÇÃO CIENTIFICA Os Certificados das apresentações orais serão impressos no slide desk após a validação da apresentação pelos Moderadores. Os Certificados de posters serão entregues no balcão de acreditação a partir de sexta-feira, 18 de Novembro. Só serão entregues os certificados de posters desde que pelo menos 1 autor esteja inscrito no congresso. Nota: não serão aceites pedidos de alteração a Certificados excepto nos casos em que a apresentação não tenha sido realizada pelo 1º autor. O pedido de reemissão deverá ser validado pelo moderador da respectiva sessão. 33 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano REFEIÇÕES Os cafés e os almoços estarão disponíveis diariamente no horário indicado no programa. 34 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano PASSEIO PARA ACOMPANHANTES DIA 18 DE NOVEMBRO, SEXTA-FEIRA DAS 09.30 ÀS 16.30 Visite de forma descontraída a alguns dos ex-líbris de Matosinhos. Partida do Hotel Tryp Porto em direcção ao Farol da Boa Nova, o 2º maior farol Português donde poderá disfrutar duma vista fabulosa. Visita a duas obras emblemáticas do Arquitecto Siza Vieira, dos finais do século 20, a Casa de Chá da Boa nova e a Piscina de Marés. Continuação do passeio em direcção ao Porto de Pesca de Matosinhos onde se poderá apreciar a chegada dos barcos dos pescadores. Visita ao Monumento do Senhor do Padrão, local onde terá dado à costa a Imagem do Senhor de Matosinhos. Continuação do passeio em direcção à obra arquitectónica “She Moves” (Anémona) de Janet Echelman. Almoço. Após o almoço visita à fábrica de Conservas Pinhais onde ainda se utilizam os métodos convencionais. 35 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano AGRADECIMENTOS A SEOI gostaria de agradecer a todos os que contribuíram para que estas Jornadas fossem possíveis. Unidade Local de Saúde de Matosinhos Junta de Freguesia de Matosinhos MBA Stryker Bayer Takeda Synthes Medacta Artur Salgado Medcomtech Lima Portugal Linde Sogás Abbott 36 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano RESUMOS 37 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Palestras 38 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano A EPIDEMIOLOGIA DAS FRATURAS NA CRIANÇA Dr. José de Mesquita Montes (Hospital Santa Maria – Porto) “A prevenção é um combate diário” Alain Dimeglio A Traumatologia Pediátrica é uma parte importante da disciplina da Ortopedia Pediátrica. A abordagem deste tema implica à partida que sejam feitas algumas reflexões: 1 – A Traumatologia Pediátrica, pela sua frequência é um problema de Saúde Pública; 2 – Os inquéritos epidemiológicos corretos impõem-se para definir medidas preventivas; 3 – Existem variações em função da geografia, dos hábitos das populações, da sociologia e da economia, mas existem características comuns a todos os países; 4 – Políticas de prevenção impõe-se de forma urgente de acordo com as altas incidências das fraturas; 5 – Avaliação de custos é fundamental, para eleger as medidas terapêuticas mais eficazes em relação à qualidade/preço; 6 – Promoção de Campanhas de Divulgação junto da população e desencadear medidas de formação dos Pais e dos Agentes do Ensino. Características das Fraturas As fraturas da criança são mais frequentes nos rapazes, que nas raparigas, na percentagen de 70% para 30%. As fraturas epifisárias, em regra as mais graves, representam 15 a 20% das fraturas. As fraturas dos membros superiores são três vezes mais frequentes que as dos membros inferiores. As fraturas do antebraço e mão representam 50% de todas as fraturas. Em cada osso as fraturas distais são mais frequentes que as proximais. O lado esquerdo e direito estão afetados de uma forma idêntica 49% e 51% respectivamente, apesar de 90% das crianças serem dextras. Uma de cada duas fraturas tem o traço transversal. Causas das Fraturas Os acidentes domésticos, desportivos, de laser, e de tráfego são as circunstâncias mais frequentes. Por ordem de frequência: actividades desportivas 31%; atividades ao ar livre 24%; acidentes domésticos 24%; acidentes escolares 11% e acidentes de via pública 6%. As fraturas ocorrem sobretudo depois do meio-dia, entre as 17/18horas e a sua frequência aumenta entre os meses de maio e outubro, havendo um pico de fraturas aquando do horário de verão. 39 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Caraterísticas segundo a Idade 1. Antes dos 6 anos ocorrem 18% de todas as fraturas. Os acidentes domésticos e as quedas são as causas mais frequentes. Antes dos 2 anos registam-se 4% das fraturas. As fraturas do antebraço e da perna são as mais frequentes. Entre os 2 e os 6 anos a fratura do antebraço e do cotovelo são as mais habituais. 2. Entre os 6 e os 11 anos reúnem-se 40% de todas as fraturas. As mais frequentes são as do antebraço e cotovelo 24%. A Escola é o lugar de eleição, bem como as que ocorrem ao ar livre. 3. Depois dos 11 anos as fraturas mais frequentes são as do antebraço e da perna. Genericamente 80% das fraturas ocorrem depois dos 6 anos. Caraterísticas Topográficas Devem distinguir-se 3 tipos de fraturas: 1 – As fraturas metafisárias representam 45% das fraturas e ocorrem fundamentalmente até aos 11 anos; 2 – As fraturas diafisárias representam 36% das fraturas, são frequentes depois dos 11 anos, sendo 75% desviadas e a maioria de traço transversal; 3 – As fraturas epifisárias representam uma incidência variável entre 15% e 22%, com média de 19% As fraturas Salter tipo I representam 25%, as do tipo II 48% e as do tipo III e IV 8% cada uma. As fraturas mais benignas tipo I e tipo II representam 73%. As fraturas epifisárias aumentam com a idade, predominando ao nível do membro superior – a extremidade distal do rádio com 19%, a mão com 21% e a extremidade distal do úmero com 13%. Os desportos e as actividades ao ar livre são responsáveis por 50% das fraturas epifisárias. A maioria das fraturas epifisárias necessitam de um tratamento simples e só 10% necessitam de tratamento cirúrgico. As sequelas são da ordem dos 2%. No decurso da apresentação serão apresentados alguns aspectos dos diferentes levantamentos epidemiológicos referindo-se as experiências: sueca, inglesa, australiana, chinesa, americana, suíssa, francesa e portuguesa fundamentada no estudo 6.322 fraturas em 5.999 crianças e desenvolvida por 24 Departamentos de 11 Países de todo o Mundo e 10 Departamentos Nacionais. 40 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Perspectivas e Estratégia De todos estes trabalhos epidemiológicos depreendem-se algumas recomendações sobre: Informar a Família Informar as Associações Desportivas Adequar a casa Adaptar os recreios e os pátios das Escolas Desenvolver a prevenção rodoviária Mobilizar a Sociedade Civil Mobilizar os “media” Sensibilizar as Sociedades Científicas e os Serviços de Ortopedia para a definição de “Guide-Lines” de diagnóstico e terapêutica. Sensibilizar os Poderes Públicos para a Causa da Traumatologia Pediátrica, sobretudo nos aspectos económicos, assistenciais e de apoio social. PAPEL DO ORTOPEDISTA NA PREVENÇÃO DO TRAUMA DESPORTIVO Dr. Manuel Ribeiro Silva (Hospital S. João) Manuel Ribeiro da Silva, Vítor Vidinha, Joana Freitas, Nuno Alegrete, Jorge Coutinho, Gilberto Costa As lesões desportivas nos atletas jovens, constituem um problema crescente de saúde pública ao qual deve ser dispensado uma atenção especial. Medidas de prevenção efectivas podem ser obtidas através da interacção entre médicos, terapeutas, treinadores, atletas e de programas de treino adequados. De forma a instituir estes programas preventivos é determinante identificar a epidemiologia e etiologia das lesões mais frequentes, em função da actividade em causa e da população alvo. A sensibilização de atletas e treinadores em relação às sequelas a curto e longo prazo que decorrem destas lesões é um factor determinante na implementação destes programas. O desenho dos programas de prevenção do trauma desportivo nesta população deve ser adequado tanto às necessidades de cumprimento do próprio programa, para que possa ter os objectivos que se pretendem, como às exigências competitivas dos atletas, de forma a que possa ser conciliado com os programas e objectivos do treino. 41 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano LESÕES DE SOBRECARGA Dr. Delfin Tavares (Hospital D. Estefânia) O OMBRO DO JOVEM DESPORTISTA Dr. Pedro Costa (Hospital Pedro Hispano) O COTOVELO DO JOVEM DESPORTISTA Dr. Nuno Moura (Hospital Cuf Descobertas) A ANCA DO JOVEM DESPORTISTA Dr. Paulo Rego (Hospital Santa Maria – Lisboa) Introdução: A patologia condro labral da anca no adulto jovem desportista ou não desportista tem sido na ultima década um tópico bastante discutido em toda a comunidade ortopédica, particularmente pelos que se dedicam à cirurgia conservadora da anca. Mais recentemente, nalgumas alterações de desenvolvimento mais subtis e em algumas patologias consideradas clássicas da anca pediátrica e adolescente, foi reconhecido o mecanismo de conflito femuro acetabular (CFA) como desencadeante do 1,2 processo agressor da cartilagem e labrum articulares , que, em última análise pode levar ao aparecimento de alterações degenerativas precoces e irreversíveis. Reconhecendo os bons resultados obtidos nos adultos jovens com as várias técnicas cirurgicas intra-articulares da anca para tratar a 1 Ganz R, Leunig M, Leunig-Ganz K, Harris WH. The etiology of osteoarthritis of the hip: an integrated mechanical concept. Clin Orthop Relat Res. 2008 Feb;466(2):264-72. 2 Rego P, Jorge J, Simões F, Pires E, Lopes D, Pinto P, Spranger A, Oliveira F, Gaspar A, Monteiro J Pressão de contacto intra-articular no conflito femuro-acetabular Contributo para o seu melhor esclarecimento através de estudo tridimensional por elementos finitos. Revista Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia. 2011 Volume 19, fasciculo 1: 5-16 42 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano 3 patologia condro labral , alguns centros descreveram, igualmente com bons resultados, a sua aplicação 4,5,6,7,8 em adolescentes sintomáticos com alterações morfológicas da anca . Material e Métodos: Selecionamos da nossa casuística de 2005 a 2010, 32 doentes operados a CFA com idades compreendidas entre os 10 e 19 anos, com um folow up médio de 2,8 anos (máximo 73 meses e mínimo 6 meses) e divididos em dois grupos: Grupo A: 21 doentes com conflito femuro acetabular (CFA) por deformidade primária da anca ou sequela de epifisiolise superior do fémur (ESF) (com as fises proximais fémur e cartilagem triradiada encerradas ) com uma media etária de 17 anos operados por cirurgia aberta – luxação cirúrgica da anca - 17 casos ou artroscopia - 4 casos. Grupo B: 11 doentes com CFA secundário a epifisiolise superior crónica do fémur (ESF), com uma media etária de 12 anos operados pela técnica da reorientação subcapital (luxação segura da anca “clássica” associada à geração de um “flap” com os rotadores externos contendo a perfusão necessária e suficiente para a epífise femoral) -10 casos ou com fixação “in situ” e osteocondroplastia artroscópica da deformidade metafisária – 1 caso. Todos os doentes foram avaliados do ponto de vista funcional antes e depois da cirurgia utilizando o “non arthritic hip score”. Foram utilizadas radiografias adequadas e artro RMN radial nos casos de CFA isolado para melhor caracterizar a deformidade e decidir pela utilização da técnica artroscópica ou aberta. Foram medidos os ângulos alfa, e de escorregamento no caso da ESF e quantificada a retroversão acetabular quando presente antes e depois da cirurgia. As formas de CFA primárias foram classificadas em cam (6), pincer (3) ou mistas (12). 3 Peters CL, Erickson JA, Anderson L, Anderson AA, Weiss J. Hip-preservingsurgery: understanding complex pathomorphology. J Bone Joint Surg Am. 2009 Nov;91Suppl 6:42-58 4 Peters CL, Erickson JA. Treatment of femoro-acetabular impingement with surgical dislocation and débridement in young adults. J Bone Joint Surg Am. 2006 Aug;88(8):1735-41 5 Ilizaliturri VM Jr, Nossa-Barrera JM, Acosta-Rodriguez E, Camacho-Galindo J. Arthroscopic treatment of femoroacetabular impingement secondary to paediatrichip disorders. J Bone Joint Surg Br. 2007 Aug;89(8):1025-30 6 Spencer S, Millis MB, Kim YJ. Early results of treatment of hip impingement syndrome in slipped capital femoral epiphysis and pistol grip deformity of the femoral head-neck junction using the surgical dislocation technique. J Pediatr Orthop. 2006 MayJun;26(3):281-5 7 1: Ziebarth K, Zilkens C, Spencer S, Leunig M, Ganz R, Kim YJ. Capitalrealignment for moderate and severe SCFE using a modified Dunn procedure. ClinOrthop Relat Res. 2009 Mar;467(3):704-16. 8 Leunig M, Horowitz K, Manner H, Ganz R. In situ pinning with arthroscopicosteoplasty for mild SCFE: A preliminary technical report. Clin Orthop Relat Res. 2010 Dec;468(12):3160-7 43 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Resultados: Grupo A pré cirurgia: score funcional: 55 pts ; ângulo alfa (cam e misto): 75º; retroversão acetabular (pincer focal e misto) 25% da altura da parede posterior na radiografia adequadamente standartizada. Grupo A após cirurgia: score funcional: 90 pts; ângulo alfa (cam e misto): 39º ; retroversão acetabular (pincer focal e misto): 1% Grupo B pré cirurgia: score funcional: 47 pts; ângulo de escorregamento: 57º Grupo B após cirurgia: score funcional: 91pts; ângulo de escorregamento: corrigido Complicações: necessidade de 2 extracções de material de osteossintese (parafusos trocantéricos) por dor, 1 caso de capsulite adesiva que motivou reintervenção, 1 caso de ossificação heterotopica. Não observamos nenhum caso de necrose assética da cabeça femoral nem nenhum caso de lesão neurovascular. Não documentamos nenhuma complicação relacionada com a osteotomia trocantérica ou com presença de complicações tromboembólicas. Discussão e conclusões: Quando consideramos a patologia condro-labral na criança e adolescente, excluindo a displasia de desenvolvimento da anca e a doença de Perthes, podemos considerar o mecanismo de CFA como a causa mais frequente de lesão condrolabral. Quer a deformidade causadora seja idiopática (deformidade pistol grip) quer seja secundária a sequela de doença de Perthes ou a ESF ou resulte do escorregamento epifisário presente na própria ESF, o denominador comum é semelhante: limitação da mobilidade, particularmente da flexão e rotação interna com dor associada. Com resultados estabelecidos no adulto, as técnicas de osteocondroplastia acetabular e femoral, abertas e artroscópicas, podem ser utilizadas nos adolescentes aparentemente com poucas complicações. Quando consideramos o grupo dos escorregamentos epifisários crónicos, com as fises abertas, o tratamento pode ser substancialmente mais complexo se pretendemos corrigir a anatomia e eliminar o mecanismo de conflito. O conhecimento da anatomia vascular detalhada permitiu o aparecimento de uma nova classe de cirurgia intra-articular com potencial de correcção elevado e poucas complicações, uma vez que a mobilização da epífise para a posição anatómica é feita tendo controle visual direto sobre as artérias nutridoras. À semelhança do que vimos recentemente publicado (artigos do ML e Ganz e Michael milis), a nossa série apresenta bons resultados com seguimento a medio prazo. Reconhecemos que as técnicas de cirurgia conservadora da anca, exigem conhecimento anatómico local detalhado, uma curva de aprendizagem longa e devem ser efectuadas por cirurgiões com experiencia na área. 44 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano FRACTURAS DO JOELHO Dr. Vítor Vidinha (Hospital S. João) Vítor Vidinha; Manuel Ribeiro da Silva; Joana Freitas; Nuno Alegrete; Jorge Coutinho; Gilberto Costa O joelho é uma zona comum de lesão na idade pediátrica. As características anátomo-fisiológicas especificas da criança, originam padrões de fractura diferentes dos do adulto e o seu diagnóstico pode ser um verdadeiro desafio. Os exames auxiliares de diagnóstico de imagem, nomeadamente as radiografias em stresse, as radiografias em incidências obliqua, a tomografia computorizada e a ressonância magnética, sob analgesia adequada, são um meio importante para um diagnóstico diferencial correcto. O tratamento visa uma redução anatómica estável, com o mínimo de lesão da fise. Nos doentes tratados conservadoramente, o tempo e o tipo de imobilização varia não só de acordo com o tipo de fractura, mas também com a idade do paciente. Em geral, o tratamento cirúrgico está reservado para qualquer fractura que não é redutível de forma adequada por meios fechados. Os distúrbios do crescimento sequelares a fracturas na idade pediátrica, embora raros, requerem uma vigilância cuidada aos seis meses pós-operatórios, para uma intervenção atempada, quando indicada. LESÕES LIGAMENTARES E MENISCAIS DO JOELHO Prof. Espregueira Mendes (Saúde Atlântica / Clínica do Dragão) Prof. Doutor Espregueira-Mendes; Dr. Alberto Monteiro, Dr. Hélder Pereira, Dr. Nuno Sevivas, Dr. Rogério Pereira A incidência de lesões do ligamento cruzado anterior e lesões meniscais tem vindo a aumentar em crianças e adolescentes; o aumento destas lesões estruturais do joelho decorre quer do envolvimento crescente de crianças e adolescentes em atividades desportivas quer da otimização dos procedimentos de diagnóstico clínico e diagnóstico por imagem/biomecânico. A opção cirúrgica sobre o indivíduo esqueleticamente imaturo compreende particulares competências anatómicas e técnicas e a observação criteriosa da idade cronológica e óssea; deve ser avaliada e documentada a maturidade esquelética com base em critérios radiológicos e fisiológicos. Tradicionalmente, a opção tem amiúde recaído no tratamento conservador (com exceção das avulsões da origem ou inserção do LCA), aceitando o risco de de lesões meniscais adicionais (sobretudo de menisco interno que funciona como estabilizador secundário da translação tibial anterior) e consequente osteoartrite precoce, até que se verifique a 45 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano maturidade esquelética para proceder à reconstrução. Não obstante, o algoritmo de tratamento tenha vindo a mudar em favor da reconstrução primária, sempre que observados com rigor um conjunto de critérios cirúrgicos, a controvérsia permanece. Há evidências que a cirurgia para além de 12 semanas aumenta de forma significativa a incidência de lesões meniscais internas irreparáveis e lesões cartilagíneas no compartimento externo, também as há, em estudos em animais, que sustentam a possibilidade de reconstrução transfisária sem distúrbios do crescimento, estas evidências suportam os proponentes da reconstrução precoce. No entanto, uma metaanálise recente reporta 1,8% de incidência de distúrbios de crescimento em decorrência de diferentes técnicas cirúrgicas de reconstrução. Desta forma, o risco iatrogénico de induzir distúrbios no crescimento em decorrência da reconstrução realizada em indivíduos esqueleticamente imaturos deve ser ponderado em função do dano intraarticular acrescido que ocorre ao protelar a reconstrução para quando a maturidade esquelética for alcançada. A decisão deve ser individualizada, partilhada e informada. Os meniscos têm um papel determinante na absorção de choques, distribuição de cargas, estabilidade e lubrificação do joelho. A incidência da lesão meniscal nos indivíduos menores de 18 anos é baixa mas, uma vez que em muitos casos, se associa à lesão do LCA é legítimo teorizar que a incidência tem vindo a aumentar. Há evidências que as meniscectomias parciais parecem aumentar a incidência de osteoartrite precoce pelo que tem vindo a ser defendida a reparação meniscal na população pediátrica e adolescente, sempre que possível. Os resultados alcançados com a reparação são geralmente bons no âmbito funcional e sintomático. Há critérios objetivos para a reparação em detrimento da meniscetomia parcial. Todavia, o sucesso clínico da reparação depende sobretudo da localização (zona vermelha ; zona vermelha-branca). Há que ponderar os diferentes padrões de vascularização entre crianças e adolescentes/adultos uma vez que pode interferir com a escolha da técnica cirúrgica. No caso da reparação meniscal em simultâneo com a reconstrução do LCA, em indivíduos com menos de 18 anos, o sucesso clínico parece depender do tipo de lesão (apresentando-se as lesões em “asa de cesto e complexas” com mau prognóstico. Existem diferentes técnicas de sutura e implantes que devem ser empregues em função da localização e tipo da lesão. As complicações que decorrem das lesões ligamentares e meniscais do joelho são conhecidas e graves pelo que, a decisão clínica, deve ser sustentada e direcionada na convicção e comunhão dos riscos e benefícios informados em função das expetativas de saúde e atléticas de cada indivíduo. FRACTURAS DO TORNOZELO Dr. Fernando Carneiro (Hospital Divino Espírito Santo) As fracturas da região do tornozelo têm uma incidência muito elevada, constituindo a 3ª fractura mais frequente na idade pediátrica e cerca de 25 a 38% de todas as fracturas fisárias. 46 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano A frequência é maior entre os 8 e os 15 anos e nesta faixa etária a sua incidência tem vindo a aumentar nas últimas décadas sobretudo devido ao incremento das actividades desportivas e dos desportos radicais. Calcula-se que 50 a 60% destas lesões resultam da prática desportiva. A incidência de complicações é também elevada, sendo a região que apresenta a maior taxa de alterações de crescimento como sequela dos traumatismos. Neste trabalho são revistos alguns aspectos anatómicos da região do tornozelo, o mecanismo das lesões e sua classificação, os princípios gerais do tratamento, o tratamento dos tipos específicos de fracturas e as principais complicações. A apresentação é documentada com casos clínicos do Serviço de Ortopedia do Hospital do Divino Espírito Santo – Ponta Delgada. LESÕES DO ASTRAGALO E FRACTURAS DO PÉ Dr. Ricardo Telles de Freitas (Hospital Cuf Descobertas) As fracturas do pé na criança são lesões relativamente raras e que de uma forma geral são tratadas conservadoramente sem complicações. Tal facto pode explicar a quase total ausência de estudos randomizados que comparem e estabeleçam linhas de tratamento para este tipo de patologia. Situações clínicas há, no entanto, que podem constituir desafios quer no diagnóstico quer nas opções de tratamento a tomar. Especial relevo será dado às fracturas do calcãneo e do astrágalo. ENTORSES DO TORNOZELO E PÉ Dr. Nuno Brito (Hospital Pedro Hispano) O esqueleto imaturo da criança e o seu desenvolvimento têm diferenças quando comparado com o adulto que vão ter implicações importantes na patologia traumática. Embora o atingimento traumático do tornozelo seja frequente na criança, o atingimento ligamentar é pouco frequente. No entanto, quando acontece, deve ser diagnosticado e tratado convenientemente para prevenir sequelas no futuro. As características inerentes ao doente pediátrico dificultam a percepção do evento traumático e o clínico deve estar atento e familiarizado com os diagnósticos diferenciais de um entorse do tornozelo na criança. 47 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano SURGICAL TREATMENT OF FLAT FOOT Prof. Sandro Giannini (Università di Bologna-Istituto Ortopedico Rizzoli) Flexible Flat Foot (FFF) in children is one of the most common disorders in orthopedics. Despite numerous papers published in the literature, the definition, the etiology, the level of disability that FFF may cause, the opportunity, the appropriate time and the efficacy of its treatment are still open to debate. The persistent pronation of the sub-talar joint during the propulsive phase of gait, is mostly responsible for major deformities in adult life. Extrarticular arthrorisis using a bio-reabsorbable implant made of Poly-L-Lactic Acid in the sinus tarsi was simple and effective in correcting functional FFF. Surgery performed during growth provides an optimal and apparent lasting correction of the deformity, restoring the talo-calcaneal alignment with remodeling of the subtalar joint. This correction improves the biomechanics to prevent problems caused by persistent pronation of the foot. The bio-reabsorbable implant proved to be virtually complication free and did not need to be removed. EPIDEMIOLOGIA DAS INFECÇÕES OSTEOARTICULARES NA CRIANÇA Dr. Armando Campos (Hospital Santo António) Nos últimos anos a epidemiologia das infecções ostearticulares modificou-se. As formas clássicas (osteoartrite do RN, artrite séptica da criança e osteomielite aguda hematogenea) tornaram-se menos prevalentes, provavelmente devido a uma melhor higiene, à vacinação e tratamento adequado mais precoce das infecções dos tecidos moles. Por outro lado assistiu-se ao aparecimento de novas formas com melhor prognóstico: as infecções subagudas que são caracterizadas por um início insidioso e na maioria dos casos, pela ausência de sinais gerais e uma evolução benigna. Embora raras no RN e na criança, as infecções osteoarticulares representam uma urgência diagnostica e terapêutica. A sua incidência permaneceu estável nos países industrializados nos ultimos 20 anos. A sua evolução foi alterada pelos antibióticos e as sequelas tornaram-se raras. As infecções osteoarticulares pediátricas têm especificidades que as diferenciam claramente das infecções encontradas no adulto. As osteomielites ou infecções ósseas surgem em qualquer idade mas mais de metade aparecem antes dos 5 anos de idade. Afecta 1 em 5000 crianças abaixo dos 13 anos. Os rapazes são 2 vezes mais atingidos que as raparigas. Antes da era dos antibióticos a taxa de mortalidade associada com osteomielite aproximava-se dos 50% e actualmente é inferior a 1%. A infecção é principalmente de origem hematogenea na criança devido a uma bacteriemia, enquanto no adulto, a contaminação é sobretudo traumatica ou cirúrgica. Todos os ossos podem ser atingidos, principalmentes os ossos longos. Segundo as series publicadas, quer as mais recentes quer as mais 48 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano antigas, os membros inferiores representam cerca de 70% das infecções, os membros superiores 8 a 25%, e tronco 10 a 20%. As infecções articulares ou artrites sépticas podem atingir a criança em qualquer idade mas são mais predominantes no RN com um pico agudo observado antes dos 3 anos. Aqui também a localização preferencial é no membro inferior. Até aos dias de hoje a etiologia das infecções osteoarticulares da criança pode ser identificado pelo menos em metade dos casos. O Staphylococcus aureus está omnipresente qualquer que seja a idade da criança. Numerosos outros agentes patogénicos podem causar infecções clinicamente idênticas (quadro). A maior parte destes germes fazem parte da flora normal da pele, da nasofaringe ou do intestino. O Haemophilus inflenzae sero tipo b era o germe predominante das artrites da criança com menos de 3 anos, mas que quase desapareceu após a vacinação sistemática. Dos 0-3 meses, são sobretudo isoladas as bactérias das infecções materno-fetais (staphylococcus aureus, streptococcus grupo B e enterobacterias). Na criança maior, são isolados mais frequentemente S. aureus, Kingella kingae, streptoccus B-hemolitico e pneumococcus (sobretudo entre os 3 meses e os 5 anos). A pseudomonas aeruginosa é frequentemente citada como o germe clássico das feridas penetrantes do pé do adolescente. Alguns germes são preferencialmente isolados num contexto particular. Podemos citar a clássica associação drepanocitose com osteomielite por S. aureus ou salmonela spp. Na criança com granulomatose crónica deve-se pensar principalmente em Aspergilus e S aureus. O contacto com animais domesticos deve-se procurar uma bartonela ou pasteurela. Duas bactérias são habitualmente responsáveis pela evolução da epidemiologia microbiana das infecções osteoarticulares da criança nos últimos anos: Staphylococcus resistente á meticilina Kingella kingae O tratamento empírico da infecção osteoarticular da criança sem terreno clínico particular deve ter em conta como prioridade 3 germes predominantes: Kingella kingae, S. aureus e Streptococcus pyogenes. INFEÇÕES OSTEOARTICULARES A VISÃO DO INFECIOLOGISTA Dra. Catarina Gouveia (Hospital D. Estefânia) As infeções osteoarticulares agudas são raras na criança. Contudo, requerem um diagnóstico rápido que permita um tratamento antimicrobiano adequado. É discutida a escolha do antibiótico inicial, com base no conhecimento dos principais microorganismos implicados, das resistências locais, do perfil 49 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano farmacológico dos antimicrobianos e da disponibilidade destes fármacos em Portugal. Será também abordada a duração e forma de tratamento, bem como alguns parâmetros que poderão ser utilizados na monitorização do sucesso terapêutico. A ARTRITE SÉPTICA Dr. José Lima (Hospital Ortopédico Sant’Iago do Outão – Centro Hospitalar de Setúbal E.P.E) A artrite séptica é uma entidade relativamente comum. Em idade pediátrica e sobretudo nos três primeiros anos de vida a anca é a articulação mais atingida, habitualmente por via hematogénea a partir de um foco distante (vias aéreas superiores, ouvido médio, lesão cutânea…) ou de uma osteomielite de localização contígua. A contaminação bacteriana – o estafilococo aureus é o agente mais comum – desencadeia um processo de sinovite necrosante e a produção de enzimas proteolíticos com amolecimento da matriz cartilagínea cuja destruição tende a progredir rapidamente. Nas articulações superficiais e nos casos típicos, o diagnóstico de artrite aguda é clínico – aumento de volume, calor, rubor, dor intensa à mobilização – e a sua natureza infecciosa pode ser indiciada por manifestações sistémicas e laboratoriais sendo a febre e a elevação da PCR as mais consistentes. Nos dois primeiros meses de vida e em situações de défice imunitário adquirido, bem como em casos de antibioterapia recente, as alterações clínicas e laboratoriais podem ser muito ténues ou mesmo estar ausentes nas fases iniciais do processo, dificultando um diagnóstico atempado. A punção articular permitirá, para além da contagem de leucócitos, muito sugestiva acima dos 80 000/ml, identificar o agente em cerca de 2/3 dos casos. A hemocultura é positiva em 30% a 50% dos casos. Muito se tem debatido o contributo diagnóstico das várias técnicas de imagem. Desde o RX simples à RMN sem esquecer a ecografia e a cintigrafia. Embora possam dar informação útil na caracterização e estudo evolutivo da doença todas são inespecíficas. A anca pelas suas particularidades anatómicas é a articulação que mais frequentemente coloca problemas quer a nível de diagnóstico, do tratamento e do prognóstico. Uma vez colocada a hipótese diagnóstica o tratamento não deve ser adiado até à sua confirmação mas instituído com carácter urgente e agressivo. É em relação a esta matéria que o maior número de questões práticas se tem colocado no âmbito desta patologia: Qual a escolha inicial de antibióticos? Até quando a administração EV? A artrotomia vs artrocentése? Drenagem passiva ou sistema de lavagem/aspiração? Na Unidade de Ortopedia Infantil do Hospital do Outão tem sido prática na maior parte dos casos: 50 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano A escolha da Cefuroxima com antibiótico inicial. A administração EV por um período médio de duas semanas. A artrotomia da anca por via anterior seguida de tracção por um período médio de duas semanas. Artrocentése de articulações superficiais para aspiração/lavagem com colocação de dreno nos casos de diagnóstico recente com parâmetros indiciadores de gravidade ligeira a moderada. A artrotomia nos casos considerados mais graves. A concluir, saliente-se que a artrite séptica é uma urgência ortopédica exigindo um tratamento precoce e agressivo no sentido de evitar complicações graves. OSTEOMIELITE AGUDA HEMATÓGENEA Dr. Ângelo Encarnação (Hospital Santo António) Na criança, a osteomielite é primariamente hematogénea na sua origem e aguda na sua forma de apresentação. O principal agente etiológico é o staphylococcus aureus, mas as mudanças ocorridas nas últimas décadas, nomeadamente o aparecimento de estirpes na comunidade de S. aureus meticilino-resistentes e a identificação de novos agentes patogénicos, como a Kingella Kingae, obrigam a novas estratégias no tratamento antibiótico, sendo apresentado um algoritmo de diagnóstico/tratamento OSTEOMIELITE SUB AGUDA ( OS ) Dr. Gabriel Matos (Hospital Pediátrico Coimbra) 1 - Definição Processo infeccioso caracterizado por dor óssea pouco definida, com mais de duas semanas de duração, pouco ou nenhum rebate sistémico, dados laboratoriais irrelevantes, hemoculturas negativas e finalmente sinais radiológicos positivos. A incidência é de 0,4 – 0,9 por 100.000 / ano (contrariamente às osteomielites hematogénicas agudas, que tiveram um decréscimo nos últimos 20 anos, a incidência das subagudas não mudou ou até aumentou). 2 – Descrição dos sintomas presentes na OS das crianças Sintomatologia dolorosa discreta, embora a continuidade da mesma ao longo do tempo, leve à procura de apoio médico. A dor, até ao início do processo de diagnóstico, dura em média 6 a 8 semanas. 3 – História natural e diagnóstico diferencial A ausência de sinais locais pode tornar o diagnóstico de OS difícil, principalmente se o médico não está familiarizado com este aspecto da doença. É o aspecto radiológico alterado, quer mostrando uma lesão 51 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano lítica bem definida ou não, com ou sem esclerose perilesional ou mesmo aspectos mais agressivos, simulando tumores malignos ou benignos, que levam ao inicio da orientação diagóstica. 4 – Patologia – particularidades da OS A localização desta patologia pode ser na epífise, metáfise, diáfise ou epifiso-metafisária. O atravessamento da fise pode levar ao fecho da cartilagem de crescimento, embora raro na OS. Nesta forma de osteomielite o tecido ósseo é capaz de “controlar” a infecção mas não de a irradicar 5 – Plano de tratamento da OS A maior parte das OS resolvem-se só com antibioterapia. Mesmo nas lesões mais agressivas que exigem cirurgia é indicado adicionar antibióticos. As lesões cuja imagem radiológica não oferece dúvidas devem ser tratadas só com antibióticos sem recorrer a tratamentos cruentos, tais como punções aspirativas e limpezas cirúrgicas-curetagens. 6 - Ponto de discussão Quando está indicada a biopsia e quem a deve fazer? Lesões “agressivas” requerem biopsia, e como o aspecto radiológico por vezes sugere possível malignidade no diagnóstico diferencial, a biopsia deve ser feita tomando em consideração um plano de ressecção oncológico, caso a malignidade se confirmasse. 7 - Conclusões e estudo retrospectivo do HPC Como as alterações radiológicas estão quase sempre presentes e algumas são preocupantes, têm sido muito úteis as sucessivas classificações de Gledhill (1973), Roberts (1982) e Ross e Cole (1985), respectivamente na caracterização radiológica, morfológica e na agressividade e localização das lesões. Principalmente esta última classificação pode ajudar-nos no plano terapêutico. São mostrados alguns casos/exemplo de cada tipo de OS e feita uma análise retrospectiva de 31 casos referentes a um período (1993-2008), tendo sido 80% desses casos referenciados à Unidade de Tumores do nosso Serviço. OSTEOMIELITE CRÓNICA Dr. Luís Almeida (Hospital Garcia de Orta) A osteomielite crónica (primária) é uma infecção óssea bacteriana, de evolução arrastada e progressiva, não causada por factores externos e que não passa por uma fase aguda evidente. É originada por uma bacteriémia, com instalação dos microorganismos na região metafisária. O diagnóstico é muitas vezes dificultado pelas manifestações frustres e longo tempo de evolução (semanas a meses), pelo que exige uma suspeição elevada. Os achados clínicos são muito variáveis e frequentemente inespecíficos. A investigação inicial inclui exames radiológicos e laboratoriais, mas a confirmação é feita mediante uma 52 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano biópsia. Outros exames como a TC, a RMN e a cintigrafia óssea têm também um papel importante. A cultura do agente raramente é positiva mas deve ser tentada. A limpeza cirúrgica do foco infeccioso é imprescindível para o sucesso do tratamento, podendo ser complementada com antibioterapia endovenosa. O follow-up é importante para documentar a resolução da infecção e ossificação do defeito ósseo, bem como avaliar eventuais alterações de crescimento. OSTEOMIELITE RECORRENTE MULTIFOCAL Dr. João Campagnolo (Hospital D. Estefânia) J. Lameiras Campagnolo (1), M. Cassiano Neves (2), H. Constantino (1,3) Dona Estefânia (1), CUF Descobertas (2), Curry Cabral (3) Introdução O quadro de Osteomielite Recorrente Multifocal deve ser evocado como diagnóstico diferencial nos quadros compatíveis com osteomielite crónica localizada em diferentes áreas anatómicas do mesmo doente, sem que qualquer agente microbiológico possa ser isolado no decurso da sua investigação diagnóstica. Trata-se de um diagnóstico de exclusão bastante complexo que pode conduzir a um tratamento diferente do das outras osteomielites e com bons resultados. Material Foram avaliados 4 doentes tratados entre 2005 e 2009, com uma média de idades de 9 anos (mín. 8, máx. 10), sendo todos do sexo feminino. Métodos Foi efectuada uma revisão do percurso diagnóstico, do tratamento e dos resultados clínicos dos diferentes pacientes. Resultados Atendendo ao desconhecimento de uma etiologia para esta patologia, os tratamentos com indometacina e, ulteriormente, com bifosfonatos proporcionaram bons resultados clínicos associados a uma resolução radiológica parcial das anomalias ósseas detectadas. Discussão Várias questões se debatem, no que respeita à marcha diagnóstica e à actuação clínica; a fisiopatologia desta entidade nosológica é ainda desconhecida pelo que os tratamentos propostos são relativamente empíricos; não obstante, encontramos bons resultados na literatura e na nossa série de doentes. 53 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Conclusão Nos quadros de osteomielite disseminada com um historial atípico, o diagnostico de osteomielite recorrente multifocal deve ser evocado; após a exclusão de uma etiologia bacteriana para o quadro em curso, o tratamento deverá ser iniciado com bifosfonatos. HISTÓRIA DA FIXAÇÃO EXTERNA Dr. José de Mesquita Montes (Hospital Santa Maria – Porto) Considerações gerais A fixação externa é um método de imobilização esquelética em que um fragmento ósseo ou segmentos ósseos são interligados por aparelhos externos (fixadores) que são fixados ao osso por via percutânea por pinos, parafusos, fios metálicos ou cravos de Schanz. Este dispositivo dá aos fixadores externos um certo número de características que os distinguem dos outros métodos de estabilização esquelética. Estes aparelhos usados para dar estabilidade óssea podem ser colocados externamente e à distância do local da lesão, doença ou deformidade. A orientação dos pinos e o desenho do fixador podem variar adaptando-se à anatomia da região, à multiplicidade das lesões patológicas, facilitando a reconstrução das partes moles e dos componentes ósseos. A incorporação de componentes ajustáveis, a possibilidade de mudar do número de peças intercalares permite alterar o alinhamento, o tamanho e as propriedades mecânicas depois do fixador ser aplicado. Em muitas situações é possível aplicar um fixador e preservar a mobilidade das articulações vizinhas. Ao contrário das tracções esqueléticas a fixação externa permite a mobilização precoce do doente e hospitalizações mais curtas. Apesar da atractividade do método a sua aplicação clínica foi caracterizada ao longo dos primeiros tempos por uma vasta incidência de resultados inconsistentes e uma taxa elevada de complicações. A história natural de lesões graves e de problemas esqueléticos complicados com pseudartroses, deformidades e osteomielites resultaram da aplicação inadequada deste método. Desenhos incorretos dos fixadores, más indicações e aplicação segundo técnicas desajustadas e tantas vezes uma má conduta post-operatória estiveram na causa destes maus resultados. O estudo detalhado destes insucessos, uma forte componente de investigação sobre a biomecânica da fixação e da consolidação óssea levou a que fossem definidos ao longo dos anos novos métodos de fixação mais seguros e com maior estabilidade. Embora a fixação tenha sido utilizada em várias situações, é utilizada mais frequentemente nas fraturas e lesões articulares associadas a graves esfacelos de partes moles tendo também uma vasta aplicação na 54 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano correcção de pseudartroses, reconstrução de perdas ósseas significativas (transporte ósseo), realinhamento de malformações dos membros com desvio de eixo, reconstrução articular, artrodeses de grandes e pequenas articulações, sendo ainda de destacar o valor desta técnica na correção de dismetrias. Evolução Histórica da Fixação Externa Joseph Francois Malgaigne ficou ligado à criação do conceito da fixação externa quando em 1840 construiu um anel que envolvia o membro lesado. Anel metálico dotado de um espigão móvel que aplicado sobre o osso saliente permite a sua redução ao nível da tíbia. Anos mais tarde o mesmo autor em 1847 desenhou um fixador em forma de “clamp” com garras e que era colocado na face anterior do joelho para tratamento de fraturas da rótula. Uma modificação do “Clamp de Malgaigne” levou ao aparecimento em 1852 do fixador de Chassin destinado inicialmente a tratamento de fracturas desviadas da clavícula. Estes dois tipos de aparelhos só pressionavam as superfícies ósseas salientes, mas é o Cirurgião inglês Keetley em 1893 que define o conceito dos “pinos” penetrarem as duas corticais do osso, ficando estes mantidos por uma barra externa. Mais tarde no Colorado Parkhill em 1894 desenvolve um método mais avançado com a colocação de pinos respectivamente acima e abaixo da fratura, soliderizados por uma placa externa – método que o autor utilizou no tratamento de 14 casos de pseudartroses do fémur, úmero, tíbia e antebraço. Anos mais tarde na Bélgica, Albin Lambotte em 1902 usou o seu fixador constituído por pinos já roscados unidos por duas barras acopladas mais resistentes o que criou um melhor ajustamento para tratamento de fraturas nos locais os mais diversificados. Durante as décadas seguintes foram desenvolvidos múltiplos fixadores e por volta de 1940 os fixadores passam a usar pinos não transfixantes e só uma barra externa. Na Suissa, Hoffmann desenvolveu o seu fixador em 1938. Fixador que foi melhorado ao longo dos anos, e difundido por Burny, Bourgois, Vidal e Henry Connes. Autores que começaram a divulgar também os princípios biomecânicos de fixação externa. Posteriormente começam a surgir fixadores com caraterísticas as mais diversificadas: 1 - Os Fixadores de Pinos Fixos de que são exemplo o sistema de Roger Andersen, e aparelho monolateral de Wagner melhorado com a introdução do cabeçal articulado pela Escola de Pamplona – Canadell – Lazo ZbiKowski e ainda Fixador monolateral desenvolvido pela Escola de Verona por De Bastiani – Orthofix permitindo compressão axial. Ainda dentro de fixadores monolaterais se incluem os fixadores AO/ASIF utilizando cravos de Schanz com uma montagem versátil, permitindo também a utilização transfixante bilateral e acessoriamente o acoplar de montagem triangular. 55 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano 2 - Os Fixadores com “clamp” articulados têm o seu representante nos fixadores de Hoffmann, com o seu modelo monolateral ou transfixante. Sendo de referir também o interesse dos fixadores em fibra de carbono que são transparentes ao RX. 3 - Fixadores externos circulares (em anel) de que são representantes os fixadores de Ilizarov e os de Monticeli Spinelly que têm uma filosofia diferente e constituem de per si e pelas ideias que os sustentam no domínio da biocompressão uma das maiores conquistas do século XX no domínio da Ciência do Aparelho Locomotor. Biocompressão O valor potencial de fixação elástica será apresentado como nota final, com referência especial a G. Ilizarov de Kurgam – Rússia e a Lazo de ZbiKowski e José Canadell de Espanha. HISTÓRIA NATURAL DAS DEFORMIDADES ANGULARES Prof. Pedro González Herranz (Hospital Teresa Herrera - Corunha) La Deformidades Angulares (DD AA) es una de las consultas más habituales en la consulta externa desde que Nicholas Andry publicara en 1741 "Ortopedia, o el arte de prevenir y de corregir las deformaciones de los niños". Aunque la gran mayoría de estas consultas suelen ser para constatar una deformidad fisiológica en Varo o valgo de las rodillas más o menos acentuada, habitualmente en la primera infancia, como describieron Vanka y Salenius en 1975. No obstante si que existen otras deformidades o alteraciones axiales de los miembros que si que van a requerir nuestra especial atención, seguimiento y tratamiento. Para ello es fundamental conocer la etiología y poder tener una idea de cuál será la evolución natural del proceso. De entrada cualquier alteración en la axialidad de los MM II va a originar una alteración más o menos marcada del eje mecánico del miembro y que puede influir directa o indirectamente en el futuro funcional de articulaciones vecinas. Algunas deformidades presentan un comportamiento que podemos llamar benigno y que tienen como resultado una normoalineción de la extremidad cuando el paciente alcanza la madurez esquelética. Son ejemplo de este tipo: la remodelación que se produce en las fracturas mal consolidadas durante la infancia, las desviaciones fisiológicas en varo del lactante o en valgo de la primera infancia, la displasia fibrocartilaginosa de la tibia o la deformidad posteromedial. El otro tipo de deformidad es la que permanece invariable hasta la madurez esquelética, o en aquellas fracturas en que los fenómenos de remodelación han sido insuficientes para corregir una desalineación determinada, permaneciendo un desequilibrio biomecánico y que presumiblemente pueden ocasionar cambios degenerativos más o menos precoces. 56 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Podríamos incluir un tercer supuesto en el que produce la corrección del eje mecánico del miembro, persistiendo la deformidad y produciéndose un fenómeno compensador en la fisis o cartílago de crecimiento vecino. Este fenómeno puede observarse en fracturas diafisaria de huesos largos mal consolidadas o en las fracturas metafisarias proximales de la tibia entre los 3 y 6 años. Con respecto a la etiología, esta es muy variada: Congénitas, infecciosas traumáticas, constitucionales, iatrogénicas…. El conocimiento de la casusa de la deformidad nos va ser de especial ayuda apara conocer el pronóstico, su evolución natural y posibilidad de abstención terapéutica, tratamiento quirúrgico. ANÁLISE MECÂNICA DAS DEFORMIDADES Prof. Júlio de Pablos (Hospital San Juan de Dios - Pamplona) Es uno de los pasos cruciales en el estudio y valoración de las DDAA y, de que esté correctamente realizado, depende en gran medida el éxito o fracaso del tratamiento. Obviamente está basado en las pruebas de imagen mencionadas, sobre todo las de radiología simple. En nuestra opinión, dicho análisis debe ser: o Sencillo: dentro de la fiabilidad y eficacia de las pruebas de imagen, éstas deben ser tan fáciles de realizar e interpretar como sea posible. La complejidad excesiva es, en nuestra opinión, algo más negativo que positivo. o Completo: Debe basarse en un examen físico completo y las pruebas de imagen que se indican en el apartado anterior siempre en planos Antero-Posterior (coronal) y Lateral. Además debe incluir un estudio de las extremidades completas no solo del hueso deformado para descartar otras deformidades menores, problemas articulares, etc. o Realista: Debemos saber que ninguna de las técnicas de imagen y de medición, está exenta de errores intra e interobservador, tanto en la valoración de longitudes como de ángulos. Por tanto, aunque hayamos realizado un exhaustivo análisis y planificación de la DA, es importante conocer y asumir esta limitación y hacer controles durante el tratamiento para, si es posible, realizar los ajustes en la corrección que fueran necesarios. 1. Parámetros. Aunque hay muchos más datos que podemos medir y determinar en las DDAA, los que más nos interesan, porque pensamos que son suficientes, son sólo unos cuantos. 1.1 Eje Mecánico de la Extremidad Inferior (EM). En el plano Antero-Posterior (AP) es la línea que une el centro de la cadera (epífisis femoral proximal) con el centro del tobillo (cúpula astragalina). En una EI normal este eje debe pasar por el centro de la rodilla. En caso de no ser así, se mide la Desviación del EM que es la distancia horizontal (en cm) desde el centro de la rodilla a la intersección con 57 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano el EM (puede ser lateral o medial). Hay discrepancias sobre si esta medida se debe realizar en telerradiografías de las extremidades inferiores en apoyo bipodal o monopodal. A nosotros nos parece que es suficiente con la radiografía bipodal, posición que, además, es más reproducible que la monopodal (menos sujeta a artefactación por pequeños cambios en la postura). 1.2 Ángulo epífiso-diafisario (AED). Es el ángulo formado entre la línea articular de un hueso (proximal o distal) y el eje diafisario correspondiente. En el fémur proximal, por su peculiar anatomía, se utiliza el ángulo cérvico-diafisario (ACD) que es el formado entre los ejes del el cuello y de la diáfisis femoral. Los valores normales de estos ángulos están en los siguientes rangos: Proximal o Fémur o Tibia (AP) o Tibia (L) 115-135º(ACD) Distal 80-88º(valgo) 90º 85º (procurvatum) 90 80º (recurvatum) Los valores normales de los AED para el fémur en plano Lateral (sagital) están menos definidos porque los puntos de referencia son más difíciles de determinar por lo que lo más adecuado es utilizar como referencia el fémur contralateral siempre que éste sea normal. Este gesto de comparar con la extremidad normal, es recomendable hacerlo también con el resto de los ángulos ya que, como hemos visto, los valores normales presentan rangos que en alguna localización son poco concretos (por ejemplo, el ACD en el fémur proximal). También, como hemos comentado anteriormente, las epífisis todavía muy inmaduras presentan un componente cartilaginoso importante que puede engañarnos a la hora de medir el ángulo epífiso diafisario de un hueso. Cuando sospechamos que esto puede ocurrir, no podemos basarnos en la mera imagen radiográfica que como se sabe nos muestra solo los contornos óseos, no cartilaginosos, de un hueso. Por ello, en estas situaciones, la RM o la artrografía intraoperatoria, nos ayudarán a conocer la deformidad real que casi siempre será menor que la medida en la radiografía. Hay autores que en vez de medir el ACD en el fémur proximal, valoran el ángulo formado por la línea centro de cabeza femoral-punta de trocánter y la diáfisis femoral que en condiciones normales es de 90º aproximadamente. Nosotros preferimos medir el ACD ya que la elevación o descenso del trocánter mayor se puede producir en niños sin que haya alteración significativa del ACD, es decir, sin que haya una DA como tal. A este respecto, son mencionables las llamadas Coxas Varas Funcionales que con frecuencia se dan en niños en los que, por variadas razones, se ha producido un trastorno del crecimiento epifisario manteniéndose un crecimiento trocantérico normal. En muchos de estos casos, el ACD está en el rango de valores normales y, sin embargo, el ángulo mencionado (cabeza-trocánterdiáfisis) está alterado sin que haya una DA real. Ni que decir tiene que, en estos casos, si necesitamos 58 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano una corrección lo que tendremos que hacer es descender el trocánter mayor sin modificar el ACD de esa cadera. 1.3 Angulo de Orientación de la Interlínea Articular. Es el ángulo formado entre la interlínea articular y la horizontal, con el paciente en bipedestación. En condiciones normales, las interlíneas de rodilla y tobillo deben ser, en el plano AP, paralelas a la horizontal por lo que este angulo debe aproximarse a 0º en ambas articulaciones. En el plano Lateral no deberíamos hablar de ángulos de la interlínea articular de rodilla y tobillo ya que las líneas articulares de fémur y astrágalo son curvas. De todos modos en el plano lateral la rodilla, la tibia proximal presenta una inclinación posterior de 5º mientras que, en el tobillo, la tibia distal presenta una inclinación posterior de unos 10º aproximadamente. 1.4 Eje Anatómico de un segmento óseo (EA). Es la línea que transcurre por el centro de la diáfisis de un segmento dado. En una EI normal, estos ejes (y, por tanto, las diáfisis también) son rectos en la tibia en ambos planos y en el fémur en el plano AP. El EA femoral en el plano L es discretamente curvo con la convexidad anterior. Además de estos datos relacionados directamente con la angulación, es importante poner atención en los siguientes parámetros: 1.5 Longitud Comparativa de las EEII. Obviamente es la diferencia de longitud, si es que existe, entre las dos EEII del paciente. Debe medirse, como ya se ha mencionado, con telerradiografías de calidad, con el paciente inmóvil en bipedestación y, si es necesario, con un suplemento (alza) en la EI más corta que permita al paciente estar cómodo y tomar la imagen con ambas rodillas completamente extendidas. Las medidas deben quedar reflejadas en el historial del paciente cada vez que se tomen, detallando la longitud de cada segmento y la longitud del suplemento empleado si fuera ese el caso. 1.6 Rotación de las EEII. Debe medirse siempre comparativamente por las notables modificaciones que se dan, incluso entre individuos de la misma edad. La prueba más adecuada para medir la rotación de los huesos de las EEII es la TC. En realidad basta con hacer cortes a idénticos niveles en ambas EEII con el paciente completamente inmóvil. Los niveles, digamos, esenciales son: cuello femoral, cóndilo femoral, meseta tibial y pilón tibial. De esta manera, usando una aplicación informática habitualmente disponible en las máquinas actuales, podemos medir comparativamente los ángulos de rotación femoral, tibial y global (cuello femoral-pilón tibial) de ambas EEII. Los ángulos que consideramos dentro de la normalidad y que son variables en los niños en función sobre todo de la edad y el sexo son, en el primer años de vida de unos 40º de anteversión femoral y casi neutro de rotación tibial mientras que en la madurez, es normal que haya 10- 15º de anteversión femoral y alrededor de 15-20º de rotación externa tibial. De esto se deduce que la evolución normal 59 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano con el crecimiento del individuo, es hacia la rotación externa del miembro, es decir, la anteversión femoral tiende a decrecer y la rotación externa tibial, a incrementarse. 1.7 Traslación. Sobre todo en consolidaciones viciosas tras fracturas puede quedar una deformidad no solo angular (con o sin componente rotacional asociado) sino también con una traslación de los extremos fracturarios que, como veremos, pueden generar confusión y complicaciones a la hora de determinar el ápex o vértice real de la deformidad. 1.8 Componente articular de la DA. En casos de inestabilidades o laxitudes ligamentosas significativas, sobre todo en rodilla, parte de la deformidad global de la extremidad puede deberse a la angulación a nivel de la propia articulación (“bostezo”) que podemos medir en las radiografías de EEII completas ortostáticas. Además, puede haber deformidades epifisarias que pueden contribuir a aumentar a aminorar la deformidad global de la EEII y que deben contemplarse y consignarse en el análisis completo de la deformidad. En las displasias óseas y la enfermedad de Blount, hay que tener muy en cuenta esta posibilidad. 2. Apex de la Deformidad Angular. 2.1 Concepto El Ápex (o vértice) de una DA es el punto de intersección de los ejes anatómicos proximal y distal de un determinado segmento óseo. Una deformidad en un segmento óseo puede tener un ápex o vértice (deformidad monoapical) o varios (multiapical), pudiendo llegar teóricamente a un número infinito de ápex en las deformidades arciformes. 2.2. Determinación del (los) ápex de una DA en un segmento óseo. Definir este punto en ambos planos AP y L, y definirlo correctamente, es de crucial importancia en el tratamiento de las DDAA porque es a ese nivel donde idealmente debe hacerse su corrección. Los pasos serían los siguientes: 1. Trazar las líneas articulares proximal y distal del hueso en cuestión (en el fémur proximal, trazar el eje del cuello). 2. Trazar las líneas diafisarias según los valores normales de los AED o del ACD en fémur proximal. Si las líneas diafisarias se cruzan en un solo punto dentro del hueso, este corresponderá al ápex, y la deformidad será por tanto monoapical (un ápex). 3. Si las líneas diafisarias no interseccionan dentro del hueso deberemos tratar de encontrar un segmento diafisario intermedio y trazar su eje anatómico (que debe ser recto excepto en el fémur Lateral). En caso de deformidad biapical esa línea interseccionará, dentro del hueso, con las líneas diafisarias próxima y distal en dos puntos que corresponderán a los dos ápex de la deformidad. 60 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano 4. En caso de múltiples angulaciones (tres o más), en vez de un segmento intermedio habrá varios y sus ejes anatómicos de cruzarán en tantos puntos como ápex tenga la deformidad. Este es un caso realmente raro en la práctica clínica. 5. Finalmente, y esto no es tan excepcional, la deformidad puede ser curvilínea (también llamada arciforme o circular). En estas deformidades el número de ápex es, por definición, infinito y, por tanto, su determinación clínica prácticamente imposible. Con fines prácticos, lo recomendable en una deformidad curvilínea es realizar los dos primeros pasos y tratar de encontrar una línea recta que cruce dentro del hueso con las líneas proximal y distal y que, en lo posible transcurra en toda su longitud dentro de la diáfisis. De esta manera convertiríamos una deformidad multiapical en una solo biapical lo que, con vistas al tratamiento quirúrgico, es de gran importancia. Sobre todo en las DA monoapicales, puede darse una circunstancia que merece la pena mencionar porque ocurre no infrecuentemente. Se trata de las DA con traslación asociada (típico en consolidaciones viciosas postfractura o postosteotomía) donde el ápex “aparente” no debe confundirnos con el ápex real. Para completar el análisis mecánico de la deformidad, una vez determinado el o los ápex de la misma (normalmente en cm desde la línea articular correspondiente), debemos determinar y consignar los siguientes parámetros: - Plano y dirección de la angulación: Varo o Valgo en plano AP y procurvatum (antecurvatum) o recurvatum en el plano L. - Grados de angulación a nivel de cada ápex, lo que nos da una idea exacta de la severidad de la deformidad. Estos pasos, así como la planificación del tratamiento, se han realizado siempre y se siguen realizando de una manera manual (dibujando las líneas y midiendo los ángulos sobre un calco de la radiografía) pero actualmente se van desarrollando aplicaciones informáticas que hacen la misma tarea pero de una manera mucho más eficiente y exacta. En el apartado dedicado a la planificación mecánica se detallan los requerimientos técnicos para estos menesteres. 3. Deformidades Clínica, Radiológica y Real Una vez desarrollado el tema de Análisis de las DDAA, conviene detenerse aunque sea un momento a distinguir la Deformidad Clínica (la que se ve en el paciente externamente) de la Deformidad Radiológica (la apreciada en los estudios de imagen) y la DA Real del hueso en cuestión. Generalmente, estas tres DDAA están, como es obvio, directamente relacionadas pero, en ocasiones, las diferencias son notables y pueden dar lugar a confusiones indeseadas. La Deformidad Clínica lógicamente viene influenciada por la deformidad del hueso pero también por el volumen de las partes blandas (obesidad), las deformidades compensatorias del mismo hueso o de los 61 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano otros huesos de la extremidad y trastornos articulares que pueden hacer que “veamos” una DA que no tiene nada que ver con la real del hueso. También la deformidad radiológica puede ser engañosa cuando por ejemplo, las epífisis están poco osificadas bien por inmadurez o debido a alguna patología. Como los Rayos X solo detectan la porción calcificada del hueso, nuestras mediciones pueden ser erróneas con respecto a la deformidad real (incluyendo el cartílago que no “ven” los Rayos X). Un ejemplo típico es la enfermedad de Blount Infantil. En ella, la DA real puede ser menor que la radiológica y mayor que la clínica. La primera diferencia se explica por el componente cartilaginoso que pasa desapercibido a las radiografías (como hemos dicho, puede detectarse con artrografías o con RM) y, la segunda, por la frecuente deformidad compensadora del fémur distal en valgo y la hipertrofia meniscal interna que tratan de corregir la DA tibial proximal. Ni que decir tiene, que la deformidad que nos interesa analizar y corregir con la mayor exactitud posible es la Deformidad Real del hueso afecto. Lecturas Recomendadas 1. De Pablos J, Cañadell J. Métodos de Elongación ósea y sus Aplicaciones. Pamplona. Ediciones Universidad de Navarra, 1990. 2. De Pablos, J. La Rodilla Infantil. Madrid: Ergon, 2003. 3. Esteban Múgica, B. Desviaciones de los ejes de miembros inferiores en la infancia. Madrid. Sociedad Española de Cirugía Ortopédica y Traumatología, 1981. 4. Hensinger RN. Standards in Pediatric Orthopedics. New York: Raven Press, 1986 5. Paley D, Herzenberg J, Tetsworth K, McKie J, Bhave A. Deformity Planning for Frontal and Sagital Plans Corrective Osteotomies. Ortho. Clinics North Am 1994;25:425-465. 6. Paley, D. Principles of Deformity Correction. Nueva York: Springer, 2004. 7. Peinado A. Torsión y angulación de las EEII. En J de Pablos, González P. Apuntes de Ortopedia Infantil. Madrid:Ergon, 2000: 223-230 8. Schoenecker PL, Stanitski D. Angular Deformities of the Lower Extremities (libro Congreso POSNA). Orlando: Pediatric Orthopaedic Society of North America, 1999. 62 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano FIXAÇÃO EXTERNA MONO LATERAL, PRINCÍPIOS Pablo Óscar Roza Miguel Introducción La fijación externa ha demostrado ser un método de tratamiento válido para multitud de patologías traumatológicas y ortopédicas. No obstante, al igual que ocurre con otros dispositivos de fijación, su uso requiere de conocimientos específicos por parte del cirujano. Una buena comprensión de los aspectos biomecánicos de la fijación externa es especialmente importante, dado que la principal particularidad de los fijadores es que se colocan por fuera de la piel y ello ha llevado a que exista una mayor libertad de diseño en comparación con las placas o los clavos, cuyas formas están limitadas por el propio organismo. Existen dos escuelas principales a la hora de enfocar las correcciones óseas mediante el uso de fijadores externos. Gavril Ilizarov, en la Unión Soviética, revolucionó las correcciones esqueléticas con el uso de su fijador circular mientras que la escuela de Verona –liderada por Giovanni De Bastiani- resolvía el mismo tipo de patologías empleando fijadores monolaterales. Aunque mucho se ha discutido sobre la idoneidad biomecánica de uno u otro tipo de fijación (circular vs. monolateral), tal vez lo más adecuado sea utilizar uno u otro método en función del paciente, la patología o la formación del cirujano. En este trabajo, nos centraremos en conocer los principios básicos que deberían de regir la aplicación y el uso de un fijador monolateral a la hora de realizar elongaciones óseas o correcciones angulares. Factores que influyen en la estabilidad del montaje monolateral Trazo de la fractura El grado de conminución, el hueso fracturado y otra serie de factores afectan a la estabilidad del montaje. Ello debería de ser tenido en cuenta por el cirujano a la hora de decantarse por uno u otro montaje. En el caso de la ortopedia, será importante considerar el nivel de la osteotomía y su localización. 63 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Diseño del fijador El formato de los fijadores externos presenta una gran variabilidad y no todos muestran el mismo grado de resistencia mecánica. Los fijadores tubulares (tipo AO) no ofrecen la misma estabilidad que otro tipo de fijadores monolaterales más complejos y, dentro de estos, las calidades también son variadas. Además de la estabilidad mecánica, también es de capital importancia la capacidad dinámica del dispositivo. Diseño del tornillo De nada sirve tener un fijador muy resistente si el tornillo no está a la altura. Incrementos en el diámetro del tornillo suponen mejoras en la rigidez del montaje. La limitación a esto se encuentra en las posibilidades de fracturar el hueso de modo iatrogénico y, por ello, el diámetro ideal del tornillo se ha señalado tradicionalmente como de una tercera parte del diámetro del hueso a tratar. El material del tornillo también altera la rigidez del montaje, aunque la mayoría suelen estar fabricados en acero quirúrgico. El formato de la rosca también afecta al agarre en el hueso. Los tornillos troncocónicos generan una mayor sujeción, reducen la temperatura de inserción y la osteolisis. Recubrimiento del tornillo La hidroxiapatita ha demostrado ser la clave a la hora de incrementar la fuerza de agarre de los tornillos óseos. Mientras que un tornillo metálico se afloja progresivamente a medida que transcurre el tratamiento, un tornillo con hidroxiapatita se osteointegra e incrementa su fuerza de agarre. Se reduce así la movilidad del tornillo y, con ello, las posibilidades de aflojamiento, irritación de partes blandas e infección. La hidroxiapatita es altamente recomendable en tratamientos que se prevén como de larga duración o en los que hay elevadas posibilidades de infección. 64 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Apoyo bicortical del tornillo El tornillo ha de apoyarse en ambas corticales para resistir bien las fuerzas. Si no es así, el hueso esponjoso cederá ante la presión y el tornillo se aflojará. Técnica quirúrgica adecuada No es un factor de diseño propiamente dicho, pero el llevar a cabo una técnica quirúrgica adecuada es algo de extrema importancia a la hora de logar que el fijador sea suficientemente estable. Si se realiza un brocado a excesiva velocidad que produzca una necrosis térmica, si al no brocar tenemos un astillamiento de la segunda cortical o si colocamos los tornillos descentrados con respecto al eje del hueso, nos encontraremos con problemas a lo largo del tratamiento. Es muy importante que el cabezal no aplique fuerzas de pre-tensado sobre los tornillos, pues generan osteolisis y aflojamiento. Número de tornillos por segmento Cuando se utiliza fijación externa monolateral, el número mínimo de tornillos a emplear es de dos por segmento. En alargamientos o tratamientos largos es conveniente colocar un tercer tornillo para evitar problemas en caso de que sea necesario retirar algún tornillo. Los estudios que se han realizado demuestran que un mayor número de tornillos incrementa la rigidez del montaje, pero a partir de cuatro tornillos por segmento óseo, el incremento de rigidez no es significativo. 65 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Distancia entre el tutor y el hueso A mayor distancia, mayor brazo de palanca y mayores fuerzas de doblado resistidas por el tornillo. Por un lado, el propio tornillo se flexiona, lo que hace que el hueso sujetado por él se desplace. Por otro lado las fuerzas de doblado en la interfase hueso tornillo hacen que la osteolisis sea más importante. Distancia entre tornillos dentro de un mismo segmento óseo (distancia entre tornillos dentro de un mismo cabezal) A mayor distancia entre tornillos, más estable quedará el segmento. Por ello se recomienda, siempre que sea posible, utilizar los orificios más externos de cada cabezal. Incrementamos así la superficie sobre la que el tutor externo aplica fuerza sobre el hueso. Distancia entre tornillos de distintos segmentos óseos (distancia entre cabezales) Incrementar la distancia entre los cabezales aumenta el brazo de palanca de las fuerzas que resiste el tutor externo y reduce la estabilidad del montaje. Montajes multiplanares En principio, y suponiendo que se usa el mismo modelo de fijador externo, un montaje biplanar es más estable que uno monoplanar. Del mismo modo uno multiplanar será aún más rígido. En un fijador monolateral, se puede incrementar la resistencia empleando cabezales que permitan la inserción de tornillos en varios planos. 66 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Elongación ósea mediante fijación externa monolateral La elongación ósea mediante fijador monolateral no presenta especiales peculiaridades con respecto a la realizada con fijación circular y por ello no nos detendremos en su análisis. Únicamente comentaremos el método empleado por la escuela de Verona, conocido como callotasis, y que se divide en las siguientes fases: Implantación del fijador y osteotomía La osteotomía ha de ser metafisaria, percutánea y respetando el periostio al máximo. Incluso debería de suturarse el mismo siempre que sea posible pues tiene un importante papel osteogénico. De Bastiani no incidía demasiado en el respeto a la circulación endóstica, pues consideraba que era imposible hacer una corticotomía perfecta y que, además, ésta circulación se restauraba rápidamente. Fase de latencia Los extremos de la osteotomía se mantienen en contacto durante un período de tiempo que depende del tipo de patología y del hueso a tratar (7-10 días en huesos largos) mientras se forma un callo óseo apto para ser manipulado. Fase de distracción El alargamiento suele seguir un ritmo de 1 mm al día (dividido en cuatro saltos de 0.25 mm cada uno). No obstante, el ritmo debe ajustarse a la formación del callo observado en las radiografías. Fase de neutralización Al llegar al final del alargamiento, el fijador se bloquea en posición para permitir el endurecimiento progresivo del callo. Fase de dinamización Se trata de la transmisión progresiva de carga al segmento elongado. Si el diseño del fijador lo permite, lo ideal es tener una primera etapa de dinamización controlada que evite el colapso y otra segunda de dinamización libre en la que el fijador controla todas las fuerzas que actúan sobre el hueso excepto la carga axial. 67 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Retirada Cuando se produzca la consolidación radiográfica. Como regla habitual, se retira el fijador cuando tres de las cuatro corticales son visibles. Correcciones angulares y rotacionales mediante fijación externa monolateral Los principios de corrección angular generales son totalmente válidos a la hora de llevarlos a la práctica mediante el uso de un fijador monolateral, pero hay que tener en cuenta una serie de consideraciones prácticas. Al igual que con un fijador circular, la bisagra sobre la que se realiza la corrección ha de situarse sobre el ápex de la deformidad o CORA. No obstante, es imposible colocar dicha bisagra en el vértice mismo de la angulación y siempre presentará una distancia horizontal con respecto a la misma. Por ello, en función del lado del hueso en el que situemos el fijador, tendremos que la corrección pura nos llevaría a tener: Fijador situado en el lado convexo de la deformidad: La corrección de la deformidad llevaría a incrementar la longitud del segmento óseo. Fijador situado en el lado cóncavo de la deformidad. La corrección de la deformidad llevaría a reducir la longitud del segmento óseo. Teniendo en cuenta esto, para corregir deformidades angulares se pueden seguir varias estrategias de corrección: 68 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Corrección en agudo: El paciente abandona el quirófano con la deformidad ya corregida. Nunca se debe realizar una corrección de más de 20º si se pretende realizar un alargamiento en el mismo lugar. Se debe tener precaución con el nervio peroneal en correcciones de la tibia proximal y con la alineación de la rótula en el fémur distal. Algunos fijadores externos monolaterales están dotados de mecanismos para que la corrección aguda sea extremadamente precisa. Corrección progresiva: Es importante tener en cuenta que no se debe realizar la corrección alargando el callo, sino manipulándolo. Biológicamente más respetuosa, también resulta más precisa. En función de la colocación del fijador y de sus características, se pueden seguir varios procedimientos. Hemicallotasis con el fijador en el lado cóncavo de la deformidad. Con la bisagra a la altura de la deformidad, se practica una osteotomía incompleta y se procede a distraer el fijador. La bisagra se deja libre y la parte del hueso no osteotomizada hace las veces de fulcrum de la corrección. Es interesante que la bisgra del fijador permita cierto movimiento horizontal para evitar pequeñas traslaciones al finalizar la corrección angular. Callotasis y manipulación del callo con el fijador perpendicular al plano de la deformidad. Suele emplearse un cabezal tipo T-Garches que se sitúa totalmente anterior para corregir las deformidades en varo o valgo de la tibia proximal. La bisagra se sitúa a la altura de la deformidad (habitualmente metafisaria) y se practica una osteotomía completa que distraerá hasta tener un regenerado óseo de una longitud suficiente como para ser basculado y generar una cuña que corrija el defecto. 69 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Callotasis y manipulación del callo con el fijador en el lado cóncavo de la deformidad. La corrección sin elongación previa (o sin resección de una cuña de hueso) resultaría imposible pues, como ya hemos comentado, la corrección con el fijador en el lado cóncavo supone un acortamiento del segmento óseo. Por ello, el procedimiento correcto es elongar tanto como sea necesario (manteniendo la deformidad) y, una vez alcanzada la longitud deseada, “cerrar la cuña” corrigiendo la alineación. Callotasis y manipulación del callo con el fijador en el lado convexo de la deformidad. Aunque la corrección directa sería teóricamente posible, el diseño de los fijadores monolaterales la hacen no recomendable en la mayoría de los casos debido a la falta de capacidad mecánica para lograr corrección angular y aumento de longitud al mismo tiempo. Por ello, el procedimiento correcto es elongar tanto como sea necesario (manteniendo la deformidad) y, una vez alcanzada la longitud deseada, “cerrar la cuña” corrigiendo la alineación. En este caso, para cerrar la cuña será necesario perder algo de longitud en el cuerpo del fijador. Es importante recordar que los fijadores monolaterales se pueden emplear también para corregir deformidades multiplanares. Para ello, se busca la orientación de la deformidad según la técnica de Paley y se insertan los tornillos con esa orientación. Así se puede tratar como si se tratase de una deformidad uniplanar. En caso de que la orientación no caiga dentro de los corredores de seguridad habituales, o bien se utiliza un fijador circular o bien se emplea un fijador monolateral con capacidad para rotar la bisagra de modo independiente al cuerpo del fijador. Una de las limitaciones de los fijadores externos monolaterales es la corrección rotacional progresiva. Es algo que no se puede llevar a la práctica, ya que la rotación del tutor llevaría a una traslación del hueso. La única posibilidad es hacer dichas correcciones de modo agudo y emplear las plantillas que algunos modelos de fijador ofrecen para hacerlo de modo preciso. 70 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano En resumen, si se seleccionan los casos adecuados y se siguen los principios correctos, la fijación externa monolateral puede ser una solución válida y eficaz para el tratamiento de desórdenes esqueléticos. Los nuevos modelos de fijador externo monolateral permiten abordar problemas que estaban reservados a los fijadores circulares y ello permite incrementar el confort para el paciente y simplifican su implantación al cirujano. PLANIFICAÇÃO MECÂNICA, ERROS COMUNS Prof. Júlio de Pablos (Hospital San Juan de Dios - Pamplona) Una vez realizado el análisis mecánico de la DA, si hemos indicado corregirla, debemos proceder a la Planificación Mecánica de la Corrección con lo que, idealmente, deberán quedar establecidos el nivel, magnitud y plano(s) donde haremos la corrección angular. Principio Esencial en la Corrección de las DDAA Idealmente, toda Deformidad Angular debe corregirse en: - el hueso donde asienta, - a nivel del ápex y - en el(los) plano(s) de la misma, hasta que los parámetros fundamentales del análisis mecánico se hayan normalizado. Concretamente, como ya ha sido mencionado en el análisis mecánico, estos parámetros son: ejes mecánicos del miembro, ángulos epífiso-diafisarios, ejes anatómicos de fémur y tibia/peroné y orientación articular de rodilla y tobillo. Para no ser reiterativos referimos al lector a las páginas dedicadas al análisis mecánico de la DA (capítulo IV) donde encontrará los valores que consideramos normales para estos parámetros. Los errores u omisiones en cumplir con este principio constituyen las principales fuentes de malos resultados en la corrección quirúrgica de las DDAA. 1. Material gráfico útil para la planificación mecánica. De nuevo insistimos que ,a pesar de sus limitaciones, el análisis y la planificación son pasos esenciales en el manejo de las DDAA. Esta tarea tradicionalmente se ha realizado manualmente y para ello, junto con un estudio radiológico completo y de calidad, son necesarios: • Papel o plástico que permitan calcar la silueta del(los) hueso(s) • Marcadores si es posible de diferentes colores • Goniómetro/Regla. • Cordón y/o cinta métrica 71 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano • Instrumento de corte (tijera, “cuter”…) • Cinta adhesiva Con estos sencillos medios podemos llegar a analizar y simular manualmente el tratamiento corrector de prácticamente todas las DDAA que nos vamos a encontrar en nuestra práctica clínica No obstante, la informática ha puesto en nuestras manos aplicaciones que han hecho más sencillo (esto es controvertido) y exacto este trabajo. Nosotros, básicamente trabajamos con: • Ordenador convencional o con pantalla táctil (Tablet PC). • Tableta Gráfica de tamaño A5 o A4 • Goniómetro Virtual • Power Point (principalmente) u otras aplicaciones como Photoshop o Traumacad ® ® ® Con estos simples requerimientos podemos: - Dibujar ejes - Medir ángulos (Goniómetro Virtual) y longitudes - Siluetear los huesos (Tableta Gráfica o Tablet PC) - Simular correcciones (osteotomías) Los pasos con este tipo de trabajo informático son muy sencillos. En primer lugar realizamos el análisis mecánico dibujando los ejes del hueso deformado y calculando el(los) ápex lo que, como hemos mencionado antes, nos dará el nivel de la(s) osteotomía(s). En ese momento podemos aprovechar también para calcular, con el goniómetro virtual, los grados de deformidad. Seguidamente silueteamos los fragmentos óseos que quedarían tras la(s) osteotomía(s), y agrupamos cada uno con su eje anatómico. A partir de ese momento, solo queda manipular (girar y/o trasladar) los fragmentos hasta que los ejes queden completamente alineados. Si hemos hecho esto correctamente, obtendremos, entonces, una simulación de cómo quedaría el hueso de corregido haciendo las osteotomías a los niveles y en la magnitud determinados por nuestros cálculos. 2. Escenarios de Corrección Angular. Dependiendo de la complejidad de la deformidad podemos encontrarnos con diferentes situaciones. 2.1. DEFORMIDAD ANGULAR SIMPLE (a uno o varios niveles). En las DDAA que no tienen otro componente (rotacional, traslacional), bastará con corregir la deformidad a nivel del ápex de la misma y en el plano en que esté producida (varo-valgo o procurvatum-recurvatum) hasta que los ejes anatómicos de los segmentos proximal y distal coincidan. Obviamente, la magnitud de la corrección tiene que ser igual al ángulo de deformidad o desviación formado entre los ejes anatómicos en el ápex. 72 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Si en el mismo hueso hay más deformidades, la corrección se realizará a tantos niveles como ápex haya. En cada ápex haremos lo mencionado arriba de manera que después de la corrección, todos los ejes anatómicos de los diferentes segmentos coincidirán, convirtiéndose en uno solo: el eje anatómico del hueso en cuestión. Como hemos insistido, la corrección debe hacerse en el ápex de la deformidad y el no hacerlo así (corregir fuera del ápex), nos obligará a realizar una traslación de los segmentos óseos para completar la corrección del eje, que será mayor cuanto más alejada del ápex hayamos realizado la corrección. 2.2 DA CON TRASLACIÓN. Sobre todo en fracturas, y también tras osteotomías, se puede producir una consolidación viciosa consistente en angulación y traslación de los fragmentos lo que hace que el ápex, en vez de situarse en el lugar de la fractura u osteotomía (ápex aparente), se ubica proximal o distalmente a las mismas (ápex real). En estos casos podemos planificar la corrección de dos maneras: o Corregir a nivel del ápex real hasta que los ejes anatómicos coincidan como si fuera una DA simple (ver más arriba). Esto corregiría los ejes pero la forma externa del hueso quedaría alterada en mayor o menor medida dependiendo de la traslación previa. o Corregir primero la traslación, lo cual haría que los ápex real y aparente coincidieran (así se convierte en una DA simple) y posteriormente corregir la angulación hasta que los ejes anatómicos coincidan. Esta es la opción ideal porque la corrección se produce sin dejar deformación externa del hueso en cuestión. 2.3 DA CON ROTACIÓN. En estas deformidades, que nosotros siempre corregimos con osteotomías, es muy difícil aislar ambos componentes y hacer una planificación a priori de la magnitud de la corrección angular. Por ello, lo que más habitualmente hacemos es, intraoperatoriamente después de la osteotomía, corregir primero la rotación y seguidamente corregir la angulación resultante (que puede ser diferente de la medida preoperatoriamente). Un método muy útil para orientarnos sobre si la corrección es adecuada intraoperatoriamente es utilizar el cable del bisturí eléctrico. Con la EI inmóvil y bajo control de Rx, una vez corregida la rotación, colocamos un extremo del cable en el centro de la cabeza femoral y el otro extremo en el centro del tobillo simulando el eje mecánico del miembro. Así, vamos corrigiendo la angulación hasta que este eje mecánico simulado pase por el centro de la rodilla momento en que procedemos a la fijación de la osteotomía. 2.4 DA CON DISMETRÍA DE EEII. Se trata de otro escenario bastante habitual. La dismetría debe tenerse muy en cuenta cuando analizamos y planificamos una DA porque, entre otras cosas, puede ser compensada en el mismo tratamiento en que corregimos la DA. Según sea la dismetría, podemos encontrarnos 73 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano o Dismetrías leves-moderadas (menos de 3-4 cm): En estos casos puede bastar con la osteotomía correctora para conseguir total o casi totalmente la dismetría. Como veremos más adelante, si el hueso deforme es el corto (lo más habitual) tenderemos a realizar osteotomías de apertura mientras que si es el largo la osteotomía más adecuada será de cierre (o de resección). o Dismetrías importantes (más de 4 cm): En estas situaciones no bastará generalmente con la mera corrección angular por lo que tendremos que planificar el uso de técnicas de distracción ósea para corregir la dismetría. Esto como también veremos se consigue en la gran mayoría de los casos con los aparatos de fijación/distracción externa. 3. Otros datos a tener en cuenta en la Planificación Mecánica • Deformidades adyacentes compensadoras. Hay importantes deformidades en un hueso de una extremidad que están compensadas con una deformidad en sentido contrario del hueso vecino (p. ej. una tibia vara proximal compensada con un fémur valgo distal), lo que hace que el eje mecánico de la extremidad tienda a neutralizarse y, clínicamente, se muestren desviaciones menores o nulas aunque sea a expensas de una rodilla oblicua. Nuestra planificación en estos casos debe considerar la corrección de ambas deformidades, no solo la principal. • Laxitud articular. Sobre todo en la rodilla deben ser tenidas en cuenta en la planificación, si bien muchos de estos “bostezos” articulares están generados por la propia deformidad ósea y mejoran notablemente con la corrección de ésta. Cuando esto no es así, hay que tratar también el problema ligamentoso que con frecuencia es la parte más difícil del tratamiento corrector. • Cartílago epifisario. La deformidad debe ser medida y su corrección planificada, teniendo en cuenta el componente cartilaginoso de la epífisis que, como ha sido comentado más arriba puede modificar notablemente el ángulo epífiso-diafisario medido en la radiografía (importante en epífisis muy inmaduras, enfermedad de Blount infantil, etc.) • Rigideces articulares. Esto es algo crucial en la planificación de las deformidades. De poco sirve corregir una DA en un hueso si, por una rigidez articular vecina, el miembro va a quedar en un postura viciosa. Un ejemplo típico el el genu valgo progresivo que se aprecia en adultos jóvenes con un problema coxofemoral antiguo que ha conducido a una cadera rígida en adducción. En este caso, la deformidad de la rodilla compensa la rigidez de la cadera en adducción por lo que, corrigiendo el genu valgo, lo que conseguiremos es una EI adducta que probablemente sea mucho más incapacitante que la situación previa. Del mismo modo si, en un caso similar, tratamos solo la cadera (p. ej. con una artroplastia) es muy probable que se ponga más de manifiesto la deformidad de la rodilla. 74 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano En definitiva, la recomendación a este respecto sería: antes de corregir una DA ósea, se debe explorar a fondo todas las articulaciones de esa extremidad y la contralateral para descartar rigideces que vayan a comprometer el resultado de la corrección y, en el caso que las haya, incluir su tratamiento en la planificación global del tratamiento. 4. Errores típicos en la Planificación Mecánica Conocerlos nos puede ayudar sobremanera a no cometerlos. En el estudio de nuestras propias correcciones angulares defectuosas, (generalmente osteotomías), hemos podido comprobar que, eliminando los casos de simple hipo o hipercorrección angular, la causa casi siempre estaba en alguno de los siguientes errores de planificación: Corregir el hueso equivocado. Cuando hacemos esto, podemos decir que estamos corrigiendo una deformidad produciendo otra, lo cual infringe una de las normas ortopédicas más elementales. Un caso típico es corregir un genu valgo por una DA en valgo en el fémur distal que, como es sabido es una asociación frecuente, mediante una osteotomía varizante (o antivalgo) de tibia proximal. El resultado final de este error concreto es, en el mejor de los casos, un eje mecánico de la EI correcto y una mínima o nula deformidad externa del miembro pero con una rodilla oblícua lo que conducirá probablemente a dolor a corto plazo y a degeneración articular – gonartrosis – prematura. Corrección fuera del ápex de la DA. Esto puede ser un error en algunos casos pero, también, una necesidad en otros ya que hay ocasiones en que no podemos corregir exactamente al nivel quisiéramos. En cualquier caso, intentar corregir fuera del ápex genera una nueva DA (y, por tanto, un nuevo ápex) que aunque corrija la orientación articular, genera una deformidad de la diáfisis del hueso y una traslación de ejes poco o nada recomendables. Esto, como ya ha sido mencionado, nos obliga a realizar una traslación de los fragmentos en el plano de la angulación que deberá ser tanto mayor cuanto más lejos del ápex realicemos la corrección que, aunque mecánicamente sea más aceptable aún presentará una deformidad diafisaria final que pueda no gustar ni al cirujano ortopédico ni al paciente. Obviamente el tratamiento más deseable ante este error sería deshacer la corrección y realizar la nueva corrección donde debía haber sido hecha inicialmente (en el ápex), pero, repetimos, esto no siempre es posible. Valoración incompleta. Aquí englobamos una serie de errores en los que el denominador común es el no haber tenido en cuenta más que parte del problema (parte de la deformidad). Así, en una deformidad de la EI a expensas de dos o más segmentos podemos haber corregido sólo uno de ellos (es el caso ya mencionado de las deformidades compensadoras). Otro error por omisión se ve en ocasiones en las deformidades multiapicales, corregidas solo en uno de los ápex o, finalmente, en las DA en varios planos en que sólo se corrige la deformidad en uno de ellos. 75 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Errores técnicos. Por fin también los errores pueden ser técnicos, es decir, por aplicación defectuosa de las técnicas o aparatos correctores. Un ejemplo ilustrativo puede ser el intento de corrección progresiva de una tibia vara mediante un fijador-distractor externo colocado en la parte externa de la pierna. En un caso así, además de ser imposible la corrección pretendida, lo que es probable es que el paciente sufra una parálisis del nervio ciático poplíteo externo por uno de los tornillos de fijación. De ahí la recomendación de conocer bien los medios de corrección disponibles y cómo utilizarlos para, así, poder elegir el mejor para el paciente. Lecturas Recomendadas 1. De Pablos, J. La Rodilla Infantil. Madrid: Ergon, 2003. 2. De Pablos J, Cañadell J. Métodos de Elongación ósea y sus Aplicaciones. Pamplona. Ediciones Universidad de Navarra, 1990. 3. Esteban Múgica, B. Desviaciones de los ejes de miembros inferiores en la infancia. Madrid. Sociedad Española de Cirugía Ortopédica y Traumatología, 1981. 4. Green SA, Gibbs P. The relationship between angulation to translation in fracture deformities. J Bone Joint Surg 76-A;390-7:1994. 5. Green SA, Green HD. The influence of radiographic projection on the appearance of deformities. Orthop Clin North Am 25;467-75: 1994. 6. Paley, D. Principles of Deformity Correction. Nueva York: Springer, 2004. 7. Paley D, Tetsworth K. Preoperative planning of uniapical angular deformities. Clin Orthop 280;48-64:1992. 8. Paley D, Tetsworth K. Preoperative planning of multiapical angular deformities. Clin Orthop 280;65-71:1992. 9. Paley D. Testworth K. Principles of deformity correction by the Ilizarov method. In: Chapman (ed): Operative Orthopaedics. Lippincott, Filadelfia (2 ed.): 863-948, 1993. Paley D, Herzenberg J, Tetsworth K, McKie J, Bhave A. Deformity Planning for Frontal and Sagital Plans Corrective Osteotomies. Orthop Clin North Am 1994; 25:425-4 76 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano PRINCÍPIOS GERAIS NA CIRURGIA DAS DEFORMIDADES Prof. Pedro González Herranz (Hospital Teresa Herrera - Corunha) Existen múltiples alternativas para el tratamiento de las DD AA de los miembros, pero la elección terapéutica debe basarse en el conocimiento del comportamiento de la deformidad, edad del paciente y tipo de deformidad. Así podemos conocer la evolución natural y pronostico. Algunos casos no van a precisar tratamiento quirúrgico y pueden requerir exclusivamente una observación periódica para comprobación de fenómenos de remodelación que corrigen de formas espontanea una deformidad, en otras ocasiones pueden requerir dispositivos ortésicos o tratamientos médicos para corregir desequilibrios metabólicos. En aquellos en los que hemos observados que la evolución natural no es favorable y son candidatos a tratamiento quirúrgico la indicación quirúrgica debe basarse además en una planificación mecánica para localización del lugar/es donde asienta la deformidad/es o si existen otras anomalías asociadas (deformidad rotacional, discrepancia, fragilidad ósea, tumores, estado de la piel…). Básicamente dos alternativas quirúrgicas podemos realizar: osteotomía o la cirugía fisaria. Las osteotomías presentan la ventaja que proporcionan una corrección aguda de la deformidad y son estabilizadas habitualmente mediante una osteosíntesis interna. No obstante en ocasiones es difícil corregir en el lugar exacto de la deformidad, una corrección aguda puede provocar una elongación excesiva de estructuras nerviosas, no permite compensar discrepancias concomitantes, etc... En estas situaciones pueden emplearse aparatos de fijación externa que de forma progresiva corrijan la deformidad y compensen la dismetría. La técnicas quirúrgicas sobre la fisis (hemi-epifisodesis o desepifisiodesis) requieren crecimiento remanente suficiente, aspecto muy subjetivo y variable en función del sexo, edad y estado de la fisis. La hemi-epifisodesis requiere además una fisis sana y la desepifisiodesis una extensión < del 30-50% y además, suele requerir una osteotomía asociada. Una última alternativa de Cirugía fisaria, es la distracción asimétrica del fisis mediante un aparato de fijación externa indicada en deformidades angulares en las que el lugar de la deformidad es el cartílago de crecimiento por existencia de puentes o barras óseas generalmente pos fracturas fisarias o infecciones. En estos casos el momento ideal para realizar este procedimiento es próximo a la madurez esquelética para evitar la recidiva y evitar la aparición de dismetrías, ya que es habitual el cierre fisario precoz tras la realización de una distracción fisaria . 77 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano OSTEOTOMIAS AGUDAS Prof. Júlio de Pablos (Hospital San Juan de Dios - Pamplona) Las osteotomías, en general, constituyen el método más difundido de corrección de las DDAA. Suelen hacerse aisladamente pero también pueden ir asociadas a otros tratamientos correctores o complementarlos ulteriormente en caso de que aquellos no hubieran sido suficientes. Así, hemos hablado, p. ej., de la posibilidad de que acompañen a técnicas de cirugía fisaria como la desepifisiodesis o la hemiepifisiodesis en DDAA por puentes fisarios. En nuestro medio, dados los avances técnicos y tecnológicos de las últimas décadas, en las osteotomías, prácticamente ya no se utilizan métodos de contención tipo yeso o férulas plásticas. Su fijación (que en ocasiones sí puede suplementarse con yesos) es prácticamente siempre, bien material de osteosíntesis interna o fijación externa. 1. Osteotomía de corrección Aguda vs. Progresiva. Cuando indicamos una osteotomía, una de las primeras preguntas que debemos hacer es si la corrección con dicha osteotomía debe ser aguda (inmediata), o progresiva (gradual). Hay varios factores que nos ayudan a decidir, entre los que destacan: 1. Severidad. A mayor severidad, mayor dificultad y riesgo neurovascular por lo tanto mayor necesidad de corrección progresiva. 2. Localización y plano de la deformidad. La tibia y sobre todo su porción proximal, son un hueso y una localización donde la corrección aguda suele ser arriesga, y más si la desviación es en valgo, por el riesgo de parálisis de nervio ciático poplíteo externo. En estos casos de tibia valga es más segura la corrección progresiva. Por definición, en las osteotomías llamadas de corrección aguda ésta se realiza intraoperatoriamente mientras que en las de corrección progresiva ésta se hace en el postoperatorio. Mientras que las correcciones progresivas no se realizan más que con fijación externa, las agudas pueden fijarse con múltiples métodos de fijación interna y externa. En este apartado vamos a hablar de las osteotomías de corrección aguda fijadas con osteosíntesis interna. 2. Principios generales de las osteotomías de corrección aguda. Han sido múltiples los tipos de osteotomía aguda preconizados para corregir las DDAA y también variados los métodos de fijación recomendados, pero independientemente de eso, hay una serie de principios que se deben intentar cumplir. • Las osteotomías, y con más razón las de corrección aguda exigen, por su difícil reajuste postoperatorio, de una exactitud que lógicamente no es tan importante en las progresivas. Por este motivo, la planificación quirúrgica en las agudas es, si cabe, más importante que en las progresivas. También en estas osteotomías, al corregirse intraperatoriamente, viene bien contar con medios 78 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano como la artrografía intraoperatoria o realizar comprobaciones de ejes como la explicada más arriba con el cable del bisturí eléctrico (ver análisis) que nos ayudarán a ser más exactos en nuestra corrección. • Como sabemos, la corrección debe localizarse lo más próxima posible al apex de la deformidad pero hay ocasiones en que esto es muy difícil o está contraindicado. Por ejemplo, en la enfermedad de Blount infantil la osteotomía debe ser distal a la tuberosidad tibial anterior (infra-tuberositaria) para evitar daños fisarios y, sin embargo, el ápex se ubica a nivel epifiso-metafisario. Hay que tener muy en cuenta, insistimos, que cuanto más alejada esté la osteotomía del ápex, mayor será la necesidad de traslación de los fragmentos con el fin de restablecer el eje mecánico de la extremidad inferior. • En el análisis de la deformidad se debe estudiar el miembro completo, no solo el segmento que parezca más deforme. Estudiar siempre todos los parámetros principales mencionados en el análisis y planificación mecánica. No olvidar que puede haber deformidades compensatorias en los segmentos adyacentes al más deformado, como ocurre con frecuencia en la enfermedad de Blount y algunas displasias, que hay que valorar. Por ejemplo, en la tibia vara de Blount con valgo femoral compensatorio, si después de la corrección tibial, conseguimos una extremidad clínicamente recta, es muy probable que radiológicamente la tibia haya quedado hipocorregida y, la línea articular, oblícua. • En las osteotomías tibiales de corrección aguda, al contrario que en muchas de las de corrección progresiva es, frecuentemente, necesario realizar osteotomía del peroné para permitir la corrección. • En caso de deformidad rotacional asociada a la DA, la osteotomía debe permitir la rotación de los fragmentos. Estas asociaciones, como ocurre p. ej en la enfermedad de Blount infantil, hacen desaconsejable el uso de osteotomías de cúpula u otro tipo de osteotomía irregular o quebrada. • En general, más adelante veremos casos concretos, las osteotomías agudas con fijación interna se indican cuando la cirugía fisaria (por el estado de la fisis y la localización, sobre todo) o la fijacióndistracción externa no están indicadas. Son muy útiles en: 1. Deformidades femorales de cualquier localización y en cualquier plano en pacientes maduros e inmaduros aunque alrededor de la fisis distal femoral, en pacientes de menos de 10-12 años, tendemos a utilizar, de entrada, técnicas de cirugía fisaria. En cuanto a la severidad de la DA, el fémur tolera bien en general (desde el punto de vista vasculonervioso) la corrección aguda de DDAA incluso de 30-40º. 2. Deformidades de tibia/peroné moderadas de localización diafisaria. En las DDAA tibiales proximales, sobre todo si son en valgo y/o antecurvatum, el riesgo de lesiones neurovasculares, incluso si son de escasa severidad, es elevado por lo que ahí tendemos a usar corrección 79 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano 3. progresiva. En los pacientes maduros, las DDAA metafisarias distales son con frecuencia tratadas con osteotomías agudas porque ahí el riesgo mencionado es menor. 4. Tipos de osteotomías de corrección aguda Aunque existen otros tipos de osteotomía correctora aguda, que mencionaremos, nos detendremos más en las osteotomías más habituales: las de cierre (también llamadas de resección o sustracción) y las de apertura (también denominadas de adición). Además del tipo de corrección (aguda), estas osteotomías se parecen en el trazo, simple y lo más transverso posible al hueso deformado. Pero, sobre todo, estos tipos de osteotomía tienen disimilitudes que, en buena medida, van a definir sus indicaciones. En el siguiente cuadro vemos las principales . Tipo de Osteotomía Aguda Cierre Apertura Acorta/Igual Alarga Riesgo vasculo-nervioso menor mayor Dificultad de corrección menor mayor Estabilidad intrínseca mayor menor Consolidación mejor peor Invasividad mayor menor Longitud De esto se deduce que, si incrementar la longitud del hueso deformado es una prioridad, pensemos antes en las osteotomías de apertura, mientras que en caso de haber riesgo vasculonervioso en la corrección angular (tibia valga proximal, por ejemplo), serán las de cierre las más indicadas. La osteotomía de cierre (de resección o sustracción), sobre todo a nivel diafisario es técnicamente poco complicada. Consiste en resecar una cuña de base en la convexidad de la DA, a nivel de su ápex, realizando unos cortes en el hueso que tienen que ser perpendiculares a los ejes anatómicos de los segmentos proximal y distal de la deformidad. También en DDAA multiapicales, sobre todo si no hay intención o necesidad de elongar el hueso, se pueden emplear osteotomías agudas y, si los fragmentos lo permiten, fijarlos mediante osteosíntesis intern. Si la deformidad es biplanar, nuestra recomendación es corregir la deformidad por planos: primero hacemos la corrección en el plano donde la deformidad sea mayor y, una vez hecho esto, corregimos la deformidad en el segundo plano, con una nueva osteotomía si fuera necesario. Quizá sea más elegante hacer de entrada las osteotomías tomando en cuenta los dos planos de deformidad pero es notablemente más difícil y, la probabilidad de fracasar en la corrección es mucho mayor. El componente rotacional, en caso de que exista, se puede corregir antes de 80 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano la corrección angular, pero si es necesario también se puede hacer después dado que este tipo de osteotomía queda transversal al eje anatómico del hueso. Con otras osteotomías intentamos corregir la rotación antes que la DA pero con las de cierre no tenemos preferencias a este respecto. El riesgo de complicaciones neurovasculares existe pero es menor que en las osteotomías de apertura, por lo que, cuando la deformidad es severa y queremos conseguir una corrección aguda, las de cierre son preferibles. Una posible desventaja de esta osteotomía es el acortamiento del miembro tras la corrección. En realidad no es un mayor problema ya que el acortamiento producido por la resección se compensa con la corrección angular y, al final, este efecto suele ser mínimo o inexistente. Las osteotomías de apertura aguda, técnicamente necesitan, sobre todo, elegir bien el nivel de osteotomía y realizarla correctamente. El nivel adecuado, como siempre, es el ápex de la deformidad y la línea de corte deberá coincidir, idealmente, con la bisectriz del ángulo formado por los ejes anatómicos de los segmentos proximal y distal. En caso de deformidad biplanar elegimos el plano de mayor deformidad, hacemos la osteotomía con esas coordenadas, corregimos en ese plano y, una vez hecho esto, corregimos el plano de menor deformidad. Si existe un componente rotatorio, normalmente corregimos primero la rotación y después la angulación, aunque no hay una regla fija para este orden. En cuanto al abordaje, utilizamos siempre que es posible una vía percutánea o mínimamente invasiva similar a la que preconiza De Bastiani para sus “Callotasis”. En nuestro ámbito utilizamos estas osteotomías sobre todo en fémur, incluso en DDAA severas, por la buena tolerancia de este segmento a las correcciones agudas, y realizamos la fijación con clavos endomedulares o placas. Un caso particular de utilización de placas en el esqueleto infantil es el de las DDAA de cuello femoral donde los sistemas tornillo-placa son de especial utilidad. Por el riesgo neurovascular expresado más arriba, las osteotomías de apertura aguda en tibia, sólo deben ser consideradas en deformidades moderadas en varo (alrededor de 10-15º máximo) en que se puede conseguir la corrección sin producir excesiva tensión. La corrección de deformidades mayores no solo es peligrosa, sino que además suele ser difícil de conseguir. En este punto, debemos insistir en el riesgo elevadísimo de parálisis de nervio ciático poplíteo externo (CPE) al aplicar este tipo de osteotomía en DDAA, incluso leves, del extremo proximal de la tibia, sobre todo si la deformidad es en valgo. En estas situaciones, la osteotomía de apertura aguda está, pensamos, formalmente contraindicada y, como alternativas podríamos utilizar o bien una osteotomía aguda de cierre o, mejor, una de apertura pero progresiva. Teniendo estas alternativas no vemos 81 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano justificada una liberación del CPE asociada a la osteotomía de apertura aguda en tibia proximal, como recomiendan algunos autores. El uso de injerto para rellenar el defecto de la apertura es habitual en adolescentes y, más, en adultos jóvenes sobre todo en las correcciones de mayor envergadura. La mayor parte de las veces utilizamos aloinjertos excepto cuando la capacidad reparativa está comprometida (displasias, multioperados,etc.) en que utilizamos autoinjerto. Sin embargo, en los niños con hueso sano y todavía lejos de la madurez (más de dos años de crecimiento) tendemos a no utilizarlo porque la capacidad osteogénica en estas edades lo suele permitir. Como ventaja más destacada de estas osteotomías mencionaremos que, como con todas las osteotomías de apertura, al corregir conseguimos alargar el hueso lo cual puede ser beneficioso en caso de acortamiento previo. Por otro lado, el hecho de no necesitar extracción de cuña ósea es una ventaja en sí y, además permite utilizar incisiones menores que las osteotomías de cierre pero, como contrapartida, la hace potencialmente más inestable. La osteotomía neutra, es un intermedio entre la de cierre y apertura que nosotros no empleamos porque tiene ventajas de ambas, pero también sus desventajas, entre las que destaca el que es más difícil de ejecución, si queremos reproducir con exactitud en quirófano lo que hemos dibujado previamente en los esquemas. Otro tipo de osteotomía de concepto muy atractivo es la osteotomía en cúpula (clásica o invertida) que teóricamente presenta una mayor estabilidad intrinseca que las anteriores y es, sobre el papel, quirúrgicamente más elegante. El mayor problema de esta osteotomía es que, en nuestras manos, ha sido siempre de muy difícil realización sobre todo a la hora de conseguir un arco regular y del radio preestablecido. Este problema, al que se añade la práctica imposibilidad de conseguir corrección rotatoria, hace que nosotros hayamos abandonado este tipo de osteotomía. Las osteotomías oblicuas tendentes a corregir simultáneamente el varo y la rotación interna tibial, también representan un concepto muy atractivo pero presentan algunas dificultades notables. De ellas la más importante es la exactitud con que debe ser realizado el corte ya que, pequeñas variaciones en el ángulo de incidencia de la sierra, pueden conllevar defectos importantes en la corrección. Por otro lado conseguir el movimiento de derrotación manteniendo el contacto de los fragmentos no es fácil y, dado el plano de osteotomía (de distal a proximal y de delante hacia atrás), el peligro de daño fisario tampoco es desdeñable. Finalmente en casos de deformidades severas, la morfología externa del hueso puede quedar muy alterada después de la corrección lo cual, además, complica mucho la aplicación del material de osteosíntesis. 82 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Osteotomía de elevación de la meseta tibial medial . Este tipo de osteotomía representa también una idea atractiva ya preconizada por Langenskiöld y Riska en 1964 a través de la cual se trata de conseguir la corrección de la deformidad epifisaria tibial en la enfermedad de Blount Infantil con las siguientes ventajas: 1- Corregir la deformidad en varo a nivel de la deformidad 2- Mejorar la inestabilidad ligamentosa medial que algunos autores piensan que es habitual en la enfermedad de Blount. 3- Mejorar la congruencia articular. La primera ventaja parece obvia pero el riesgo técnico es alto al tratarse de una osteotomía intraarticular muy difícil de llevar a cabo correctamente. La segunda ventaja es algo más controvertida ya que para que la osteotomía consiga su función estabilizadora, debe hacerse entre la línea articular y la inserción metafisaria tibial del ligamento, lo cual es técnicamente muy difícil de conseguir y, de hecho, algunos trabajos publican dicha osteotomía distal a la inserción del ligamento con lo que el mencionado efecto estabilizador queda muy en duda. En cuanto al riesgo de necrosis del fragmento osteotomizado, no tenemos conocimiento de que haya ocurrido con este tipo de osteotomía en la enfermedad de Blount. La última desventaja significativa de esta osteotomía no sólo es que técnicamente es difícil de realizar, sino que también lo es la fijación de los fragmentos que por lo general se realiza con agujas de Kirschner y, en adolescentes, con una placa de neutralización. Nosotros hemos utilizado esta osteotomía en casos muy concretos de deformidad primaria epifisaria, empleando aloinjerto estructurado y placas de neutralización. 5. Métodos de fijación interna En las clásicas publicaciones de Blount y Langenskiöld y Riska (años 1950 y 60) se recomendaba el uso de yesos cruropédicos para el mantenimiento de las osteotomías de corrección angular. No obstante, la mayoría de las osteotomías son intrínsecamente inestables y necesitan fijación interna que, hasta hace muy pocos años, generalmente consistía en agujas de Kirschner cruzadas. Actualmente, aunque las agujas se siguen usando, los avances en materiales y diseño han hecho que tengamos a nuestra disposición sistemas de osteosíntesis que fijan más establemente los fragmentos, con los que se puede aplicar compresión fragmentaria y que, por tanto, permiten una recuperación funcional más rápida sin ayuda de yesos ni hospitalizaciones prolongadas. Pero los medios de osteosíntesis no pueden ser siempre los mismos que los de los adultos solo que en tamaño reducido, de la misma manera que decimos parafraseando a M. Rang que “el niño no es un adulto pequeño”. La razón más importante de esta diferencia es la presencia del cartílago de 83 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano crecimiento, que limita el uso de materiales de ostesíntesis convencionales sobre todo en los extremos de fémur y tibia. Así en las osteotomías diafisarias (1/3 medio) el material interno más utilizado es el enclavado endomedular elástico estable (EEEE) que puede ser implantado sin invadir las fisis, dejando los clavos endomedulares tipo Kuntscher, para pacientes con crecimiento finalizado. A nivel de la rodilla y tobillo, en niños menores de 10 años, se utilizan mucho la agujas de Kirschner cruzadas pero no infrecuentemente dan problemas de inestabilidad y suelen necesitar férulas de yeso de protección. Por eso, en esta edad y localización, valoramos siempre la utilización de fijación externa con la que podemos evitar dañar las fisis a la vez que conseguimos buen control de los fragmentos. En pacientes con escaso o nulo crecimiento remanente en DDAA del fémur distal hemos utilizado con buenos resultados clavos IM retrógrados y también tornillos canulados cruzados al estilo de las mencionadas agujas de Kirschner así como otros sistemas actualmente menos populares. Las placas de osteosíntesis tienen mucha utilidad en la extremidad proximal del fémur donde salvar la fisis no es difícil con placas sencillas o sistemas tornillo-placa (tipo Richards), mientras que son mucho menos utilizadas en el resto de localizaciones. No obstante, en algún caso esporádico en el que el paciente lo ha pedido, las hemos utilizado en lugar de la fijación externa en casos como zonas metafisarias donde otros métodos de osteosíntesis no consiguen buen control de los fragmentos. Finalmente una mención a la retirada del material que siempre es deseable en niños. Ésta puede ser muy difícil si ha pasado mucho tiempo desde su colocación por lo que es recomendable planteárselo, si es posible antes del segundo año del postoperatorio. 6. Problemas y complicaciones de las osteotomías de corrección aguda Este tipo de osteotomía presenta una serie de inconvenientes que ha preocupado a los cirujanos ortopédicos con el paso de los años. Mencionaremos las más importantes a) Hipocorrección e hipercorrección postoperatoria inmediata. Si analizar y planificar correctamente una deformidad angular no es fácil de hacer, mucho más difícil es conseguir que lo hecho en el quirófano sea idéntico a lo dibujado sobre el papel. La preparación cuidadosa de la intervención y los controles intraoperatorios de los que ya hemos hablado nos ayudaran a errar lo menos posible en la corrección. b) Complicaciones neurovasculares. Son, en su gran mayoría, lesiones del nervio ciático poplíteo externo (CPE) y síndromes compartimentales. En lo referente al nervio CPE, lo habitual es que la lesión se produzca al realizar la osteotomía del peroné o, por tensión, en el momento de realizar la corrección aguda (esto último sucede especialmente en la corrección de tibia valga proximal aunque la DA sea mínima). Para que el primer problema no ocurra se ha recomendado no hacer la osteotomía fibular demasiado proximal sino en los tercios medio o distal del peroné. Por otro lado, para evitar tensiones o compresiones bruscas 84 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano en el momento de la corrección, pensamos que la mejor solución, sobre todo en tibia valga proximal y siempre en DDAA severas, es el uso de las osteotomías de corrección progresiva. Si aún así se prefiere la corrección aguda, en los casos de mayor severidad es preferible optar por una osteotomía de cierre (resección) antes que una de apertura. Para evitar un posible síndrome compartimental, ya está casi universalmente aceptado que la fasciotomía antero-lateral de la pierna es un gesto que se debe asociar obligatoriamente a cualquier osteotomia correctora tibial en general pero, especialmente, si ésta es aguda. c) Recidiva de la deformidad. Este fenómeno es típico en las DDAA producidas por daño fisario permanente en niños con crecimiento remanente significativo. Este es el caso de los puentes óseos fisarios donde las osteotomías corrigen la DA pero con el paso del tiempo, el crecimiento asimétrico de la fisis la hace recidivar. En estos casos, la manera más expeditiva de evitar recidivas sobre todo es la realización de una epifisiodesis completa de la fisis afecta al tiempo de realizar la osteotomía correctora. Con respecto a las pérdidas de corrección (que no podríamos llamar recidivas) sobre todo en las tibias varas, hay autores que recomiendan hipercorregir levemente la DA. Este es un aspecto controvertido y sobre el que es difícil realizar una recomendación sólida. Lecturas Recomendadas 1. Bateson EM. Non-rachitic bow-leg and knock-knee deformities in Jamaican children. Br J Radiol 1966;39:92-101. 2. Bernstein RM, Moseley CF. Blount’s disease. En: De Pablos J. The immature knee. Barcelona: Biblio stm, 1998;88-108. 3. Blount WP. Tibia vara. J Bone Joint Surg 1937;19:1-29. 4. Coogan PG, Fox JA, Fitch RD. Treatment of adolescent Blount disease with the circular external fixation device and distraction osteogenesis. J Pediatr Orthop 1996;16:450-454 5. De Bastiani G, Aldegheri R, Renzi-Brivio L, Trivella G. Limb lengthening by callus distraction (callotasis). J Pediatr Orthop 1987;7:129-34 6. De Pablos J, Azcárate JR, Barrios C. Progressive opening wedge osteotomy for the correction of angular deformities of the long bones. J Bones Joint Surg 1995;77-B:387-391 7. Dietz Fr, Merchant TC. Indications for osteotomy of the tibia in children. J Pediatr Orthop 1990;10:486-490. 8. Henderson RL, Kemp GJ, Greene WB. Adolescent tibia vara: alternatives for operative treatment. J Bone Joint Surg 1992;74-A: 342-350. 85 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano 9. Langenskiöld A., Riska EB., Tibia vara (Osteochondrosis deformans tibiae). J Bone Joint Surg 1964;46-A:1405-1420 10. Laurencin C, Ferriter PJ, Millis MB. Oblique proximal tibial osteotomy for the correction of tibia vara in the young. Clin Orthop 1996; 327:218-224. 11. Mycoskie PJ. Complications of osteotomies about the knee in children. Orthopaedics 1981; 4:1005-1015. 12. Oyemade G. The correction of primary knee deformities in children. Int Orhop (SICOT) 1985; 5: 241-245 13. Paley D, Herzenberg JE, Testsworth K, McKie J, Bhave A. Deformity planning for frontal and sagital plane corrective osteotomies. Orthop Clin North Am 1994; 25:425-466 14. Paley D. Osteotomías alrededor de la rodilla. En: De Pablos, J. La Rodilla Infantil. Madrid: Ergon, 2003, pp. 401-435 15. Rab GT. Oblique tibial osteotomy for Blount’s disease (tibia vara). J Pediatr Orthop 1988; 8:715720 16. Raney EM, Topolesk TA, Yaghoubian R, Guidera KJ, Marshall JG. Orthotic treatment of infantile tibia vara. J Pediatr Orthop 1998; 18:670-674 17. Richards BS, Katz DE, Sims JB. Effectiveness of brace treatment in early infantile Blount’s disease. J Pediatr Orthop 1998;18:374-380 18. Schoenecker PL, Johnston R, Rich MM, Capelli AM. Elevation of the medial plateau of the tibia in the treatment of Blount disease. J Bone Joint Surg 1992; 74-A: 351-358 19. Slawski DP. Schoenecker PL, Rich MM. Peroneal nerve injury as a complication of pediatric tibial osteotomies. A review of 255 osteotomies. J Pediatr Orthop 1994; 14: 166-172 20. Steel HH, Sandrow RE, Sullivan PD. Complications of tibial osteotomy in children for genu varum and valgum. J Bone Joint Surg 1971; 53-A:1629-1635. 21. Zayer M. Hemicondylar tibial osteotomy in Blount’s disease. Acta Orthop Scand 1992; 63: 350352 22. Zionts LE, Shean CJ. Brace treatment of early infantile tibia vara. J Pediatr Orthop 1998; 18:102109 86 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano FIXAÇÃO EXTERNA MONO LATERAL, APLICAÇÃO CLÍNICA Prof. Pedro González Herranz (Hospital Teresa Herrera - Corunha) Las DD AA durante la infancia es una de las consultas habituales en Ortopedia Pediátrica. Existen múltiples de formas de tratamiento: observación, ortesis, cirugía sobre la fisis , osteotomías…. La utilización de Fijadores Externos Monolaterales en niños es un método que nos permite corregir la gran mayoría de las DD AA de una manera sencilla, confortable para el paciente empleando diferentes estrategias: osteotomía aguda, corrección gradual a través del callo de una osteotomía (hemi-callotasis), corrección gradual a nivel de la fisis ( Hemi-condro-diatasis). La indicación de un procedimiento u otro debe basarse en el estudio de cada caso, etiología de la deformidad, pronóstico , riesgo de provocar lesión nerviosa o vascular y si existe otra alternativa terapéutica con mas garantí de éxito y/o menos morbilidad. Los Fijadores monolaterales presentan algunas limitaciones si lo comparamos con otros sistemas más sofisticados sobre todo a la hora de corregir deformidades complejas. Mecánicamente son menos estables que sistemas circulares y/o transfixiantes. Cualquier sistema de osteosíntesis interna (Placas atornilladas, clavos intramedulares, placas de crecimiento guiado en 8,….) son más confortables para el paciente. Pero su aplicación de una forma racional nos permite corregir deformidades sencillas y algo más complejas siguiendo unos principios básicos. Su aplicación generalmente se realiza a nivel de la rodilla (Genu valgo femoral, tibia vara, recurvatum de rodilla…), tobillo varo, muñeca zamba radial… siendo su indicación ideal en epifisiodesis postraumáticas o infecciosas o casos en los que además de existir una deformidad angular presenta una discrepancia superior a 2 cm en la longitud del miembro. Las ventajas que presenta este método con respecto a otros procedimientos convencionales son múltiples: no precisa inmovilización escayolada, es ajustable en el postoperatorio, permite la carga precoz, nos permite corregir en el lugar exacto de la deformidad,…Pero también presenta inconvenientes o complicaciones como son el saber que a nivel femoral distal los tonillos son intraarticulares con posibilidad de infección y rigidez de la rodilla, el conocimiento de cómo funciona el mecanismo de corrección para evitar un efecto de corrección ad latum indeseable, riesgo de refractura… 87 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA Dr. Jorge Quelhas (Hospital Pedro Hispano) Descrita inicialmente por LEGG,CALVE, e PERTHES em 1909-1910, tem sido ao longo dos cem anos transcorridos um desafio da comunidade ortopédica, quer na sua etiologia, patogénese e tratamento. A sua descrição coincide com o aparecimento da descoberta do RX por ROENTGEN no final século xIx1895. Anos antes médicos como ROKITANSHY,THOMAS,BAKER e WRIGHT, descreviam uma situação de coxalgia que retrospetivamente se pensa ser similar a DLCP, mas nessa altura a patologia infecciosatuberculosa era o diagnóstico dominante. Kokler em 1905 descreve alterações radiológicas similares a DLCP, mas o seu registo não foi reconhecido. Em 1909-1910, LEGG em BOSTON, CALVE em FRANÇA, e PERTHES na ALEMANHA publicavam a primeira descrição formal da doença. Desde o início a doença não foi consensual. Para LEGG— o achatamento da cabeça femoral era devido a trauma. Para CALVE— seria por osteogénese não perfeita. Para PERTHES – seria uma condição inflamatória. Uma nova entidade clínica demonstrada pelo RX despertou o interesse da comunidade ortopédica. Em 1921 PHEMISTER, em CHICAGO, publica os seus estudos histológicos, depois de curetagem da cabeça fémur de criança com DLCP refere a existência de necrose asséptica seguida de fase de cura com revascularização—creeping substituion. Em 1922— RIEDEL confirma, trabalho de PHEMISTER. Konjetzny em 1926 refere que uma etiologia vascular seria a provável causa da doença Theron-obstrução da artéria retinacular superior. Atsumi e Shancis e Inoue, Kleiman e Bleck contribuem com seus trabalhos para a DLCP ter um contributo vascular na sua etiologia. Desde o seu início a procura de um factor etiológico que explique os vários aspetos clínicos e epidemiológicos da DLCP P se tornou base de estudo e investigação. O mais provável é que sejam múltiplos fatores, quer genéticos e ambientais. Factores genéticos que favoreciam a alteração vascular, conjugados com fatores como traumatismos repetidos, sobrecarga mecânica, provocavam a doença. Múltiplas etiologias têm sido propostas: Susceptibilidade genética conjugada com factores mecânicos. Mutação colagénio tipo II Hiperatividade com trauma subclinico da vascularização epífise femoral. Coagulopatia-trombofilia. Vasculopatia. 88 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Processo inflamatório. Anomalias do fator crescimento insulina tipo II. Oclusão arterial A etiologia permanece por esclarecer, surgindo atualmente forte suporte que a alteração da circulação da epífise femoral origina a doença, apoiado em estudos de angiografia, cintigrafia óssea, ressonância magnética e de biopsia óssea. Estes estudos apontam para que sejam precisos múltiplos episódios de alteração vascular, enfarte ósseo para originar a DLCP e que se houver uma actuação precoce a extensão e gravidade da doença podem ser minimizados. O processo patológico afecta a cartilagem articular, epífise femoral, cartilagem de crescimento, e metáfise femoral. O futuro da anca depende da idade do início da doença. Com a idade o tamanho da epífise femoral aumenta enquanto a espessura da cartilagem articular e seu potencial crescimento diminui e existe alteração da vascularização da cartilagem e epífise femoral. Em diferentes idades há diferente potencial de cura e remodelação. A DLCP e autolimitada, existe uma remodelação espontânea. A revascularização acontece por dois mecanismos: Recanalização vasos existentes, processo mais rápido Neovascularização, processo mais lento Durante a fase de remodelação ocorrem alterações na epífise femoral, metáfise, acetabulo, e relação femoro- acetabular Por um período de 2 a 4 anos o osso necrótico da epífise é reabsorvido, e substituído, por novo osso— creeping substitution. Necrose avascular; fragmentação; regeneração. A extrusão da epífise femoral é maior nas crianças em que há menos vascularização. Esta situação é mais frequente em crianças com idades superiores a 7 anos. Outro factor de melhor prognóstico, é a manutenção de mais de 50 % da altura do 1/3 antero lateral da epífise femoral-coluna lateral. A DLCP é uma doença com evolução variável, dependente da idade de aparecimento, do estado de evolução quando o tratamento é iniciado, de uma classificação fiável da doença e de um tratamento eficaz. O resultado final pode ser anca sem qualquer deformidade, ou epífise femoral francamente deformada que origina alterações degenerativas prematura. Depois de 100 anos de estudo da DLCP, há mais certezas, mas os objectivos de obter melhores resultados em tempo mais curto de doença permanece um desafio. 89 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano A RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NA DOENÇA DE LEGG-PERTHES Dr. Carlos Abel Ribeiro (Hospital Pedro Hispano) A Ressonância Magnética é um método imagiológico sem radiação ionizante que permite uma excelente avaliação anatómica multiplanar da anca levando em conta os vários componentes tecidulares da articulação, nomeadamente os cartilagíneos. No estudo da Doença de Legg-Calvé-Perthes pode ter um importante papel complementar aos radiogramas convencionais. Na apresentação descreve-se a anatomia normal da anca pediátrica e os achados nas diferentes fases da Doença de Legg-Calvé-Perthes em Ressonância Magnética. Abordam-se aspectos relacionados com o diagnóstico precoce e a avaliação da extensão da doença. OSTEOTOMIAS DA BACIA NA DOENÇA DE LEGG-CALVÉ-PERTHES Dr. Jorge Seabra (Hospital Pediátrico Coimbra) Na doença de Legg-Calvé-Perthes (LCP), a necessidade de tratamento cirúrgico é pouco frequente, mas pode colocar-se durante o período de estado da doença, em casos específicos de mau prognóstico, devido à idade (> 6anos) e grau de atingimento (Caterall III e IV, Salter B, Herring C), ou, posteriormente, na fase de sequela. As alterações secundárias da morfologia, orientação ou posicionamento das superfícies articulares da anca podem originar a procura, através de osteotomias femorais e/ou da bacia, da melhoria da congruência articular, favorecendo as possibilidades de remodelação e /ou estabilidade da articulação coxo-femoral. A actuação sobre o componente acetabular através de uma osteotomia da bacia é “um acto maior da Ortopedia Infantil”, referia, há muito, o Prof. Pous (Montpellier), na introdução de um interessante estudo efectuado então pelo Dr. Jorge Coutinho, considerando “serem de técnica difícil, indicação controversa e os seus resultados à distância não estarem à medida das esperanças iniciais”. São bem conhecidas as traves mestras que devem presidir à escolha dos diversos tipos de técnicas ao dispor do cirurgião, que terão de ter em atenção, entre outros factores, a existência de coxa magna e de displasia acetabular. Referem-se em primeiro lugar, em ancas centradas com um défice de cobertura anterior e externa, as osteotomias de reorientação acetabular, de que é paradigma a operação de Salter (1961). É uma cirurgia muito útil e frequentemente utilizada nas alterações da congruência articulação coxo-femoral. Num balanço feito em 2004 de 267 osteotomias da bacia efectuadas no Hospital Pediátrico entre 1978 e 1996 cerca de metade (128) foram operações de Salter, na maioria dos casos, contudo, por doença displásica da anca e menos frequentemente em LCP. 90 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Em idades mais tardias, depois dos oito anos, quando a báscula para a frente e para fora do segmento distal pode ser limitada por uma maior rigidez da sínfise púbica, a mesma filosofia de tratamento é atingida adicionando osteotomias da sinfise (dupla osteotomia) ou do ramo ilio-púbico e isquio-púbico (tripla osteotomia) como a de Pol Le Coeur (1938), Wagner (1965), Steel (1973) Tonnis (1976) e Ganz e col (1988, 1993), permitindo uma maior mobilidade do segmento distal assim liberto, esta última só eventualemente indicada em adolescentes (já depois do fecho da cartilagem triirradiada) e adultos jovens. De referir que as osteotomias de reorientação acetabular, têm sido apontadas como possível causa de um posterior conflito femuro-acetabular tipo “Cam”. Em ancas em que o acetábulo displásico é largo, alargando-se para cima, poderá estar indicada uma verdadeira plastia acetabular. Ela consiste, em traços gerais, em proceder a uma osteotomia curvilínea acima do rebordo acetabular, prolongando-se para baixo ao longo do contorno da cavidade cotiloide, pressionando-a para baixo e ou externamente, modelando-a pelo contorno da cabeça femoral e colocando enxerto de forma a mantê-la estabilizada. Operações de Pemberton (cobrindo mais anteriormente) ou Dega (cobrindo mais lateralmente) seguem esse principio, variando nos detalhes técnicos. Devido ao facto de, na LCP, as alterações da morfologia acetabular não serem tão marcadas como na doença de desenvolvimento da anca (DDA) e existir, frequentemente, um aumento do tamanho da cabeça femoral (coxa magna), as plastias acetabulares, que diminuem a capacidade da cavidade cotiloide, estão menos indicadas. Por último os procedimentos que visam a cobertura por alargamento da cavidade acetabular terão a sua melhor indicação nas formas de LCP de mau prognóstico, com tendência à extrusão de epífise, ou quando o acetábulo é insuficiente para cobrir uma coxa magna, e/ou sub-luxação irredutível procurando-se apenas a sua cobertura e estabilização. Definem-se duas formas deste tipo intervenção, cada uma com as suas qualidades e defeitos, os seus detractores e defensores. A operação de Chiari, é uma osteotomia que se inicia logo acima da inserção capsular depois da ressecção da porção reflectida do recto anterior, prolongando-se para dentro num sentido ascendente num angulo de 15 a 20º, definindo um corte cilíndrico que acompanha paralelamente o contorno acetabular. Uma pressão exercida com anca em abdução faz migrar internamente o segmento distal de forma a originar um tecto cilíndrico constituído pela superfície proximal da osteotomia, interpondo-se a cápsula entre o tecto assim criado e a cabeça femoral. Quanto maior a inclinação do corte, maior o desvio interno, mais extensa a cobertura. Se o efeito medializador da articulação, diminuindo o braço de alavanca de Powels, proporciona uma menor sobrecarga da articulação protegendo-a parcialmemte dos previsíveis fenómenos degenerativos, a operação origina, por vezes, e pelas mesmas razões (cuasando uma insuficiencia dos abdutores), um 91 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano acentuar da claudicação. E ao contrário das anteriores (Salter, Tripla, Dega, Pemberton) a cobertura acrescentada da cabeça femoral não fica revestida por cartilagem articular, mas sim pela cápsula interposta que, com o tempo, sofre uma metaplasia em fibrocartilagem. Como vantagem suplementar, mas não despiciente, a operação de Chiari proporciona boas condições para a aplicação futura de uma prótese total da anca. Numa avaliação com um mínimo de 10 anos de seguimento (média 16,8 anos) de 77 doentes (89 ancas) tratados no Hospital Pediátrico de Coimbra com Op de Chiari apenas 8 casos (10%) foram doentes com doença de Legg-Perthes por coxa magna e/ou sub-luxação da anca, e em nenhum caso, tinha sido necessário, até à altura da avaliação, o recurso a PTA. Um segundo tipo de intervenção para alargamento acetabular é a buté ou “shelf” dos anglo-saxões. Existem diversas técnicas, mas todas se baseiam na aplicação de um enxerto prolongando o rebordo acetabular, logo acima da inserção da cápsula. De execução mais simples que a op. de Chiari, também na buté se usa a cápsula interposta como revestimento do tecto criado. Não existe qualquer efeito medializador da articulação e, por isso, não se acentua a claudicação, mas também não se alivia a carga mecânica da anca com o consequente benefício a longo prazo. Na experiência do Hospital Pediátrico de Coimbra estas operações, quando bem indicadas e realizadas, podem proporcionar algum benefício, embora seja claro que constituem medidas paliativas, não evitando o aparecimento de fenómenos degenerativos da articulação coxo-femoral na vida adulta. ARTRODIASTASIS DA ANCA Dr. Craveiro Lopes (Hospital Garcia de Orta) Tratamento da doença de Legg-Calve-Perthes por tunelização transfisária cervico-cefálica precoce combinada com artrodiastase tardia com aparelho de Ilizarov. Estudo comparativo com a osteotomia intertrocantérica de varização. Nuno Craveiro Lopes *, Carolina Escalda* *- Chefe de Serviço Hospitalar Unidade de Ortopedia Pediátrica, Serviço de Ortopedia e Traumatologia, Introdução O Início tardio da doença de Perthes tem geralmente um prognóstico reservado. É habitual assistir a um quadro de aumento da dor, diminuição da amplitude de movimento e sub-luxação lateral da cabeça do fémur colapsada, denominada “anca em charneira”, que constitui uma contra-indicação para as 92 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano cirurgias clássicas de contenção, incluindo a osteotomia femoral de varização e osteotomia pélvica. Nestes casos, a artrodiastase da anca pode ser uma ferramenta valiosa para a sua resolução. Métodos Os autores comparam os resultados de um grupo de sete doentes tratados por artrodiastase com um aparelho de Ilizarov (ADT) com um grupo de 11 doentes tratados por osteotomia intertrocantérica (OTM). O grupo ADT incluiu 6 rapazes e uma rapariga e foi tratado entre 2000 e 2008, com um seguimento médio de 4 anos. O grupo OTM era composto por 10 rapazes e uma rapariga e foi tratado entre 1979 e 1989, com um seguimento médio de 6 anos. Para proceder à ADT, foi utilizado um aparelho com dois arcos de Ilizarov fixos nas zonas supraacetabular e proximal do fémur com cravos cónicos de 4,5mm em posição tridimensional, mantendo uma distração articular de 8-10mm, durante uma média de três meses. A técnica de osteotomia incluiu um efeito triplo com excisão de cunha Antero-lateral, estabilizada com uma placa pediátrica AO. Foram colhidos dados respeitantes à gravidade das lesões, tempo operatório, necessidade de transfusão de sangue, tempo até ao início da marcha e complicações. Foi analisado o resultado radiológico final com base na medição do índice epifisário, cervical, ângulo epifisário, acetabular, de Wiberg e a deformidade articular pela classificação de Stulberg. Para a avaliação do resultado clínico funcional, foram colhidas a dismetria dos membros inferiores e o “Harris Hip Score”. A análise do significado estatístico das diferenças encontradas foi feita utilizando o teste t de Student e o teste exato de Fisher. Resultados O estudo comparativo mostrou com dados baseados na evidências de que o grupo ADT: - Apresentou resultados ligeiramente melhores, mas não estatisticamente significativa, no que diz respeito à congruência e deformidade articular, à esfericidade da cabeça e ao comprimento do colo. - Apresentou significativamente menos sequelas residuais, nomeadamente no que diz respeito à existência de deformidade em varo e discrepância de comprimento dos membros. - Teve significativamente melhor resultado funcional, avaliado através do Harris Hip Score. - Ao contrário do grupo OTM, não apresentou complicações ou sequelas que levassem a novas intervenções. - O procedimento cirúrgico foi significativamente mais rápido, não teve perda de sangue, os doentes começaram a andar com apoio significativamente mais cedo e não foi necessária uma segunda cirurgia para remoção de material. 93 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano OSTEOTOMIAS DE VARIZAÇÃO DO FÉMUR Dr. Cassiano Neves (Hospital Cuf Descobertas) Osteotomia de varização na Doença de Perthes M. Cassiano Neves (2), Patrícia Rodrigues (3), Delfin Tavares (1) Dona Estefânia (1) , CUF Descobertas (2), S. Francisco Xavier - CHLO (3) Ao longo dos anos múltiplos tratamentos têm sido propostos para o tratamento da Doença de Perthes. Como a Doença parece ter uma etiologia onde é preciso considerar múltiplas variantes é por isso também possível considerar múltiplas abordagens terapêuticas. O propósito deste trabalho é rever os doentes operados no HDE por osteotomia de varização e determinar os resultados em função das indicações. Foram avaliados 85 doentes tratados entre 2005 e 2009 no HDE com o diagnóstico de Doença de Perthes. Destes 23 foram submetidos a uma osteotomia de varização intertrocantérica Tinham uma média de idades de 8,3 anos, sendo 85% do sexo masculino. As indicações para a cirurgia foram: idade > 6 anos, Caterall 3 ou 4, Sub-luxação e ou extrusão da cabeça e rigidez articular. Foi efectuada uma revisão do percurso diagnóstico, do tratamento e dos resultados clínicos dos diferentes pacientes. Dos 13 doentes operados precocemente (estadio Clinico de Waldenstrom I) todos excepto 1 evoluiram com bom prognóstico para Stulberg II ou <. Dos 10 doentes operados numa fase tardia todos menos 2 evoluiram para um Stulberg III ou IV. Na abordagem terapêutica da Doença de Perthes existem vários factores que condicionam o prognóstico como a idae do incio da Doença, o grau de envolvimento da cabeça, a altura do pilar externo e fundamentalmente a evolução para uma extrusão ou sub-luxção da cabeça femoral. De acordo com Benjamin Joseph (Joseph B et Al.- How does a femoral varus osteotomy alter the natural evolution of Perthes’ diseaseJ Pediatr Orthop (B) 2005:14 (1): 10-5, os doentes operados uma fase inicial têm um melhor prognóstico e os nossos resultados comprovam isso. Em casos seleccionados a osteotomia de varização intertrocantérica do fémur quando realizada precocemente tem excelentes resultados. 94 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano EPIFISIODESE DO GRANDE TROCANTER DR. JORGE SEABRA (HOSPITAL PEDIÁTRICO COIMBRA) Lesões da cartilagem de crescimento proximal do fémur secundárias a doença de Legg-Calvé-Perthes (LCP) levam a um menor crescimento do colo femoral com elevação relativa do grande trocanter, causando insuficiência da musculatura abdutora e do tensor da fascia lata. Embora a maioria dos actos terapêuticos relacionados com LCP se centrem na tentativa de evitar ou atenuar a perda da esfericidade da cabeça femoral (periodo de estado da doença), e/ou na procura de uma melhor congruência articular, o desequilíbrio causado por alterações da cartilagem de crescimento proximal do fémur com hiper-crescimento relativo do grande trocanter, podem constituir um factor importante na causa de báscula da bacia e de claudicação, merecendo maior atenção. E se, nos casos em que LCP surge numa idade precoce (antes dos 4-6 anos), raramente estará justificado um acto terapêutico dirigido à eventual alteração da morfologia da cabeça femoral, devido ao bom prognóstico da doença quanto a esse aspecto, é nas formas de LCP que se iniciam cedo que a lesão da fise proximal do fémur parece poder causar repercussões mais significativas na diferença de altura relativas do grande trocanter e do centro da cabeça femoral, alterando o equlíbrio dinâmico da balança de Powels. Não há, contudo, uma forma precisa de prever quais os casos de LCP que mais serão afectados por estas alterações. A epifisiodese do grande trocanter (EGT), utilizada pela primeira vez por Egdran (1967) em casos de LCP, tem como objectivo evitar esse hiper-crescimento relativo do grande trocanter, cujos resultados podem ser avaliados pelo cálculo distância do polo superior da cabeça femoral ao topo do grande trocanter (articular trocanteric distance - ATD), havendo, contudo, outros parâmetros a avaliar. A EGT constitui um gesto cirúrgico simples que, quando atempada e eficazmente executada, pode evitar ou minimizar a necessidade, mais tarde, de abaixamento do grande trocanter, um acto cirúrgico mais complexo e agressivo. A EGT pode ser conseguida através de diversas técnicas, aplicando parafusos trans-fisários ou curetando e/ou aplicando enxerto, de forma a travar o crescimento da fise do grande trocanter ( que acontece até aos 14- 16 anos), e/ou procurando alterar a ossificação por aposição que contribui com cerca de 50% do crescimento e que se mantém até mais tarde. Numa série analisada por Faustino, R. e col., de 18 EGT efectuadas no Hospital Pediátrico de Coimbra em 16 crianças com LCP (bilateralidade em 2 casos), com idades compreendidas entre os 3 e os 8 anos, e um seguimento médio de 12 anos (mínimo 6,5 anos, máximo 20 anos), comparou-se a ATD após o crescimento com os valores na altura do acto operatório, verificando-se aumento em 33,3% dos casos, em 44,5% diminuição e em 22,2% sem variação. Na comparação da distância do centro da cabeça femoral e da linha de Perkins ao topo do grande trocanter observou-se um comportamento similar 95 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano destes dois parâmetros. com aumento no fim do crescimento em 61,2% dos casos, não variando em 27,7% e diminuindo em 11,1 %. Na maioria dos casos conseguiu-se atenuar ou evitar ou o hiper-crescimento relativo do grande trocanter em relação à cabeça femoral. O facto de, nessa série, as crianças tratadas por EGT com menor idade terem tido uma evolução muito favorável, parece apontar para a utilidade da epifisiodese precoce (4-6 anos). OSTEOTOMIAS DE VALGIZAÇÃO DO FÉMUR DR. CASSIANO NEVES (HOSPITAL CUF DESCOBERTAS) M. Cassiano Neves (2), Telmo Sacramento (3), Delfin Tavares (1) Dona Estefânia (1) , CUF Descobertas (2), Hospital Faro - Barlavento (3) Introdução Ao longo dos anos múltiplos tratamentos têm sido propostos para o tratamento da Doença de Perthes. Como a Doença parece ter uma etiologia onde é preciso considerar múltiplas variantes é por isso também possível considerar múltiplas abordagens terapêuticas. O propósito deste trabalho é rever os doentes operados no HDE por osteotomia de valgização e determinar os resultados em função das indicações Material Foram avaliados 85 doentes tratados entre 2005 e 2009 no HDE com o diagnóstico de Doença de Perthes. Destes 16 foram submetidos a uma osteotomia de valgização intertrocantérica (17 ancas) Tinham uma média de idades de 9,2 anos. As indicações para a cirurgia foram: correcção do ângulo cervico-diafisário pós cirurgia anterior e correcção de anca em charneira. Métodos Foi efectuada uma revisão do percurso diagnóstico, do tratamento e dos resultados clínicos dos diferentes pacientes. Resultados e Discussão O parâmetro dor melhorou significativamente (73% no Pré-Op e 17% no Pós-Op). As mobilidades também melhoraram de forma significativa quando comparadas com o lado oposto (similares em 24% no Pré-Op e em 75% no Pós-Op) apesar de os resultados radiográficos não serem significativos a 96 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano melhoria dos resultados pode ter a ver com facto de serem comparados dois grupos distintos: deformidades do ângulo cervico-diafisário Vs anca em charneira. De qualquer forma existe uma melhoria significativa dos resultados clínicos pelo que é fundamental ter uma avaliação com maior recuo. Conclusão Em casos seleccionados a osteotomia de valgização intertrocantérica do fémur pode melhora os sintomas clincios nos doentes com Doença de Perthes evoluída e deformidades anatómicas como o varo residual ou a anca em charneira. DIAGNÓSTICO PRECOCE E PREVENÇÃO DA DOENÇA DE LEGG-PERTHES DR. CRAVEIRO LOPES (HOSPITAL GARCIA DE ORTA) Nuno Craveiro Lopes *, Carolina Escalda* *- Chefe de Serviço Hospitalar Unidade de Ortopedia Pediátrica, Serviço de Ortopedia e Traumatologia, Objectivo: Actualmente, encontra-se bem documentada a existência de vários episódios de isquémia, parcelares e sequenciais, na génese da doença de Legg-Calvé-Perthes (DLCP). Do mesmo modo, inúmeros trabalhos apontam para a existência de factores múltiplos, sendo necessária uma sequência específica de factores encadeados, numa criança susceptível para que a doença seja despoletada. Dentro deste contexto, o reforço do fluxo sanguíneo arterial e da drenagem venosa epifisária da cabeça femoral, pode constituir uma forma de evitar a repetição de episódios isquémicos, evitando assim o aparecimento da DLCP. Para melhor esclarecer esta fase inicial da doença, um dos Autores (NCL) desenvolveu um modelo experimental e os Autores analisaram os dados dos doentes tratados por tunelização transfisária cervico-cefálica (TTCC), na fase de isquémias transitórias, denominada pelos Autores como Doença Isquémica da Anca em Crescimento (DIAC) e na fase de necrose inicial da doença de Legg-Calvé-Perthes. Material e Métodos: Foram utilizados quarenta e quatro coelhos White New Zealand. Utilizando um guia especial para minimizar o traumatismo da intervenção, foram feitas perfurações de 2 a 3,5 mm de diâmetro com ponto de entrada no trocanter até à zona subcondral da epífise femoral. Os fémures foram distribuídos em 97 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano quatro grupos de estudo: Grupo I - quadris não operados, usados como grupo controle. Grupo II Perfuração de <10% da área total da placa de crescimento. Grupo III - Perfuração de> 10% da área total da placa de crescimento. Grupo IV – Perfurações metafisárias, sem atingir a placa de crescimento. Clinicamente, temos vindo a utilizar TTCC há mais de 30 anos. Foram revistos 205 doentes submetidos a TTCC, incluindo 96 casos de DIAC e 117 casos de DLCP na sua fase inicial. Resultados: Observou-se que a TTCC com a perfuração de menos de 10% da área da placa de crescimento não interferiu com o crescimento do fémur próximal e induz um aumento significativo da microvascularização da epífise, devido à formação de anastomoses entre a rede vascular da metáfise e epífise. Clinicamente, dos 96 doentes diagnosticados como DIAC e tratados comTTCC, 55 já atingiram o fim do crescimento. Nenhum deles evoluiu para DLCP e não apresentaram alterações de crescimento do fémur próximal. Estudos feitos com ressonância magnética nuclear com Gadolínio, mostrou a existência de anastomoses patente entre as circulações metafisária e epifisária. De um grupo de 20 pacientes com DIAC não submetidos a TTCC, 5 no estádio III, considerados com alta probabilidade de evoluírem para DLCP fase III, todos desenvolveram DLCP e de 15 no estágio II, com probabilidade moderada, 3 desenvolveram DLCP. Dados epidemiológicos da área de influência do nosso hospital, comparando a incidência de DLCP antes e depois da implementação do protocolo de detecção de DIAC e prevenção de LCP com TTCC, mostrou uma diminuição dos casos de DLCP 8.5/100.000 para 1.8/100.000 por ano, na população menor de 16 anos de idade. Conclusões: Confirmamos clinicamente o que observamos experimentalmente: a TTCC induz a anastomose de pequenos vasos sanguíneos entre a metáfise e a epífise, complementando assim a vascularização epifisária instável, impedindo que novos episódios isquémicos se desencadeiem num doente com DIAC, abortando assim a evolução para a DLCP. RASTREIO NACIONAL DA DDA DR. CASSIANO NEVES (HOSPITAL CUF DESCOBERTAS) 98 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Comunicações Livres 99 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Comunicação Virgolino M., Silva C., Alves da Silva T., Lima J. Centro Hospitalar de Setúbal, Hospital Ortopédico Sant`Iago do Outão Título Instabilidades anteriores do joelho – Rotura e avulsão LCA, avaliação preliminar Introdução As roturas e avulsões do ligamento cruzado anterior (LCA) são uma patologia com pouca frequência na actividade desportiva em idade pediátrica, contudo, uma maior participação de crianças e adolescentes em desportos competitivos levou a um aumento de lesão do LCA na última década. Material Os autores analisaram resultados do tratamento cirúrgico artroscópico de roturas e avulsões de LCA em doentes em idade pediátrica com follow up mínimo de 1 ano e máximo de 8. Tratamento de eleição para avulsões, redução sob visualização artroscopica e fixação com fios K, para roturas de LCA, ligamentoplastia com isquiotibiais. Métodos Convocados para avaliação clínica e aplicada escala de Tegner Lyscholm Knee scoring scale Resultados Score médio 90 Discussão Em crianças esqueleticamente imaturas com lesão do LCA a continuação da actividade desportiva, quer de modo recreativo ou competitivo, há o risco de lesão condral ou meniscal que pode levar à artrose precoce. A reconstrução do LCA pode melhorar a função do joelho, reduzir as lesões intra-articulares devido a episódios de instabilidade. Numa tentativa de minimizar o risco potencial perturbações do crescimento foram desenvolvidas técnicas para evitar lesões das físes. O “timming” e o tipo de tratamento nas lesões do LCA em idade pediatrica requer a compreensão do crescimento ósseo, mecanismos de lesão fisária, assim como a decisão do tratamento agudo ou adiamento tratamento cirúrgico. O cirurgião deve estar familiarizado com as técnicas cirúrgicas originais e os riscos e benefícios associados com cada um. Conclusão Na nossa avaliação preliminar, sugerimos o tratamento para avulsões com redução sob visualização artroscopica e fixação. Para roturas de LCA, ligamentoplastia com isquiotibiais. 100 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Comunicação Livre Pedro Costa Rocha; Luís Correia Hospital da Luz Título Ligamentoplastia do Ligamento cruzado anterior na imaturidade esquelética. Revisão da Literatura e experiência recente Introdução A incidência de rupturas do ligamento cruzado anterior (LCA) em doentes com imaturidade esquelética tem aumentado de forma drástica nos últimos anos. Está descrito que se doentes pediátricos com rupturas totais do LCA se mantiverem activos em desportos exigentes e actividades infantis vigorosas existe uma probabilidade acrescida de instabilidade funcional com dano progressivo para o joelho e progressão para a osteoartrose. Na reconstrução do LCA em doentes com imaturidade esquelética a preocupação com eventuais distúrbios do crescimento pela perfuração da fise tem levado os cirurgiões a adoptar uma estratégia de tratamento diferente do doente adulto. Material Apresentámos a revisão da literatura e a nossa experiência recente: 4 casos no último ano de Ligamentoplastia do LCA em doentes com imaturidade esquelética, 3 rapazes e 1 rapariga com idades compreendidas entre os 11 e os 14 anos, maturidade esquelética Tanner 2-3. Métodos Todos os doentes foram submetidos a artroscopia do joelho com ligamentoplastia do LCA com auto-enxerto – isquio-tibiais, do joelho homolateral, mono-túnel, diâmetro máximo dos túneis transfisários de 7mm, fixação femoral com botão cortical e parafuso reabsorvível na tíbia proximal. Resultados À data de follow up não foram registadas intercorrências no follow up de nenhum doente, nomeadamente perturbações de crescimento das fises com dismetria ou angulação; falência do enxerto ou outras lesões intra-articulares Discussão As fises que contribuem em maior significado para o crescimento do membro inferior são a femoral distal e a tibial proximal, ambas próximas dos locais de fixação do enxerto. A fise distal do femur produz cerca de 70% do crescimento total do fémur (crescimento médio 1,2-1,4 cm/ano). A proximal da tíbia é responsável por 60% do crescimento total da tíbia (0,9 -1,1 cm/ano). As opções cirúrgicas incluem procedimentos poupadores da fise, transepifisários parciais e transepifisários totais. 101 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano As fises que contribuem em maior significado para o crescimento do membro inferior são a femoral distal e a tibial proximal, ambas próximas dos locais de fixação do enxerto. A fise distal do femur produz cerca de 70% do crescimento total do fémur (crescimento médio 1,2-1,4 cm/ano). A proximal da tíbia é responsável por 60% do crescimento total da tíbia (0,9 -1,1 cm/ano). As opções cirúrgicas incluem procedimentos poupadores da fise, transepifisários parciais e transepifisários totais. Nos doentes com imaturidade esquelética, com ruptura do LCA, entre o início da puberdade e a interrupção do crescimento devem ser submetidos a reconstruções trans-epifisárias convencionais. Nos doentes com potencial de crescimento remanescente significativo tem vindo a ser defendida a reconstrução transepifisária com túneis pequenos, centralizados na fise, e preenchidos com enxerto tendinoso. A técnica utilizada respeita os princípios de tratamento actuais e os nossos resultados, com pouco tempo de seguimento, vão de encontro aos existentes na literatura para o grupo etário em causa. Conclusão A reconstrução do LCA nos doentes pediátricos com rupturas totais do LCA que pretendem manter uma actividade desportiva exigente e actividades infantis vigorosas podem prevenir instabilidade recorrente e outras lesões articulares. Adolescentes que estejam perto da altura máxima expectável podem ser tratados como adultos, sem preocupação por eventuais desequilíbrios do crescimento. Nos doentes com elevado potencial de crescimento as técnicas transepifisárias adaptadas têm revelado bons resultados sem complicações frequentes. 102 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Comunicação livre Pedro Marques, Cristina Sousa, Antonio Felix, Maria Elisa Rodrigues, Bruno Alpoim, Pedro Sá, Francisco Lima Rodrigues. Unidade Local de Saúde do Alto Minho Título Genu Valgum após fractura epifisária supracondiliana do joelho – caso clinico Introdução As fracturas epifisárias distais do fémur são incomuns, quando comparadas a outras fracturas epifisárias, correspondendo a um total de 7% das fracturas epifisárias e cerca de 1% do total de fracturas em crianças. São fracturas frequentemente associadas a perturbações do crescimento epifisário, podendo originar dismetrias, angulações ou mesmo ambas. O mecanismo de lesão consiste frequentemente num traumatismo directo, provocando uma lesão por hiperextensão do joelho ou por compressão em varo ou valgo. A classificação de Salter-Harris é a mais utilizada e orienta-nos para o seu tratamento. Material Doente do sexo feminino, de 9 anos de idade, que recorre ao SU por traumatismo do joelho esquerdo após queda de bicicleta, tendo sido diagnosticada, após exame físico e imagiológico, com fractua epifisária supracondiliana do fémur Salter-Harris tipo IV, sem alterações neurovasculares associadas. Submetida no próprio dia a redução aberta e osteossíntese (2 parafusos esponjosos transversais e 2 fios de Kirschnner cruzados) e imobilização com cilindro gessado. O internamento decorreu sem intercorrências, tendo tido alta ao 5º dia pos-op, com indicação para efectuar carga parcial sobre o membro afectado. Ás 4 semanas pos-op retirou gesso e os fios de Kirschnner e inicou recuperação funcional. Após um ano do acidente efectuou-se a extracção do restante material de osteossíntese e manteve-se o follow-up em regime de consulta externa. Aos 3 anos após o acidente verificou-se o encerramento da epífise lateral, condicionando uma genu valgum traumático (mais de 8º comparativamente ao joelho contralateral) e uma dismetria de 3 cm. Devido a estas alterações, efectuou-se uma osteotomia de varização supracondiliana. Métodos Follow-up clínico e imagiológico em regime de consulta externa. 103 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Resultados Sem intercorrências no internamento e no pós-operatório. Após 1 ano de follow-up a doente encontra-se sem qualquer limitação funcional, com ângulo fémur-tibial semelhante ao joelho contralateral, e contente pela correcção morfológica produzida no joelho afectado. Discussão Neste tipo de fractura é necessária uma redução anatómica absoluta, quanto mais próximo estiver o doente da maturidade óssea. Por outro lado é necessário também ter em consideração a capacidade de remodelação óssea. O distúrbio de crescimento, associado a estas fracturas, pode ser provocado pelo trauma epifisário, por uma redução inadequada ou pela própria formação de calo ósseo. Por apresentar um desvio em valgo acentuado (aproximadamente 15º) e estar próximo da sua maturidade esquelética, optou-se pela osteotomia de varização supracondiliana, em vez dos restantes procedimento cirúrgicos existentes. Conclusão As fracturas epifisárias distais do fémur Salter-Harris tipo IV são bastante incomuns e frequentemente associadas a perturbações do crescimento epifisário. No seu tratamento por osteossíntese deve-se evitar novas lesões ou agravar a lesão já existente na fise de crescimento. São lesões associadas a complicações imediatas (neurovasculares e instabilidade articular) e distais (dismetria e angulação progressiva), sendo essencial um exame físico cuidadoso e um follow-up por um longo período. 104 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Poster/ Comunicação livre Raquel Carvalho, Rita Jerónimo, Maria Carvalho, Pedro Martins, Miguel Vicente, Álvaro Botelho Centro Hospitalar Barlavento Algarvio Título Fracturas do Femur em Crianças – Casuística do Serviço de Ortopedias do CHBA Introdução As fracturas do fémur em crianças representam cerca de 1,6% de todas as fracturas nesse grupo. Este estudo procura identificar a epidemiologia, mecanismos da lesão, distribuição e sua incidência pelo sexo e grupo etário. Material Estudo retrospectivo de crianças com menos de 12 anos com fracturas do fémur ocorridas entre 2004 e 2009, período em que se tratou 35 casos. Métodos Seleccionou-se a idade para o estudo e análise dos dados, dividindo a amostra em 3 grupos - <6 anos (Grupo I); 6-10 anos (Grupo II);> 10 anos (grupo III). Consideraram-se como variáveis destes estudo a determinação da idade, sexo, mecanismo de fractura, tipo de fractura e o tratamento indicado de acordo com a idade e tipo de fractura. Resultados A incidência de fracturas do fémur tem vindo a decrescer, registandose um pico de incidência de 36% em 2006, com ratio M/F 2,8:1. Os principais mecanismos de fractura variaram consoante o grupo etário, de igual modo registou-se um tratamento variável dependente da idade e lesões associadas. Discussão Verificou-se uma maior prevalência das fracturas no sexo masculino, mais frequentes no terço médio e sem relação com a lateralidade. O mecanismo de fractura e o tipo de tratamento efectuado variou consoante o grupo etário e o padrão de fractura. Conclusão A análise dos resultados deste estudo permitiu identificar a incidência de fracturas do fémur na criança no período referido, analisar o tipo de tratamento efectuado a avaliar os resultados obtidos, concluindose haver uma concordância com os dados da literatura mundial. 105 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Caso clinico Filipe Oliveira; Augusto Martins; Pedro Rocha; André Sprenger; Filipa Silva; Graça Lopes; Prof. Jacinto Monteiro Santa Maria Título Calcaneo valgo após fractura epifisiolise distal da tíbia Introdução Criança de 11 anos vitima de acidente de mota da qual resultou fractura de ambos os fémures e fractura epifisiolise distal da tíbia esquerda e do peroneo exposta G IIIb a 20 de Janeiro de 2008 Material 3 anos de seguimento em consulta de ortopedia verificando a existencia de barra ossea na fise distal da tíbia com deformidade em valgo do calcaneo e obliquidade da articulação tíbio astragalina Métodos Operado na urgência com encavilhamento de ambos os fémures e fixador externo nos ossos da perna . Desiscencia com necrose cutânea e remoção de sequestros ósseos no calcaneo ao 12º dia. Operado 11 meses pos osteossintese com remoção das cavilhas de ambos os fémures. Resultados Evolução com encerramento precoce da fise distal da tíbia sendo a destruição inicial da fise da tíbia distal com perda óssea e da cartilagem iriam ter esta evolução. Correcção da deformidade do valgo do calcaneo com osteotomia distal da tíbia Discussão Na criança a consolidação das fracturas não termina o seguimento delas em cosulta. A complicação tardia destas fracturas como dismetria e deformidades são frequentes sendo necessário intervenção precoce. Conclusão Este jovem teve como complicação tardia dismetria positiva á direita devido ao encerramento precoce da fise distal da tíbia esquerdo e ao padrão da fractura á esquerda e desvio em valgo do calcaneo por encerramento assimétrico da fise distal da tíbia. Foi possível a correcção da deformidade com osteotomia distal da tíbia com placa. Tem dismetria de 13 mm positiva à direita e usa palmilha de compensação de 8 mm 106 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Comunicação Livre Tiago Barbosa1, J Fraga Ferreira1, Sofia Viçoso1 , João Lourenço J2, Tiago Basto 3, Paulo Vasconcelos 2 1 – Interno Complementar 2 – Assistente Graduado 3 – Assistente Hospitalar Hospital Centro Hospitalar do Alto Ave, Guimarães, EPE Título Fractura – Avulsão da Espinha d Tíbia em Crianças – Tratamento Artroscópico Introdução As fracturas da eminência da tíbia aparecem como resultado do arrancamento condroepifisário da inserção do ligamento cruzado anterior, sendo o equivalente pediátrico à rotura do LCA do adulto. A fractura-avulsão da espinha da tíbia é uma lesão relativamente rara nas crianças (3 por 100 000 crianças/ano). De acordo com a classificação de Meyers e McKeever o tratamento das lesões do tipo I é conservador e as lesões do tipo II e III, particularmente aquelas em que a redução fechada não foi satisfatória, são de tratamento cirúrgico. O tratamento destas lesões pode ser efectuado por cirurgia aberta ou preferencialmente por cirurgia artroscópica. Vários tipos de fixação podem ser utilizados como as suturas, fios de Kirschner, cerclage com fio de aço, parafusos absorvíveis e não absorvíveis e âncoras. Material e Métodos Os autores descrevem uma técnica de fixação artroscópica da fracturaavulsão da espinha da tíbia utilizando como meio de fixação um fio resistente usado em suturas da coifa dos rotadores (Ultrabraid®) com a ajuda de um passador de fios – o fio de nitinol. Este procedimento foi utilizado em dois doentes, um de 6 anos e o outro de 13 anos. Conclusão A fixação artroscópica da fractura avulsão da espinha da tíbia com fio de sutura (Ultrabraid®)) apresenta várias vantagens nomeadamente o facto de não lesar nem o LCA nem a cartilagem de crescimento, a rapidez de execução e a possibilidade de se realizar num só tempo cirúrgico. Deste modo, sendo um procedimento minimamente invasivo reduz significativamente a morbilidade comparando com as técnicas a céu aberto. 107 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Comunicação livre Spranger, A., Martins, A., Oliveira, F., Correia de Jesus, M., Lopes, G., Monteiro, J Hospital de Santa Maria Título Tratamento com oxigenoterapia hiperbárica em crianças com osteomielite grave Introdução O tratamento da osteomielite tem como principais objectivos erradicar a infeção e manter a função do membro envolvido. Nos casos refratários, envolve múltiplas cirurgias com desbridamento local agressivo e antibioterapia prolongada. Apesar de descrito na literatura como uma das indicações no tratamento desta patologia, a oxigenoterapia hiperbárica (OTH) tem poucos estudos controlados e prospectivos a apoiar a sua aplicação nesta área. Objectivo: avaliar a eficácia da terapia adjuvante com oxigénio hiperbárico no tratamento da osteomielite na criança Material De Julho/2007 a Julho/2011, foi utilizada OTH como adjuvante no tratamento de 4 crianças com osteomielite grave, com idade média 9 anos (7-13). Segmentos afectados: envolvimento de fémur isoladamente em 1 criança, fémur e tibia noutra (com fratura patológica do fémur), tibia, astrágalo e calcâneo, e fasceite necrosante com osteomilelite do iliaco no restante. Todos os casos foram classificados como osteomielite tipo III ou IV (classificação Cierny-Mader) e realizado desbridamento cirurgico e antibioterapia adequada. Foi realizada OTH com pressão 2.5 atmosferas durante 90 minutos, 5 dias por semana (nº médio de tratamentos: 40). Follow up médio: 33 meses. Métodos Análise de processo clínico e imagiológico Resultados Foi isolado S. aureus em todos casos. Numa das crianças foram ainda identificados outros agentes (Salmonella, Klebsiella, Enterobacter, Streptococcus grupo A). O número médio de cirurgias antes de iniciar OTH foi 3,5 [2-8]. Zero cirurgias após OTH. Erradicação completa da infeção sem recorrência em todos os doentes. Não se registaram complicações associadas ao uso de TOH nas crianças. Discussão Apesar dos antibióticos no combate à infeção e do papel da cirurgia no desbridamento e remoção de sequestros ósseos, a OTH potencia a resposta do doente, tornando o ambiente local mais favorável à função leucocitária, neovascularização e reabsorção de osso morto e infetado, facilitando ainda a actuação de alguns antibióticos (aminoglicosídeos, vancomicina). 108 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Conclusão A terapia com oxigénio hiperbárico é um método adjuvante eficaz e seguro no tratamento da osteomielite na criança. No entanto, deve ser usada em conjunto com um protocolo de tratamento agressivo com cirurgia e antibioterapia endovenosa dirigida 109 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Comunicação livre Luciana Barbosa1; Diana Moreira1; Lara Isidoro1; Conceição Costa1; Andreia Teles1; Lúcia Rodrigues1; Mafalda Santos2 1- Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE 2- Serviço de Ortopedia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE Título Infecções Osteoarticulares: uma casuística de 18 anos Introdução As infecções osteoarticulares são uma entidade clínica com potencial gravidade, exigindo um diagnóstico atempado por forma a garantir sucesso terapêutico e prognóstico favorável. Pretendeu-se caracterizar os casos de infecções osteoarticulares quanto à sua epidemiologia, etiologia, abordagem diagnóstica e terapêutica. Material Estudo retrospectivo de crianças internadas, com o diagnóstico de infecção osteoarticular, no período de 1 de Janeiro de 1994 a 30 de Setembro de 2011. Métodos A análise estatística foi realizada com o programa SPSS 19.0. Resultados Foram internados 94 casos de infecções osteoarticulares: 41 osteomielites; 36 artrites sépticas; 17 osteoartrites. Constatou-se um predomínio do sexo masculino (66%) e 52,1% tinham menos de 5 anos. No momento do diagnóstico, 83% tinham dor local, 77% febre, 56,4% e 36,2% apresentavam limitação das mobilidades articulares e claudicação, respectivamente. As articulações mais atingidas foram o joelho (21,3%), a anca (14,9%) e o tornozelo (13,2%). A localização óssea preferencial foram as metáfises dos ossos longos dos membros inferiores. A média dos parâmetros analíticos à admissão foi de: 14387,9/uL leucócitos; 21971,9/uL neutrófilos; 49,9mm/h de VS e 7,7 mg/dL de PCR. A radiografia e a ecografia efectuadas em 75,5% e 45,7% dos doentes revelaram alterações em 32,4% e em 65,1% dos casos respectivamente. Os exames culturais tiveram uma positividade de 43,6%, sendo o Staphylococos aureaus o microorganismo mais frequentemente identificado (56%). A flucloxacilina foi o antibiótico mais utilizado, fazendo parte de 60,6% dos esquemas terapêuticos. A duração média do tratamento endovenoso foi de 21 dias. Em 41,5% dos doentes foi efectuada abordagem cirúrgica (artrotomia, biópsia óssea, drenagem). 110 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano O número médio de dias até apirexia foi de 2,57, sendo maior em doentes com valores de PCR superiores à admissão (p< 0,05). Discussão Conclusão Os resultados corroboram os dados da literatura, destaca-se que a normalidade dos exames radiológicos e ecográficos não excluem o diagnóstico, devendo considerar-se a realização de exames mais sensíveis, como cintigrafia e ressonância magnética, visando o diagnóstico e tratamento atempados, possibilitando a melhoria do prognóstico desta patologia. 111 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Comunicação Livre Tipo de apresentação Thiago Aguiar1; Ana Carvalho1; Pedro Amaral1; Luís Tavares1; João Raposo1; André Sprenger2; Pedro Rocha2; Graça Lopes2; Luís Soares1; Fernando Carneiro1 Autor / Co-autores 1-Hospital Divino Espírito Santo; 2-Centro Hospitalar de Lisboa Norte Hospital Fasceíte necrotizante por Streptococcus do grupo A: “a life Título threatening soft-tissue infection” A fasceíte necrotizante é uma entidade conhecida há alguns séculos Introdução (Jones J;1871), embora rara e muitas vezes fulminante. Nos casos de infecção por Streptococcus do grupo A (Streptococcus pyogenes) as taxas de mortalidade situam-se entre 80-100%. Na infância os factores de risco são: queimaduras, varicela, neoplasia maligna, imunosupressão e/ou idade inferior a 2 anos. Contudo, mais de 40% dos casos não existe qualquer factor de risco. Alguns estudos (Lamagni TL et al;2009) referem que a incidência de fasceíte necrotizante na população pediátrica tem vindo a aumentar nos últimos 6 anos. Casos de fasceíte necrotizante nos membros (79,8%) podem surgir directamente ao Ortopedista de urgência ou referenciado por outras especialidades (Brown CN et al;2010). Os autores apresentam o caso clínico de uma paciente com fasceíte necrotizante por Streptococcus pyogenes e revisão da literatura sobre esta entidade. Material Métodos e Criança de 7 anos, sexo feminino, previamente saudável. Recorreu ao Serviço de Urgência (SU) por temperaturas sub-febris (24 horas de evolução) e coxalgia à direita com aparecimento no próprio dia, em contexto de rinofaringite aguda. Admitida sinovite transitória da anca teve alta com indicação para vigilância. Por agravamento progressivo e aparecimento de fleimão no dorso da mão direita recorreu novamente ao SU ao 3º dia de doença. 112 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Resultados Realizou ecografia da anca direita e estudo analítico que corroboraram a hipótese de artrite séptica da anca. Foi submetida a artrotomia da anca esquerda e fasciotomia do 1º, 2º, 3º e 4º espaços intermetacarpianos do dorso da mão direita. Colheu-se material para microbiologia e anatomia patológica. Iniciou antibioterapia (AB) com flucloxacilina e gentamicina endovenoso. No dia seguinte apresentou agravamento clínico e laboratorial com aparecimento de enfisema subcutâneo da face lateral da coxa direita. Realizou TC que revelou fasceíte necrotizante, desde o psoas-ilíaco até ao joelho direito. Foi submetida a exploração da cavidade abdominal e fasciotomia do compartimento externo da coxa. Observou-se flictenas a nível do mesocólon e colheu-se líquido turvo sero-hemático. Mudou-se AB para Penicilina, Clindamicina e Metronidazol e iniciou imunoglobulina. Foi isolado Streptococcus pyogenes em culturas. Foi transferida para outro Hospital por falta de recursos técnicos e humanos, onde foi submetida a encerramento de fasciotomias (mão e coxa). Por sinais inflamatórios do tornozelo esquerdo foi submetida a artrotomia e colheita de material. Por novo agravamento clínico e laboratorial e após confirmação por TC de abcesso a nível do psoasilíaco com extensão ao ilíaco homolateral e envolvimento acetabular, foi submetida a desbridamento cirúrgico de urgência. Efectuou tratamento com oxigénio hiperbárico. Realizou estudo para exclusão de malignidade e imunosupressão, que foram negativos. Apresentou melhoria clínica e laboratorial e teve alta passado cerca de 14 semanas, com limitação funcional da anca direita sequelar. Discussão A prevalência de crianças hospedeiras assintomáticas da bactéria (Streptococcus pyogenes) é de 15-20% (Mandell GL et al;1995 / Spitzer J et al;2001). A apresentação mais comum de uma infecção por Streptococcus pyogenes é a rinofaringite, variando entre os 5-40% (Dobbs et al;1996). No caso descrito a origem da bactéria poderá ter sido a orofaringe, com posterior disseminação hematogénea. Apenas 14,6% dos casos têm suspeita ou diagnóstico de fasceíte necrotizante na admissão (Wong CH et al;2003). O desbridamento cirúrgico precoce é a única medida que altera a mortalidade desta entidade (Dufel S et al;2006). 113 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Conclusão É fundamental que o Ortopedista tenha conhecimento que o diagnóstico é baseado sobretudo na suspeita clínica, que os pacientes muitas vezes apresentam uma deterioração clínica rápida e que o desbridamento cirúrgico aliado a uma antibioterapia apropriada é essencial para melhorar o prognóstico. 114 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Comunicação livre Miguel Varzielas; Pedro Cardoso; Tah Pu Ling; Mário Conceição; Jorge Seabra Hospital Pediátrico de Coimbra Título Tratamento da instabilidade Síndrome de Down cervical em crianças com Introdução A trissomia do cromossoma 21 é a anomalia cromossómica mais frequente. As manifestações ortopédicas do Síndrome de Down estão relacionadas com hipotonia, hipermobilidade articular e laxidez ligamentar, sendo as mais frequentes a instabilidade cervical, instabilidade da anca, epifisiólise femoral proximal e instabilidade patelar. A nível cervical, estes doentes podem apresentar hipermobilidade ou instabilidade atlanto-occipital e atlantoaxial (por laxidez do ligamento transverso), bem como alterações ósseas da coluna cervical (os odontoideum, sincondrose persistente, hipoplasia, espinha bífida C1). Material Os autores descrevem 4 casos clínicos de pacientes com Síndrome de Down e instabilidade cervical atlanto-axial, submetidos a tratamento cirúrgico, entre 2004 e 2011. Métodos Estudo retrospectivo por consulta de processo clínico e avaliação de exames imagiológicos. Foram registadas as alterações de ossificação (sincondrose persistente e bifidez de C1) e medido o intervalo atlanto-odontoideu. Descrevem-se as técnicas cirúrgicas utilizadas e resultados obtidos. Resultados Em 2 doentes, o diagnóstico de instabilidade cervical foi realizado na sequência de um traumatismo minor que desencadeou alterações neurológicas. Nos outros 2 doentes, o diagnóstico foi feito no âmbito de rastreio radiológico efectuado em consulta de rotina. Foram realizadas 4 artrodeses C1-C2: num caso utilizou-se a técnica de Gallie com aplicação de Halo, e em 3 casos realizou-se uma artrodese instrumentada com ganchos sublaminares (VertexMedtronic®). Nos 4 doentes foi usado enxerto ósseo autólogo. No pós-operatório imediato, um doente com bifidez de C1, apresentou fistula de liquor com necessidade de duas cirurgias subsequentes para reparação da dura, extensão da artrodese (occipito-C2-C3) e aplicação de Halo. Em todos os casos obtivemos consolidação radiológica e clínica da artrodese. Não se observaram alterações neurológicas no pósoperatório. Discussão A maioria dos doentes com S. de Down e instabilidade cervical radiológica são assintomáticos. Os sintomas iniciais podem ser 115 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano a cervicalgia, o torcicolo ou a diminuição da resistência física. A avaliação clinica seriada, com exame neurológico completo, acompanhada de estudos radiológicos (RX simples em flexão/extensão e neutro) é fundamental na determinação da progressão da instabilidade e de possíveis alterações neurológicas iniciais. Estes doentes têm altas taxas de complicações pós-operatórias (infecção, deiscência, instabilidade juncional, pseudartrose, perda de redução). Na série de 4 casos que tratámos cirurgicamente, obtivemos a fusão em todos os casos e apenas tivemos uma complicação: fistula de liquor, com necessidade de extensão da artrodese, plastia da dura e aplicação de Halo. Na nossa série, a artrodese C1-C2 foi reservada para as instabilidades com alterações neurológicas e/ou com intervalo atlanto-odontoideu aumentado, demonstrado pela presença da odontoide no 1/3 médio do diâmetro do canal medular. Continua a existir controvérsia quanto à necessidade e periodicidade do rastreio de instabilidade, ao grau de instabilidade com indicação cirúrgica e ao momento em que deve ser efectuada a fixação. Conclusão A hipermobilidade cervical em Sindrome de Down deve ser diferenciada da instabilidade. Estes doentes devem manter seguimento, com controlo imagiológico, pelo risco da hipermobilidade progredir para instabilidade, com potenciais complicações neurológicas. 116 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Comunicação livre Jorge F Seabra, Mário Conceição, Tah Pu Ling, Pedro Sá Cardoso Hospital Pediátrico de Coimbra Título Fixação segmentar com parafusos pediculares, montagens híbridas, e a utilização complementar dos diversos métodos de fixação e redução de deformidades da coluna vertebral – Experiência do Hospital Pediátrico de Coimbra Introdução Os autores fazem uma análise dos diversos factores a ter em conta na correcção das deformidades da coluna, e da evolução dos métodos de fixação vertebral baseados em 561 operações efectuadas de 1986 a 2011 Material Cerca de 561 operações a deformidades da coluna de diversa etiologia foram efectuadas de 1986 a 2011 no Hospital Pediátrico de Coimbra, utilizando diversos métodos de redução e fixação (Harrington, Luque, Harri-Luque, híbridas, U-Clamp e parafusos pediculares (segmentares e por “clusters” – Daytona). Métodos Os autores fazem uma curta análise da extensa experiência do Serviço no tratamento de escolioses e cifoses de diversa etiologia, apontando dificuldades, desvantagens e complicações que observaram com os diversos métodos, nomeadamente da evolução das técnicas e materiais de fixação mais recentes (montagens híbridas com U-Clamp e parafusos segmentares). Resultados Analisaram-se 42 escolioses (de 2007 a 2009) com o uso de U-Clamp (de um total de 78), com uma idade média de 15 anos (Max 19 e mín 8 anos), tendo-se obtido uma correcção de 51.1%, índice de cincinnati de 3.63. Outro grupo de escolioses que se analisou foram as correcções com o Daytona (Fev a Set de 2011), dos 18 doentes só se considerou 10 doentes, em que se usou o método de desrotação dos “clusters” , com idade média de 14 anos (10 aos 16 anos), percentagem de correcção de 67.18% e índice de Cincinnati de 2.06. A complicação mais frequentes foi a infecção Discussão O serviço tendo uma experiência extensa no uso de sistemas clássicos (arames), com a evolução dos sistemas passou para as montagens híbridas (U-Clamp). Desde Março que tem usado parafusos numa correcção segmentar por “clusters” (Daytona), que se revelou promissora. Com este sistema tem-se conseguiu-se melhores correcções (67.16% contra 51.1%), mas num grupo com maior flexibilidade (índice de Cincinnati 2.06). Os U-Clamp como os recentes fios de crómio-cobalto, têm sido usados nas deformidades muito importantes e no osso osteoporótico (P Cerbral, Osteogénese imperfecta, etc) com sucesso e revelando-se uma alternativa válida e 117 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano que não devemos descartar das nossas opções. Conclusão Na opinião dos autores, as montagens com parafusos pediculares abrangendo todos os segmentos vertebrais da deformidade ou, mais modernamente, em “clusters”, podem apresentar vantagens na correcção de escolioses idiopáticas pouco acentuadas, conseguindo uma melhor correcção radiológica, embora exijam uma técnica exigente e sejam mais sujeitas a problemas e complicações. As montagens híbridas e a utilização de fitas ou arames de cromiocobalto, mantêm um lugar importante no tratamento das grandes deformidades, em escolioses paralíticas e sindromáticas, ou como métodos alternativos ou complementares de fixação nos casos de displasia estreitamento em pedículos tipo C e D de Lenke 118 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Comunicação Livre Joana Cardoso, Paulo Araújo, Daniel Pires, Nuno N Pereira, Edgar Meira, Jorge Quelhas Pedro Hispano Título Avaliação a longo prazo de artrorrisis subastragalina no tratamento de pé plano Introdução O pé plano valgo é uma das patologias mais frequentes na consulta de ortopedia infantil. O seu tratamento médico ou cirúrgico é controverso. O pé plano é uma deformidade triplanar, que apresenta uma ou várias das seguintes deformidades: valgo do calcâneo, abdução e supinação do antepé. O pé plano flexível é aquele em que em carga o arco plantar se colapsa, recuperando a sua forma em descarga. Foram descritas diversas técnicas cirúrgicas para o tratamento desta patologia nomeadamente procedimentos sobre partes moles, artrodeses do tarso ou combinação destes métodos. A artrorrisis foi descrita por Chambers e inicialmente realizada com enxerto ósseo introduzido no seio do tarso com objectivo de corrigir a relação astrágalo calcâneo e elevar o arco plantar. Posteriormente Villadot e Giannini desenharam uma prótese para a realização desta técnica. Material Entre 2001-2008 foram submetidos a cirurgia 80 crianças das quais avaliamos 50. A indicação cirúrgica foi pé plano, flexível, com deformidade clínica acompanhada de dor e limitação funcional. A técnica cirúrgica consistiu numa artrorrisis subastragalina com prótese reabsorvível de Giannini. Realizamos uma avaliação a 45 doentes do total de doentes operados o que correspondeu a 89 pés. A idade média era de 14,8 anos e a idade média na altura da cirurgia era de 9,53 anos. O recuo médio foi de 60,4 meses. Os critérios de avaliação foram classificação de Smith e Millar (avaliação da dor, valgo do calcâneo, mobilidade subastragalina e correcção do arco plantar), medição de 5 ângulos radiográficos (ângulo Costa-Bartani, Linha de Meáry, ângulo talocalcaneano lateral, ângulo talocalcaneano anteroposterior e ângulo astragalo- 1º metatarsiano) e avaliação da pegada no podoscópio segundo a classificação de Villadot. Avaliou-se ainda a capacidade para a prática desportiva. Métodos Realizamos uma avaliação a 45 doentes do total de doentes operados o que correspondeu a 89 pés. A idade média era de 14,8 anos e a idade média na altura da cirurgia era de 9,53 anos. O recuo médio foi de 60,4 meses. Os critérios de avaliação foram classificação de Smith e Millar (avaliação da dor, valgo do calcâneo, mobilidade subastragalina e correcção do arco plantar), medição de 5 ângulos radiográficos (ângulo Costa-Bartani, Linha de Meáry, ângulo talocalcaneano lateral, ângulo talocalcaneano anteroposterior e ângulo astragalo- 1º metatarsiano) e avaliação da pegada no podoscópio segundo a classificação de Villadot. Avaliou-se ainda a capacidade para a prática desportiva. Resultados Clinicamente segundo a classificação de Smith e Millar 66 (74,1%) pés excelentes, 22 (24,7%) bons e 1 (1,1%) mau. O ângulo de Costa-Bartani médio foi de 124,4 pé direito e 123,7 pé esquerdo, o valor normal é 1200-1300 e a linha de Méary média do pé direito 1,930 e 1,570 pé esquerdo valor normal é 00. Não se observaram alterações 119 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano ósseas nem na mobilidade das articulações. Todos os jovens praticavam desporto sem limitações. A pegada no podoscópio encontrava-se normal em 77 (86,5%) pés avaliados, 2 (2,2%) pés hipercorrigidos, 8 (8,9%) pés grau 1 e 2 (2,2%) pés grau 3. Um dos pacientes foi submetido a cirurgia para extracção da prótese por intolerância ao material. Discussão Este procedimento tenta realinhar o pé corrigindo a posição astragalina e limitando a eversão calcânea mediante o uso do implante. A intervenção foi realizada em pacientes com idade média de 9,5 anos, período no qual ainda persiste potencial de crescimento para que se produzam os fenómenos de remodelação articular e se restaure a relação astrágalo calcâneo. Neste estudo observamos que a longo prazo as complicações são mínimas verificando-se em 98% dos pés avaliados resultados excelentes ou bons. Radiologicamente verificou-se que todos os ângulos avaliados se encontravam dentro dos parâmetros normais. Conclusão A artrorrisis subastragalina em pé plano flexível sintomático apresentou bons resultados clínicos e uma boa correcção a longo prazo. 120 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Comunicação Livre Thiago Aguiar; Miguel Varzielas; Francisco Mercier; Pedro Cardoso; Tah Pu Ling; Mário Conceição; Jorge Seabra Hospital Pediátrico de Coimbra Título Sistema Daytona no tratamento da escoliose – resultados preliminares Introdução O sistema Daytona® é um instrumental desenvolvido para a cirurgia de escoliose, que possibilita correcção desrotativa da deformidade. Tem como base uma redução por blocos (“clusters”), distribuindo as forças de forma homogénea corrigindo todos os planos da escoliose. Objectivo: avaliar correcções conseguidas; estabelecer factores que influenciam a correcção; comparar com outras técnicas utilizadas no Serviço. Material Estudo retrospectivo realizado entre Fevereiro de 2011 e Agosto de 2011 em pacientes com escoliose submetidos a fixação posterior instrumentada (artrodese) com material Daytona®. Tratamento estatístico realizado com SPSS v17.0. Métodos Artrodese posterior com material Daytona®: parafusos pediculares e manobra de redução por desrotação dos corpos vertebrais (complementado com in situ bending e compressão/distracção da extremidade). Quando necessário, costectomias para flexibilização e melhor correcção estética. Analisaram-se as variáveis: sexo, idade, etiologia da escoliose e complicações pós-operatórias. Realizou-se avaliação imagiológica: ângulo de Coob pré e pósoperatório (calculou-se percentagem de correcção); flexibilidade préoperatória; índice de Correcção de Cincinnati (ICC). 121 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Resultados 16 Pacientes com escoliose submetidos a artrodese posterior com material Daytona®.. Nove doentes com correcção por desrotação e 7 com translação/técnica híbrida. Dos 9 pacientes submetidos a fixação posterior com Daytona®, 7 género feminino e 2 masculino. Média de idades 14 anos (10-16). Etiologia: 89% escoliose idiopática. Costectomias da convexidade em 6 pacientes. Complicações – 1 caso de infecção e outro de descência de sutura Avaliação imagiológica: ângulo de Cobb pré-operatório médio de 69,2˚ (56˚ - 87˚); flexibilidade pré-operatória média de 31,48% (19,54% - 48,39%); ângulo de Cobb pós-operatório médio de 24,4˚ (12˚ - 44˚); percentagem de correcção de 66,06% (49,43% 78,57%); ICC de 2,04 (0,81 – 2,71). Discussão Como em outros métodos a flexibilidade da curva parece influenciar os resultados. Usámos a técnica híbrida com U-clamps em curvas tendencialmente mais rígidas e graves. Comparativamente a outras técnicas utilizadas no Serviço a desrotação com sistema Daytona® apresentou melhor correcção pósoperatória – 66,06% (U-Clamp 51,1% e Malibu 63,2%). Contudo, apresentou um ICC inferior – 2,04 (U-Clamp 3,63 e Malibu 2,95). Hamzaoglu et al (Spine 2008) e Watanabe et al (Spine 2008) reportaram melhores resultados cirúrgicos e imagiológicos com parafusos pediculares do que com outras técnicas. Outros estudos (Vora et al) contradizem a superioridade dos parafusos nas correcções. Conclusão Os primeiros resultados com a utilização desta técnica são encorajadores. O seguimento a longo prazo é necessário para confirmar os bons resultados preliminares. 122 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Comunicação Livre Paulo Araújo; Nuno Neves Pereira; Joana Cardoso; Edgar Meira; Nuno Camelo; Luís Torres Hospital Pedro Hispano Título Escoliose Idiopática do Adolescente: Correção por via posterior única Introdução A Escoliose Idiopática do Adolescente é uma deformidade da coluna vertebral cuja etiologia exata permanece desconhecida sendo mais prevalente no sexo feminino do que no masculino. A probabilidade de progressão da deformidade está associada a vários fatores: sexo feminino, pré-menarca, Risser O, curvas duplas, curvas torácicas e à própria severidade da deformidade. Material Estudo retrospectivo de 15 doentes com EIA operados no Serviço de Ortopedia do HPH entre Janeiro de 2008 e Setembro de 2010, 12 do sexo feminino e 3 do sexo masculino. Métodos As curvas foram classificadas segundo Lenke. Todos os doentes foram submetidos a correção posterior com fixação transpedicular e artrodese com enxerto ósseo local e matriz óssea desmineralizada. Efetuou-se neromonitorização em todos os doentes. Foram medidos os ângulos de Cobb pré e pós operatórios. Resultados Não se observaram complicações relevantes peri ou pós operatórias. A correção média do ângulo de Cobb foi superior a 50%. Não se observou falência de material. Elevado grau de auto-satisfação. Discussão A evolução e melhoria da instrumentação cirúrgica, quer em termos da qualidade dos materiais utilizados quer em termos da própria capacidade técnica do cirurgião podem mudar a abordagem perante os casos de deformidades mais severos. Conclusão De facto, a resistência e força da instrumentação transpedicular permite correções por via posterior única com excelentes resultados. 123 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Comunicação Livre Thiago Aguiar; Paulo Andrés; Miguel Varzielas; Inês Balacó; Gabriel Matos Hospital Hospital Pediátrico de Coimbra Título 20 Anos de experiência em pseudo-tumores ósseos Introdução A designação pseudo-tumores ósseos engloba um conjunto de patologias cujas manifestações clínicas, radiológicas e analíticas se assemelham aos tumores ósseos e que por isso implicam diagnóstico diferencial com os mesmos. São patologias com uma evolução maioritariamente benigna, contudo podem necessitar de intervenções cirúrgicas localizadas. Em determinadas situações podem apresentar um comportamento biológico agressivo. Material Estudo retrospectivo realizado entre Janeiro de 1990 e Dezembro de 2010 a 195 crianças tratadas no mesmo serviço com pseudo-tumores ósseos. Inclui-se neste grupo uma série de osteomielites subagudas e crónicas, pela necessidade diagnóstico diferencial e tipo de tratamento que implicaram. Tratamento estatístico - SPSS v17.0. Métodos Analisaram-se as variáveis: sexo, idade, localização anatómica, meios de diagnóstico, opção terapêutica e seus resultados. Realizou-se controlo imagiológico pré e pós-operatório. Comparou-se com a estatística internacional. 124 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Resultados A lesão mais frequente foi o quisto ósseo essencial (56). Predomínio pelo sexo masculino (42:14). Idade média –10 anos. Localização preferencial: metáfise proximal do úmero (31). A opção terapêutica mais utilizada foi a técnica de Sacglietti. 23 casos de quistos ósseos aneurismáticos. Predomínio pelo sexo feminino (7:16). Idade média – 11 anos. Localização preferencial: fémur (5) e tíbia (5). Opção terapêutica mais utilizada: curetagem e preenchimento com enxerto ósseo. 23 casos de defeitos fibrosos da cortical. Predomínio pelo sexo masculino (14:9). Idade média – 11 anos. Localização preferencial: fémur (9). Opção terapêutica mais utilizada: vigilância. Se lesões complicadas com fracturas patológicas recorrentes: ressecção intralesional, com ou sem preenchimento com enxerto ósseo. 17 displasias fibrosas: 13 monostóticas e 4 poliostóticas (2 síndromes de McCune-Albright). Predomínio pelo sexo masculino (11:6). Idade média – 9 anos. Localização preferencial: tíbia (10). As lesões monostóticas são na sua maioria assintomáticas e não necessitam tratamento. 19 granulomas eosinófilos. Predomínio pelo sexo masculino (11:8). Idade média – 8 anos. Localização preferencial: fémur (5) e calote craniana (4). Opção terapêutica mais utilizada: ressecção intralesional e preenchimento com enxerto ósseo. 3 casos de miosite ossificante. Todos do sexo masculino. Localização preferencial – coxa. Tratamento: vigilância e repouso. 2 displasias osteofibrosas de Campanacci. Sexo feminino (2). Opção terapêutica mais utilizada: ressecção marginal em ambos os casos. 52 osteomielites sub-agudas (33) ou crónicas (19). Predomínio pelo sexo masculino (32:20). Idade média – 9 anos. Localização preferencial: fémur e tíbia. Em 45 casos houve necessidade de biópsia para diagnóstico diferencial. Discussão Comparando a casuística do serviço com a literatura internacional encontramos distribuição epidemiológica e resultados dos tratamentos sobreponíveis. O escasso número de defeitos fibrosos da cortical nesta série, reflecte a sua natureza benigna e assintomática (achado radiográfico). Conclusão As lesões pseudo-tumorais são na sua maioria benignas, sendo o tratamento realizado considerado maioritariamente como curativo, mas devido a particularidades da sua forma de apresentação e pelo diagnóstico diferencial que implicam devem ser referenciadas a um centro especializado em oncologia ortopédica para avaliação, tratamento e acompanhamento. 125 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Caso Clínico Marta Massada, Alexandre Pereira, Ângelo Encarnação, Armando Campos, António Oliveira Hospital Hospital de Santo António – Centro Hospitalar do Porto Título Osteocondroma gigante da coluna cervical Introdução Os osteocondromas são tumores de evolução benigna que envolvem habitualmente os ossos longos, omoplata e pelve sendo rara a sua apresentação no esqueleto axial. Material Com este trabalho os autores pretendem reportar um caso de um doente de 17 anos de idade que foi referenciado à consulta da Especialidade por apresentar uma tumefacção da nuca associada a limitação progressiva nos movimentos do pescoço. A inspecção permitiu distinguir uma massa dura de aproximadamente 7 cm de maior diâmetro. O estudo complementar com Rx e TAC revelou uma massa envolvendo as estruturas posteriores de C6 de características compatíveis com osteocondroma gigante. Métodos O doente foi submetido a uma abordagem posterior da coluna cervical com excisão da massa tumoral. O estudo anátomo-patológico confirmou o diagnóstico clínico inicial. Resultados À data da última observação o doente apresentava-se assintomático tendo tido alta clínica sem evidência de recidiva local. Discussão Conclusão Os osteocondromas representam a maioria dos tumors benignos do sistema esquelético. A apresentação deste osteocondroma é pouco usual quer pelo tamanho quer pela localização do tumor, refelectindo aspectos clinicamente interessantes. 126 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Comunicação livre Augusto Martins; Pedro Rocha; André Sprenger; Graça Lopes; Prof. Jacinto Monteiro Santa Maria Título Deformidade nos membros em crianças Introdução Desde 2006 temos vindo a seguir na consulta 6 crianças com deformidade nos membros Material Este trabalho agrupa 6 crianças ( 4 do sexo masculino e 2 do sexo feminino ). “ com Osteogeneses Imperfecta e 4 com Raquitismo Métodos Todos foram submetidos a tratamento cirúrgico com osteotomias múltiplas tipo Soffield Resultados Foi obtida em todos a consolidação das osteotomias realizadas e melhorou a capacidade funcional da criança excepto em 1 caso Discussão A estabilidade mecânica do segmento ósseo deformado permite melhoria da qualidade óssea. Verificamos menor fragilidade óssea o que diminue a progressão da deformidade óssea do membro e um menor número de fracturas Conclusão A correcção da deformidade e a estabilidade mecânica potencia a melhoria na capacidade funcional mas é primordial o controle médico da doença para o equilibrio do metabolismo osseo. 127 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Comunicação oral Sandra Rebimbas1; Diana Moreira1; Joana Cardoso1 ; Mafalda Santos2; Lúcia Rodrigues 1 1- Serviço de Pediatria – Centro Hospitalar VNG / Espinho, EPE; 2Serviço de Ortopedia – Centro Hospitalar VNG / Espinho, EPE Título Sinovite transitória da anca – estudo prospectivo Introdução A sinovite transitória da anca (STA) é a causa mais comum de anca dolorosa não traumática (ADNT) na criança. Objectivos Material e métodos Resultados Caracterização clínica, analítica e imagiológica de uma população com STA. Determinar factores preditivos de claudicação prolongada ( 7 dias). Estudo prospectivo da população (idade < 18 anos) com STA admitida de 07/2009 a 12/2010 na urgência pediátrica por ADNT. Critérios de inclusão: realização de estudo analítico-ecográfico na admissão e seguimento por período 2 meses. Na comparação das variáveis categóricas e contínuas entre o grupo com e sem claudicação prolongada, foram usados o teste exacto e o teste t, respectivamente (nível de significância 0,05). Foram diagnosticadas 67 STA (1,6♂:1♀), com mediana de idade de 5 anos (10 meses - 16 anos), 20,9% dos casos com idade atípica (< 3 anos e >10 anos). Em 16,4% havia história prévia de ADNT e 56,7% dos casos apresentava infecção respiratória recente. A dor foi referida à anca em 51,6% e nos restantes à coxa/joelho. Todos referiam claudicação (56,7% à direita), 17,9% dos casos apresentava recusa da marcha e 7,5% febre (37,7-38,3ºC). A mediana foi: 9760/µl (2610-15650) para os leucócitos (L), 10 mm (2-55) para a velocidade de sedimentação (VS) e 0,24 mg/dl (0,02-2,81) para a proteína C reactiva (PCR). Em 4 casos detectou-se VS entre 40 - 55 mm, com normalização em posterior controlo analítico. Verificaram-se alterações ecográficas em 82,1% dos casos. A todas as crianças foi prescrito ibuprofeno (dose adequada em 65,7 % dos casos) e repouso (adesão em 26,9% dos casos). Na primeira reavaliação (mediana: 5 dias) detectou-se claudicação em 25,8% casos e em nenhum caso recusa da marcha. A mediana da duração da claudicação foi 4 (1-34) dias. Apresentaram claudicação prolongada 17,9% dos casos. Por clínica atípica 4,5% dos casos realizaram ressonância magnética. Não se detectou relação estatisticamente significativa entre a incidência de idade atípica, gravidade clínica, presença de alterações ecográficas, incumprimento da terapêutica preconizada e a duração da claudicação. 128 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Discussão e conclusão Constatamos que 1:6 dos doentes apresentavam ADNT recorrente e claudicação prolongada. Em nenhum caso foi detectada febre> 38,3ºC, L> 15650/ul, PCR> 2,81 mg/dl e VS> 55 mm. Os resultados do nosso estudo não confirmaram que a gravidade clínica, a presença de derrame articular e o incumprimento da terapêutica preconizada sejam factores preditivos de doença prolongada. 129 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Caso Clínico Pedro Rocha; Augusto Martins; André Sprenger; Graça Lopes; José Gonçalo; Prof. Jacinto Monteiro Santa Maria Título Artrite tuberculosa do Joelho Introdução A artrite da criança jovem sem cauda prévia ou alteração sistémica deve ser avaliada com base na história clínica e exames imagiológicos para orientação terapêutica Material Criança de 17 meses que em Dezembro de 2007 inicia quadro de aumento de volume do Joelho com quadro inflamatório local do joelho sem febre. Com deformidade localizada no lado interno do Joelho tipo abcesso Métodos Após avaliação analítica e ecografica foi feita punção do líquido, da lesão abcedada do joelho, com aspecto turvo seguido de lavagem local. Exame bacteriológico negativo. Antibioterapia ev 5 dias e 15 dias de Ab oral. Menos de 2 meses recorrência do quadro clínico com aumento de volume do Joelho com o diagnóstico de artrite bacteriana a fazer Ab ev. Artrocentese com líquido turvo. Exame bacteriológico e anatomo patológico da sinovial. Resultados O exame bacteriológico é negativo. O exame anatomo patológico foram isoladas granulomas com células Langhamns. Discussão A tuberculose é causa de infecção óssea sendo por contacto directo ou após a vacinação de BK. A pesquisa de BK no líquido articular foi positiva e os estudos revelaram ser da mesma estirpe da vacina do BK. Foi feito estudo imunitário. Esta criança manteve o seguimento na consulta de Ortopedia onde verificamos a destruição óssea do condilo interno do fémur (metafise e epifise) e a sua evolução Conclusão Actualmente a criança tem 4 anos sem défice funcional do membro. Não apresenta desvios de eixo, sem dismetria e mobilidade do Joelho normal. Gostávamos de chamar a atenção da necessidade das colheitas obtidas serem para exame bacteriológico e pesquisa de BK. O exame anatomo patológico é essencial para o diagnóstico das doenças não bacterianas 130 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Comunicação oral Sandra Rebimbas1; Diana Moreira1; Joana Cardoso1; Lúcia Rodrigues 1 Mafalda Santos 2 1- Serviço de Pediatria – Centro Hospitalar VNG / Espinho, EPE; 2Serviço de Ortopedia – Centro Hospitalar VNG / Espinho, EPE Título Anca dolorosa não traumática numa urgência pediátrica – estudo prospectivo Introdução A anca dolorosa não traumática (ADNT) inclui entidades patológicas com amplo espectro de gravidade. Objectivos Material e métodos Resultados Avaliar o desempenho diagnóstico das variáveis clínicas, analíticas e imagiológicas em diferenciar sinovite transitória da anca (STA) de outras patologias osteoarticulares (OPO) na ADNT. Estudo prospectivo analítico de 77 doentes (idade: 10meses-16anos) admitidos por ADNT (07/2009-12/2010) numa urgência pediátrica (UP), que realizaram estudo analítico-ecográfico na admissão e mantiveram seguimento por período 2 meses. Critérios de realização de radiografia da bacia: duração dos sintomas 7 dias, ADNT recorrente, idade atípica STA (<3/>10 anos) e ausência de alterações ecográficas. Na comparação das variáveis categóricas e contínuas foram usados o teste exacto e o teste de Mann-Whitney, respectivamente ( <0,05). Diagnosticaram-se 67 doentes com STA e 10 com OPO (infecção osteoarticular 6, doença de Perthes 2, epifisólise superior do fémur 1, leucemia 1). A distribuição dos doentes no grupo STA vs OPO por sexo (1,6♂:1♀ vs 4♂:1♀) não foi significativamente diferente. A incidência de idade atípica (21 vs 60%) foi superior no grupo OPO (p=0,02). Das variáveis clínicas estudadas detectou-se que a média da duração dos sintomas (1,3±2,8 vs 10,4±18,0dias), a incidência de recorrência à UP (11,9 vs 40,0%), da febre (7,5 vs 70,0%), da persistência da claudicação (25,8 vs 100%) e da recusa da marcha na reavaliação (0 vs 25%) foi superior no grupo OPO (p<0,05), bem como a média da febre (38,0±0,3 vs 39,2±0,9ºC; p=0,01). Das variáveis analíticas estudadas detectou-se que os leucócitos (L) (9684±2423 vs 13381±3785/mm3), a velocidade de sedimentação (VS) (13±11 vs 44±43mm) e a proteína C reactiva(PCR) (0,45±0,5 vs 5,8±5,3mg/dl) foram mais elevados no grupo OPO (p<0.01). Das variáveis imagiológicas estudadas detectou-se que a incidência das alterações ecográficas (82,1 vs 88,9%) não foi diferente nos 2 grupos. Das 48 radiografias realizadas na UP, 6 tinham alterações. Todas cumpriam pelo menos 1 dos critérios acima citados. 131 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Discussão e conclusão O estudo sugere como factores clínicos preditivos de OPO: idade atípica, febre elevada, persistência de claudicação e recusa da marcha na reavaliação. Os resultados confirmam a importância do doseamento dos L, PCR e VS na abordagem diagnostica de ADNT; validam os critérios de realização de radiografia da bacia na UP, no entanto não permitem demonstrar o valor diagnóstico isolado da ecografia articular em diferenciar STA de OPO. 132 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Posters 133 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Poster Bruno Alpoim, Cristina Varino, Elisa Rodrigues, Pedro Marques, António Rodrigues Unidade Local de Saúde do Alto Minho – Viana do Castelo Título Avulsão da tuberosidade isquiática - um caso típico dos adolescentes Introdução A avulsão da tuberosidade isquiática é considerada uma fractura rara, que acontece entre a puberdade (aparecimento do núcleo de ossificação secundário) e a adolescência (fusão). Ocorre fundamentalmente por dois tipos de mecanismo: - Contracção violenta dos isquio-tibiais com bacia fixa em flexão (mais frequente). - Avulsão do grande adutor “esparragata” (menos frequente). causado por movimentos tipo Clinicamente os doentes apresentam-se com dor, que se agrava com a posição de sentado e com a flexão da coxa. A radiografia da bacia (AP) habitualmente é suficiente, ficando a tomografia computorizada reservada para os casos mais dúbios. O tratamento permanece controverso, mas tradicionalmente é conservador com repouso e marcha com descarga. O tratamento cirúrgico (osteossíntese) é equacionado inicialmente quando existe grande diastáse, ou posteriormente no tratamento de sequelas (pseudartrose ou calo hipertrófico). Material Descreve-se o caso clínico de um jovem de 15 anos, que durante a prática desportiva sentiu dor intensa na região isquática direita. Métodos Recorreu ao SU, onde depois de observado, efectuou RX e TC da bacia. Resultados O RX e TC confirmaram arrancamento da tuberosidade isquiática direita. Discussão Optou-se por tratamento conservador, sendo o doente seguido em ambulatório. Actualmente e com 4 meses pós traumatismo já retomou actividade desportiva moderada (corrida) sem queixas nas actividades da vida diária. Conclusão É uma patologia rara, que surge entre a puberdade e a adolescência. Clinicamente cursa com dor que agrava com flexão da coxa e posição de sentado. O diagnóstico é obtido da conjugação da clínica com os exames imagiológicos (RX). O tratamento, geralmente, reservada para as sequelas. é conservador, ficando a cirurgia 134 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Poster António Alves; Sandra Alves; Jorge Pon; José de Sá Centro Hospitalar Cova da Beira - Covilhã Título Fractura da Tuberosidade Anterior da Tíbia num Adolescente – A propósito de um caso clínico Introdução A fractura-avulsão da tuberosidade anterior da tíbia (TAT) é uma entidade rara, correspondendo a cerca de 1% do total de fracturas epifisárias e cerca de 3% do total de fracturas da extremidade proximal da tíbia. Ocorre maioritariamente em adolescentes do sexo masculino (normalmente entre os 12 e os 16 anos) e após prática desportiva. A sua associação com a Doença de Osgood-Schlatter tem sido um tema controverso. Material CASO CLÍNICO: Doente do sexo masculino, 15 anos, que recorre ao Serviço de Urgência por dor e impotência funcional do joelho esquerdo após jogo de futebol, no qual ocorreu um movimento brusco do membro inferior esquerdo, sem traumatismo directo. Apresentava edema anterior do joelho esquerdo, derrame articular, dor à palpação e mobilização. Sem antecedentes clínicos de relevo. Métodos O estudo radiográfico efectuado mostrava fractura-avulsão da TAT do joelho esquerdo (tipo III-A de Ogden). Foi submetido a intervenção cirúrgica, sendo efectuada redução aberta e osteossintese com 2 parafusos. Resultados O pós-operatório ocorreu sem complicações. Foi colocada imobilização do joelho esquerdo em extensão com tala gessada posterior durante 4 semanas e ortotese de joelheira articulada durante mais 3 semanas. Após retirar a imobilização iniciou reabilitação do membro afectado durante 2 meses, com trabalho de amplitude de mobilização e fortalecimento do músculo quadricipite. Aos 4 meses pós-operatórios retomou a actividade desportiva sem limitações. Discussão Este tipo de fracturas, quando diagnosticadas e tratadas atempadamente cursam com um excelente prognóstico. Os principais mecanismos de lesão associam uma contracção do músculo quadricipite com uma maior ou menor flexão forçada do joelho, situações intimamente ligadas a práticas desportivas. A maioria dos estudos realizados recomenda uma redução aberta e osteossintese nas fracturas descoaptadas pelo risco de tracção do tendão rotuliano pelo quadricipite, impedindo uma adequada redução e consolidação. A taxa de complicações é muito baixa e nelas incluem-se síndrome compartimental, perturbação do crescimento ósseo do local operado, proeminência significativa do material de osteossintese, rigidez articular e patela alta por redução inadequada. 135 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Durante anos houve bastantes relatos de casos idênticos em jovens com Doença de Osgood-Schlatter associada, levando a crer que existiria uma predisposição para a fractura da TAT nestes doentes, mas tal associação nunca foi devidamente comprovada. Conclusão A fractura-avulsão da TAT, apesar de relativamente rara, é uma entidade a ter em conta no contexto de Serviço de Urgência. O tratamento cirúrgico é válido para a grande maioria destas lesões e com baixa taxa de complicações. A história e quadro clínico são fundamentais para diferenciar da Doença de Osgood-Schlatter. 136 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Poster Luís Miragaia; José Marinhas; Daniel Saraiva; Andreia Ferreira; Ricardo Mendes; Mafalda Santos CHVNG Título Calcificaçao intra-discal C6-C7 Introdução A calcificação intra-discal em crianças é rara, sendo caracterizado por aparecimento súbito de cervicalgia associado a torcicolo e limitação da mobilidade cervical. Não tem ainda uma etiologia definida,sendo associada a doenças metabólicas, trauma e infecção local. O nível mais atingido é o de C6-C7, sendo mais frequente no sexo masculino e entre os 5 meses e os 11 anos de idade. Material Os autores apresentam um caso clínico de um doente do sexo masculino com 3 anos de idade, referenciado à consulta de Ortopedia Pediátrica por Torcicolo. Métodos Foi realizada história clínica, exame objectivo e imagiológico: Rx calcificação intra-discal C6-C7. TAC:observa-se calcificação linear e simètrica, ligeiramente mais "espessa" na linha mèdia. o disco intersomático preserva a sua morfologia, não ultrapassando os limites das plataformas vertebrais. RMN: Calcificação intra-discal sem expressão endocanalar ou foraminal em C6-C7 Resultados Após 2 anos de acompanhamento o doente encontra-se sem queixas, com mobilidade total da coluna cervical, e sem alterações neurológicas. Imagiologiamente apresenta ainda a calcificação intradiscal. Encontra-se em acompanhamento periódico em consulta externa. Discussão O efeito a longo prazo das calcificações intra-discais ainda são desconhecidos,mas há relatos de alterações nos corpos vertebrais adjacentes,podendo levar a alterações degenerativas precoces em adultos jovens. Conclusão O tratamento adequado da calcificação intra-discal consiste em repouso, imobilização cervical provisória, e analgesia. O tratamento cirúrgico com discectomia anterior e artrodese está apenas indicado quando surgir compressão medular ou das raízes nervosas, de forma sintomática. 137 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Poster Luís Miragaia; André Costa; Diogo Ferraz; Andreia Ferreira; António Almada; Mafalda Santos CHVNG Título Fractura supracondiliana do úmero, na criança, com lesão neurovascular Introdução A fractura supracondiliana é a mais frequente a nível da região do cotovelo na criança, compreendendo cerca de 55-75% das lesões. A lesão vascular é rara, mas deve ser pesquisada activamente tal como a lesão neurológica. Material Os autores apresentam um caso clínico de um doente do sexo masculino com 7 anos de idade, vítima de queda da qual resultou fractura supracondiliana do úmero esquerdo. Submetido a redução e fixação percutânea com 2 fios de Kirschner radiais e 1 cubital. Transferido para o hospital da área de residência foi-lhe detectada lesão neurovascular - nervos mediano e cubital e artéria braquial. Métodos Foi realizada história clínica, exame objectivo e imagiológico após transferência para o hospital da área de residência: clinicamente com lesão do nervo cubital e mediano e sem pulso palpável. Submetido a extracção do Fio de Kirshner cubital e reposicionamento dos Fios radiais. Às 3 semanas pós-operatório retirou material de fixação e imobilização gessada e iniciou reabilitação. Resultados EMG (2 meses pós-operatório): neuropatia focal do mediano e cubital equerdos, de caracter sub-agudo, grave, com potencial de recuperação. Estudo de Hemodinâmica: trombose da artéria umeral no seu segmento distal, com bifurcação permeavel e colateralização a partir da umeral profunda. Aos 6 meses pós-operatório apresenta melhoria dos déficits motores, com melhoras a nível dos exames Neurofisiológicos. Discussão A lesão neurológica (7-10%) pode ser causada por por fenómeno de estiramento aquando da lesão inicial, ou ser provocada no momento da redução da fractura. É ainda um componente da contractura isquémica de Volkmann. A lesão do nervo cubital é muitas vezes iatrogénica, consequência da fixação percutânea medial. A lesão vascular é rara, podendo ser consequência de trauma directo da artéria braquial ou consequência do edema da fossa cubital. Conclusão A hipótese de lesão neurovascular associada à fractura supracondiliana do cotovelo deve estar sempre presente, e ser pesquisada activamente à apresentação inicial e após manobras de redução. Devem ser tomadas as precauções necessárias para evitar as lesões iatrogénicas aquando da fixação percutânea medial. 138 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Poster Luís Miragaia; Ricardo Mendes; José Marinhas; Daniel Saraiva; Andreia Ferreira; Mafalda Santos; CHVNG Título Hiperostose Cortical Congénita – Doença de Caffey Introdução A doença de Caffey é rara, apresentando-se com um quadro clínico de edema, dor, hiperestesia e rubor de várias áreas do corpo, normalmente em crianças. Radiologicamente caracteriza-se pela formação periostica de osso novo, que pode provocar um aumento significativo das corticais. Material Os autores apresentam um caso clínico de um doente do sexo masculino com 3 meses de idade, que apresentava tumefacções a nível das 2 pernas e dor local. Com antecedentes familiares e diagnóstico de Doença de Caffey. Métodos Foi realizada história clínica, exame objectivo e imagiológico: Radiologicamente apresentava aumento significativo das corticais da tíbia, com formação de osso novo Tratamento sintomático, com analgesia, e observação periódica em consulta externa. Resultados Aos 8 meses apresenta-se sem queixas álgicas, com diminuição significativa das tumefacções das 2 pernas. Radiologicamente com regressão das formações ósseas. Discussão Na fase inicial da doença o diagnóstico diferencial coloca-se em relação a lesões tumorais, osteomielite ou lesões traumáticas. Por regra, as alterações ósseas regridem, mas no caso dos ossos da perna ou do antebraço há a possibilidade de formação de sinostoses. Conclusão A evolução clínica da doença de Caffey é variável e imprevisível. No entanto, na maioria dos casos os sintomas evoluem favoravelmente e verifica-se uma regressão completa das alterações ósseas, tendo assim um bom prognóstico. 139 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Poster Luís Miragaia; André Costa; Daniel Saraiva; Ricardo Mendes; Diogo Ferraz; Mafalda Santos; CHVNG Título Infecção da articulação Sacroilíaca Introdução A infecção da articulação sacroiliaca é rara, representando apenas 1 a 4% de todos os casos de artrite séptica. A etiologia da infecção é geralmente considerada uma disseminação hematogénea para a rede vascular da região da sacroíliaca. Em cerca de 50% dos casos, uma infecção pré-existente,remota, pode ser encontrada. Apesar de poder ocorrer em qualquer idade, é mais prevalente em crianças ou adultos jovens. O organismo responsável mais identificado é o Staphylococcus aureus. Material Os autores descrevem o caso clínico de um doente de sexo masculino, com 17 anos de idade, que recorreu ao Serviço de Urgência com queixas de dor localizada à sacroilíaca direita,febre e claudicação ipsilateral. Métodos Foi realizada história clínica, exame objectivo e imagiológico: Clinicamente apresentava limitação da abdução da anca direita, com dor à palpação da articulação sacroilíaca direita. Ecografia da anca: Normal; Rx : Normal; TAC: imagem tipo geódica,com rebordo esclerotico justacondral na asa direita do sacro RMN:perda de sinal da articulaçao Sacroilíaca direita..edema medular osseo das porções adjacentes do sacro e ilíaco..quadro de sacro-ileite unilateral de natureza infecciosa. Hemoculturas: Staphylococcus aureus Iniciou antibioterapia endovenosa com Cefuroxime Resultados A partir do 7º dia de antibioterapia encontra-se apirético, verificandose uma melhoria progressiva das queixas osteo-articulares e das mobilidades da anca direita. Completou 6 semanas de antibioterapia endovenosa. Aos 3 meses apresentava normalidade clínica,com marcha normal e exame físico normal. Aos 6 meses apresentava queixas esporádicas. Aos 8 meses apresentava em RMN alterações da regularidade da superfície articular ao nivel da Sacroilíaca direita. Aos 11 meses faz vida normal,incluindo actividade desportiva, sem queixas. Discussão As manifestações iniciais da infecção da articulação sacroilíaca mimetizam outras patologias mais comuns incluindo lombalgia, abcessos intra ou extra pélvicos, artrite séptica da anca, infecção abdominal,pielonefrite. Devido às queixas inespecíficas, não é de estranhar que em cerca de 50% dos casos haja um atraso de cerca de 10 dias até um diagnóstico conclusivo. 140 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Conclusão Após a confirmação do diagnóstico e o isolamento do agente, deve ser iniciada antibioterapia dirigida. Por regra a evolução clínica é favorável, havendo apenas necessidade de recorrer a drenagem cirúrgica naqueles casos em que não se verifica uma melhoria clínica significativa nas primeiras 24 a 48h após o inicio da antibioterapia. 141 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Poster Luís Miragaia; Diogo Ferraz; Ricardo Mendes; Daniel Saraiva; José Marinhas; Mafalda Santos CHVNG Título Luxação congénita do joelho Introdução A luxação congénita do joelho foi descrita pela primeira vez em 1882 por Chatelaine. A sua gravidade é medida por 3 graus: hiperextensão do joelho, sub-luxação do joelho e luxação do joelho. Pode estar associada a outras malformações musculo-esqueléticas, como a luxação congénita da anca. Material Os autores apresentam um caso clínico de uma doente do sexo feminino, actualmente com 9 anos de idade, com hiperextensão do joelho congénita. Métodos Ao nascimento submetida a 2 meses de manipulações e imobilizações gessadas. RMN: deslocamento anterior da tibia em relaçao ao fémur, alteração associada a fenómenos de joelho tipo recurvatum, aspectos provavelmente relacionados com laxidez ligamentar. Sem alterações morfológicas ligamentares ou ósseas. Aos 6 meses de idade foi submetida a reposição cirurgica – alongamento em V-Y do quadricepete e libertação de aderências. Resultados No pós-operatório, imobilizações gessadas seriadas entre os 45 e os 60 graus de flexão por 4 semanas. Actualmente com 9 anos de idade, apresenta um arco de mobilidade de 0-70º. Discussão A condição patológica varia com com a severidade da deformidade. À medida que aumenta o deslocamento anterior da tíbia, outras anomalias estão presentes, como as adesões intrarticulares, a hipoplasia ou agenesia dos ligamentos cruzados, hipoplasia ou agenesia da Patela. Conclusão O tratamento da Hiperextensão congénita do joelho depende do seu grau de severidade e da idade do paciente. No recém-nascido o tratamento conservador deve ser tentado. Em caso de insucesso incapaz de 30 graus de flexão após 3 meses de imobilização gessada, deve ser tentado o tratamento cirúrgico com vista a obter até 90 graus de flexão. 142 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Poster Luís Miragaia; Diogo Ferraz; Ricardo Mendes; Andreia Ferreira; André Costa; Joaquim Fontes Lebre; CHVNG Título Osteocondrite dissecante do joelho Introdução A etiologia da osteocondrite dissecante é multifactorial, estando associada a história familiar, distúrbios do crescimento, isquemia, trauma, microtrauma repetido, factores genéticos e metabólicos. Apresenta-se em 2 formas – juvenil ou adulta, sendo muito mais prevalente a forma juvenil, e quase com o dobro da incidência no sexo masculino em relação ao feminino. As principais regiões anatómicas atingidas são o joelho, capitulum umeral e astrágalo. Material Os autores apresentam um caso clínico de um doente do sexo masculino com 14 anos de idade com queixas de gonalgia direita com 1 ano de evolução, pós-traumática, com episódios de bloqueio, e derrame articular. Métodos Foi realizada história clínica, exame objectivo e imagiológico: Rx: osteocondrite dissecante do côndilo femural externo RMN: Osteocondrite dissecante, com fragmento de 4 x 2,4 x 1,4cm Foi submetido a artroscopia + mini-artrotomia + fixação com 2 parafusos reabsorvíveis Resultados Às 2 semanas pós-operatório iniciou ROM e reabilitação. Cintigrafia às 10 semanas pós-operatório: “já se evidencia fixação do radiofármaco no côndilo externo do fémur, sugerindo remodelação/viabilidade óssea.” Manteve descarga total do membro até as 12 semanas tendo iniciado carga parcial progressiva. Aos 6 meses pós-op realizava actividades de vida normal, evitando desportos de contacto. RMN aos 10 meses pós-op: Apenas de referir muito ligeiro aplanamento da normal superfície de carga óssea do côndilo femoral. A cartilagem de revestimento apesar de evidenciar discretas alterações de sinal não apresenta alterações da sua regularidade, não se identificando fragmentação ou outros achados significativos. 15 meses pós-op, faz vida normal, sem queixas. Discussão O tratamento da Osteocondrite dissecante pode ser: Conservador Jovens com cartilagens de crescimento abertas nos estadios I ou II: consistindo em descarga c/ protecção, desporto c/ moderação, uso de ortoteses. Cirúrgico - Insucesso com o tratamento conservador, lesão instável ou avulsa: Perfurações subcondrais, Fixação in situ, Remoção de corpos livres seguido de microfracturas, Autoenxerto osteoarticular, Aloenxerto osteoarticular, Implante de condrócitos autólogos. Conclusão É importante um bom estadiamento da lesão, que permita optar pelo tratamento mais adequado. A fixação in situ permitiu um bom resultado clinico final. 143 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Título Poster Luís Miragaia; André Costa; Ricardo Mendes; José Marinhas; António Almada; Mafalda Santos CHVNG Quisto unicameral do calcâneo 144 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Introdução Os quistos ósseos unicamerais são lesões da infância. 85% ocorrem das duas primeiras décadas de vida, com o dobro da incidência no sexo masculino. Na maioria das vezes são assintomáticos, sendo descobertos como achado acidental ou após uma fractura patológica. Material Os autores apresentam um caso clínico de um doente do sexo masculino com 9 anos de idade, com achado acidental de um quisto ósseo unicameral volumoso do calcâneo, submetido a tratamento cirúrgico profiláctico. Métodos Foi realizada história clínica, exame objectivo e imagiológico: Rx quisto ósseo do calcâneo RMN: Quisto ósseo simples no corpo do calcâneo, no plano sagital com cerca de 20mm de diâmetro, no plano transversal ocupando toda a largura do calcâneo e medindo cerca de 25mm de diâmetro. Foi efectuada curetagem da lesão e colocação de enxerto ósseo autólogo. Imobilização gessada. Resultados Manteve imobilização gessada até às 8 semanas, tendo então iniciado fisioterapia. Ás 12 semanas apresenta recuperação funcional total, radiologicamente com sinais de boa integração do enxerto. Discussão Este tipo de lesões são mais activas durante a fase de crescimento esquelético, muitas vezes curando após a maturidade. Na maior parte das vezes são assintomáticos, a menos que ocorra uma fractura patológica. O tratamento percutâneo está contraindicado em lesões de grandes dimensões e em idades inferiores a 10 anos. Conclusão Em dois terços dos pacientes a apresentação inicial é uma fractura. Lesões de maiores dimensões, sintomáticas, ou localizadas aos membros inferiores devem ser submetidas a tratamento cirúrgico profiláctico, prevenindo assim uma fractura patológica. 145 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Título Resumo Poster Enfª Graça Castro; Enfº Vitor Gomes Hospital Pedro Hispano – ULS Matosinhos A Enfermagem na Consulta de Ortopedia Infantil Este poster pretende dar a conhecer o funcionamento geral da consulta de Ortopedia Infantil, identificar qual o perfil adequado dos enfermeiros a esta consulta e evidenciar as principais funções da equipa de enfermagem. Material Impressão em Papel Métodos Metodologia Descritiva Resultados Não aplicável Discussão Não aplicável Conclusão Não aplicável 146 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Poster Andreia Ferreira, Ricardo Mendes, André Sarmento, Mafalda Santos Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho Título Diagnóstico de Osteogenesis Imperfecta após fratura da coluna lombar – caso clínico Introdução A Osteogenesis Imperfecta (OI) é uma desordem hereditária do tecido conjuntivo caracterizada por fragilidade óssea e osteopenia, resultante de mutações nos genes que codificam as cadeias de colágeno tipo I, de tal forma que fraturas e deformidades ósseas ocorrem com trauma minor. Uma classificação de 5 tipos de OI baseada em critérios clínicos, genéticos e radiográficos, foi desenvolvida por Sillence et al. Embora universalmente usada, muitos doentes não se incluem nesta classificação, pelo que foram propostos 7 tipos diferentes de OI. Material Apresenta-se o caso de uma criança de 9 anos, que após queda de altura (1,5 metros) sofreu uma fratura de compressão da plataforma superior da 1ª vértebra lombar, com perda de altura vertebral superior a 50% e sem lesão medular. Ao exame físico apresentava escleróticas azuladas. Sem antecedentes patológicos ou familiares relevantes, embora estejam documentados vários traumatismos dos membros, com descrição de uma fratura da diáfise do 4º metacarpo. Métodos Procedeu-se ao tratamento cirúrgico da fratura, realizando-se artrodese de D12 a L2, com parafusos pediculares e barras. O pósoperatório imediato decorreu sem intercorrências, tendo iniciado treino de marcha com ortótese toraco-lombar ao terceiro dia pósoperatório. Durante o internamento realizou estudo analítico e densitometria óssea, diagnosticando-se Osteogenesis Imperfecta tipo IV. Resultados Neste momento deambula sem qualquer ortótese e pratica atividade física, sem défices na mobilidade toraco-lombar e sem queixas álgicas, sendo acompanhado em consulta externa de Pediatria e medicado com pamidronato. Discussão A Osteogenesis Imperfecta tipo IV é caracterizada por início pós-natal de fraturas, deformidade óssea leve, moderada ou ausente e perda auditiva precoce, características que se encontram em conformidade com o caso clínico apresentado. As fraturas mais comuns afectam principalmente os ossos longos do membro inferior, nomeadamente o fémur. As fraturas vertebrais são também frequentes na OI e podem causar deformidade e cifose, tornando-se a longo prazo uma causa de dor 147 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano crónica. A literatura é limitada relativamente ao tratamento cirúrgico de fraturas da coluna lombar em doentes OI, fazendo referência à instrumentação vertebral por via posterior para prevenção da cifose. No entanto, há uma elevada taxa de complicações intra-operatórias, já que a fixação é limitada devido à má qualidade óssea e há um maior risco de hemorragia, situações também observadas com o caso clínico apresentado. Conclusão Nos doentes com OI que sofrem uma fratura ou são submetidos a intervenção cirúrgica, a imobilização prolongada deve ser evitada e a reabilitação iniciada precocemente de forma a recuperar a autonomia prévia o mais rápido possível, para prevenir o agravamento da osteopenia e novas fraturas. 148 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Poster Hugo Constantino; Susana Ramos; Catarina Campagnol; Cassiano Neves; Delfin Tavares Gouveia; João L D. Estefania Título Osteomielite por Staphylococcus Aureus Meticilino-Resistente, LPV positivo, adquirido na comunidade – Caso clínico Introdução A osteomielite é uma infecção bacteriana invasiva muito comum nas crianças, com potencial para mau prognóstico no sistema músculoesquelético. O Staphylococcus aureus (SA) é o agente etiológico habitual e estirpes SA resistentes à meticilina (SAMR) tem sido descrita com maior frequência. A Leucocidina Panton-Valentine (LPV), é um factor de virulência que está associada a infecções de maior morbilidade, sobretudo cutâneas e músculo-esqueléticas. Com este caso clínico, os autores pretendem realçar a importância de um diagnóstico exaustivo e da necessidade de um tratamento antibiótico dirigido e prolongado. Material Consulta do processo clínico e avaliação clínica, analítica e imagiológica da doente. Métodos Trata-se de uma criança de 2 anos enviada de outro hospital, sem diagnóstico, com história de dor, calor e tumefacção da perna direita (1/3 proximal) com 2 meses de evolução. A RMN revela “osteomielite da metáfise da tíbia direita”. A doente foi operada, tendo sido realizada drenagem da tíbia através de uma calha criada na zona metafisária, com saída de pus. Fez antibioterapia dirigida por TSA durante 3 semanas e teve alta com antibiótico oral para SAMR isolado. Foi reinternada aos 2 meses pós-operatório por reaparecimento de sinais inflamatórios. Nova RMN com “vários abcessos com envolvimento da epífise proximal da tíbia”, pelo que foi reoperada, não se tendo visualizado material purulento. Fez antibioterapia dupla durante 6 semanas e mantém oral. Não consulta de seguimento, veio o resultado de SA MRSA LPV positivo. Actualmente, a doente está assintomática, mas mantém antibiótico oral. Discussão e Conclusão Descrevemos um caso de Piomiosite por SAMR, LPV negativo (2007) A emergência de infecções invasivas por SAMR adquiridos na comunidade tem vindo a aumentar, sobretudo nos A maioria associados à produção de LPV. A detecção destes casos de osteomielite é preocupante e merece vigilância. 149 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Poster Tarquini, Oliana; Branco, Ricardo; Mariano, Cura. Hospitais da Universidade de Coimbra Título Luxação tíbio-társica associada a fractura tipo B de Weber, durante pratica desportiva. Caso Clínico Introdução As lesões das fises distais da tíbia e peroneo representam 30% de todas as fracturas fisarias. Até 58% destas fracturas acontecem durante a prática de actividades desportivas, representando até 40% das lesões dos desportistas esqueleticamente imaturos. Material Os autores apresentam o caso clínico de um jovem do sexo masculino de 14 anos, que deu entrada no serviço de urgência, por traumatismo em supinação e rotação externa, do tornozelo direito, durante jogo de basket. Apresentava deformidade evidente do pé. Sem lesões cutâneas ou vasculo-nervosas. Avaliação radiológica revelou fracturaluxação tipo B na classificação de Weber, existindo fractura transversal do perónio a nível da fise e fractura vertical do maléolo interno. Foi realizada redução da luxação no serviço de urgência e submetido a tratamento cirúrgico, no próprio dia, com redução aberta e fixação com dois parafusos no maléolo interno, um parafuso no maléolo externo e reconstrução da articulação tíbio-peroneal anterior. Colocado imobilização gessada. Métodos Registos de bibliográfica Resultados Às três semanas do pós-operatório retirou imobilização gessada e iniciou recuperação da massa muscular, permitido carga parcial de 30 kg, com aumento progressivo após seis semanas pós-operatório. Aos três meses do pós-operatório apresenta mobilidades optimizadas, indolores e reiniciou actividade desportiva. Discussão As lesões do tornozelo são frequentes em desportistas esqueleticamente imaturos, ocorrendo diversos tipos de lesões que comprometem a integridade da mortalha. O mecanismo de lesão mais frequente é por supinação e rotação externa, deixando a articulação tíbio-tarisca numa posição mais vulnerável para o mecanismo de fractura-luxação. A primeira abordagem para o tratamento das fracturas – luxações, é a redução do astrágalo, minimizando o comprometimento da vascularização cutânea. O tratamento definitivo baseia-se na redução cirúrgica e fixação interna, permitindo uma mobilização e carga da articulação e retoma precoce da actividade desportiva. Conclusão O tratamento correcto das fracturas do tornozelo depende da localização da fractura, o grau de deslocamento e a idade. O tratamento cirúrgico com redução aberta e fixação interna, está indicado nas lesões fisarias ou articular com deslocamento importante, permitindo a mobilidade e carga precoce da articulação. O fracasso de uma boa redução anatómica pode originar uma consulta, imagens e registos cirúrgicos. Pesquisa 150 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano incongruência articular com quadro de artrite pos-traumática, normalmente sintomática cinco anos após maturação óssea. Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Poster Diogo Ferraz, Luís Miragaia, Norberto Silva, André Sarmento, Rui Rocha Hospital de Gaia / Espinho Título Fractura /avulsão adolescente da tuberosidade anterior da tíbia no Introdução A maioria dos arrancamentos do tuberosidade anterior da tíbia ocorre em adolescentes no decorrer da prática desportiva. Existem dois mecanismos subjacentes a esta patologia: - contracção vigorosa do quadricípede crural perante uma Tíbia estática, como ocorre no mecanismo do salto - fexão brusca passiva do joelho quando existe contracção mantida do quadricípede crural Em adolescentes com elevada capacidade atlética a força do músculo quadricípede supera a capacidade combinada da fise do tubérculo tibial juntamente com o pericôndrio e o periósseo adjacente. Material Descreve – se um adolescente sexo masculino, 16 anos que na prática de actividade física, movimento de salto, provocou um arrancamento da tuberusidade da tíbia. Métodos Após o traumatismo inicial desenvolveu-se um edema moderado ao nível região proximal da face anterior da tíbia. Apesar disso era possível palpar-se uma procidência óssea, a qual na exploração profunda, fazia proeminência na pele sobreposta. Existia um flexo ligeiro mantido do joelho. A radiologia inicial demonstrou uma avulsão tipo II do Tubérculo tibial. A possibilidade de interposição de periósteo no leito da tuberosiade a condicionar a redução levou a optar pelo tratamento cirúrgico aberto e fixação interna com parafusos canulados. Resultados Após tratamento em fisioterapia, aos 3 meses pós-operatório, o doente recuperou a função do joelho com mobilidades completas e indolores, reiniciando toda a actividade que anteriormente realizava sem limitações. Teve alta da consulta aos 6 meses sem intercorrências. Discussão A maioria das avulsões da tuberosidade anterior da tíbia ocorrem em adolescentes do sexo masculino no decorrer da prática desportiva. Classificam – se em 5 estadios: Tipo I – lesão da fise ao nível da apófise tubérculo tibial Tipo II – extensão da lesão à fise tibial proximal Tipo III – propagação da lesão até tibia proximal atingindo a articulação do joelho Tipo IV – lesão inicia-se na fise apófise do tubérculo tibial e propaga– se posteriormente através da fise tibial proximal Tipo V – Avulsão da área periosteal do tendão patelar No doente apresentado verificou–se um arrancamento Tipo II com destacamento do tubérculo tibial até região anterior da fise tibial 151 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano proximal. Optou-se pela redução aberta com libertação dos tecidos moles interpostos no leito ósseo e ostessíntese com 2 parafusos canulados compressivos. Conclusão A redução aberta e a osteossíntese compressiva na fractura / avulsão da tuberosidade anterior da tíbia é eficaz na restituição das mobilidades normais da articulação do joelho. 152 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Poster Spranger, A., Martins, A., Correia de Jesus, M., Valente, P., Lopes, G., Monteiro, J Hospital de Santa Maria Título Sinovite crónica pós-sepsis vilonodular? – Caso clínico como causa de sinovite Introdução A sépsis meningocóccica constitui ainda uma patologia grave, associada a importante mortalidade e morbilidade. A sinovite vilonodular pigmentada (SVNP), por seu lado, é uma doença proliferativa da sinovial que atinge as grandes articulações (particularmente o joelho), podendo assumir um comportamento localmente agressivo com múltiplas recorrências e incapacidade funcional. Desconhecemos, até à data, relatos que sugiram uma relação etiológica entre sinovite vilonodular pigmentada e sinovite crónica pós sépsis. Material Lactente de 9 meses de idade, caucasiano, género masculino, internado por quadro de sépsis. Métodos Análise de processo clínico e imagiológico Resultados Criança de 9 meses internada em 03/1999 por quadro de febre, prostação e petéquias (sem meningite associada). Exames bacteriológicos sem isolamento de agente - diagnóstico clínico de sépsis meningocóccica. 6º dia de internamento inicia quadro de queixas álgicas à mobilização dos membros inferiores. Exame ecográfico revela derrame articular bilateral da anca e joelho, com boa evolução clínica e analítica, admitindo-se sinovite reacional. Nos anos seguintes assiste-se a progressiva deformidade em varo e flexo do joelho D, diagnosticando-se barra óssea distal do fémur, tendo sido efectuada resseção cirúrgica desta ponte óssea e osteotomia para correção da deformidade (fixada com fios K) em 09/2005 (7 anos). No ano seguinte assiste-se a múltiplos episódios de sinovite do joelho D, com cintigrafia óssea a demonstrar hiperfixação óssea ao nível da fise distal do fémur. Foi realizada exploração cirúrgica em 2006, por suspeita de foco de osteomielite distal do fémur, sendo o exame bacteriológico negativo e anatomo-patológico a revelar inflamação. Em 09/2008, por recidiva da deformidade do joelho D, foi submetido a nova cirurgia, com osteotomia distal do fémur direito (fixada com placa). Em 06/2009, por dismetria negativa à direita (14 mm), foi realizada epifisiodese transitória da fise distal do fémur E. Mantém múltiplos episódios de sinovite do joelho D. Analiticamente alterações perfil reumatológico; sem agente isolado. Considerado o diagnóstico diferencial entre reação inflamatória ao material de osteossíntese ou osteomielite indolente, foi realizada, em Abril 2011 153 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano (12 anos), cirurgia para remoção do material de osteossíntese e biópsia, que acabou por revelar sinovite vilonodular pigmentada. Discussão Este caso aponta para um possível relação etiológica entre sinovite crónica pós-sépsis e SVNP. Fica também patente a dificuldade no diagnóstico desta patologia, com apresentação clínica inespecífica e de diagnóstico diferencial com outras entidades mais frequentes em idade pediátrica. Conclusão Provável relação causal entre sinovite crónica pós-sépsis e SVNP 154 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Poster Tavares, Luís; Aguiar, Thiago; Amaral, Pedro; Raposo, João Pedro; Paz Ferreira, Virgilio; Carneiro, Fernando Hospital Divino Espirito Santo E.P.E. – Ponta Delgada Título Pandiafisite do úmero direito como complicação de infecção de partes moles Introdução A osteomielite é uma infecção bacteriana óssea que pode ocorrer por via hematogénea, por inoculação directa ou por invasão local contígua, podendo ser classificada como aguda, subaguda ou crónica. O seu agente mais frequente é o Staphylococccis aureus, identificado em 90% dos casos e com prevalência semelhante em todas as idades pediátricas. Cerca de 2/3 dos casos ocorre a nível dos ossos longos, representando o úmero 12% destes. A virulência do microorganismo envolvido, o atraso no diagnóstico, o tratamento e/ou antibioterapia inadequada, podem levar a complicações sistémicas e locais graves, que podem evoluir para a cronicidade da infecção. Material, Métodos, Resultados Caso Clinico - ♂; 11anos Traumatismo do ombro direito a 16/4/2008, com suspeita de fractura subcapital do úmero, realizou-se imobilização Gerdy e reavaliação em Consulta Externa aos 15dias. A 28/4/2008 recorre ao serviço de Urgência por abcesso do ombro direito, com extensão para o braço e região peitoral homolateral, em supuração espontânea. Fez-se drenagem e desbridamento de abcesso, com circuito de lavagem associado. Ao 5ºdia pós-operatório, dor à mobilização da anca esquerda com alterações analíticas e imagiológicas (Rx e Ecografia articular) sugestivas de Artrite séptica da Anca esquerda, tendo-se realizado drenagem e desbridamento cirúrgico da anca, com circuito de lavagem. Ao 27ºdia pós-operatório, quadro de dor e limitação à mobilização do cotovelo direito e sinais inflamatórios exuberantes. Por suspeita de artrite séptica do cotovelo foi efectuada drenagem e desbridamento cirúrgico do cotovelo. As hemoculturas e urocultura foram negativas, os exames microbiológicos de exsudados foram positivos para Staphylococcus aureus (resistente à penicilina), medicou-se com antibioterapia dirigida. Por melhoria clínica e analítica, teve alta a 3/6/2008. No pós-internamento imediato manteve manteve imagens radiológicas exuberantes do processo de osteite em toda a diáfise a que se associou fratura do 1/3 superior do úmero e que evoluiu para pseudartrose atrofica. Em Fevereiro de 2010 foi submetido a Desbridamento de foco de pseudoartrose com permeabilização do canal medular; Encavilhamento retrogrado com 2 fios TEN nº25; Osteotaxis com 155 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano fixador externo da mão e Enxerto autólogo esponjoso de ilíaco. Pósoperatório com consolidação de foco de fractura, e recuperação da mobilidade do ombro e do cotovelo direito. Novamente intervencionado a 13/10/2010 e a 5/7/2011 por existência de sequestro ósseo ao nível do 1/3 distal do úmero direito, com fistulização para a face interna, sendo submetido a Desbridamento cirúrgico com exérese de sequestros e fistulectomias. Discussão e Conclusão As Osteomielites como consequência de lesões de tecidos moles começam a ser mais raras actualmente, devido à intervenção atempada no seu tratamento. No caso clínico apresentado, a extensão das lesões e o atraso no início do tratamento, proporcionaram o desenvolvimento de complicações locais e sistémicas. Os sinais clínicos mais representativos de osteomielite são febre e dor localizada (membro/articulação), associada a limitação funcional do mesmo. Perante a suspeita clínica de Ostemielite deve realizar-se avaliação laboratorial (Hemograma; Bioquímica (PCR; VS); Hemocultura; Urocultura; Microbiologia de exsudado; Biópsia óssea) e imagiológica (Rx; Cintigrafia óssea; TAC/RMN), para confirmação diagnóstica e etiológica. O tratamento da Osteomielite exige antibioterapia dirigida com eventual desbridamento/drenagem cirúrgica associada. A ocorrência de complicações, nomeadamente evolução para a cronicidade leva a estratégias terapêuticas que para além da antibioterapia podem incluir sucessivas intervenções cirúrgicas. 156 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Poster Tavares, Luís; Aguiar, Thiago; Amaral, Pedro; Raposo, João Pedro; Paz Ferreira, Soares, Luís; Carneiro, Fernando Hospital Divino Espirito Santo E.P.E. – Ponta Delgada Título Osteomielite do 2ºmetatarso do pé esquerdo após ferida perfurante plantar Introdução Osteomielite pode ser classificada como aguda, subaguda e crónica.A infecção bacteriana óssea aguda pode ocorrer por disseminação hematogénea (bacteriémia), inoculação directa ou invasão local contígua de foco de infecção. Osteomielite envolvendo o pé é pouco frequente, e está sobretudo associada a ferida pós- traumática (2% de todos os casos de traumatismos do pé com ferida), sendo a Pseudomonas aeruginosa é o agente patogénico mais comum nestes casos. Material, Métodos, Resultados Caso Clinico - ♂; 15anos Traumatismo do 2ºdedo do pé esquerdo, com ferida perfurante punctiforme plantar a 8/7/2011. Sem sinais inflamatórios exuberantes e radiologicamente sem sinais de fractura ou presença de corpo estranho. Fez-se desinfecção de ferida com Betadine® e medicou-se com Antibiótico e Anti-inflamatório. Após 20 dias volta à urgência com agravamento dos sinais inflamatórios e dificuldade na marcha, o Rx revelou alterações líticas na extremidade distal do 2ºmetatarso do pé esquerdo. Realizou RMN do pé esquerdo, em regime de ambulatório, que mostrou a existência de processo inflamatório ósseo e dos tecidos moles. Internado na Ortopedia a 30/8/2011, e submetido a: - Desbridamento cirúrgico com excisão de fibrose e curetagem de extremidade distal de 2ºmetatarso, associada a furagens da superfície articular do 2º metatarso e 1ªfalange do 2ºdedo + Circuito de lavagem - Excisão de trajecto fistuloso plantar Discussão e Conclusão Osteomielite pós-traumática é uma forma de osteomielite de inoculação directa normalmente associada a fracturas expostas, cirurgia/procedimentos invasivos, queimaduras, picadas ou feridas. O diagnóstico é difícil por se tratar de uma situação pouco frequente e com progressão clínica insidiosa, devendo supeitar-se do mesmo em doentes que apresentem história de traumatismo do pé associado a sinais inflamatórios, com agravamento progressivo e resistente à antibioterapia e analgesia. Deve realizar-se avaliação analítica e imagiológica, inicialmente com Rx, para despiste de alterações líticas e escleróticas ou presença de 157 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano corpo estranho, e posteriormente RMN/ TC para melhor estudo das alterações evidenciadas. O tratamento consiste em desbridamento cirúrgico com curetagem da lesão, associada a circuito de lavagem e antibioterapia apropriada. 158 XVI Jornadas Nacionais de Ortopedia Infantil (SEOI) III Jornadas de Ortopedia Infantil do Hospital Pedro Hispano Tipo de apresentação Autor / Co-autores Hospital Poster Diogo Ferraz; Luís Miragaia; Norberto Silva; André Sarmento; Guido Duarte Centro Hospitalar Gaia / Espinho Título Recidiva pós correcção cirúrgica de luxação iterativa da tacícula radial na criança, a propósito de um caso clínico Introdução A luxação reiterada, pós traumática, da tacícula radial na criança é uma patologia rara e pouco documentada. Tem principal incidência nas crianças cuja idade se situa na proximidade dos 7 anos, sendo a direcção anterior a mais comum. Faz diagnóstico diferêncial com fractura tipo I Monteggia equivalente onde existe deformidade plástica do úmero próximal e a luxação congénita tacícula radial. Material Sexo masculino, 7 anos, taumatismo indirecto do membro superior dominante com pronação do antebraço e extensão cotovelo Métodos Após o traumatismo inicial, no Rx efectuado não existia evidência de lesão osteo-articular. A mobilidade passiva era livre em todas as direcções. Apesar disso a sintomatologia justificou a imobilização com uma tala gessada antálgica por um período de 3 semanas. Findo o qual foi revisto na consulta externa com controlo radiológico sem gesso, o qual evidenciou uma luxação anterior da tacícula radial irredutível. Optou-se pelo tratamento cirúrgico aberto, via anterior, para redução da luxação e reparação do ligamento anular Resultados Após tratamento em fisioterapia, aos 3 meses, o doente recuperou a função total do cotovelo com mobilidades completas e indolores, reiniciando toda a actividade que anteriormente realizava sem limitações. A reavaliação após recuo 2 anos evidênciou uma recidiva da patologia inicial Discussão A Luxação traumática isolada da tacícula radial na criança tem sido sub diagnosticada por semelhança com a fractura de Monteggia tipo I equivalente. A ausência de fractura concomitante do cúbito, neste último caso, é devida à plasticidade ossea na criança. O método indicado de diagnósticar essa deformidade plástica é através da Linha de Mubarack – deformidade cortex posterior cúbito. No caso clínico apresentado não foi observado nos controlos imagiológicos realizados imagens de curvatura no cortex posterior do cúbito ou imagens de reacção periosteal. Admite – se que a fragilidade do ligamento anular predispõe à sua ruptura com consequente luxação da tacícula radial Conclusão A redução aberta e a reconstrução do ligamento anular na luxação anterior iterativa pós-traumática da tacícula radial é eficaz na restituição das mobilidades normais da articulação do cotovelo. Em casos de recidiva verifica-se apenas uma diminuta instabilidade. 159